adrianlendo 14/01/2021gatilhos: racismo, islamofobia, antissemitismo.
Jamie quer ajudar na campanha política do candidato a senador do partido democrata, mas quer ficar nas sombras, sem receber muita atenção. Maya só quer passar o verão com sua melhor amiga e que seus pais resolvam sua crise no casamento. Nenhum dos dois imaginava que iam acabar passando o verão batendo em portas para informar pessoas sobre a importância do voto, mas acaba que essa experiência pode acabar saindo melhor que o esperado.
Esse foi meu primeiro contato com Aisha Saeed, mas como alguém que já leu muito Becky Albertalli posso dizer que esse é mais um livro com uma narrativa leve e divertida, além de um romance muito fofo que faz o leitor torcer cada vez mais para os protagonistas. Gostei muito de como a relação de ambos foi construída e da personalidade dada para os dois. Jamie é um dos personagens mais fofos que já li, Maya uma das mais fortes.
Não adianta eu ler algo escrito por estadunidenses e reclamar por ser estadunidense então nem vou entrar no mérito de como as eleições lá são uma bagunça desnecessária, mesmo que tenha me incomodado, definitivamente não foi o que fez a nota desse livro diminuir para mim, não faria sentido criticar algo que eu já sei que é ruim e busquei mesmo assim. O que fez com que esse livro não fosse 5 estrelas foi basicamente o modo como, mesmo os protagonistas sendo bem desenvolvidos, vemos muito pouco do background da Maya enquanto Jamie recebe toda uma atenção especial na questão familiar. É como se alguns personagens da trama dela fossem esquecidos em alguns momentos.
Os assuntos abordados são feitos de uma maneira correta e responsável, todo o debate sobre racismo, islamofobia e antissemitismo fazem extremo sentido na proposta e ele fala muito bem sobre a importância do voto e é basicamente uma aula para quem tem dúvidas sobre o assunto, mas tudo acaba sendo parcialmente jogado fora em um final com uma conclusão rasa e que desmotiva o leitor.
Yes No Maybe So funciona muito bem como um romance para passar o tempo, mas não como a obra política para jovens que deveria ser. Ainda não vejo muito sentido em uma campanha baseada em explicar a importância do voto mas não falar sobre virar votos. Definitivamente um livro com um casal fofo, representatividade bacana, assuntos tratados de maneira bastante responsável, mas que desliza muito no final para algo que construiu aos longo da história.