Resenhas - As vidas de José Bonifácio

Cleitao 03/05/2020

Mais um Livro excelente da Mary del Priore
Mais um Livro excelente da escritora e historiadora Mary del Priore. Desta vez ela conta a história de José Bonifácio Andrade e Silva. O Patrono da Independência. Fascinante. Conhecemos mais um personagem importante da História do Brasil.

Sel 31/07/2023

História
Parece que o mito que circula a respeito de Bonifácio não é totalmente verdade. Apesar de ter idealizado um projeto de república um pouco melhor para o Brasil, não era nada além de um apaixonado pela Europa e um tolerante, que achava os brancos superiores.

@lucasmascarenhas 22/02/2022

A história do patriarca da Independência. Um dos maiores políticos e pensador da história do Brasil. Um homem de visão com ideias de reforma agrária, a inclusão indígena e a mestiçagem, enfrentando a complexidade da nação como a nossa. Enxergava vários brasis dentro do Brasil.
?Um homem de grandíssimo talento e instrução, de muita vivacidade, de gênio forte e empreendedor, e muito espirituoso e engraçado em sociedade e amigos?

Marcos774 03/11/2023

Mary Priore maravilhosa. A realidade nas vidas de José Bonifácio nos mostram o quanto a história oficial escondeu dos fatos.
O incensado Patriarca da Independência em seus dias de glória e ocaso. Fascinante, vale cada página.

EduardoCDias 17/12/2021

Contraditório
Numa escrita um pouco pesada e arrastada, a autora conta a história do ?Patrono da Independência?, com todas suas polêmicas, suas contradições e sua defesa da pátria. Da sua infância em Santos, seus estudos e juventude na Europa, seu importante papel na política do império e na independência, seu exílio na França, até seu retorno do degredo, lutando para reconquistar sua importância.

Jeff.Rodrigues 14/04/2019

Resenha publicada no Leitor Compulsivo
Muito ouvi em ocasiões as mais diversas que a história é sempre escrita pelos vencedores, e cabe a eles dar sua versão da forma como melhor convir. Acredito que o mesmo se aplica a biografias de grandes personagens que desempenharam não somente papel de destaque, mas que também contribuíram de alguma forma para definir rumos para um país, sejam positivos ou negativos. Existe uma tendência a sempre se varrer para debaixo do tapete as contradições ou características pouco adequadas na construção do “perfil ideal”. É como se fosse proibido a certas personalidades o simples ato de terem atitudes humanas, passíveis de erros e acertos como qualquer um de nós.

A Independência do Brasil, e tudo que a ela se cerca, é um desses momentos em que ao longo dos anos sempre se buscou construir uma aura mística e conferir a seus personagens adjetivos superlativos. Patrono do movimento e uma das figuras mais importantes da história brasileira, José Bonifácio de Andrada e Silva é um político pouco explorado por nossa literatura. Folgam biografias escritas em outras épocas e faltavam novos olhares, mais imparciais e menos apaixonados. Mary Del Priori vem preencher essa lacuna com uma obra de leitura deliciosa. Desmistificando a lenda e enxergando o homem por trás da mitologia, As Vidas de José Bonifácio é um livro perfeito para se desbravar os altos e baixos na vida de alguém que teve participação ativa na formação inicial desse nosso Brasil.

O José Bonifácio que o senso comum conhece – e eu tenho esperanças e fé que ele não tenha caído no ostracismo do nosso péssimo ensino educacional somado às péssimas práticas políticas de só valorizar quem interessa ao seu lado da balança, é o homem que esteve por trás das principais jogadas que culminaram em nossa Independência. Tanto que mereceu a alcunha de Patrono da mesma. A leitura de As Vidas de José Bonifácio, no entanto, nos revela um político hábil na mesma medida em que não sabia cultivar a arte da política. De gênio difícil, Bonifácio colecionou inimigos e desafetos por suas atitudes e seu estilo ferino de agir. Esses mesmos inimigos seriam, mais tarde, responsáveis por defenestrá-lo em definitivo dos holofotes. De homem forte do Império recém-nascido, e controlado por um Pedro I imaturo, a um forçado exílio cair em desgraça junto a esse mesmo Pedro.

