O livro negro

O livro negro Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - O Livro Negro


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Higor 23/01/2020

"Lendo Nobel": sobre a obsessão, ou livros que não funcionaram
É declarado por Orhan Pamuk, em todas as entrevistas, e até mesmo em seu livro de ensaios, “Outras cores”, que “O livro negro” é seu livro favorito, um forte exemplo daquilo de melhor que ele produz em se tratando de literatura. Tal declaração, para mim, transita entre o horror e a frustração, porque este livro é, antes de tudo, enfadonho.

O tema da vida de Pamuk, a questão da identidade, já abordado em “O castelo branco” e “Neve” se faz presente aqui, embora com camadas muito mais densas – e cansativas – que tratam do assunto à exaustão; tudo inserido em um contexto que aparenta ser um romance policial, mas que tem cheiro de livro politico, o que, por fim, se mostra um livro sobre obsessão.

Galip, o protagonista, ao ver que sua esposa Rüya sumiu, e que seu primo, Celâl, não dá notícias em um período igual, passa a investigar o paradeiro de ambos, com a intenção de descobrir porque fora abandonado. A questão é que o jovem fugitivo é cronista de um jornal turco, e o autor intercala os capítulos com crônicas que até se mostram interessantes em um primeiro momento, mas conforme vão aparecendo, se mostram gigantes e tediosas; dos mais diversos assuntos, apresentam, no final de contas, como ele era supostamente odiado, invejado e potencialmente vitima de uma tragédia futura, se não tomasse cuidado.

No entanto, tais aparências dão lugar a vários textos cansativos e que demonstram mais a arrogância, estupidez e desprezo de Celâl tanto pelo próximo, como para as situações de sua casa, cidade e país.

E é aí que entra a obsessão: querendo descobrir o paradeiro de sua esposa e do cronista, Galip passa a ler todas as crônicas de Celâl, que acumulam mais de vinte anos. E ao final de tudo, ele passa a agir, escrever e se sentir como o próprio cronista, afinal, estudou sobre, leu sobre, pesquisou sobre, então consegue sem dificuldades assumir sua identidade.

Os monólogos e páginas extensas sobre a questão de identidade, que mais parecem ensaios totalmente didáticos e desinteressantes, travam totalmente a leitura, que fazem o leitor se cansar, pensar que leu 50 páginas, quando, na verdade, leu 5. O livro nitidamente precisa de menos páginas, afinal, muitos foram os escritores abordaram o assunto com louvor em livros menores, como o próprio, nas 150 páginas de “O castelo Branco”, ou nas menos de 100 páginas de “Dr. Jekyll e Mr. Hyde”, de Robert Louis Stevenson.

O próprio autor admite em seus ensaios que demorou cinco anos escrevendo este livro, pois foi dando corda para os pensamentos, estendendo para ver até onde resultaria, e o que temos é um livro de mais de 500 páginas que, sugando aquilo de proveitoso ou que traria uma logica a história, mal chegaria as 300 páginas.

Audacioso e tido como uma genialidade, “O livro negro” parte do lugar-comum para entrar em terrenos complexos e ousar, mas acaba por se perder lá dentro e não sair mais – embora não tenha nem essa intenção para sobreviver.

Este livro faz parte do projeto "Lendo Nobel". Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
lowemensch 18/04/2020minha estante
achei a resenha deveras enfadonha




Eclipsenamadrugada 28/10/2016

Foi um livro difícil de ler.
Sentia que a leitura não andava.
Na realidade não abandonei esse livro
porque imaginei que ia melhorar
a qualquer momento.
O nome sugere algo obscuro, o
que na realidade por um momento
parecia que estava acontecendo,
mas foi somente por um instante,
que merda, para mim foi somente
um livro desprezível. Uma estrela
tá de bom tamanho, 528 páginas
inúteis..
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Our Brave New Blog 01/08/2016

