Renato 20/11/2009O Último TemplárioNo seu livro de estréia, Raymond Khoury consegue surpreender o leitor com uma narrativa ágil, mesclada por momentos mais calmos e com um enredo cinematográfico (talvez porque ele seja roteirista de cinema).
Este é mais um daqueles livros que aproveitaram o alvoroço criado por O Código Da Vinci para embarcar na lenda dos templários, mas sem gerar polêmica. Talvez o autor tenha preferido focalizar sua trama na aventura, nas cenas de violência e nas reviravoltas inesperadas, deixando o tema "graal" para segundo plano. E acertou na escolha.
Apesar disso, o escritor peca ao cometer certas extravagâncias um tanto improváveis, a começar pelo início da história, quando quatro homens montados a cavalo invadem uma exposição de antiguidades do Vaticano no Museu Metropolitan em Nova York, roubando os artigos expostos e destruindo praticamente todo o museu. Numa outra parte, foi possível construir com detalhes um equipamento medieval somente a partir de sua imagem gerada por raio-x.
Outro ponto fraco é a forma como o livro foi escrito. Talvez seja por ter sido o primeiro, ou pela falta de uma tradução mais apurada, o fato é que às vezes parece que algumas frases são cortadas ao meio, não tendo uma conclusão; ou ainda, lemos um parágrafo inteiro e pouco entendemos dele, pois foi escrito de forma tal a ponto de deixar as idéias meio embaralhadas.
Mas voltamos às partes boas. O autor consegue intercalar capítulos que se passam nos tempos atuais com outros passados na idade média, produzindo conexões entre eles muito bem feitas e sincronizadas. E há ainda um dilema: será melhor tornar pública uma história que pode abalar e destruir a fé de milhões de pessoas em todo o mundo? Com a resposta a essa pergunta, Raymond Khoury encerra sua história de forma brilhante, nos deixando com vontade de continuar lendo (pelo menos comigo foi assim).
Enfim, entre pontos fortes e fracos, os fortes com certeza sobressaem, tendo sido esse um belo romance de estréia.