A Parábola dos Talentos

A Parábola dos Talentos Octavia E. Butler




Resenhas - A Parábola dos Talentos


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Pam 03/02/2022

Qual o preço a se pagar para fazer história?
Cheguei ao final da duologia "Semente da Terra" e mais uma vez não foi nada do que eu esperava. A Octavia E. Butler era a definição de escritora corajosa. Esse livro, em geral, é totalmente diferente do primeiro e mesmo assim tudo se encaixa perfeitamente, ela leva o desenvolvimento religioso/filosófico e familiar para um nível que eu não imaginava ver numa distopia. E a dualidade da protagonista, a Olamina (ou Lauren), foi o grande destaque dessa obra de arte para mim.

Nesse livro temos a surpresa de que quem passa a narrar a história é a filha da Olamina, a Larkin — mas as narrações da Olamina ainda voltam por meio de diários da mãe que Larkin apresenta. Ver todo o ponto de vista da Larkin nessa história trouxe uma riqueza gigante. Nunca foi segredo que a Olamina sente que a grande missão da vida dela é espalhar a mensagem e a filosofia da Semente da Terra, que a Mudança é Deus e que o futuro da humanidade está no espaço. Até que ponto a Olamina está disposta a sacrificar suas relações pessoais por isso? A própria segurança, e da família? Tudo isso é colocado em jogo quando vemos que o extremismo político chega ao ápice quando os Estados Unidos ficam sob comando de um presidente fascita.

A Octavia E. Butler não se conteve ao colocar a crueldade do fascismo da forma mais crua e clara possível. Uma nação à beira do colapso e afundando em pobreza e violência viu num governante duro a esperança para acabar com o medo que eles sentem. Eu fiquei chocada com os relatos e descrições que ela colocou aqui, o extremismo religioso levando à ascensão de grupos como o KKK (literalmente imitando-os), além de perseguição a diversas minorias, como LGBTQIA+, pobres, mulheres, muçulmanos, judeus (na verdade, qualquer um que não fosse cristão), moradores de rua, dentre outros. Não há piedade, apenas medo e tortura. Ver como a Olamina e sua comunidade reagiam a isso foi doloroso de ler, mas ao mesmo tempo foi muito realista. Toda a união e força que ela preza na Semente da Terra são colocados à prova.

Aqui eu acho que a gente viu o ápice da desgraça nesse universo. O primeiro livro focou muito em problemas mais locais, nesse passamos a ver numa esfera nacional e às vezes até mesmo mundial. A Olamina quer salvar o mundo, mas será que ela consegue? Como conciliar isso com uma família, com uma filha que precisa dela? E tudo isso indo contra a maré, porque ela está num país que diz que pessoas como ela são vilões da sociedade. Como ela será vista? Como a tratarão? Ela vai conseguir tudo? Dá pra ver que algumas coisas deverão ser sacrificadas, e em certas situações fica difícil ver quem está certo ou errado, fica pra você que está lendo refletir e decidir.

Eu amei esse livro, foi uma conclusão maior do que eu imaginava. O único defeito pra mim é que algumas vezes ele se torna repetitivo, como as jornadas de sobrevivência (que já tinha desde o primeiro livro). Mas fora isso, foi impecável. A Octavia E. Butler pegou uma distopia que poderia parecer “só mais uma” e colocou diversos questionamentos sobre política, discriminação, problemas familiares, crenças religiosas, e muito mais. A leitura muitas vezes é pesada e contém diversos gatilhos, mas para quem aguenta, vale cada página.
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Krishna.Nunes 23/04/2021

Se o primeiro foi bom, este é devastador
Este é o segundo livro da duologia Semente da Terra, de Octavia E. Butler.

