Resenhas - Fagin, o Judeu

Anny128 07/10/2014

Will Eisner é um dos nomes mais importantes e respeitados no mundo das graphic novels. Temos, em sua obra Fagin, o Judeu, uma tentativa de resgate histórico do personagem-título do lugar-comum em que foi jogado. Fagin é um dos personagens do livro Oliver Twist, obra do consagrado autor Charles Dickens, que inclusive já foi adaptada para o cinema.
No livro de Dickens, Fagin é retratado como um judeu mal, receptador que ensina crianças inglesas abandonadas nas ruas a viverem de pequenos furtos. Mesmo que essa não tenha sido a intenção de Dickens, essa descrição serviu para, à época, reforçar o estereótipo do judeu que grande parte da população tinha em mente: pessoas gananciosas, ávidas apenas pelo dinheiro, custe o que custar.
Eisner quis fazer justiça ao personagem. Em sua história, temos Fagin narrando ao próprio Dickens sua triste história de vida, relatando os motivos pelos quais teve que se abrigar nas ruas e sobreviver daquilo que não era dele. Uma confissão dolorosa, crua e verdadeira, de um homem que tentou lutar com as armas que tinha à disposição, nunca tendo por base o mal por ele mesmo. Não era o determinismo judeu que o levava àquela vida, mas tão somente as condições miseráveis que havia encontrado pelo seu caminho.Mais do que um simples realinhamento do personagem, Eisner consegue transmitir o contexto histórico pelo qual passava a Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, bem como a situação dos judeus europeus daquela época. Tudo isso alinhado ao traço incomparável do quadrinista, cuja caligrafia serviu como base para a assinatura do famoso Walt Disney.
Uma ótima porta de entrada para aqueles que, como eu antes dessa leitura, ainda não tiveram a oportunidade de adentrar ao mágico mundo de Will Eisner!

site: http://www.leioeu.com.br/2014/08/fagin-o-judeu.html

Guilherme Amaro 29/04/2018

Fagin - O Judeu
HQ de Will Eisner, publicado pela editora Companhia das Letras em 2005, contém 128 páginas.

A história de Oliver Twist, romance de Charles Dickens, é recontada sob a perspectiva do judeu Fagin. Trata-se de uma obra polêmica e engajada, na qual um dos maiores quadrinistas de todos os tempos confronta o anti-semitismo em um misto de crítica social e literária

Anderson 04/02/2011

Fagin, o Judeu
Que Will Eisner é um gênio não é nenhuma novidade, mas infelizmente esta não é uma das suas melhores obras, Rescrevendo Oliver Twist de Charles Dicken, Einser não foi muito feliz, mas a obra ainda assim é muito boa, com bom humor Einer conta a historia de Fagin.

Ana Bia 09/04/2014

Meu primeiro livro do Will Eisner. Não conheço muito bem a história do Oliver Twist, mas consegui acompanhar bem. Os traços são incríveis e todo o projeto do quadrinho é impressionante. Gostei muito do jogo que ele faz com os limites impostos pelo próprio quadro. Fora toda a ideia que o Will Einer coloca sobre a desconstrução ou a reconstrução do esteriótipo judeu. Muito bom! Quero ler mais!

Genes 05/02/2016

Muito bom, cheio de reviravoltas, fantástico a forma que o autor consegue desenvolver cada personagens o diálogo do Fagin com o autor original do livro a cerca dos judeus, já para o final ficou sensacional. Essa hq mostra creio eu exatamente um mundo humano e real, onde a igualdade não e para todos, e que os finais nem sempre são felizes a todos. Um dos melhores quadrinhos que já li sem dúvidas.

Inlectus 02/08/2016

Bom.
Prazer e reflexão, além de muita criatividade.

Ana :) 20/11/2016

Um passado justo para Fagin
Tenho um carinho enorme por essa HQ, umas das poucas aquisições da adolescência que permanecem na minha estante. Bem construída, traço atraente para a leitura e com uma história capaz de humanizar um personagem que, no romance original em que aparece (Oliver Twist), acaba um tanto caricato.

Braguinha 12/11/2022

Se é de Eisner, é bom
Will Eisner diz no prólogo que sempre quis fazer justiça ao judeu Fagin do livro Oliver Twist, de Mark Twain. E realmente, como Eisner é um gênio do roteiro e do desenho, ele consegue

asteuwick 31/01/2023

O peso do estereótipo
Eu não li o livro do Charles Dickens a qual essa GN faz referência, mas entendi o que o autor quis passar. Os estereótipos que escritores e ilustradores criam sobre um grupo de pessoas, ou até mesmo lugar ou época, podem ser bastante prejudiciais na construção do imaginário que fica no coletivo.

Escrever, representar, falar sobre, traz muita responsabilidade. Hoje, há outras questões a serem olhadas, como as diversas sexualidades e identidade de gênero por exemplo que são abordadas nas obras. É muito importante quem cria estar sensível a essas reflexões.

Eliane 12/04/2023

Brilhante, como Will Eisner sabe ser, com o objetivo recontar um clássico do ponto de vista do vilão e oferecer uma versão contra o preconceito manifestado na obra de Dickens, confrontando o anti-semitismo na literatura clássica.