spoiler visualizarAlicia 27/08/2023
Temos aqui a continuação do livro a Parábola do Semeador.
Gostei da leitura, achei muito envolvente e o livro começa exatamente de onde terminou o primeiro.
No fim do primeiro livro temos Lauren estabelecendo uma sociedade da Semente da Terra. O lugar é chamado de Bolota. No primeiro livro, ao longo da trajetória de Lauren, ela conhece um homem, que se chama Bankole que tem idade para ser seu pai. Ele é médico e a propriedade onde a Semente da Terra é estabelecida pertence à ele. Os dois se apaixonam e se casam.
Esse segundo livro nos traz a rotina dos integrantes da Semente da Terra nessa cede estabelecida. Lauren engravida e tem uma filha.
Tudo segue bem, porém existe uma preocupação, pois o atual presidente dos EUA tem uma perspectiva religiosa que é oposta a proposta da Semente da Terra, ou seja, existe um risco eminente, pois a Semente da Terra é vista como uma seita pagã não muito positiva para a sociedade de modo geral.
O Bankole, por ser médico, cuida de todos na comunidade, mas não quer ficar em Bolota, pois ele entende o risco de eles não fazerem parte de uma comunidade bem estruturada que possa se defender diante de possíveis ataques. Ele recebe algumas ofertas para se estabelecer e trabalhar outras comunidades mais bem estabelecidas e seguras, mas Lauren não quer, pois tem em sua mente o propósito de disseminar a Semente da Terra e é sempre contrária a essa alternativa.
Lauren também consegue localizar um irmão, Marc, que achava estar morto. Ele estava escravizado e ela consegue traze-lo para Bolota. Os diálogos com Marc são interessantes. Ele passou por muitas coisas, violência física, sexual e exploração. Marc não aceita os preceitos da Semente da Terra, ele fica na comunidade, mas acaba indo embora porque não acredita no movimento da Semente da Terra.
Ataques a comunidade menores acontecem, mas mesmo assim, Lauren segue firme no seu propósito. Até que um dia o pior acontece... A comunidade é invadida pela Ação Católica. Um movimento orquestrado pelo atual presidente, Jarret, de imposição à uma crença religiosa. Esse ataque acontece e muitos morrem, inclusive Bankole. Sua filha é levada ainda bebê. Todas as crianças são levadas e os poucos que sobrevivem são escravizados. Lauren é acorrentada junto com os outros sobreviventes, passa a ser obrigada a obedecer e ser explorada sexualmente.
Essa situação permanece até o dia em que uma tempestade acontece e devido a um desmoronamento ela consegue fugir juntos com outros sobreviventes.
Em paralelo a esses acontecimentos, temos a filha de Lauren (Larkin) narrado o seu lado da história. Contanto que foi adotada ainda bebê por um casal de uma comunidade muito vinculada a Ação Católica. Larkin tem acesso aos diários de Lauren e o livro é narrado de forma intercalada.
De modo geral esse é o pano de fundo da narrativa.
Não vou contar o final, mas dei apenas quatro estrelas para o livro porque estive muito envolvida na leitura, gostando muito e super curiosa para saber qual seria o desenrolar da leitura, porém quando chegou em 92% do livro parece que milagrosamente tudo se explica e tudo se resolve. Temos uma virada de chave e em cinco páginas tudo se explica.
Pra mim essa resolução rápida e simplista me pareceu preguiça da autora em não saber como encerrar a história. Estava indo tudo muito bem, contextualizado e fundamentado e de uma hora para outra acaba. À meu ver, o final meio que foi contra toda a narrativa proposta do primeiro e segundo livro. Parece que alguém pegou o livro e encerrou meio que sem mais nem menos.
O final não desmerece em nada o livro, mas fiquei decepcionada.
Apesar disso, recomendo a leitura.
No final do livro tem umas perguntas e respostas da autora, e com isso pude entender o desfecho rápido que ela fez melhor, para justificar um pouco, mas mesmo assim, me frustrei.