Lia 12/12/2023Um feminismo para os 99% é antes de tudo anticapitalistaGostei bastante do livro, desde o prefácio da Talíria Petroni. Ela fez um apanhado de reinvindicações feministas que buscam contemplar a luta de todas as mulheres [que sofrem violência de gênero, que são responsáveis pelo trabalho de reprodução social (trabalho esse não remunerado!)]...
O formato do texto é em modelo de manifesto com 11 teses englobando lutas emancipatórias de um feminismo anticapitalista, antilgbtfóbico, antirracista e com perspectivas ecossocialistas, de bem-viver e Ubuntu. Faz críticas ao feminismo liberal com sua representatividade vazia e capturada pelo capitalismo.
Sabemos que quem detém os postos de poder é aquele 1% da população rica que em sua quase totalidade é composta por homens, brancos, heterosexuais, cristãos, que têm o capital em suas mãos. A referência em feminismo para os 99% é por falar com o percentual da população que é explorado e subjugado aos interesses do capitalismo e que o feminismo emancipatório busca libertar. Não só mulheres, mas todas as pessoas pobres, racializadas, em dissonância ao modelo da família patriarcal... pois são elas que não têm acesso a moradia digna, saúde e educação, já que estão em trabalhos precarizados e em tempos de liberalismo há cada vez menos políticas públicas voltadas para a diminuição da desigualdade, seja de gênero, raça e classe.
Por ser um manisfesto, acredito que seja um bom livro de introdução sobre a luta do movimento feminista, porque traz concepções de uma vertente do feminismo que realmente busca a dignidade, conquistar liberdade e emancipação, sem deixar nenhuma para trás, com perspectiva popular e união de todos, sem distinção de nações.