Maternidade

Maternidade Sheila Heti




Resenhas - Maternidade


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Carolina 25/04/2023

Um livro de toda mulher
?Essa névoa sonolenta que é a minha feminilidade, que muitas vezes ameaçou me afogar?

?sempre farão a mulher se sentir uma criminosa, qualquer que seja a sua escolha, por mais que ela se esforce. Mães se sentem criminosas, as não mães também?

Como mãe e mulher esse livro só me confirmou que alguns questionamentos estão intrínsecos a nossa natureza, a autora abordada de forma muito profunda e quase remoendo sua decisão antes mesmo de tomá-la e o livro segue até sua liberdade e essa reflexão nos faz refletir sobre o quão livres temos que ser para tomarmos qualquer decisão que seja sendo mulher. Acompanhar essa trajetória de descoberta do desejo da autora me faz pensar nos meus próprios desejos e depois de um caminho de reflexão crua sobre as mulheres com filhos, achei a autora gentil em se lembrar que ainda são mulheres mesmo que socialmente se tente criar uma aura pura e soberba sobre nossa existência, nos limitando aos filhos.

?Suspeito que a intensidade desse desejo está inscrita em nossas células mas, além disso, há tudo que a cultura acrescenta, e que os outros acrescen-tam, e essas coisas confundem nossos desejos inatos.?

um leitura para maes, filhas, mulheres.
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Lais.Lagreca 23/01/2023

A maternidade como expectativa externa à mulher ou como um desejo interno da mulher? Como saber?
Muitas coisas são esperadas de nós. Principalmente se você é uma mulher.
Quantas vezes somos levadas pelo fluxo das expectativas alheias, das exigênciais sociais sem ao menos perceber isso?
Por mais que estejamos avançando em termos de dar às mulheres espaço para que elas possam ser diversas, nossa base é patriarcal e machista. Assim, há toda uma estrutura "invisível" que tenta moldar quem somos, como pensamos e quem acreditamos que devemos ser.

Nesse sentido, a maternidade acaba surgindo para muitas de nós como algo "natural" ao passo que, em realidade, sempre fomos treinadas para isso e, em grande medida, esperam isso de nós.

Sim, podemos desejar ser mães, assim como podemos desejar não o ser. E deveria estar tudo bem!


Este trecho do livro me chamou a atenção de cara (ele está logo no início):

"Minha mãe chorou por quarenta dias e quarenta noites. Desde que a conheço, a conheço como alguém que chora. Eu pensava que, quando crescesse, eu seria um tipo de mulher diferente, que não iria chorar, e que resolveria esse problema do choro dela. Ela nunca pôde me contar qual era o problema, apenas me dizia 'estou cansada'. Será possível que ela estivesse sempre cansada? Eu me perguntava, quando era cirança, 'será que ela não sabe que é infeliz?' Eu achava que a pior coisa do mundo era ser infeliz sem saber. Conforme fui crescendo, passei a procurar obssessivamente por sinais de infelicidade em mim mesma. Enquanto eu também me tornei infeliz, E cresci cheia de lágrimas."

Sinopse:

Ao se aproximar dos quarenta anos, numa fase em que todas as suas amigas se perguntam quando irão ter filhos, a narradora do romance intimista e urgente de Heti — no limiar entre a ficção e autorreflexão — questiona se aquela é uma experiência que ela quer ter. Numa narrativa que se estende ao longo de muitos anos, moldada a partir de conversas com seus pares e seu parceiro e de sua relação com os pais, ela se vê em um embate para fazer uma escolha sábia e coerente. Depois de buscar ajuda na filosofia, no próprio corpo, no misticismo e no acaso, ela descobre a resposta num lugar bem mais familiar do que imaginaria.
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Isamar 21/12/2022

Ser mãe ou não ser: eis a questão!
Separei esse livro como meta de leitura imaginando ser mais um título interessante sobre maternidade. Mas, para mim não foi bem assim... É um autobiografia da autora frente ao seu dilema sobre a maternidade. A personagem é um pouco chata e discorre várias vezes suas reflexões em forma de perguntas que ela mesmo faz e responde. Achei chato e desnecessário. Sei que existem mulheres que não tem o desejo de maternar e esse livro pode ser útil, porém, para quem ama a maternidade, trabalha com mães e bebês como eu, esse tipo de leitura não foi tão interessante e agregou pouco. Mas, sou daquelas leitoras que não gosta de abandonar a leitura, então, segui até o final. Mas não é um livro que recomendo...
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Caroline 28/08/2022

Reflexões
O livro trouxe perguntas sobre a decisão de ter ou não filhos, não necessariamente as respondendo, mas trazendo reflexões sobre o assunto.