Mais fascinante que o jogo de forças no Brasil Império, a formação de José Bonifácio em Portugal é uma aventura por páginas que revelam um jovem comum, talvez até um tanto medíocre por não conseguir sucesso e acumular frustrações. Não sendo de família nobre, o nosso Zé não mediu esforços para conseguir um lugar ao sol (que nunca veio pra valer). Com uma formação acadêmica sem grandes destaques, ele viveu uma busca obsessiva por cobrar favores, fazer pedidos e lançar mão de todo o arsenal de contatos possível para “ser alguém” reconhecido na corte. Passeando por uma Europa em transformações, Bonifácio acumulou experiências e entendimentos sociais. O poder, no entanto, só veio após os 55 anos de idade cá nas terras tupiniquins.

Dono de ideias avançadas para a sociedade brasileira da época, como por exemplo o fim da escravidão (de forma lenta e gradual), José Bonifácio é mais homem que mito. Por mais que em dezenas de trechos a obra de Mary Del Priori passe a sensação de que estamos diante de um fracassado que deu sorte um dia, uma leitura desapaixonada e sem pré-conceitos nos mostra um político na medida certa do período em que viveu. Os sonhos, as (muitas) frustrações, e as artimanhas para manter o máximo de controle sobre as decisões do Império, e inúmeros projetos pessoais para satisfazer suas vaidades, fazem parte do tabuleiro político-social de uma nação ainda sem identidade e um pouco sem rumo, que não sabia ao certo se era brasileira ou portuguesa.

Morto, José Bonifácio passou para a história com muito mais fama do que realmente fez por merecer. Contudo, ainda hoje em 2019, seus descendentes, no ramo mineiro da família, permanecem no centro do poder brasileiro como prefeitos, deputados estaduais e federais. Tamanha longevidade certamente sequer passou pela cabeça daquele idealista que entendeu e encarnou como poucos o que é, de verdade, ser patriota.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2019/04/13/resenha-as-vidas-de-jose-bonifacio-mary-del-priori/

Felipe Mello 25/02/2020

A Aurora do Conhecimento
O Patriarca da independência sendo analisado ao longo de suas instigantes jornadas, visto que a maravilhosa escrita da Del Priore estabelece as inúmeras etapas de sua vida, pois, acompanhamos os seus pontos de vistas perante os principais acontecimentos europeus do final do século XVIII, ao início do século XIX, uma vez que permanecemos fascinados pelas suas ações, após descobrirmos este riquíssimo conteúdo histórico. Confesso que em alguns momentos a autora perde o foco na biografia de Bonifácio, uma vez que manifesta constantemente os seus irmãos, como diversas figuras políticas de sua época(tanto aliados como inimigos), mas fiquei impressionado com os inúmeros eventos de sua vida, pois, apreciei as suas memoráveis conquistas, visto que senti o peso de sua dor ao longo do seu exílio. Foram tantas reviravoltas, ao longo destas incontáveis etapas, que parecia que eu estava lendo um sublime romance político.

Cachamorra 20/09/2022

Uma Biografia bem escrita, mas faltou algo...
É uma boa biografia, apesar da Del Priori ser muito liberal, ela escreve com uma boa análise crítica. Senti falta de uma relação mais direta entre a informação e a fonte histórica usada. Mas isso sou eu sendo "Cri-Crí", toda a bibliografia pesquisada está no final da obra.

Em certos momentos me senti confuso, com as idas e vindas de Bonifacio nas graças de Pedro I, mas também entendo que era um período conturbado, com muitas forças políticas em disputa. Isso é analisado de forma superficial no livro.

Mas, matei a minha curiosidade. Queria conhecer melhor essa personalidade histórica.

Mauricio186 10/06/2019

Aos Atuais Caramurus
Essa biografia parece ter sido escrita para destinatários bem específicos: os atuais conservadores envolvidos em projetos de "recuperação" da memória do "Patriarca da Independência". A autora nos apresenta, basicamente, um carreirista provinciano tentando a todo custo galgar posições no funcionalismo público, apesar da falta de brilhantismo.
A pesquisa é de altíssima qualidade, e o texto é muito agradável, mas no fim ficamos com a sensação de que a intensão não era apenas "desconstruir um mito", mas realmente diminuir a figura de um personagem central de nossa história. O interesse pelas opiniões da época sobre o caráter de Bonifácio, por exemplo, me pareceu exagerado. De toda forma, é mais lenha na fogueira - e lenha da melhor qualidade.

