Luiza Helena (@balaiodebabados) 12/06/2019Originalmente postada em https://www.oquetemnanossaestante.com.br/A Rainha Aprisionada é o segundo livro da trilogia Iskari. Mesmo sendo livro com história e protagonistas diferentes, seria bom ler o primeiro para algumas informações. Se não, a autora dá uma pincelada em algumas situações do anterior que influenciaram acontecimentos nesse aqui.
Apesar de A Caçadora de Dragões (resenha aqui) tenha me decepcionado bastante, logo quando soube que o segundo seguiria dois outros personagens, quis conferir visto que eles prometiam ter uma história boa e interessante. Fui com bastante expectativas e não me decepcionei. Atenção que pode haver spoilers do livro anterior.
Depois de conflitos e revoltas, Dax destronou seu pai e se tornou rei de Firgaard, com a ajuda de Roa, sua esposa. Roa vem de uma terra submissa ao reino de Firgaard e concordou em ajudar Dax se ele liberasse sua terra desse vínculo.
Ao chegar à capital do reino, Roa se vê envolvida em um plano de traição contra o novo rei. Caso ela aceite participar, não somente a esperança de seu povo ser livre, mas ela também pode ter oportunidade de trazer sua irmã, Essie, de volta à vida. Para isso, ela terá de ser a que dará o golpe final em Dax.
A Rainha Aprisionada foi tudo o que eu queria eu fosse e mais um pouco. A escrita da autora é bem fluída, o que faz com que você leia sem sentir as páginas passadas. Quando me espantei, já havia terminado a leitura em três dias (!). Os capítulos são relativamente curtos e, assim como o anterior, no início de alguns temos lendas do povo nativo e um pouco do passado que envolve Roa, Dax e Essie. Confesso que gostei de ver como a vida deles foi entrelaçada entre si e nas lendas contadas.
Roa foi uma protagonista um pouco melhor que Asha. Ela é uma guerreira que viu no casamento com o novo rei o único jeito de dar uma vida melhor para seu povo. Todas as suas decisões são baseadas justamente nesse objetivo. Quando seus sentimentos por Dax começam a mudar, ainda assim ela foca em ajudar seu povo, mesmo que isso vá fazer os dois sofrerem.
Dax foi um personagem intrigante. Apesar de narrado em terceira pessoa, o foco das narrações é em Roa; então só temos a visão dela sobre o novo-rei: patético e inútil. Aos poucos, ele vai mostrando sua verdadeira personalidade, que é homem bastante calculista, centrado e completamente apaixonado por Roa.
Roa e Dax têm uma ótima química juntos. Os dois têm uma história cheia de ressentimentos e a autora soube trabalhar bem o desenvolvimento do relacionamento em cima desse sentimento. O que me estressou um pouco foi o disse-me-disse envolvendo os dois. Roa escuta muitos boatos sobre Dax e nada como uma conversa sincera com ele resolvesse, mas entendo o lado dela também em acreditar. Afinal, após tudo que os dois passaram, como confiar um no outro novamente?
A Rainha Aprisionada foca bastante nos jogos políticos na corte. Diferente do livro anterior, não se tem muita ação e luta, porém há algumas cenas de deixar o coração na mão. Infelizmente achei o final um pouco corrido, mas até que foi condizente com tudo o que foi apresentado na história.
O terceiro livro da trilogia se chama The Sky Weaver (A Tecelã do Céu, em tradução livre) e tem lançamento internacional previsto para novembro desse ano. Espero que, assim como os outros, a editora não demore a lançar.
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