O segundo sexo

O segundo sexo Simone de Beauvoir




Resenhas - O Segundo Sexo


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micaela 24/07/2019

O Segundo Sexo
“O homem é o Sujeito, ela é o Outro: o segundo sexo.”

No início,os seres humanos viviam em um mundo onde a força física era o principal atributo, só os mais fortes lideravam, os mais fracos obedeciam e tomavam seu papel de subserviente. Biologicamente falando, o físico masculino - na maioria das vezes- é o mais dotado de força , ou seja, os homens eram os mais aptos a liderar. Contudo, hoje em dia a pessoa mais ideal a liderar não é a mais forte e sim a mais inteligente, criativa, sensata... E isso são atributos que tanto homens ou mulheres podem possuir. Então por quê ainda somos tratadas como seres inferiores? objetos sexuais e de posse masculina? por quê não existe uma igualdade na ocupação de cargos importantes? por quê vemos ascender com tão pouca frequência uma de nós? O mundo evoluiu mas os conceitos de gênero não.

Por séculos as mulheres tiveram seus direitos negados, corpos violentados, ideais silenciados. ser mulher a pouco tempo atrás era sinônimo de maternidade e casamento, nada mais. O que acontece com um animal que passa a vida inteira em cativeiro? sem poder sair, desbravar e gritar? É assim que nós nos sentimos por anos e anos, incapazes de sair das grades do machismo. Mas o século XXI trouxe chaves, não para o fim desse ciclo vicioso e patriarcal - que ainda precisa de muito trabalho pra se derrubar- ,mas para a liberdade mais ampla de não se calar e saber que cada mulher tem direito a um lugar de igualdade na sociedade.

Publicado na França em 1949, Simone nos apresenta um estudo denso e crítico que contém análises biológicas, psicológicas, sociais e experiência próprias. Dividido em dois volumes totalizando pouco mais de 900 páginas, Beauvoir escreve uma análise detalhada que se mantém atual até os dias de hoje - 70 anos depois. Titulado como "a bíblia do feminismo" foi o primeiro livro a exclamar abertamente sobre a condição da mulher diante de uma sociedade patriarcalista. Quem gosta do assunto e tem interesse de se inteirar da essência do movimento feminista eu lhes indico essa obra.

site: https://www.instagram.com/p/B0BogWPBrHG/
Carlos 16/06/2020minha estante
Que textão!!! Parabéns! Adorei cada palavra da sua resenha. É de uma sensatez digna de apluasos. ????????????


micaela 16/06/2020minha estante
fico feliz que tenha gostado!


Cleuzita 17/06/2021minha estante
Você deu zero estrelinhas?




harison 15/11/2020

Esse ensaio é um perigo para a humanidade
Há três anos tive meu primeiro contato com a escritora Simone de Beauvoir, em uma questão de vestibular. Desde então me senti compelido a consumir, após ter mais contato com escritoras que a referenciavam (Djamila Ribeiro, bell hooks), as obras dessa notável escritora. Comecei pelo seu monumental ensaio sobre a condição feminina em nossa sociedade "O Segundo Sexo", considerado por muitas/os um marco no movimento feminista.

Nesse ensaio filosófico (dividido em dois volumes: O Mundo sempre pertenceu aos machos e Ninguém nasce mulher: torna-se mulher) De Beauvoir adota uma linguagem suavemente tangível para que seu pensamento, de notória relevância, chegue ao maior público possível. Apoiada em um vasto referencial bibliográfico, a autora tece imperecíveis críticas à construção e manutenção da feminilidade, outrora criada a serviço de interesses do sujeito (O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro), sob uma ótica filosófica, histórica, psicanalítica e analítica de mitos e literatura. Uma "ameaça" à gestação, à família e ao patriarcado, não atoa foi censurado em alguns países, como exemplo clássico o Vaticano.

Pouco mais de 70 anos de sua publicação, O Segundo Sexo ainda nos explica muitos dos fenômenos sociais que vivenciamos ainda hoje. Por exemplo, quando estou em uma sala de aula preenchida majoritariamente por mulheres (onde há de representação masculina 3 ou 4 homens, contra 30/40 mulheres) a/o professora/or da turma dirige-se a nós com um "Bom dia meninos". Extremante sintomático quando De Beavouir cunha:

"O homem representa a um tempo o positivo e o neutro, a ponto de dizermos "os homens" para designar os seres humanos".