Cristiane Levandowski 24/02/2020

Mary Del Priore
Mary Del Priore é uma excelente historiadora. Seus livros são tão bem escritos que parecem literatura romanesca.

Emanuele 07/06/2020

Para os que de fato se interessam por história
Já li outros livros da autora, alguns envolventes, outros mais mornos.
Este começa interessante, mas logo fica monótono, a autora, nesse ponto, às vezes divaga para fora do tema, o que deixa a leitura um pouco cansativa.
Na metade do livro começa a ficar realmente interessante, a parte da atuação política e influência do Bonifácio na independência, política brasileira.

No entanto não foram poucas as vezes em que senti uma espécie de má vontade da autora para com a figura sobre a qual escrevia.

Contestando determinadas ações, posicionamentos, mesmo frente a um contexto da época.

Enfim, este é um livro que recomendo somente para aqueles que realmente gostam de história, desse momento da história do Brasil ou para os que realmente querem saber um pouco mais sobre a vida do Bonifácio.

Se você é um desavisado e quer o livro para uma descoberta de leitura da interessantes, fluida e até descompromissada, não é o caso.

Danilo Vicente 02/11/2020

O personagem histórico, retratado como derrotado
É um bom livro, fruto de pesquisa extensa. Para quem gosta de história, prato cheio. Porém, a autora teima em destacar os fatos deste personagem histórico pelo ponto de vista negativo. Não defendo que fosse retratado como herói. Mas também não se pode pender somente para o negativo quando evidentemente José Bonifácio fez algo positivo, marcante. Há duas principais falhas: de uma hora para outra o ?perdedor? vira o principal ministro do imperador; e, já no fim, odiado por Dom Pedro, vira tutor de seus filhos. Dois lapsos no livro, em sua história, que mereciam explicações.

Aldo Quaresma 14/01/2021

A autora muitas vezes menciona comentários de outros historiadores ou biógrafos mas não faz referência à fonte, não citando o nome do suposto historiador ou biógrafo. Fala, por exemplo, "conforme disse uma historiadora", "de acordo com um biógrafo", de forma apenas genérica. Isso me incomodou bastante.

ricardinho 13/12/2023

Importante na história
Mais uma grande obra da Del Priore. Apesar da sua desconfiança em algumas das biografias de Bonifácio, é um relato bem embasado de um dos homens mais importantes da nossa história. É, também, sobre um período de poucos livros e que valorizava-se a experiência das estradas.
O maçom Bonifácio foi para a Europa cedo e por lá passou mais de trinta anos. Para voltar ao Brasil, pediu dinheiro emprestado e retornou com seus mais de seis mil livros em uma época em que Pernambuco tinha superávit e desejava revolução, enquanto o Rio tinha prejuizo e apoio dos Andradas. Também criticava os brasileiros do período, pois os achava superticiosos, ignorantes e preguiçosos, ideia que mudou ao ter destaque político.
Com a partida de D. João, inesperadamente ganhou destaque com a família do rei e, embora não tenha sido pioneiro, tinha ideias antiescravocatas, integração racial, educação bem estruturada e era contra o latifúndio, além de já idealizar uma capital longe do mar. Era monarquista constitucionalista e perseguia duramente seus adversários políticos, tendo apoio do amigo D. Pedro I. No entanto, a oposição conseguiu reverter o quadro e ele foi demitido e afastado do Brasil. Nesse período, mesmo longe, foi indicado ao senado baiano.
Após cinco anos longe, D. Pedro abdica e pede apoio a Bonifácio para cuidar de D. Pedro II enquanto menor. Sendo estratégico, já que nomeou alguém que não era mais "dos seus". Bonifácio aceitou e abriu mão de qualquer provento. Mais uma vez, a oposição atuou e retirou a sua tutoria. Foi afastado para Paquetá, falecendo em Niterói.
Leitura indicada.

site: @photobrincando