Cris 11/07/2022
Pelo hype esperava mais ...
'Birthday Girl - o presente perfeito' é um romance age gap ( diferença de idade) da polêmica Penélope Douglas. Quem me conhece sabe que leio tudo dessa mulher e de tempos em tempos também releio seus livros só pra caçar sarna e me coçar rs. Este já estava em minha lista de leituras desde seu lançamento e hoje vim falar o que achei de Pike Lawson e Jordan Hadley.
Pike foi pai aos 19 anos e acabou que não vivendo muita coisa em sua vida devido a paternidade precose e não planejada; hoje, aos 38 é, relativamente, bem de vida e conseguiu dar ao seu filho Cole uma boa educação embora o vínculo pai e filho seja um tanto conturbado. Para complicar ainda mais a situação, se verá apaixonado pela namorada de Cole. Calma... deixa eu me explicar rs. Pike acaba conhecendo Jordan aleatoriamente numa sessão de cinema no dia de seu aniversário e a química entre eles nasce naturalmente, digamos. Jordan namora Cole há um tempo e no dia mais importante do ano leva um bolo do namorado; com raiva e frustrada, decide comemorar sozinha assistindo 'Uma noite Alucinante: a morte do Demônio' e então conhece Pike que assim como ela é aficionado por tudo que pertence aos anos 80.
Como notícia ruim não anda sozinha, o casal de namorados se vê na necessadidade de ir morar na casa do pai de Cole surpreendendo Jordan e Pike pela fatídica coincidência do destino...
" ? Somos vítimas das circunstâncias. Pelo menos, acredito piamente que eu teria gostado dele, não importa o quê. Se ele fosse qualquer outro homem que entrasse no bar, sentasse e conversasse comigo, eu o teria desejado. Ele pode ser ríspido e estar fora de forma para lidar com as pessoas, mas estou feliz com ele, e gosto que a única coisa que ele parece precisar de mim é a minha presença. Ele está mais feliz comigo aqui."
Pelo hype do livro confesso que esperava algo muito melhor, a história em si é boa e muito excitante... no mais estilo Penélope Douglas de ser se é que vocês me entendem rs. No entanto, senti que os personagens não foram bem aprofundados, principalmente os protagonistas. Sendo uma leitora assídua de Douglas nem deveria estranhar ao me deparar com assuntos um tanto polêmicos tratados superficialmente. 1? porque a autora escreve romances tabus que fogem da "normalidade", 2? por preguiça, acho eu. Digo preguiça pois quando ela quer, ela faz livro bom, 'Kill Switch' taí para não me deixar mentir. No mais a gente acaba relevando muita coisa por se envolver com suas histórias contraditórias e personagens politicamente (in)corretos que são, em sua maioria, irresistíveis até dizer chega.
A construção do enredo permeia a linha tênue do certo e do errado. De um lado sabemos que a relação da Jordan com o Pike é perigosa e nem é tanto pelo fato de ele ser 20 anos mais velho, e sim por de ele ser sogro dela, o relacionamento físico dos dois só vingou após o término entre a Jordan e o Cole, mas sim, já existia os olhares, os pensamentos... então para mim houve a traição, nem que seja de sentimentos, claro que o fato do Cole ser um namorado horrível impulsiona ainda mais o leitor a torcer pelo "errado" vamos assim dizer. Mas de errado Pike não tem nada, absolutamente nada. Gostei bastante do personagem e até me apaixonei apesar de achar algumas de suas frases e colocações um tanto machistas.
O que mais me incomodou ao longo dos capítulos foi o fato da autora deixar tudo extremamente carnal e sexual entre eles. Por se tratar de um tema sensível esperava mais cenas dramáticas e sentimentos bagunçados e em conflito, afinal, além de ter a diferença de idade enaltecida em todo o livro, estamos falando de um romance no mínimo questionador. Da química entre eles não posso reclamar, porém sobre a conexão de almas ficou e muito a desejar. O próprio epílogo não me emocionou tornando a conexão leitor x personagens um tanto rasa. E se as inúmeras cenas de sexo fossem reduzidas para uma melhor finalização tanto da história central quanto acerca da participação de personagens secundários importantes para a trama, o livro para mim teria um outro valor, uma outra relevância. Como isso não ocorreu, 'Birthday Girl' fica na média de outros tantos livros, relativamente, bons porém esquecíveis.
E para encerrar, a narrativa de Douglas continua fluida e muito mas muito envolvente. E com capítulos intercalados entre Jordan e Pike terminei a leitura em questão de horas, numa sentada básica diria.
Mesmo devorando o livro, não posso fechar os olhos para muita coisa que não curti, no entanto, também me vi apaixonada pelo Pike apesar do personagem não ter sido tão bem trabalhado... Agora estou num impasse ao indicar ou não esse livro rs. Bem, vou fazer o seguinte: leiam, mas leiam com reservas e não vão com muita sede ao pote, ok? A leitura é gostosa, sim mas só isso, infelizmente!
" - Eu já vi muito amor ruim, Pike - diz ela. - Nós dois vimos, não?
- E então ela se esfrega em mim de um jeito quase que imperceptível, despertando meu corpo na hora. - Esse é do tipo bom. Quando você o encontra, você o segura. Nada é mais importante."