Hélio 14/10/2022O Deus PródigoSem sombra de dúvidas, esta é uma interpretação da "Parábola do Filho Pródigo" muito diferente do que sempre foi pregado até hoje. Aliás, como diz Timothy Kelly, não é correto destacar somente um dos filhos como foco da história. Para o autor o melhor título para essa parábola seria "Os dois filhos perdidos." O próprio Jesus não se refere a ela como "Parábola do Filho Pródigo". Na verdade, esses títulos que existem nas Bíblias atuais não existiam nos escritos originais. Muito menos as divisões em capítulos e versículos.
Sempre ouvimos pregações dando ênfase apenas ao filho mais novo, tratando-o como um desviado e rebelde que desprezou o pai, a família e mesmo sem ter o direito, exigiu sua parte da herança e foi embora de casa. Porém, como Keller destaca, nunca é mostrado que a situação do filho mais velho é pior do que a do filho mais novo.
Timothy Kelly diz: "Com essa parábola, Jesus desafia o que praticamente todos nós pensamos sobre Deus, pecado e salvação. A história revela o egoísmo destruidor do irmão mais novo, mas também condena com todas as letras a vida moralista do irmão mais velho. Jesus está dizendo que ambos religiosos e não religiosos estão espiritualmente perdidos, andando por caminhos na vida que levam a becos sem saída."
"O afastamento do filho mais novo é mais do que óbvio. Ele se afasta do pai literalmente, tanto no plano físico quanto moral. O filho mais velho fica, mas a verdade é que ele se encontrava mais distante e alienado do pai do que o irmão, pois estava cego para sua real condição."