Bouvard e Pécuchet

Bouvard e Pécuchet Gustave Flaubert




Resenhas - Bouvard e Pecuchet


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Claire Scorzi 11/02/2009

Dos seis livros que li de Flaubert, este é o meu favorito: já na releitura não parava de rir. Ao mesmo tempo que suas figuras centrais são ridículas, são desenhadas com tanto cuidado pelo autor que para mim acabaram simpáticas. Será que Flaubert pretendia isso? Se não, ele errou nos cálculos; ou suas criaturas - Bouvard e Pécuchet - tornaram-se mais fortes do que o criador.
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Guilherme 30/09/2023

Razoável
"A expectativa é a mãe da decepção"... eu li esse livro esperando uma coisa e encontrei outra. Em todo caso, achei bem divertido. Vale a leitura.
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Inlectus 20/04/2009

Leitura divertida.
De fato uma leitura bem aprazivel, para se ler ao gosto de um bom chá.
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Felipe Augusto 26/01/2022

Tentativa e erro
Um livro impressionante que conta a historia de Bouvard e Pécuchet que tentam várias coisas depois de se conhecerem mas vão dando errado e vão desanimando mas sempre procuram outras coisas, foi o último livro do Gustave Flaubert que não conseguiu deixar pronto a continuação desta obra 😥
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Natalia 20/11/2012

Vou colocar as minhas impressões pessoais aqui sobre este livro.
é um fantástico livro que mexeu profundamente comigo. Esses dois amigos que vivem na França ganham uma pequena fortuna e vão fazer o que sempre lhe deram vontade, sempre abandonando pela metade. Esse livro serviu como um espelho, foi uma leitura difícil por isso, acabei abandonando e em breve retomarei a leitura.
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jota 24/09/2019

O gordo (Bouvard) e o magro (Pécuchet) à francesa...
Este volume inacabado de Gustave Flaubert (1821-1880), autor que li pouco, apenas o conhecido e excelente Madame Bovary e Três Contos, onde se destaca Um Coração Simples, uma das melhores histórias curtas de todos os tempos, não me agradou tanto quanto eu esperava, melhor, minhas expectativas quanto a essa história eram bastante altas, por conta daqueles livros e outras informações. Ao final, Bouvard e Pécuchet revelou-se para mim uma obra com alguns momentos engraçados mas no geral bastante rebuscada, erudita, enciclopédica mesmo.

Minha observação nada tem a ver com o fato de o livro não ter sido finalizado; tem muito mais a ver com suas quase quatrocentas páginas em letras pequenas e por não me parecer tão engraçado quanto muitos leitores e críticos declararam ser. Livro que o célebre Guy de Maupassant, no Posfácio, declara ser uma comédia particular, intensa. Porque é sobretudo crítica, enumera uma porção de crenças que circulavam sem qualquer base científica, mas que durante muito tempo foram tidas como verdades. Como, por exemplo, a de que a calvície seria provocada por excessos na juventude ou concepção de grandes pensamentos. E por aí vai...

Está claro que Flaubert não pretendia escrever uma longa anedota que nos fizesse rir o tempo todo. Porque seu objetivo era ironizar a sociedade de seu tempo, especialmente a valorização que então se dava ao conhecimento enciclopédico, uma especialidade da cultura francesa. Os franceses sempre foram pródigos em ideias; pensando bem, como na antiga Grécia e na Alemanha, na França floresceram muitas correntes filosóficas, não? Flaubert reuniu para este livro informações sobre todos os campos do saber e as colocou na boca ou na cabeça dos personagens, e vê-se que uma quantidade infinita de besteiras foi pensada ou registrada como se fosse ciência, filosofia, medicina, higiene etc.

E tome, em longos capítulos, além desses campos, jardinagem, agricultura, química, astronomia, arqueologia, história, literatura, política, magnetismo, feitiçaria, religião, educação etc. No final ainda temos o fragmento do Dicionário de Ideias Feitas, que dá bem uma noção do que Flaubert ainda pretendia desenvolver. Imagino que ele teve de fazer uma imensa pesquisa para poder escrever seu livro. O que não era coisa tão fácil assim em seu tempo. Pensa-se até que, além de certos problemas físicos e financeiros que teve, ele tenha morrido de hemorragia cerebral por conta do enorme trabalho que esta obra lhe deu, como sugerem algumas biografias.