Publicados na década de 1990, esses livros têm tom de uma distopia quase apocalíptica. Durante um período conhecido como A Praga, que se estendeu de 2015 a 2030, mudanças climáticas associadas a uma crise política e social levaram os EUA a uma profunda recessão econômica acompanhada de escassez de água e alimentos. Isso resultou numa escalada de violência e na degradação dos direitos individuais e coletivos, levando por exemplo a situações em que escravidão e servidão eram toleradas, ainda que permanecessem ilegais, pois as pessoas se dispunham a tudo para não morrerem de fome. Os saques eram comuns e incêndios criminosos viraram rotina.

Em "A parábola do semeador", vimos Lauren Olamina, com apenas 17 anos, tendo que fugir do bairro murado onde vivia e onde acabara de perder sua casa e sua família. Vagando pela estrada em busca de um lugar no Canadá, ou qualquer local indefinido ao norte, onde houvesse terra para trabalhar, ela acaba reunindo um pequeno grupo de peregrinos dispostos a formar uma rede de apoio mútuo. Nessa jornada, ela se envolve com um homem mais velho que viajava na mesma direção e que dizia possuir terras ao norte, onde viviam sua irmã e seu cunhado.

Em meio a isso, a jovem continua desenvolvendo a doutrina de uma religião que ela havia idealizado, a partir da qual sonhava construir uma comunidade. Não passa de uma filosofia boba em torno do preceito de que "deus é mudança, mas também é maleável". Não se trata do deus pessoal da cultura judaico-cristã, mas sim um chamado à ação e ao trabalho. A coisa toda carece dos fundamentos para sequer ser chamada de religião e está mais para autoajuda. Mais adiante, uma personagem definiria a Semente da Terra como "um monte de bobagem simplista", e é verdade, mas isso é levado muito a sério nos dois livros.

"A parábola dos talentos" conta a história dessa comunidade, a partir de 5 anos depois dos fatos narrados no primeiro livro, porém de um ponto de vista diferente. Agora é a filha de Olamina quem lê e comenta os diários dos pais, com quem ela aparentemente não conviveu. O grupo conta então com aproximadamente 60 pessoas que trabalham em caráter cooperativo, numa mescla de agricultura com coleta, e praticando escambo e comércio com fazendas vizinhas e nas cidades próximas.

Entretanto, o país estava passando por uma mudança assustadora. O candidato conservador, um fanático religioso cujo slogan era espantosamente "make America great again" (o mesmo de Reagan em 1980 e de Trump em 2016), havia ganhado as eleições presidenciais. Isso por si não bastava para alterar a legislação - que já desfavorecia os mais pobres -, mas legitimava a misoginia, a violência, o racismo, a homofobia e a intolerância religiosa dos seus seguidores. Sob o pretexto de resgatar os EUA através do retorno às tradições cristãs, eles deflagrariam uma verdadeira cruzada. Essa obra de Octavia Butler esbanja contemporaneidade.

Tudo o que se segue é de uma violência absurda. Toda a tortura que um ser humano pode suportar é narrada de maneira crua e chocante, numa tentativa de expor o perigo do radicalismo e do fundamentalismo religioso, inclusive o da protagonista. Nesse aspecto, as falhas de Lauren Olamina ficam evidentes. Apesar de possuir um carisma incontestável, seus medos e incertezas são expostos ao mesmo tempo que a obstinação em favorecer sua seita em detrimento da própria família tem desdobramentos trágicos.

O discurso evangelista do novo presidente é sedutor tanto para os mais abastados, que pretendem manter seus privilégios, quanto para os mais ignorantes, que acreditam na falácia fascista de que o endurecimento seria caminho para o progresso. Aqui, as ações dos que se sentem amparados pela intolerância do presidente não ficam atrás da inquisição católica nem dos campos de concentração nazistas.

