ANDER CELES 17/07/2021
O poder da empatia! Sem ser nada piegas.
É muito difícil falar desse livro, pq ele traz tantas camadas! Bom, pra começar, é um livro que fala sobre refugiados, sobre a vida de um refugiado sírio em particular e suas dificuldades.
É um livro que fala de empatia. Impossível não sentir o medo que Ahmed sente o tempo todo em situações das mais diversas. Se colocar na pele de Ahmed é doloroso, porque ele é só um jovem de 14 anos e tem que lidar com um preconceito pesado, com a desconfiança, com o sentimento de falta de sentido na vida. Olha, ele é com certeza o personagem que vc queria guardar no bolso e só proteger. Me emocionei muito com ele, em muitos momentos.
A história do Ahmed faz a gente refletir sobre a situação de tantas e tantas crianças sírias, paquistanesas, iraquianas, entre tantas outras. Como o mundo é cruel com elas e como os adultos simplesmente parecem não se importar.
E justamente nesse ponto temos o outro personagem incrível, o Max. Max só tem 13 anos, mas tem uma percepção da realidade muito sensível, muito empática. É demais o quanto ele leva a sério a questão de ajudar o Ahmed, o quanto não se importa com os riscos para si próprio, o quanto é criativo e lógico.
Max mostra pra gente que as crianças têm tantas respostas para as complicações que os adultos criam, que se déssemos mais atenção a elas, que não estão contaminadas com todos os preconceitos e maldades que já corromperam a mente adulta, o mundo seria um lugar muito melhor.
Sobre a escrita da autora, excelente! A forma de narrativa é perfeita! A angústia é presente o tempo todo, o tempo todo vc com o coração na mão pensando que não vai dar certo.
O livro tbm traça um paralelo com a situação dos refugiados com a situação do holocausto judeu, usando uma história real como pano de fundo. E nessa história real, Max encontra a inspiração para fazer o que é certo. Isso tbm é um ponto muito legal, pq faz a gente pensar o quanto é importante conhecer e valorizar histórias de solidariedade reais e usá-las como inspiração para nossa própria vida.
É um livro de esperança. Um livro pra gente voltar a sentir um pouco de fé na humanidade. Tem muita gente ruim no mundo, o livro tbm aborda isso, mas tem muita gente boa tbm. E enquanto houver uma pessoa boa querendo ajudar uma pessoa, nem tudo tá perdido.