fernandaugusta 15/03/2024A viúva de safira - @sabe.aquele.livroLouisa Reeve é a feliz esposa de Elliot, e os dois tem uma vida próspera no Ceilão. Apesar de estarem casados há 12 anos, o casal ainda não teve filhos, e as perdas gestacionais e o nascimento de uma menina natimorta trouxeram muito sofrimento a Louisa. Em recuperação, ela se dedica aos cuidados com a casa e ao desenho. Já Elliot trabalha junto ao pai de Louisa no ramo de lapidação de pedras preciosas e no comércio de especiarias, o que o deixa vários dias longe de casa.
Elliot tem uma personalidade charmosa e expansiva. Já teve problemas com jogo e bebida, superados com o apoio de Louisa. O bom momento é coroado com a aquisição de um prédio na cidade de Galle, para a instalação de um empório e com a compra de uma cota em uma plantação de canela, investimento que exige bastante atenção de Elliot. Até que em na noite do aniversário de casamento deles, Louisa é surpreendida com a trágica notícia da morte de Elliot em um acidente. E nos dias que se sucedem, ainda afogada em tristeza pela perda, Louisa começa a descobrir uma série de fatos que revelam que Elliot não era o marido perfeito que ela julgava ter...
Gosto muito da escrita de Dinah Jefferies, mas este livro infelizmente não me cativou. Elliot e Louisa são um casal que não desperta empatia, e a morte dele e a revelação de suas múltiplas traições à confiança da esposa não geram surpresa alguma. É esperado que Louisa, após sofrer horrores, comece a se reerguer, e de fato, o amadurecimento dela, além da descoberta sobre os mistérios de Elliot são os chamarizes principais da trama.
Só que de todas as atitudes que Louisa poderia ter tomado, a autora vai pela mais improvável, que A MEU VER (que fique claro) a transformou em uma das protagonistas mais sonsas que já vi. Na vida real, acho difícil alguma mulher tomar o conjunto de decisões que ela tomou depois de tanta humilhação, a não ser que a pessoa queira ser canonizada.
Seu recomeço romântico infelizmente também tem a química de um grão de areia, apesar de Leo ser um personagem interessante. A história tem um caminho óbvio, sem sobressaltos, e apesar do drama e da apelação ao emocional pela crise de Louisa, não consegui me encantar pelo enredo, diferentemente do que ocorreu em "O Perfume da Folha de Chá", que é um primor de narrativa.
Um bom respiro, aliás, são as aparições de Gwen, protagonista do citado livro, como amiga de Louisa, e os vislumbres de sua vida após os eventos d'O Perfume.
Enfim, um leitura que considerei bem mediana, pelo tanto que esperava em relação ao sucesso anterior da autora nesta mesma ambientação. Uma pena.