RESENHA O LIVRO NEGRO - OUR BRAVE NEW BLOG
Chegou o dia meus amigos. Chegou o dia em que um laureado do Nobel falha com a minha pessoa. Eu aqui achando que já tinha feito a melhor escolha possível quando resolvi priorizar os autores do Nobel, mas nem tudo são flores, e nenhum prêmio pode ser perfeito não é mesmo?! Acontece que nessa de pegar qualquer livro, peguei um não tão aclamado do unânime e querido pela crítica Orhan Pamuk, e acabou não sendo bem o que eu esperava.
Não é que tenha sido o maior lixo da vida, eu estava gostando até o final da primeira metade, e ainda quero ler outra coisa do autor para ter certeza de que ele não é para mim, principalmente seus ensaios, um ponto forte na sua obra e que independe de eu gostar da sua ficção ou não. Mas, caso role uma segunda decepção com o turquinho, vai ser o primeiro autor aclamado criticamente que eu vou passar a não concordar (tem a Joyce Carol Oates também, mas eu acho mais provável eu comprar outro do Pamuk primeiro).
Mas vamos falar da decepção que foi O Livro Negro, começando pela sinopse: Galip é um cara que idolatra seu primo mais velho Celal, um cronista extremamente famoso em Istambul que vive sumindo e se escondendo da sociedade. Quando a sua mulher Ruya, que significa sonho em turco, também some, Galip decide procurar por ambos. Sem avisos à polícia ou aos parentes, ele sai pelas ruas de Istambul , pela literatura de Celal e os arquétipos policiais que sua esposa tanto gosta.
A sinopse na orelha vai um pouco mais longe que essa, e esse já é o problema do livro: ele poderia ser extremamente mais curto do que é. Resolvi ler a orelha depois de terminar a primeira parte e “tomei spoiler”, porque o resumo compreende até mais ou menos a página 400. De 530. É um dos livros mais lentos que existem, e foi feito pertíssimo do século XXI, então o senhor Pamuk já devia estar ligado nos ensinamentos do mestre Calvino para não fazer feio.
O livro também é grande pois os capítulos são intercalados entre a história e crônicas de Celal, que mais parecem contos pelo tamanho (evidenciado também pelo autor) que tem temas variados, mas a maioria é focada na família deles (motivo pelo qual a maior parte da família não gosta do cronista). Galip ama o trabalho do primo e queria ser como ele, e é nisso que mais se concentra a trama: na transformação de Galip como Duplo de Celal. As crônicas são com certeza o que eu mais gostei, algumas como O Olho e Os Três Mosqueteiros são realmente marcantes e boas. O ruim é que nem todas servem para a narrativa e elas geram o problema de não darem espaço para outros escritos de Celal que são constantemente questionados e debatidos dentro da obra, como por exemplo a obsessão por Rumi (grande poeta turco) que é frequentemente debatida mas nunca mostrada, o que me deixou bastante desinteressado pela reflexão de um texto que eu não tive acesso, coisa que acontece muito, já que os personagens debatem toda a obra do cronista, e precisaria de um novo livro só para pegar uma amostra de seu trabalho de mais de 20 anos.


CONFIRA A RESENHA COMPLETA NO BLOG: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/o-livro-negro-por-orhan-pamuk

site: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/o-livro-negro-por-orhan-pamuk
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Laura.Lira 16/02/2015

A bile d'O livro negro
Um livro extremamente complexo. Exige do leitor disposição para extrair da obra os seus significados ocultos que, ocultos também no interior deste leitor, tornam-se difíceis de enxergar com clareza. Devem ser, sobretudo, sentidos.

Vista de fora, a trama parece se tratar de um romance policial. A esposa que sai de casa de modo repentino, deixando um bilhete com poucas palavras - nenhuma justificativa. Ao longo da busca de Galip por Rüya, essa mulher que ama desde a infância, há uma mudança de circunstâncias que dá o tom da obra: nessa busca incessante pelo paradeiro da bem-amada, descobrimos (ele e seu interlocutor) que a verdadeira busca é por sua própria essência. Pelo seu próprio eu, que se confunde e se funde a diversos outros; principalmente a Cêlal, seu primo e meio-irmão de Rüya, que Galip, embriagado pela admiração que sente por ele, não consegue discernir se é seu grande companheiro ou seu esquálido inimigo - travando, então, um embate com sua mente.

