Fabi | @ps.leitura 03/06/2019{resenha feita no blog PS Amo Leitura}As palavras são capazes de mudar algumas ações, mas são as atitudes que definem quem nós somos. Em “imperfeito olhar”, publicado pela Editora Coerência, vamos conhecer na flor da pele o poder das palavras.
O ENREDO
Devido a todo sofrimento que enfrentou nos últimos anos, Anastácia Adams é aquela personagem fechada para a vida e com medo de se abrir para qualquer pessoa. Tem medo que de deixar alguém entrar novamente em seu coração e destruir cada parte de sua existência.
Um certo dia, quando ela conhece um homem e oferece um emprego, Anastácia sabia o quanto aquilo seria arriscado e o quanto isso poderia mudar a vida dos envolvidos, mas o que ela não imaginava era que algo pudesse mudar a vida dela.
Dentro dessa nova casa junto com Kalel, Alec e sua mãe, ela se vê criando um sentindo e um vínculo com todos eles, assim como eles precisavam dessa atenção pois também estão passando por momentos difíceis. O problema é que ela não deveria se deixar levar por todas as emoções!
Estão pagando-a para outros serviços e não ser amorosa com nenhum deles. Mas o medo, a dúvida e os sentimentos do passado estão conflitando e tudo o que ela deseja é que todas essas sensações sumam e é nessa hora que ela precisa decidir por qual caminho ela deseja seguir.
OS PERSONAGENS
Em “imperfeito olhar” nós temos uma personagem que está perdida em sua vida após tanto sofrimento. Ela não sabe por qual caminho seguir, não sabe se deve seguir definitivamente o coração ou se deve agir com a razão. Uma personagem que precisa de respostas e precisa se encontrar nessa longa jornada.
Assim como temos também Alec, um personagem que está passando por momentos difíceis e precisa pegar toda a força que existe dentro de si para passar ao seu pequeno filho. Após a morte de sua mulher, sua vida não foi mais a mesma. A sensação de vazio e tristeza assombra-o todas as noites.
Apesar de todo o sofrimento e todo questionamento de Anastácia, eu não consegui entender qual a idade desses personagens. Durante a narrativa imaginava que eles eram apenas adolescentes, mas em outros imaginava que eram adultos com grandes conflitos. Essa falta de informação foi o que me deixou um pouco confusa e não me apeguei com os personagens.
Em contrapartida, cada dor, dúvida, sofrimento e questionamento de cada um era deixado bem explicito no livro. Isso me fez sentir todas as mesmas emoções que eles e até mesmo me questionar por qual caminho eu seguiria em uma situação como aquela.
A NARRATIVA
Os capítulos do livro são intercalados entre o presente e o passado, trazendo aquela sensação de que o leitor conhece perfeitamente a trajetória e todos os problemas enfrentados pela personagem e até mesmo justificando o caminho que ela decidiu seguir.
A escrita da Júlia C. Marques ajuda ainda mais nessa transição da personagem! Ela possui uma narrativa leve e com riqueza de detalhes, deixando o leitor totalmente ciente de todos os acontecimentos.
Apesar dessa riqueza de detalhes ser algo realmente maravilhoso, em muitos momentos tornou-se repetitivo. Acredito que se em alguns pontos não existisse uma repetição de descrição, tudo teria fluído com mais facilidade. Mas isso é só um detalhe; não é algo que irá atrapalhar a obra.
FINALIZANDO...
“Imperfeito olhar” é aquele livro cheio de mistério e com romance na medida certa. Muitas coisas acontecem em cada momento da narrativa, prendendo a atenção e fazendo você questionar o que irá acontecer a seguir. Desperta a curiosidade e o interesse em muitos aspectos, principalmente no final.
E por falar em final... ele é surpreendente. Após todos os relatos em cada capítulo, você percebe que será diferente e que Anastácia tomou a sua decisão, o final vem e muda totalmente de rumo. Realmente chocante!
Este é aquele livro que mostra a importância das palavras, como elas podem ferir e como elas podem ser tudo o que você precisa naquele momento; assim como as atitudes podem demonstrar quem você realmente é e quem você gostaria de ser.
Se você procura uma leitura para te surpreender, leia este livro. Ele vai além do que a capa e a sinopse são capazes de dizer.
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