Nessa obra polêmica a autora passa por todas as esferas que circundam à existência da mulher. Sexualidade, lesbianidade, matrimônio, aborto e maternidade; como o trabalho doméstico foi (ainda é?) usado para alienação das mulheres. As diferenças de classes que dividem as mulher em burguesas e trabalhadores:

"Vimos que as grandes burguesas, as aristocratas sempre defenderam seus interesses de classe mais obstinadamente do que seus maridos"

Após fazer uma interpretação da nossa realidade sob uma perspectiva beauvoriana, observando representações femininas que me cercam, pude entender a razão pela qual minha avó espera determinadas condutas de suas filhas, e suas filhas das suas respectivas, e assim sucessivamente. Nossos lugares/performances de homem e mulher já estão postos, De Beauvoir nos diz:

"“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino".

Uma miríade de outras questões são abordadas nessa obra basilar do movimento feminista que, após décadas de publicada, ainda nos mostra interpretações pertinentes da nossa sociedade. Logo, até o presente momento, ainda é uma leitura prazerosa e necessária.
Vanuza 23/06/2021minha estante
Amei sua resenha!




mariaf.skumagai 05/07/2020

Beauvoir
Não é à toa que esse livro é um clássico, questiona e explica inúmeros pontos do feminino.
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Edi 26/02/2021

Importantíssimo!
Leitura essencial e importante para entendermos como a naturalização do gênero serve como instrumento de manutenção de uma sociedade machista, trans-lesbo-bi-homofóbica e patriarcal.
As mulheres são preteridas não sociedade e isso não é por acaso!
Leiam essa obra SENSACIONAL.
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anarontani 29/03/2021

Esse livro só veio confirmar e responder questionamentos que eu tive durante toda minha vida! eu quero transcender!
? cumpre repetir mais uma vez que nada é natural na coletividade humana e que, entre outras coisas, a mulher é um produto elaborado pela civilização; a intervenção de outrem em seu destino é original; se essa ação fosse dirigida de outro modo, levaria a outro resultado. A mulher não se define nem por seus hormônios nem por misteriosos instintos e sim pela maneira por que reassume, através de consciências alheias, o seu corpo e sua relação com o mundo;? p. 550
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Baconzitas 13/04/2021

Excelente qualidade, leitura difícil
Meu Deeeeus como é insuportável de chato esse primeiro volume! Sangue de Jesus tem poder...

Enfim, li tudo, com bastante tempo e muita força de vontade, porque o que o livro tem de importante ele tem de chato também

O segundo volume é incrível, mas desde o primeiro já tem reflexões importantes!
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lelelirio 04/01/2022

Coerente, penoso e amargo
É uma obra densa e potencialmente cansativa que analisa e reflete sobre a posição da mulher e suas circunstâncias frente às questões de gênero. Simone escreve de forma áspera e impassível, deixando um gosto amargo durante e após a leitura. Proporciona percepções inéditas a partir de uma narrativa única e complexa.
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Camila 17/01/2022

Indispensável!
Leitura obrigatória. Simone de Beauvoir nos deixou esse tesouro há cerca de 80 anos e é impressionante como o livro segue atual em tantos aspectos. Que mulher visionária!
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Lorena.Resende 13/08/2021

poderia falar por horas e horas sobre as percepções desse livro.
é um mesclar de processo cíclico e linear. um deságua e afoga. chega a aflorar e arrepiar a pele.
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Tamires 26/09/2022

Necessário
Na medida em que a mulher é considerada o outro absoluto, isto é, qualquer que seja a sua magia, o Inês essencial faz precisamente impossível encará-la como outro sujeito
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Olivia Pinatti 13/01/2023

Apesar da extrema relevância que a obra tem para a história do movimento feminista, percebe-se uma repetição cansativa de um modelo muito liberal do feminismo branco.
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Suzana Mendonça 31/01/2023

Uma obra de fôlego
?O Segundo Sexo? é uma obra de fôlego. Divida a partir da multiplicidade de aspectos inerentes ao estudo de gênero - como biologia, história, sociologia, psicanálise e mitologia -, o trabalho de Simone de Beuavoir revela a profundidade e a amplitude de um tema essencial para a sociedade. Impressionante refletir sobre a qualidade da pesquisa e das ponderações desenvolvidas pela autora nos anos 1940, quando o acesso à informação era consideravelmente mais difícil do que a experiência atual.
Um clássico, uma obra singular, um trabalho indispensável para reflexões sobre gênero.
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