Sobre o livre-arbítrio

Sobre o livre-arbítrio Santo Agostinho




Resenhas -


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Felipe.Souza 21/03/2024

O livro Sobre O livres-Arbítrio de Santo Agostinho é apaixonante, porque retoma a ideia mal, Deus, liberdade, pecado, alma e cosmo, uma verdadeira teodiceia, que me fez converter intelectualmente.
Portanto sobre o livre-arbítrio, particularmente "De libero arbitrio", é uma investigação filosófica profunda acerca da natureza do livre-arbítrio e como ele se relaciona com o problema do mal, a onisciência divina e a predestinação. Este trabalho, escrito entre 387 e 395 d.C., no início de sua carreira, desempenha um papel crucial no desenvolvimento do pensamento cristão ocidental e na reconciliação de crenças cristãs com questões filosóficas complexas herdadas da filosofia grega, especialmente o platonismo.
No contexto histórico, Agostinho viveu durante o declínio do Império Romano, num período marcado por turbulências políticas, sociais e religiosas. O cristianismo estava em processo de consolidação como religião dominante do Império, após séculos de perseguição. Neste contexto, a Igreja enfrentava não apenas desafios externos, mas também disputas internas sobre questões doutrinárias. Agostinho, inicialmente influenciado pelo maniqueísmo, uma religião dualista que via o mundo como um campo de batalha entre forças do bem e do mal, eventualmente converte-se ao cristianismo após um profundo processo de busca espiritual e intelectual, influenciado pela leitura da Bíblia e pelo trabalho de pensadores cristãos, como Ambrósio de Milão.
Em "De libero arbitrio", Agostinho aborda a questão do porquê o mal existe se Deus, sendo todo-poderoso, todo-sábio e inteiramente bom, criou o mundo. A questão é intrincada pelo reconhecimento da presença do mal e do sofrimento no mundo, que parecem contradizer a natureza de um Deus benevolente. Agostinho argumenta que o mal não é uma substância, mas sim a ausência do bem, uma corrupção do bem. Essa visão é fundamentada na concepção neoplatônica de que a realidade é um gradiente de ser, do mais ao menos real, e que o mal é uma degradação da realidade, não uma entidade em si.
O livre-arbítrio, para Agostinho, é a capacidade inerente ao ser humano de escolher entre o bem e o mal. Deus criou o homem com livre-arbítrio para que o amor e a adoração a Deus fossem voluntários e autênticos, não forçados. Assim, o livre-arbítrio é essencial para a natureza humana e a relação do homem com Deus. Contudo, o uso incorreto do livre-arbítrio leva ao pecado e ao mal moral. Agostinho argumenta que, embora Deus saiba de antemão as escolhas que faremos, nosso livre-arbítrio não é comprometido pela predestinação divina, pois a onisciência de Deus não implica causalidade.
Impacto e legado da abordagem de Agostinho sobre o livre-arbítrio teve um impacto profundo na teologia e na filosofia cristã, influenciando não apenas o pensamento medieval, mas também debates contemporâneos sobre a natureza da liberdade, a existência do mal e a predestinação. A obra de Agostinho serve como uma ponte entre o pensamento antigo e a teologia cristã medieval, marcando um ponto de virada na interpretação do conceito de livre-arbítrio no contexto cristão. Seu trabalho continua a ser uma referência fundamental para estudiosos da filosofia, da teologia e da história do pensamento ocidental.
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Regy 09/11/2023

Reflexão profunda
"A beleza da justiça é tal e tal é o encanto da luz eterna, quer dizer, da imutável verdade e sabedoria, que, mesmo que não nos fosse permitido gozar dela mais que um só dia, em troca desta única alegria, desprezaríamos inúmeros anos desta vida plena de delícias e abundante em toda classe de bens temporais."
Alguns questionamentos sobre o livre arbítrio foram muito inteligentes. Eu fiquei me questionando e aí vieram as explicações de Agostinho e elas foram respondidas mais que satisfatoriamente. Vale muito a pena. Eu ouvi o livro, mas pretendo ler. A leitura é mais eficaz que o ouvir.
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cheopsmalta 15/02/2023

Livro onde Santo Agostinho e seu amigo Evódio travam grandes debates acerca do livre arbítrio e do pecado. Por se tratar de uma obra bastante antiga e com um estilo de escrita todo particular, o entendimento muitas vezes é um pouco complicado fazendo com que tenhamos que ler mais de uma vez o recorte em questão para que de fato haja compreensão. Obra riquíssima e recomendada para todo e qualquer cristão catolico.
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Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 28/01/2023

O que é o mal? Se todas as coisas provêm de Deus, é Deus o autor do mal? Por que Deus deu o livre-arbítrio ao homem se com o livre-arbítrio o homem adquire a possibilidade de pecar?