O livro tem partes que poderiam ser retiradas, ao meu ver, sem prejuízo à história. Como é grande, por vezes, se torna levemente maçante. Mas analisando todo o conjunto, é uma obra célebre que faz jus à paixão pela literatura que alimenta o seu autor. Tem insights memoráveis e as crônicas que intercalam os capítulos são de uma sagacidade ímpar.
Fernanda 27/05/2015minha estante
Concordo que há partes no livro desnecessárias.
Chega a ficar cansativo.




K Maciel 04/08/2013

Arte dos pequenos passos.
O oriente vem nas palavras de Orham Pamuk. O eterno conflito de estar no meio de duas culturas torna a criação do autor turco um verdadeiro mergulho no Bósforo e na alma de todos que admiram suas águas. Com uma rara elegância, Pamuk escandaliza o leitor com um turco que confronta sua cultura em contraponto com um outro que luta em manter as tradições e o método que lhe fora passado. Aos poucos o livro se abre nesse conflito do ocidental com o oriental, do que é o turco e o que ele quer ser. Em resumo, Livro Negro é uma obra tem uma narrativa interiorizada fazendo com que o leitor também se questione.
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Samirr 25/01/2011

Conseguiremos um dia ser nós mesmos? Durante a busca pela sua prima/esposa, Galip é sugado por Istambul, cidade que é apresentada a nós leitores como sendo um grande museu de memórias e de vidas; onde seus habitantes um dia possuíram rostos que carregavam marcas expressivas de suas vivências e era possível, aos mais atentos, ler estes rostos e descobrir tanto os mistérios das pessoas quanto da própria cidade.
Para mim Galip não conseguiu descobrir a resposta para a sua pergunta, e, na minha visão, a sua história e dúvida acabam por se confundir com a da própria Turquia, país este que ainda busca a sua própria identidade.
"O Livro Negro" é um ótimo livro, há partes bem pesadas que talvez desestimulem o leitor a continuar, mas é preciso ultrapassar isto pois este livro é um daqueles que nos fazem ficar pensando sobre a vida após a sua leitura.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 17/05/2010

Orhan Pamuk - O Livro Negro
Editora Companhia das Letras - 523 páginas - Publicação 2008 - Tradução de Sergio Flaksman com base nas versões inglesa e francesa.

Um romance de estrutura complexa e ao mesmo tempo original onde Orhan Pamuk utiliza temas da cultura oriental para, através de uma narrativa experimental, conseguir ultrapassar os limites da literatura contemporânea mundial. "O Livro Negro" foi lançado na Turquia em 1990, mas só foi traduzido para o inglês em 2006, após os sucessos de "Meu Nome é Vermelho" de 1998 e do romance político "Neve" de 2002 que levaram Pamuk a ser laureado com o Nobel de literatura de 2006. O próprio Orhan Pamuk, por ocasião da última Feira do Livro de Frankfurt, destacou em entrevista à Folha a importância deste livro na sua carreira: "Talvez não seja o mais popular, mas é o mais querido para mim. Na essência, o que eu faço em literatura nasce aí.".

O tema central do livro é baseado em uma trama que pode aparentar uma novela policial, pois trata da procura frenética do jovem advogado Galip pela sua esposa e prima Rüya (cujo nome em turco significa sonho) que desaparece repentinamente após deixar um bilhete de despedida inconclusivo. Ele tem motivos para acreditar que ela tenha um relacionamento amoroso com o famoso jornalista, Celâl Salik, meio-irmão de Rüya e também primo de Galip. Celâl, que se esconde há muitos anos, escrevendo crônicas que são verdadeiros contos, sobre política, estrelas de cinema e gângsteres turcos, histórias familiares, poetas sufis, passando por digressões sobre o hurufismo, uma seita do século XIV que acreditava ser possível encontrar o sentido de nossas vidas em letras codificadas escritas por Alá em nossos rostos.

