Lurdes 17/05/2022
O conto narra acontecimentos ocorridos em uma pequena comunidade no interior da Noruega, entre os anos 1854 e 1885 envolvendo, principalmente, as irmãs Martine e Philippa e a criada Babette.
"Na Noruega, existe um fiorde ? um braço longo e estreito de mar entre montanhas altas ? chamado Berlevaag. No sopé das montanhas, a cidadezinha de Berlevaag parece uma cidade de brinquedo feita com pequenas peças de madeira pintadas de cinza, amarelo, rosa e muitas outras cores. Há sessenta e cinco anos, duas senhoras idosas moravam em uma das casas amarelas."
As irmãs ocupam uma posição de destaque na comunidade, não por poder político ou riqueza, mas por serem filhas de um líder espiritual, deão e profeta muito respeitado e já falecido.
O deão pregava a renúncia aos prazeres da vida, inclusive na alimentação, que devia servir apenas para suprir a sobrevivência, sendo o mais frugal possível. Todos os discípulos tratavam-se como irmão e irmã e jamais praguejavam.
Martine e Philippa nunca se casaram, pois eram, nas palavras do pai, sua mão direita e esquerda.
Babette trabalha e mora com as irmãs há 12 anos, desde que chegou de Paris em fuga da guerra civil, onde perdeu tudo, inclusive seu marido e filho.
Ela traz apenas uma carta de apresentação de um antigo amigo da família, pedindo que as irmãs dêem abrigo à Babette em troca de seus trabalhos como criada.
Babette também é muito discreta e as três mulheres convivem em harmonia e respeito durante este período.
Em 1885, no aniversário de morte do deão, as irmãs planejam fazer um pequeno jantar, muito simples, como tudo na vida delas, convidando os poucos discípulos ainda vivos.
Na mesma época Babette recebe a notícia de que havia ganho um grande prêmio na loteria.
Babette, então, de forma surpreendente, pede às irmãs para pagar e preparar o jantar comemorativo.
Este jantar é a Festa de Babette do título e vai provocar sentimentos muito contraditórios nas irmãs e nos convidados, que vão se deparar com sensações gastronômicas desconhecidas.
Uma estória singela, delicada, levada de forma primorosa ao cinema.
O conto é bom e o filme é lindo demais.