Adeus, minha adorada

Adeus, minha adorada Raymond Chandler




Resenhas - Adeus, minha adorada


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Fabio Shiva 14/10/2020

Romance Negro
Li pela primeira vez esse “Farewell, My Lovely” por volta de 2010, no original em inglês. Curiosamente, gostei bem mais agora da prosa de Raymond Chandler, dez anos depois e traduzida para o português. Talvez seja porque já está esmaecida em minha mente a comparação com “The Maltese Falcon” (que ao ser transposto para as telas de cinema ficou conhecido por aqui como “Relíquia Macabra”), de Dashiell Hammett, que considero a obra-prima do romance policial noir. Seja como for, me diverti bastante com a ironia de Chandler, temperada com comparações inusitadas:

“Era forte, rápido e comia carne crua. Ninguém podia obrigá-lo a nada. Era o tipo de polícia que cospe em seu cassetete todas as noites em vez de rezar.”

“As mulheres mentem sobre qualquer coisa, apenas para praticar.”

As frequentes referências literárias talvez tenham contribuído para a fama de ter elevado o romance policial ao patamar de “obra de arte”:

“– Quem é esse tal de Hemingway afinal?
– Um cara que fica repetindo a mesma coisa uma porção de vezes até a gente começar a achar que ele deve ser bom.”

“– Meu Deus – gemeu ela. – Você parece o pai de Hamlet!”

E pensar que Raymond Chandler, nascido em uma família rica e seguindo a carreira de financista, só decidiu se tornar escritor aos 45 anos, como forma de sobrevivência após a crise econômica de 1929. Que voltas o mundo dá! Chandler perdeu a fortuna, mas ganhou fama como o criador de Philip Marlowe, que ao lado do Sam Spade de Dashiell Hammett é o próprio símbolo do detetive noir. Melhor deixar que o próprio personagem se apresente:

“– Muito bem, Marlowe – disse eu entre os dentes. – Você é um cara duro. Um homem de ferro de um metro e oitenta e três. Noventa e cinco quilos nu e de cara lavada. Músculos rijos e nenhum queixo de vidro. Você pode aguentar. Você levou duas cacetadas, foi esganado e atingido no queixo com a coronha de um revólver até ficar meio bobo. Encheram você de injeções de narcóticos e o mantiveram dopado até ficar tão louco quanto dois camundongos valsando. E o que significou isso tudo? Rotina. Agora vamos ver você fazer alguma coisa realmente difícil, como vestir as calças.”

A mocinha de “Adeus, Minha Adorada” complementa muito bem essa descrição, que vale por um resumo do chamado “romance negro”:

“– Você é tão maravilhoso – disse ela. – Tão valente, tão determinado, e trabalha por tão pouco dinheiro. Todo mundo bate em sua cabeça, sufoca-o, amarrota seu queixo e enche-o de morfina, mas você continua a bater por entre os golpes até eles ficarem cansados. O que é que o faz tão maravilhoso?”

Os leitores de Raymond Chandler sabem a resposta.

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/10/adeus-minha-adorada-raymond-chandler.html




site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Lua 10/03/2022

Péssimo!
Ainda bem que não comprei esse livro! Sem informações, muito bagunçado, parece que o escritor tem é preguiça de explicar as coisas direito...
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cah 19/01/2009

Meu romance policial favorito.
Rodrigo 11/11/2011minha estante
Chandler é mestre


Daniel Rocha 01/05/2020minha estante
Sensacional, né? Terminei de ler ontem. Ri sozinho de tão boa que achei a prosa. Chandler é mestre mesmo!




Daniel Rocha 01/05/2020

Ri sozinho de tão bom que é.
Terminei de ler ontem e vim aqui ler as resenhas. As que falaram mal do livro, confesso, nem li. Entrou para a minha lista de livros favoritos tão logo terminei a leitura.

Dizem que o grande clássico de Chandler é O Longo Adeus, mas esse Adeus, Minha Adorada é do mesmo nível (se não for melhor). Desde a cena do bar já senti que seria um livro e tanto. E Chandler é, além de criar uma ambientação perfeita, o mestre dos diálogos. Sua influência pode ser percebida até hoje, especialmente no cinema (aliás, a cena do navio parece mesmo uma super-produção hollywoodiana).

Ri sozinho em diversas passagens, de tão bom que é. A voz do narrador, sagaz, irônica, afiada, precisa, é uma das assinaturas do gênero (e vejo que essa voz me influenciou muito como escritor e, pensando bem, até em aspectos da minha vida pessoal).

Chandler tem uma certa fórmula, mas não vou citar aqui para não estragar o prazer e a surpresa da leitura. Só fiquei curioso para comparar Marlowe (sem dúvida, um de meus heróis da literatura) com o Spade, de Dashiell Hammett. Mas quando eu ler O Falcão Maltês faço isso.

Por enquanto, Raymond Chandler continua insuperável.
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Literatura Policial 01/03/2016

A grande arte do crime
Brutalidade, existencialismo, sarcasmo, cinismo e críticas a Hemingway. Chandler sabe muito bem como fisgar o leitor. Vai ler esse farewell? Leia até o final. Eu mesmo achei que o livro não fosse ser isso tudo – o segundo ato engana bastante, mas esse é o truque do bom policial: enganar. Marlowe recebe as pistas mas não conta seu raciocínio. Age na página x e mostra na página x+30 que sabia direitinho o que fazia com aquela informação aparentemente inútil. Atentem aos detalhes. Se Agatha Christie e Conan Doyle abusavam deles de modo quase caricatural, incrível no sentido mais literal da palavra, Raymond Chandler não; usa-os no momento certo, para aumentar a temperatura do já sangrento hard-boiled.