Apesar da variedade dos assuntos tratados, dos diversos campos do saber que tentaram explorar profundamente, a narrativa acaba sendo, me pareceu, um tanto repetitiva: Bouvard e Pécuchet terminam sempre se dando mal em sua busca pelo conhecimento. Fracassam em todas as atividades que iniciam e depois abandonam, nunca as terminam. Mesmo assim continuam procurando outras coisas em que possam aplicar seu tempo e dinheiro (gastar mal talvez fosse a melhor expressão para o caso), alto valor proveniente de uma fortuna recebida por um deles. Logicamente, se algum projeto tivesse dado certo logo de início então não haveria razão de Flaubert continuar a escrever mais, não haveria o livro. E olha que ele planejava um segundo volume para narrar outras desventuras e trapalhadas dos dois curiosos amigos.

Não sendo um romance tradicional e também porque permaneceu inacabado Bouvard e Pécuchet tem, digamos assim, um final aberto, que permite ao leitor depois de fechar o livro ficar imaginando aonde mais a dupla iria se meter e dar errado. Não que ambos fossem simplesmente tolos ou ingênuos: em algumas ocasiões eles se comportam mal, são politicamente incorretos (para usar uma expressão que não havia então), e mesmo assim ganham sempre nossa simpatia. Coisa de literatura mesmo, que depois se repetiria no cinema, com Stan (o magro) e Ollie (o gordo) a inesquecível dupla de comediantes da chamada era de ouro hollywoodiana. É verdade que jamais li ou ouvi dizer que aquela dupla tivesse sido inspirada pelos personagens de Flaubert. Mas, quem sabe?

Lido entre 29/08 e 23/09/2019. Minha avaliação: 3,7.
Marta Skoober 26/09/2019minha estante
Li faz muito tempo numa edição da Nova Fronteira, na época foi uma leitura maravilhosa e não sei se fruto da juventude e imaturidade, várias vezes pensei em voltar ao livro , mas confesso o receio de perder o caráter de encantamento que ainda recordo.


jota 26/09/2019minha estante
Verdade. Este é o livro preferido da Fernanda Torres, que também o leu na juventude e o coloca entre os melhores de sua vida. Fiquei bastante impressionado com a pesquisa do Flaubert mas senti falta daqueles enredos envolventes de Madame Bovary e Um Coração Singelo, dois livros que considero fabulosos.


Marta Skoober 26/09/2019minha estante
Madame Bovary é muito bom mesmo, e o Um coração singelo é magnífico. Mas confesso que quando li a história dos amigos Bouvard e Pecouchet me pegou de jeito. Sabe quando você lembra pouco dos detalhes, mas lembra exatamente como se sentiu quando leu? ? assim minha história com o livro.
Em tempo suas resenhas são fantásticas.


jota 26/09/2019minha estante
Este livro é tido como obra-prima pelos especialistas em Flaubert. Não posso negar isso então minha avaliação é - como você também diz, com outras palavras, como o livro te pega de jeito - , decorrente de minha relação com ele, como ele chega a mim e me transforma ou me transporta durante a leitura. Grato pelas palavras acerca dos meus comentários, mais do que resenhas propriamente.


Marta Skoober 28/09/2019minha estante
Você leu o Policarpo?
Eu li o Bouvard e Pecpuchet faz muito tempo, muito mesmo. E faz uns dois ou três anos que li o Policarpo de Lima Barreto, e enquanto lia sempre lembrava do livro de Flaubert, mas não sei se fui enganada pela memória.


jota 28/09/2019minha estante
Penso que Policarpo Quaresmo se preocupava muito com nacionalismo, era radical: a pátria para ele estava acima de tudo. Bouvard e Pécouchet tinham interesses mais pessoais: queriam adquirir o máximo de conhecimento possível etc. Mas penso que tanto Lima quanto Flaubert no fundo teceram críticas à sociedade do tempo deles: na França o excesso de enciclopedismo, no Brasil, a falta de patriotismo. Mas posso estar enganado, pois comigo ocorreu o contrário: li Barreto para o vestibular, faz tempo.




