Café na cama

Café na cama Marcos Rey...




Resenhas - Café na cama


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MarciaCannecchia 21/10/2023

Marcos Rey sempre foi um rei...
Como o próprio nome diz. Pelo menos para mim.
E que incrível a trajetória dessa moça Norma Simone. Que momento.
Este livro tirou o primeiro lugar do quarto de despejo, sendo o livro mais vendido em 1960. Li um e agora li o outro. Maravilhosos ...viva a literatura brasileira. Contem comigo sempre.
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Angelo Miranda 16/12/2022

A descoberta de uma vida de glamour e de luxo por uma pobre paulistana
O escritor Marcos Rey, mais reconhecido pela sua produção voltada para o público infantojuvenil, também tem uma grande produção de livros para o público adulto.

O livro Café na Cama é um romance adulto lançado em 1960. Como praticamente todos os livros do escritor esse não foi diferente: a história se passa todinha na cidade de São Paulo e acompanha a trajetória de Norma Simone, uma garota que vive com a família humilde num dos subúrbios da cidade de São Paulo, mais precisamente na Vila Carrão.

Com a morte do pai da protagonista, o tio dela, irmão do finado pai, preocupado com as condições financeiras da família, leva a garota até o centro da cidade para que ela conseguisse um emprego numa loja. Ao começar a trabalhar numa loja de departamentos, na sessão da perfumaria, Norma faz amizade com Magda que vai lhe apresentar uma cidade que Norma até então desconhecia: o mundo das boates com as suas bebidas (gim e uísque) frequentada por pessoas ricas, de sobrenome pomposos, artistas, herdeiros de grandes fortunas e playboys em busca de garotas para satisfazerem os seus desejos.


Norma passa a gostar das festanças e a frequentar esses locais com mais frequência para estar no meio de gente da soçaite (como escreve Marcos Rey) e descolar um casamento, mas o que ela vê é que na noite paulistana e no meio de gente rica, os rapazes só se aproximam por diversão.

A moça verifica que para estar nesse meio vai precisar de muito dinheiro para a compra de vestidos, bebidas, perfumes, enfim, todo o aparato para que a sua beleza, que era o seu principal atributo, realçasse ainda mais. Mas como que manteria aquela vida com o seu mirrado ordenado como vendedora?

Nesse ponto da história é que Norma passa a trabalhar como modelo fotográfico para anúncios de produtos e entre uma cena e outra lhe é apresentada para Dona Zulmira, uma senhora acima de qualquer suspeita que faz do seu apartamento um local em que reúne belas moças para atenderem os homens endinheirados, na sua maioria, da metrópole. Ali Norma passa a se chamar Sandra.

A beleza de Sandra chamava a atenção de vários homens, a maioria deles falidos que viviam de algum dinheiro emprestado ou de atividades suspeitas. Sandra de vez em quando se envolvia com alguns deles esperando um casamento que lhe daria condições de ajudar a sua família (mãe, um irmão e uma irmã) e que lhe possibilitasse sempre estar nesse mundo do glamour e do luxo, mas Sandra somente encontra aproveitadores.
Em um dia de chuva e escondida sob a marquise de um prédio, a beleza de Sandra chama a atenção de um rapaz que trabalha na rádio Ipiranga e a leva para dentro do prédio. Ali ela faz um teste e começa a sua vida de atriz de radionovelas até atingir entre idas e vindas o ápice na carreira como atriz de cinema. O nome de Sandra dá lugar ao de Sylvana Rios, como passa a ser chamada e conhecida pelo grande público.

A história do livro se passa na São Paulo de 1950 e 1960, uma cidade e uma época que o escritor Marcos Rey conheceu bem, por ser alguém boêmio e frequentador de várias boates que fizeram sucesso na época e por ter contato com os tipos que frequentavam esses locais. Rey em várias entrevistas e inclusive na sua autobiografia já confirmou várias vezes que os seus personagens, as tramas e os cenários eram retirados desse lugares.

O livro traz várias características de uma cidade que não existe mais em que pipocavam boates como a Lord na Avenida São João, a Oásis no Edifício Ester (República) e a Excelsior na Avenida Ipiranga. Dessa época, nas décadas de 1950 e 1960, havia os cinemas de rua e a efervescência do TBC - Teatro Brasileiro de Comédia. Nos bares e boates a música que era mais tocada eram os boleros, principalmente de Gregorio Barrios.

Nas ruas desfilavam carros belíssimos. Viajar para Buenos Aires era algo de uma meia dúzia de privilegiados. Ter uma vitrola e uma coleção de LP's também era para poucos afortunados. Era um tempo em que o rádio tinha muito mais importância que a televisão que estava ainda chegando ao Brasil. Trabalhar numa rádio era sinônimo de status e ser atriz ou ator numa rádio novela equivalia a trabalhar em Hollywood.

Todas essas características de uma São Paulo de outrora é trazida pelo livro de Marcos Rey. Trata-se de um romance gostoso de ler e que nos prende a atenção para saber o que vai desenrolar a respeito da personagem principal. A cada homem que se aproxima dela paira um suspense que também leva-nos a ficar presos na história para descobrirmos as reais intenções e o que faziam da vida para manterem aparentemente uma vida de luxo e de ostentação.

Vale lembrar que o livro deu origem ao filme de mesmo nome lançado em 1973 e que contou com o roteiro de Marcos Rey e artistas renomados como Agildo Ribeiro, Marta Moyano, Rubens de Falco, Mário Lago, Neuza Amaral, Tião Macalé entre outros.

A personagem Sylvana Rios, em um dos capítulos do livro, faz enorme sucesso entre o público quando seguindo os conselhos de um diretor da rádio Ipiranga, faz uma mecha branca em seu cabelo. Marcos Rey fez referência, no livro, a atriz Neuza Amaral que tinha uma mecha branca e que inclusive trabalha no filme.

site: https://sebomiranda.blogspot.com/2022/12/a-sao-paulo-das-decadas-de-1950-e-1960.html
Giovanna1558 16/12/2022minha estante
Amei a resenha, parabéns, muito completa


Angelo Miranda 26/12/2022minha estante
Obrigado Giovanna. Fico muito feliz que tenha gostado.




Gláucia 20/05/2011

Café na Cama - Marcos Rey
O autor foi muito importante na minha adolescência por livros como Um Cadáver Ouve Rádio, O Mistério do Cinco Estrelas, Ópera de Sabão, então comprei de olhos fechados seu livro para adultos. Parece que o filme foi sucesso na época e não consigo entender o porquê. Linguagem pobre, personagens completamente vazios, trama pior que novela mexicana. E a protagonista, Norma Simone foi a pior personagem que tive o desprazer de conhecer.
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