Os capítulos do "Livro Negro" são intercalados entre a narrativa principal e as crônicas de Celâl Salik, criando uma sensação de labirinto originada por histórias que se desdobram em outras histórias, sempre com uma descrição pormenorizada dos bairros, ruas, mesquitas e lojas de uma Istambul melancólica, habitada por personagens reais ou imaginários, contemporâneos ou históricos. Na verdade, logo descobrimos que este romance não tem nada de literatura policial, mas sim a representação de um grande quebra-cabeças metafísico criado por Pamuk. Galip, ao longo de sua busca pela esposa, acaba desintegrando a sua própria personalidade e transformando-se no próprio Celâl Salik. Este processo lembra muito o conto "Cidade de Vidro" de Paul Auster em "Trilogia de Nova York".

Um dos argumentos mais importantes desenvolvidos por Pamuk e, constantemente citado ao longo do livro, é a dificuldade de sermos nós mesmos: "Existe algum modo de um homem ser apenas quem é?". O próprio Pamuk responde em outro trecho do livro: "(...) o único meio de transformar-se em si mesmo é primeiro ser um outro, ou então perder-se nas histórias contadas por um outro (...)".

"O senhor conhece a história do grande Mevlana sobre a chave? Ontem à noite, por sorte, me veio um sonho sobre o mesmo tema. Tudo à minha volta estava branco, branco como essa neve. E então, de repente, acordei sentindo uma dor terrível, fria, gelada, no meu peito. Parecia que eu tinha uma bola de neve apertando o coração - uma bola de gelo, ou uma bola de cristal -, mas não; era a chave de diamante do grande poeta Rumi Mevlana, pousada no meu peito, em cima do coração. Peguei a chave e levantei da cama, tentando usá-la para abrir a porta do meu quarto, e ela abriu; e me vi num outro quarto onde, na cama, dormia um homem igual a mim, mas que não era eu. Pegando a chave pousada sobre o peito do homem adormecido e deixando a minha em seu lugar, abri a porta do seu quarto: e o quarto seguinte era idêntico, e o outro também, e naquele em que entrei depois vi ainda que havia sombras nesses quartos: outros fantasmas sonâmbulos como eu, todos com uma chave nas mãos. E em cada quarto uma cama, e em cada cama um homem que sonhava como eu! Percebi então que estava no mercado do Paraíso. Mas ali nada era comprado ou vendido, não havia dinheiro nem selos - só rostos e formas humanas. Se você quisesse, podia transformar-se em outra pessoa . Bastava passar o rosto escolhido sobre a face, como uma máscara, para começar uma vida nova. Mas eu sabia que a pessoa em que eu queria me transformar era a que estava no último dos mil e um quartos, mas, quando enfiei a última chave naquela última fechadura, a porta não abriu. Foi então que compreendi: a única chave capaz de abrir aquela porta era a primeira de todas, a chave que eu tinha encontrado em cima do meu peito quando acordara da primeira vez e era fria como o gelo, mas eu não tinha meio de saber onde aquela chave estaria agora ou com quem, qual era o quarto, qual a cama em que eu a deixara e, tomado de um arrependimento terrível, descobri que estava condenado a vagar, como todos os outros infelizes, de quarto em quarto, de porta em porta, trocando uma chave por outra, examinando cuidadosamente cada rosto que encontro mergulhado no sono, para todo o sempre".
Fernanda 18/03/2015minha estante
Estou me preparando para lê-lo......




GIPA_RJ 09/02/2010

GRANDE EXPECTATIVA
Que pena , esta leitura não conseguiu me cativar.

Ainda bem que foi lançado aqui tão tardiamente , pois se tivesse sido o primeiro livro do autor lido por mim , teria ignorado os outros , que são excelentes.
O que se destaca é a descrição dos subterrâneos desconhecidos de Istambul.
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Guilherme 23/12/2009

Decepção...
Esperava muito de um livro escrito por um ganhador do Nobel de Literatura, mas esse é extremamente chato, nem sei como consegui terminar de lê-lo.

O único capítulo de que gostei foi o segundo - uma crônica intitulada "O dia em que o Bósforo secou" -, mas o restante do livro é um tédio...
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Vivi Koenig 21/06/2009

Eterno amor a literatura!
Porque nada pode ser tão espantoso quanto a vida. Exceto a literatura. O que dá medo é a face oculta das palavras! O livro é uma busca de memórias, uma procura de identidade que é encontrada quando se tenta ser outro e se perde em suas histórias. Recomendo!
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