Hinderson 18/01/2023

Abandonei sem ressentimentos
Não costumo abandonar livros, mas este foi um dos que não me importei em abandonar
Lí aproximadamente metade do livro.

O que se fala do livro é sempre a mesma coisa: que é engraçado, que é grande obra, incrível e por ai vai.

Minha opinião é que é um livro extremamente chato, com aparência de petulante. Flaubert parece querer mostrar muito conhecimento.
Os capítulos passam por diversas áreas do conhecimento e a gente se pega lendo detalhes técnicos que pouco contribuem para a narrativa. Dezenas e dezenas de termos técnicos, centenas de informações jogadas que, para quem não é da área da agricultura, geologia, astronomia e afins, pouco expressam algum sentido.

E o livro segue assim. Do início ao fim.

Absolutamente desinteressante. Em alguns pontos pode-se achar engraçado mas acredito ser extremamente forçado dizer que é um livro divertido.
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Léia Viana 24/11/2023

#12livrospara2023 - Livro de Novembro.
"Um rumor confuso erguia-se ao longe na atmosfera tépida e tudo parecia entorpecido pela indolência domingueira e pelo desalento dos dias de verão."

E assim Flaubert descreve o dia em que Bouvard e Pécuchet se conhecem. De uma maneira poética e que leva o leitor a acreditar que o livro será narrado assim. Mas não se engane, estamos falando de Flaubert, que escreveu "Madame Bovary", - se você ainda não leu, por favor leia! - e o tom da narrativa logo muda.

Confesso que fiquei maravilhada com a apresentação de Stéphanie Dard-Crouslé, contida nesta edição, mesmo ciente que é uma obra inacabada de Gustave Flaubert, fiquei encantada ao saber da vasta pesquisa que o autor fez para poder contar essa história. Mas cheguei a conclusão que acabou ficando algo muito
rebuscado e erudito para um leitor comum, como eu.

A história foge dos padrões tradicionais, a crítica irônica da sociedade não é nada superficial, mas tem uma dose certa de humor, ao pontuar que mesmo aquele que abrange todos os domínios do conhecimento humano será enganado. E é exatamente isso que acontece com Bouvard e Pécuchet, os escreventes que se conhecem por um acaso, tornam-se grandes amigos e começam a lamentar a falta de tempo para os estudos científicos.
Entretanto, um deles recebe uma herança e sua situação financeira muda completamente, e ele decide largar o emprego e ir para o campo realizar seus sonhos de conhecimento; o outro vai junto e então começa a saga dos dois personagens.

É perceptível, para o leitor que os dois personagens: simples, medíocres e lúcidos alimentam o desejo de compreender e dominar o mundo através do conhecimento científico. Porém, o que mais doeu em mim como leitora foi constatar que eles se dedicaram a química, agricultura, astronomia, política, literatura, arqueologia, feitiçaria, filosofia, religião, entre tantos outros assuntos e acabaram se perdendo nas abstrações. Nada que eles decidiram fazer dava certo! E isso é o que mais me perturbou durante a leitura.

O livro inteiro é assim! Tentativas vãs em várias áreas do conhecimento acabadas em nada, ou melhor: em grandes prejuízos não somente financeiro mas também para a estima desses dois personagens e isso me incomodou demais.

"Um caráter é Belo quando triunfa, e sublime quando luta."

"Começaram uns dias tristes.
Não estudavam mais, com medo da decepção; os habitantes de Chavignolles fugiam deles; os jornais tolerados nada informavam; e sua solidão era profunda, a ociosidade, completa."

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Juliane4 03/12/2023

Bouvard e Pécuchet é uma obra peculiar que aborda temas como a busca desenfreada pelo conhecimento, os limites da sabedoria e a inadequação do conhecimento descontextualizado.
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