A autora nos presenteia com conhecimento histórico ao prever a ascensão de líderes carismáticos que despertam o que há de pior nas pessoas. É simplesmente aterrador ler essa distopia numa era em que esse tipo de líder tenha realmente chegado ao poder em diversas nações das Américas e deixado marcas das quais devemos nos envergonhar.
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Luan 22/05/2020

Octavia não decepciona!
Nada melhor do que, para um leitor, ler uma sequência de livro que mantém ou até cresce na qualidade. Um exemplo recente disso é com a série Semente da terra, de Octavia Butler. O primeiro livro, A parábola do semeador, me surpreendeu positivamente, deixando aquele gosto de quero mais e ansiedade pela continua. Para minha surpresa, A parábola de talentos não só manteve como melhorou o que já era bom, entregando uma das minhas melhores leituras recentes.

No último livro da duologia, Octavia narra a história de Lauren e seus novos amigos já estabelecidos em Bolota, a comunidade que eles criaram depois dos acontecimentos do primeiro livro, e o desenvolvimento da Semente da terra, religião criada pela protagonista. Ainda enfrentando os reflexos dos episódios de A parábola de talentos, aqui a história encontra novos perigos e inimigos, que causarão diversas mudanças e afetarão a vida de todos.

Tão bom quando o escritor consegue manter a coerência na continuação da sua história. Muita vezes, é notório que autores ficam perdidos quando escrevem as sequências de suas histórias, mas com Octavia isso não aconteceu. E ela conseguiu aprofundar ainda mais a história daquilo que ela havia apresentado no primeiro volume da duologia. Com uma escrita afiada e inteligente, repleto de bons diálogos, a leitura é ágil e o livro, com muita ação, faz o leitor devorar as páginas.

Além destas qualidades, é preciso destacar a crítica social presente na história. Em uma ficção científica ela consegue empregar uma história muito próxima da nossa realidade. Vivemos numa era de radicalismo, onde a religião e a política se juntam e ditam formas de comportamento. Isso é feito por aquelas pessoas que gostam de conquistar com um discurso fácil. É incrível como a autora conseguiu representar em um personagem da história políticos atuais que são radicais. Toda a crítica ali reflete a nossa realidade e isso chegou a assustar, parecendo que ela havia previsto o que viveríamos.

Eu já havia gostado bastante do primeiro e esperava que o segundo não me frustrasse, e só tenho que agradecer a autora. É legal também a narrativa da história, que mescla entre Lauren e uma outra nova personagem. Chama a atenção que a história deixa a possibilidade de se expandir ainda mais aquele universo criado. É uma duologia ímpar, que fica de exemplo e deve ser considerada um clássico.

Tive uma única ressalva que foi a fixação da protagonista pela religião dela. Esperava uma crítica maior por parte da autora. Ficou parecendo que a Semente da terra, neste universo, era a religião certa e sem defeitos. Me parece que, na realidade, isso não existe. Mas isso não tira o brilho de toda a história e a certeza de que Octavia é uma das minhas autoras preferidas.
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Manu 22/06/2021

As Parábolas da Octávia para reflexões necessárias
Esse livro II da duologia Sementes da terra continua a saga da protagonista Lauren Olamina. Cada vez mais convicta do que quer pra si pra sua comunidade, acompanhamos uma mudança brusca em sua jornada a parir de um momento em que um candidato totalitário e conservador é eleito e assume a presidência dos EUA em 2033.

O nível continua o mesmo do primeiro - lendo a entrevista no apêndice do livro que a Octávia pensou nos dois como um só, assim como Tolkien com a trilogia do Senhor dos Anéis. Octávia tem controle de tudo o que escreve e parece que sentiu na pele o que sua protagonista sente aqui. Olamina passa por momentos difíceis e talvez as cenas mais impactantes e emocionantes da duologia sejam encontradas nesse livro.

Se a primeira parte da história, no livro anterior, contava uma jornada de luta por sobrevivência, aqui a jornada perpassa essa esfera e passa a contar a luta pela liberdade. Ser livre pelo o que pensa, pelo o que é, não sofrer com isso. O drama é muito mais forte aqui. E a reflexão também.

Para quem se interessa por história, referências a eventos tristes passados por nossa humanidade estarão presentes aqui. Meio aquela música do Cazuza: ?eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo o museu com grandes novidades?.