"Talvez, se eu pudesse de alguma forma descobrir do que é
feita a experiência de não ter um filho ? conseguisse transformar isso em uma ação ativa, em vez da ausência de
uma ação ?, eu saberia qual experiência estou tendo, e não
sentiria tanto a sensação de que estou esperando para agir. Eu seria capaz de decidir a minha vida e segurar a minha decisão
em minhas mãos, mostrá-la para os outros e chamá-la de
minha".
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 19/07/2022

Uma leitura para todas/os/es
Este livro me esperava na estante há muito tempo, e nunca me passou pela cabeça que eu acabaria lendo-o neste momento, grávida.

O romance com cara de autobiografia trata essencialmente dos questionamentos que envolvem a escolha — ou não — de ter filhos. A protagonista, uma escritora perto dos 40, sempre teve certeza de não querer ser mãe, só que uma série de dúvidas e inseguranças passam a inundá-la, e ela já não está tão convicta de sua escolha.

Ao percorrer sua relação com os demais e com a própria vida e trabalho, a história das mulheres de sua família, o sofrimento da mãe (e o dela própria), os ciclos de seu corpo e diversos aspectos que envolvem gerar e criar um novo ser, a protagonista revela um grande sentimento de medo. Um medo que está presente de diversas formas e em diversos âmbitos de sua vida. Um medo que não é apenas ou necessariamente da maternidade em si e de suas consequências; antes de tudo, é o medo de fazer uma escolha e de bancar essa escolha perante tudo e todos.

Muito mais do que a maternidade desromantizada (tema que por si só me atrai), o livro assume um caráter mais subjetivo quando nos apresenta uma mulher com todas as suas vulnerabilidades diante de uma escolha que impactará o resto de sua vida. Uma escolha que vem acompanhada de memórias e de uma imensa bagagem (muitas vezes inconsciente), e que sempre esbarra na relação da mulher consigo mesma.

Percebo que Maternidade é um livro com o qual todas as mulheres, em maior ou menor grau, vão se identificar; é também um livro que vale ser lido por todas/os/es.

No fim das contas, fiz essa leitura no momento certo: se eu planejava ler quando eu mesma era só dúvidas, foi uma boa surpresa notar que extraí tanta coisa dele (talvez muito mais) agora que a minha escolha já está estabelecida. Recomendadíssimo!

site: https://www.instagram.com/aline_tkm
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Duda´s 15/05/2022

Boas reflexões
O livro é um apanhado de pensamentos da autora ao longo de alguns anos, principalmente sobre querer ou não ter filhos. Abrange alguns outros assuntos femininos, como TPM e relacionamento.

Não é um livro que busca trazer respostas, é a verdade dela e levanta diversas reflexões incríveis sobre a maternidade - mas não é pra te convencer, apenas considerar.

Gostei do livro, acho que é importante refletir sobre o tema, ainda mais se você é mulher. É uma leitura pra você ser crítico, não pra aceitar tudo como verdade absoluta - vale se abrir para os questionamentos levantados.
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Clara 10/05/2022

Você começa a vida de novo, mas agora com você mesmo.
Brilhante!!!!
Foi uma leitura em que eu não esperava nada e recebi tudo.
Foi um processo longo, quase como uma gestação, fui sentindo aos poucos o livro.
A autora é de uma genialidade e aborda discussão tão interessante.
Enfim, muito bom.
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Leticiametal 09/02/2022

Li porque uma amiga me emprestou, porque a capa me deixou curiosa. Sou curiosa com coisas que não quero viver, a maternidade é uma delas. É um livro estranho, às vezes desconfortável. Mas tem questionamentos importantes e também trechos onde a identificação foi grande.
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Lais da Mata 20/12/2021

Um dos melhores livros que li em 2021
Sabe aquele livro que vem de encontro com o que você vem vivendo? Pra mim foi esse. 30 e poucos anos, cobrança social para ser mãe, indecisão, vida corrida, enfim...
Pode parecer que a mensagem era: não tenha filhos. Mas na verdade foi: tá tudo bem ter e tá tudo bem não querer ter. Não existe demérito em nenhuma das opções. Deu uma aliviada por aqui!
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Elisana 14/11/2021

