Jess 21/08/2022
A maior parte do livro é sobre detalhes. Inicialmente, não tem muito diálogo e a personagem principal parece se divertir adivinhando e criando na mente a imagem de todas as pessoas ao redor dela, achando tudo uma enorme chatice enquanto essas mesmas pessoas estão ao seu lado, tentando livrá-la de uma condenação de um suposto crime do qual ela parece não se importar tanto.
A falta de mais diálogo no livro não me incomodava no inicio, mas foi ficando cansativo ler sobre tantos detalhes. Era bom ler mais sobre os amigos da personagem principal e sobre a sua vida, o que ela estava fazendo no momento e o que pensava sobre toda aquela situação em que se encontrava, tanto para poder conhecer a personagem, suportando a história para entender o que levou a tudo o que no final aconteceu de verdade. Mas cansou. Eram muitas cenas dela pensando e imaginando coisas ou situações, e a personagem em si não me tirou nada além de tédio. Ela se mostra ser mimada e preconceituosa em vários momentos do livro, achando que está totalmente certa em pensar sobre uma coisa totalmente sem noção ou achando que o trabalho dos outros está sendo mal feito apenas porque ela está de saco cheio de tudo.
Foi um pouco insuportável ler sobre várias cenas e alguns capítulos sobre determinados assuntos, ainda mais quando a política era colocada no meio e absolutamente do nada.
Eu senti que o livro ia se encaminhando para uma enorme reviravolta e... ela não veio. Foi muito decepcionante não encontrar nenhuma novidade no caso do que era falado desde o início, mas confesso que a leitura ficou mais emocionante nas cenas finais, exatamente pela ansiedade de ver essa reviravolta.
Foi muito interessante acompanhar o julgamento e essas foram as melhores cenas do livro, exatamente aquelas que não duram muito antes de voltar para um passado monótono, com coisas faladas mais de um milhão de vezes e, novamente, sem nenhuma novidade.
Resumindo? O que me manteve presa na história foi a ansiedade de uma coisa nova. Uma sensação de que alguma coisa aconteceria. Foi uma parcela de culpa minha, colocar muito em cima de um livro, mas uma parcela de culpa dele, em prometer tanto e não entregar nada.