Acredito apenas que a Octávia poderia desenvolver um pouco melhor o final, já que há saltos temporais que deixa o telespectador curioso do que pode ter acontecido. Algumas resoluções fáceis nesses saltos, mas que não atrapalha muito a experiência. É um livro longo, mas que, por mim, poderia ser um pouco mais. Nesse sentido o primeiro é fechado de forma mais redondinho.

A todos que buscam histórias que nos conectam com a nossa realidade, que nos fazem refletir sobre a nossa atual sociedade, e sobre como ter esperança e fé no amanhã, as 1.000 páginas da duologia serão muito bem apreciadas. Leitura simples, envolvente e marcante. Uma distopia necessária.
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Rodrigo 05/08/2020

Um livro simplesmente maravilhoso!
É incrível a capacidade de imersão que a escrita da Octavia possui. Esse livro te faz ter vários sentimentos, chorei pelas as injustiças que os personagens passam, Personagem que possuem profundidade a quem você se apega. E no fim, depois de tanto te causar tristeza, ela consegue trazer a nós leitores um alívio no fim do livro.

É PERFEITO ?
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skuser02844 09/12/2021

No geral eu amei o livro, mas ele tem suas falhas, como por exemplo o livro ser um pouco lento até a metade, mas ela explica o motivo no final do livro, e por falar no final eu não gostei dele foi bastante corrido
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Lenas 01/09/2020

Este livro nos faz pensar muito no mundo como ele é hoje e é triste pensar que algumas das ficções estão se tornando realidade (principalmente essa, que foi escrita pela Octavia em 1998).

A eleição de um presidente que quer tornar a América ?great again" (sim, esta é uma citação do livro, escrito há vinte anos) torna tudo muito parecido com o que aconteceu de fato na vida real (assim como a mensagem dele de odiar e culpar as pessoas que são diferentes). Tudo pode ser feito por eles - assassinato, escravidão, estupro, prostituição forçada.

A leitura desse livro foi difícil em vários sentidos, mas ele é comovente e impossível de ignorar, quase um aviso. Ele também mostra que às vezes a esperança é a única coisa que nos ajuda a superar muitas coisas.

Por fim, gostaria de dizer que amei a forma como o livro terminou citando ?A Parábola dos Talentos? da Bíblia, uma das minhas favoritas.
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Rafaella_rodriguesb 17/09/2022

Um livro cada vez mais atual!
É impressionante (e muito assustador) quantas das coisas que a Octavia trata nessa duologia são próximas de acontecerem. Falta de água, drogas, partidos políticos extremistas e a utilização da religião como desculpa para a execução de atrocidades são coisas muito próximas da realidade que vivemos hoje.
Gostei de acompanhar a história da Lauren intercalando entre as suas passagens de diário e o ponto de vista da sua filha.
Os diários são algo que já nos acostumamos a acompanhar no primeiro livro, e é interessante ver o crescimento da Semente da Terra e as repercussões que isso trás para todos (especialmente depois que Jarret é eleito).
Uma boa surpresa foram as passagens do ponto de vista da filha dela. É muito legal ver a Lauren do ponto de vista de outra pessoa, e ver a maneira como ela percebe e julga as ações da mãe.
Senti que esse livro é mais pesado que o primeiro, especialmente a medida que a história vai evoluindo. Foi uma ótima conclusão, que me deixou muito curiosa para embarcar em outras histórias da autora.
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Kelly Dias 26/01/2021

Melhor leitura do ano
Esse livro me causou muito incômodo e dor, inclusive acredito que ele funciona como livro único. Aqui temos um candidato a presidente que vence e aproveita o momento de instabilidade política, social e econômica pra ganhar votos através do discurso de fazer a América grande novamente, trazer de volta os velhos hábitos cristãos tradicionais, isso se assemelha muito com a nossa realidade, e isso faz a gente perceber que talvez estejamos vivendo em uma distopia. Depois disso, os campos de concentração de "reeducação de pessoas" acabou comigo, que na verdade os "pagãos" são escravizados e torturados de todas as maneiras possíveis. E dá pra perceber o objetivo da Octavia com isso tudo, que é mostrar o perigo que é misturar religião com política, e é uma arma certeira na manipulação.
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Jéssica 21/12/2020

Apenas leiam
A Octávia Butler dispensa comentários. Se o livro foi escrito por ela, ele vai ser bom. Ponto.