Ah, essa edição acompanha, também em tradução de Braulio Tavares, o clássico ensaio A Simples Arte do Crime, em que ao longo de vinte páginas Chandler discorre sobre como escrever uma boa história policial. Não sem meter o malho em praticamente toda a fauna de escritores policiais contemporâneos, é claro – até o best-seller O Caso dos Dez Negrinhos, de Agatha Christie, é minuciosamente espinafrado.

Leia a resenha completa no blog literaturapolicial.com

site: http://literaturapolicial.com/2016/03/01/a-grande-arte-do-crime-adeus-minha-querida-de-raymond-chandler/
Daniel Rocha 01/05/2020minha estante
Muito boa a resenha. Terminei de ler o livro ontem, amei, e vim aqui ler as resenhas. Chandler é mestre, e fiquei curioso para comparar Spade com Marlowe. Abraços




Raphael.Henrick 09/11/2016

Simplesmente me da arrepius de tão bom que foi
Esse foi o primeiro livro que li de cabo a rabo na minha vida e foi o que me fez despertar a emoção e a paixão pela leitura. Historia surpreendente e uma trama inimaginável, para aqueles que gostam de mistérios e pancadaria, recomendo fortemente esse livro. (claro que temos aquela dose de romance para não ficar muito bruto).
Daniel Rocha 01/05/2020minha estante
Que show, Raphael. Terminei de ler ontem, e ri sozinho em várias passagens, encantado pela prosa de Chandler. Se tu curtiu esse livro, te recomendo O Longo Adeus dele. É tão bom quanto. Abração




joy 06/02/2009

eu pensei que gostaria mais dele, mas ele até que é um bom livro de se ler... não dos melhores, mas bom.
Luhhh ^___^ 16/02/2016minha estante
Pois é, pensei que seria melhor tb. O começo do livro é legal, depois fica um pouco arrastado. Não gostei da tentativa do par romântico do detetive com aquela outra, o final então, foi bem nada a ver >.


leonel 06/04/2016minha estante
Não tentaram fazer par romantico, miga. É pra DEMONSTRAR que o marlowe é um MONGOLÃO SOLITÁRIO. se fosse qualquer outro livro ou qualquer outro HERÓI PROTAGONISTA, pegaria a mulher. mas ele só vai ali, olha o que PODERIA TER e vai embora e volta a ficar sozinho.




Filino 25/01/2017

Típico romance "noir"...
... com narração em primeira pessoa (por parte do detetive-protagonista), fumaça de cigarros, assassinatos, mulheres sensuais e tramas que lançam o leitor num estado (maravilhoso) de confusão e curiosidade permanentes! Leitura agradável de um autor aclamado nesse gênero.
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Duda 06/11/2022

Gostei da narrativa mesmo sendo um pouco confuso, mas acho que se não fosse assim eu não iria raciocinar, não iria tentar encaixar tudo no seu devido lugar.
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Michele Alberton 20/09/2023

Adorei! História envolvente, muito bem escrita e com uma revelação interessante no fim (apesar de que por um milagre eu consegui ao menos desconfiar assim que o personagem foi apresentado). Já quero ler mais aventuras do Detetive Philip Marlowe!
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Ricardo Rocha 25/04/2011

Lou Carrigan com status...
Raymond Chandler, apesar da maneira pela qual narra sua história ser bastante óbvia, tem lá seu encanto. Seu “Adeus minha adorada” – suponho que seja uma amostra que valha para os demais romances – é não mais que um livro policial de bolso, daqueles antigos, que cresceu e ganhou algum status. Um entretenimento. Pode ser bom caso não se espere mais que isso.

leonel 23/11/2011minha estante
It was a cool day and very clear. You could see a long way--but not as far as Velma had gone :(




Luiz Miranda 17/02/2021

Ficção de Polpa
Infelizmente li a versão traduzida pela Marina Leão, um verdadeiro desastre que me forçou a fazer um exercício de "retradução": baseado no bizarro resultado eu imaginava o que a pessoa tinha lido em inglês e fazia a minha própria tradução.

Ok, esquecendo este grave problema, temos aqui Chandler no melhor de sua forma, um texto afiado como uma navalha. É a escola clássica a pleno vapor, a pedra angular do hard-boiled/noir que originou milhares de discípulos e imitadores: trama rocambolesca, plot twist, femme fatale, policiais corruptos, bandidos, trambiqueiros e claro, o anti-herói lutando contra o sistema, detetive particular Philip Marlowe.

Mesmo já muito imitado, o estilo Chandler ainda me surpreende. A fauna de personagens e situações por vezes beira o surreal. Como nas sequências envolvendo um índio e uma "casa de repouso". Não é a toa que o escritor tem tantos fãs ilustres não apenas nas letras, mas no cinema também.

Procure alguma edição sem a tradução da Marina e seja feliz. Isso aqui é a essência da pulp fiction, básico e indispensável na formação de qualquer leitor.

4 estrelas
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Poly 15/02/2022

A lei está onde a gente compra nesta cidade
Como sendo um clássico achei que a leitura já ia ser boa, mas infelizmente me vi não gostando do personagem principal, além de ficar agoniada com a história. Muito lenta e confusa, e sem muitos detalhes, o que torna estranho para um livro de detetives.
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