Diferente
A autora utiliza um estilo próprio para refletir acerca da maternidade. O livro não segue uma linha cronológica, na verdade, não segue linha alguma, é bem único. Talvez essas reflexões sejam muito pessoais da autora, mas algumas coisas dialogam coletivamente com a realidade das mulheres. Não gostei muito, de qualquer forma.
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Priscila 31/08/2021

Intenso
Somos mergulhados nos pensamentos de uma mulher que não tem certeza se quer a maternidade.

São questionamentos atuais e bastante pertinentes, no qual muitas mulheres vivenciam esses dilemas.

É bastante sagaz e muitas vezes ácida as críticas que a autora faz às pressões que as mulheres sofrem, apenas por tomarem suas próprias decisões.

É livro legal. Que vai fazer você pensar sobre questões bastante femininas. Gostei! Queria sentar com um monte de mulheres e conversar sobre esse livro.
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Carolina Rosado 18/08/2021

Livro instigante
A autora faz um diário com os pensamentos que tinha na época que estava decidindo ser mãe ou não. Assim, levanta várias questões polêmicas e incômodas - mas reais, que muitas vezes só são pensadas por quem tem duvida da maternidade.
O final do livro é bonitinho.
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Van 09/06/2021

O que deve definir o rumo da sua vida?
Os seus valores? Seus objetivos? Qualquer coisa que pareça te encher de alma, felicidade, profundidade e amadurecimento?

É comum dizer que ter ou não ter filhos é a maior decisão que uma pessoa pode tomar.
A narradora de Maternidade encontra-se em um eterna tensão e se entrega a infindáveis indagações sobre o “ser mãe/ter um filho”. Os momentos de certeza de que a vivência da maternidade não pertence a ela são subitamente embaralhados por questionamentos sobre a origem dos seus anseios e o que significa para uma mulher decidir viver uma vida sem filhos.

“Se eu quero ou não ter filhos é um segredo que escondo de mim mesma — é o maior de todos os segredos que escondo de mim mesma. O melhor a fazer quando estamos hesitantes é esperar. Mas por quanto tempo? E se eu tiver reprimido tanto meu desejo de ter filhos que nem posso mais reconhecê-lo?”

Aos 37 anos, a narradora compara constantemente a sua vida à de suas amigas e analisa os seus desejos. Seu instinto maternal definitivamente ainda não foi acionado, ela não enxerga nenhuma plenitude sagrada vindo na forma de um filho e sente-se confusa, pois se tantas mulheres sentem uma satisfação existencial ao gerar seus filhos, o que seria mais infeliz do que não desejar algo que dá sentido à vida de tantas pessoas.

Sendo mulher, ainda é difícil simplesmente dizer que não quer filhos. Muitas vezes você precisa elaborar um grande plano ou ideia do que você vai fazer em vez disso. E é bom que seja algo incrível. E é bom que você consiga dizer de forma convincente qual vai ser o enredo da sua vida — antes mesmo que ele se desenrole.
Em uma vida em que não há filhos, muitos não entendem o sentido da sua vida. Talvez suspeitem que não exista nenhum — nenhum centro ao redor do qual ela se organiza.

“Será invisível o valor da minha vida?
Será que eu quero filhos porque quero ser admirada como o tipo admirável de mulher que tem filhos? Ou porque quero ser vista como uma mulher normal? Será que devo escolher isso? Será? Mas a verdadeira questão é: será que eu conseguiria? Parte de mim sente que não sou uma mulher real o bastante para dar conta disso — fazer um filho. Outras mulheres conseguem dar conta, mas eu não conseguiria. Simplesmente não me vejo tendo a energia e todo o necessário para uma boa criação.
Por que as pessoas que não têm filhos são vistas como pessoas que não progridem, mudam e crescem? Será que uma mulher pode fazer algo mais importante do que a maternidade?
Será que se eu tiver filhos vou ser a mulher perfeita? Será que serei a mulher ideal se eu não os tiver?”

Existem perguntas para as quais a narradora ainda não estava pronta para ouvir as respostas, e perguntas que nem precisariam ser feitas.
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