Lorrana.Brenda 04/12/2022
"Eu não só vou olhar. Eu quero que meu olhar mude a realidade." Essa frase pra mim fala muito sobre esse livro de Bell Hooks, onde ela mostra o tempo todo que "a identidade é construída do lado de dentro, assim como de fora". A partir de analises minuciosas do cinema americano, Bell mostra que o cinema "nos convida a ve-lo não como espelho de segunda mão erguido para refletir o que já existe, mas como uma forma de representação que é capaz de nos construir como novos tipos de sujeitos, e desse modo nos possibilita descobrir quem somos". Ou seja, existe todo um debate nesse livro de como aquilo que a gente vê e consome nos influencia como indivíduo em buscas constantes de si. Por serem todas referências Norte Americanas, e algumas antigas (visto que a primeira publicação do livro foi em 1992) as vezes a leitura fica um pouco difícil e cansativa; nem todas as pessoas, programas de tv, filmes e livros, que ela citar nós brasileiras (os) vamos conhecer, (alguns como madona e Spike Lee, sim) mas ainda assim, toda a discussão vai nos levar a associar a coisas do nosso cotidiano e será valido da mesma maneira.
Olhares negros, raça e representação é um livro essencial, para pessoas brancas como eu, entender seu papel e influência no meio de toda essa luta.
Aqui, Bell fala de "atos de resistência que transformam em vez de apenas seduzir" e faz uma viagem no tempo cheia de fatos e histórias duras de coisas que o povo escravizado passou, afinal, " Na lógica do patriarcado racista, machista e supremacista branco, o esquecimento é encorajado. Mas a memória sustenta um espírito de resistência."
A mulher é afiadissima e muito certeira nas opiniões. Continua tudo sendo super atual.