Essas e outras perguntas são respondidas nesse pequeno tratado do brilhante "Doutor da Graça". Não obstante, deixemos uma citação:

"Nisto consiste nossa liberdade: em nos submetermos à verdade suprema. E esta suprema verdade é nosso próprio Deus, quem nos livra da morte, quer dizer, do estado de pecado. É esta mesma verdade quem fez o homem, fala com ele, diz aos que creêm nela: "Se sois fiéis em guardar minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8, 31-32). De coisa alguma goza a alma com liberdade se não da que goza com segurança."

p. 98
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vluiz 07/10/2022

Uma bela reflexão sobre o bem e o mal porém com uma leitura muito pesada
Uma análise filosófica do livre-arbítrio que nos faz identificar pequenas atitudes do nosso dia a dia que se referenciam na diferenciação entre o bem e o mal. Uma excelente reflexão religiosa que se torna uma leitura muito importante aos cristãos praticantes.
Por ter sido escrito há mais de 1.500 anos, a obra é um pouco pesada e difícil de entender em alguns pontos. Mas relendo alguns trechos e fazendo anotações, a obra fica muito interessante.
Recomendo a leitura.
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Anderson Theodoro 18/11/2021

Profundamente impactante
Gostei muito do estilo. Um diálogo aos moldes de Platão com questões da vida cotidiana que refletem diretamente na vida espiritual.
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Adnan.Bezerra 16/08/2021

Este livro é uma pérola preciosíssima da apologética católica. Santo Agostinho expõe sua profunda genialidade ao longo de toda a obra ao exortar seu discípulo Evódio vez após vez sobre a existência do livre arbítrio e sempre lhe responder com espantoso brilhantismo a todas as dúvidas. Esta foi a primeira obra teológica que eu li (não façam isso, sério. Leiam pelo menos alguma introdução antes) e foi ela que fez do estudo do livre arbítrio o meu campo favorito dessa ciência: o Santo parece se antecipar às heresias que veria surgir ao longo das Revoluções Protestantes, negando ao homem o direito de pensar, e já lhes refuta de imediato. Com 1200 anos de antecedência. É de tirar o fôlego.
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Marcio 26/02/2021

Filosofia cristã simples e pura
Uma leitura desafiadora, Santo Agostinho em seu mar de profundidade me vez lendo o livro as vezes perder me perder nessas águas, muito complexo suas posições em algum momento e em outros muito simples com suas conclusões, mas o fato é que não deixa espaço para dúvida sobre a questão do livre-arbítrio, é um livro de respostas mas também um livro que requereu momentos de reflexão, demorei a terminar o livro pois precisei hora e outra para refletir sobre determinado ponto, não é sem motivo que Santo Agostinho foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo e hoje entendo a influência sobre a filosofia ocidental, foi meu primeiro livro que lí dele mas não será o ultimo.
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Filino 05/06/2020

Excelente livro sobre a doutrina agostiniana - e não apenas sobre o livre-arbítrio
Trata-se de (mais) um diálogo entre Agostinho e Evódio. Nessa oportunidade, ainda que o fio condutor seja a concepção de livre-arbítrio, o autor aborda diversos temas que compõem o seu pensamento: a noção de ordem e perfeição no universo; a classificação de bens de acordo com a disposição das criaturas (as que existem; aquelas podem, ainda, viver; e, enfim, aquelas a quem é concedida a razão); o conhecimento (através dos sentidos externos e o interno); a ligação umbilical entre a existência de vontade livre e o pecado; a sabedoria e o sumo bem; abordando ainda questões de maior interesse teológico, como o pecado de Adão e a sua descendência; como conciliar onisciência de Deus e cometimento de pecados; morte e sofrimento de bebês... muita coisa, enfim.

É um livro extremamente rico; não é longo (a edição conta menos de 200 páginas) e fornece um excelente panorama do pensamento agostiniano, mesmo para quem não o conhece. A leitura flui sem dificuldades.
Aninha 14/08/2021minha estante
Gostei da sua resenha, vou repostar no meu IG?


Filino 15/08/2021minha estante
Obrigado :)




Matheus Corrêa 05/06/2020

Tema profundamente bem abordado.
De libero arbitrio de Agostinho, é um longo diálogo dividido em três partes, reunidas neste único livro. Conversação profunda sobre o assunto, que aborta vários subtemas, intrinsecamente ligados ao tema principal: O livre-arbítrio do homem.
Essa obra de Agostinho foi escrita no inicio da carreira filosófica do Autor; e sobre o assunto abordado, Agostinho ao longo de sua vida, vai mudando o tom, e a maneira como enxerga o assunto. Contudo, para aqueles que querem conteúdo para defender a existência do Livre-arbítrio no homem, este é o livro certo.
Boa leitura !
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Edney Brito 06/04/2019

Vamos lá...
Sobre o livre-arbítrio é um texto escrito no formato de diálogo, diálogo esse construído entre Santo Agostinho e seu discípulo Evódio. A obra é uma junção de três livros totalmente decididos a discorrer sobre o livre arbítrio. O mais fantástico nesse texto é a capacidade do diálogo percorrer por vários caminhos que aparentemente deixa a perceber que desvirtuou do propósito primário, mas ao seguir na leitura, se percebe que é como uma tela de computador ligada com várias abas abertas, cada uma complementando um mesmo assunto, isso é genial porque leva o leitor a várias dimensões e traz de volta ao ponto principal.
Recomendo que você leia essa obra totalmente ávido pelo saber que nele é possível obter, e, no final, mesmo que queira louvar ao ser iluminado que foi Santo Agostinho, louve antes aquEle que o iluminou.
Boa leitura para você!
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