Lima Neto 21/04/2010
sabe quando você não dá absolutamente nada por um livro. que você olha pra ele, lê a sinopse, mas diz, para si mesmo, "não vou ler esse livro tão cedo?" (isso para não dizer "não vou ler esse livro nunca!"). pois bem, isso aconteceu comigo, com "O Pacto".
trabalho em livraria e o via sempre na estante, olhava para ele, via aquela capa que não me chama a atenção, lia a sinopse e sempre tinha algo mais interessante para ler, desde que não fosse "aquele livro bobo", com cara de "mamão com açúcar".
mas uma vez, certa amiga me falou bem dele, mas a minha impressão sobre o livro era tão ruim que eu mal dei atenção. algum tempo depois, uma outra pessoa teceu um comentário muito elogioso ao livro, e dessa vez eu prestei atenção. e eis que um raio cai três vezes no mesmo lugar! uma outra amiga, daqui do skoob, quando estávamos trocando livros, disse que o livro era muito bom... então eu fiz a troca, mas pensando "será que esse livro é bom mesmo?", já com a pulga atrás da orelha. quando eu recebi o livro, nem dei muita atenção. só fiz cataloga-lo no meu arquivo onde anoto todas as informações do livro, e o guardei. li um livro, depois outro e mais outro... e quando estava "sem nada para ler", eis que "O pacto" pulou em cima de mim, obrigando-me, assim, a lê-lo.
comecei a ler o livro com uma certa cautela, tanta que isso estava comprometendo a leitura e eu pensei em desistir antes da página 50. mas fui perseverante (na verdade, o livro foi perseverante), e eu continuei...
a medida que ia lendo, aquela história belíssima, embora com um quê de trágica, que ia se mostrando para mim, foi me envolvendo de tal forma que eu me via, em cada momento livre que tinha, corria para lê-lo.
"O Pacto" é uma história belíssima, não só pela comovente história de amor, mas principalmente pela quantidade de personagens complexos, tão humanos, que nos são apresentados ao longo das páginas.
uma história não de um amor piegas, bobinho, mas de um amor verdadeiro, intenso, capaz de tocar o coração da mais insensível das pedras.
um livro que além do romance, do "fator psicológico", também esconde, para seu final, um quê de surpreendente e de tenso, a medida que vemos o desenrolar do julgamento de Chris Harte e as verdades vão surgindo.
um livro que "engana muita gente", principalmente aos homens, que imaginam que se trata apenas de uma "boba história de amor", e que, por isso, engana tanta gente, mas que trata-se de uma história belíssima, de amor, sim, mas, acima de tudo, de vida!