"A parábola dos talentos" é minha trilogia favorita e, possivelmente, meu livro favorito. A história é sobre os personagens e cada um deles é tão bem construído que eu poderia jurar que conheço todos pessoalmente.

O cenário distópico é tão bem ilustrado que deixa a sensação de que poderia ser uma matéria de jornal de algo que está acontecendo no momento (e muitas coisas realmente estão).

A Octávia Butler é considerada a grande dama da ficção científica e esse livro não deixa nenhuma dúvida do quanto esse título é justo, aliás, talvez o título seja pequeno pra grandeza dessa autora.
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Duda @pagesofduda 30/03/2021

Fim!
Maravilhoso! Muito melhor que o primeiro livro, fechadinho. Octavia sabe como contar boas histórias e o rumo me surpreendeu, não esperava.
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Malu 25/07/2023

Parábola dos talentos
Acho que o quanto eu solucei lendo esse livro foi muito além do que eu esperava. octavia simplesmente surpreendia em cada detalhe da trama, ainda que a caminhada da sobrevivência tenha se tornado repetitiva. mesmo 30 anos antes, não era muito difícil profetizar o que viria a acontecer hoje, muito difícil ler um discurso tão Trump, tão Bolsonaro, e ver o quanto poderíamos ter mudados os caminhos. por enquanto, não temos lugar entre as estrelas, mas temos de sonhar e lutar por um mundo melhor.
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Amanda Hryniewicz 24/07/2020

No primeiro livro, em meio ao caos social e econômico provocado por crises ambientais, surgiram problemas como uso de drogas que dão prazer ao queimar as coisas, gangues e uma doença chamada síndrome de hiperempatia. Lauren Olamina é uma adolescente que vive em um bairro murado, um pequeno local com um falso sentimento de segurança. Filha de um pastor, Lauren acredita que ?descobriu? uma nova religião, a Semente da Terra, a qual ela acredita ser o propósito da sua vida.

Em A parábola dos Talentos, com o pretexto do caos social, um líder que tem o discurso com apelo autoritário, que a gente conhece bem na vida real, é eleito e novas ameaças acontecem.

Eu acredito que essa é uma série que deve ser lida inteira. O primeiro livro nos introduz a esse mundo distópico e vai crescendo até que em A parábola dos Talentos se torna a obra mais grandiosa que eu já li.

Eu fiquei muito tempo pensando em porque esse livro mexeu tanto comigo. Durante a minha vida eu acabei adquirindo esse pensamento fatalista de que não adianta fazer mais nada, já que o mundo provavelmente vai acabar em uns 50 anos por causa do aquecimento global de qualquer jeito. No livro, a sociedade que a Lauren vive é muito parecida com a nossa atual, de um jeito quase profético. O discurso do novo presidente é o mesmo que a gente escuta todo dia do Bolsonaro, por exemplo, e eles também estão vivendo uma crise humanitária que não é causada pelo coronavírus, mas poderia ser.

Nessa situação, a Octavia Butler conseguiu mostrar que, apesar que parece que não tem mais nada pra gente fazer, ainda existem caminhos e, enquanto a Lauren trilha o dela, deixa muita coisa pra gente aprender.

Esses livros confrontam diretamente as nossas noções sobre o que a gente quer no futuro como sociedade e, para mim, a Semente da Terra mostrou muitas verdades. Eu gostei muito de A parábola do semeador e A parábola dos Talentos é o meu livro favorito da vida, que com certeza deveria estar entre os clássicos da literatura.
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