Libido Dominandi

Libido Dominandi E. Michael Jones




Resenhas - Libido Dominandi


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Nathalia 14/09/2022

Rastreio histórico incrível
De longe o que me chama atenção nesse livro é o rastreio histórico que é feito, minucioso, cuidadoso, perfeito.
Esse livro prova que uma teoria da conspiração na verdade não é teoria. E te deixa um pouco atordoado, de fato. É muita informação, dados históricos, para corroborar essa prova.
Achei um livro simples de ler, bem esmiuçado os argumentos, sem grandes dificuldade para compreender. Embora é claro, contenha 800 páginas. É preciso ter paciência. Mas já li livros de 150 páginas mais difíceis de terminar do que esse. A leitura flui que é uma beleza! Recomendo muito!
Pablo 25/11/2022minha estante
Obrigado pela resenha! Acabei de adicionar na estante.. ano que vem pretendo adquiri-lo.




Luiz 24/12/2022

A Liberdade que lhe torna Escravo
Livro: Libido Dominandi - Libertação sexual e controle político
Autor: E. Michael Jones

Eugene Michael Jones é um estudioso da cultura moderna e contemporânea, tem relevantes trabalhos na área do catolicismo e história da igreja, possui outro livro muito famoso o "Modernos Degenerados" recentemente traduzido e vendido no Brasil, pela Vide Editorial, assim como este livro colossal de 856 páginas de leitura fluída e instigante.

Jones, neste livro, defende a tese de que a história da Revolução Sexual, o movimento que defende progressivamente a libertação sexual de forma a combater a moralidade e o status quo da época, teve como resultado primordial o controle político daqueles que abrem mão de sua moralidade, razão e espiritualidade, para se renderem às suas paixões, sem se darem conta de que são fantoches de quem oferece e promove os meios para obter os objetos de seus mais ardis desejos, ou seja, enquanto a proposta, iniciada contemporaneamente a revolução iluminista, pregava a libertação do homem das "amarras" sociais da tradição religiosa resultou no controle político que descamba no totalitarismo, pois uma vez que as paixões e desejos sexuais são libertos, para derrubar a moral, automaticamente se é levado a anarquia e ao caos social, mas para tomar o poder e se perpetuar nele, é necessário o controle totalitário da sociedade.

O livro começa com a história de Adam Weishaupt o fundador da ordem Illuminati. Weishaupt era ex-jesuíta e tinha ligações maçônicas, e ao adaptar o método jesuíta de Exame de Consciência, somado à prática de Confissão e Absolvição da Igreja Católica, e o sistema iniciático e hierárquico da Maçonaria, cria o sistema que dará frutos às células revolucionárias em toda a Europa mesmo após o fim da Ordem Illuminati. Enquanto o exame de consciência permite que o fiel reflita sobre seus pensamentos e ações para expor na confissão de seus pecados, ao sacerdote, para ser absolvido e perdoado, no método Illuminati o adepto por meio do exame de consciência fornece ao seu superior todas as informações mais íntimas sobre ele mesmo, de forma que o sistema hierárquico, fornecido pela maçonaria, permite que sempre quem está em graus mais elevados saiba tudo sobre quem está nos graus inferiores, tornando o conhecimento limitado para os mais recentes e mais progressivo para os mais experientes, mas criando também um sistema de mútua espionagem em que seus desejos e paixões sempre são conhecidos por alguém que pode se utilizar daquela informação para objetivos particulares.

Ainda que Adam Weishaupt e os Illuminati tenham acabado entrando em colapso, seus escritos foram redescobertos, ganhando fama, sua literatura forneceu as bases necessárias para o controle político baseado nas paixões, bastava que um conjunto de filosofias e psicologias, fossem postas em vigor promovendo a libertação do homem das bases morais e sexuais  para que o casamento entre essas duas vertentes (sistema Illuminati + filosofias e psicologia modernas) promovessem frutos inimagináveis nos dias atuais.

Weishaupt, nessa perspectiva, nada mais é do que a semente cujo as idéias serão aperfeiçoadas ao longo do tempo resultando numa grande árvore genealógica em quê seus frutos são: a libertação sexual das paixões, o sexo desmedido, a busca pelo prazer a qualquer custo, a abolição progressiva da tradição moral e cristã, o cientificismo como novo deus que organizará a sociedade, a engenharia social, a propaganda jornalística e comercial com base na manipulação da vontade e dos desejos, o controle de natalidade e eugenia, aborto, totalitarismo político, cinema cada vez mais apelativo sexualmente, o comunismo como forma de libertação sexual e moral, a masturbação e a pornografia como rebeldia contra o status quo, as pautas identitárias negras e homossexual como gatilho para a libertação sexual, a promoção do adultério e abandono do casamento, estudos psicológicos e sexuais manipulados para induzir a sociedade à um "espírito" libertino, e outros tantos temas, convergem para a decadência do mundo contemporâneo.

Marquês de Sade
Mary Wollstonecraft
William Godwin
Percy Shelley
Mary Shelley
Auguste Comte
John B. Watson
Freud
Jung
Eddie Bernays
Horace Frink
Margaret Sanger
Alexandra Kollontai
Max Eastman
Magnus Hirschfeld
Claude McKay
Wilhem Reich
Thomas Merton
Alfred Kinsey
Paul Blanshard
Carl Rogers
Kurt Lewin
Leo Pfeffer

São citados no livro, de forma mais delongada, enquanto outros tantos são citados porém não tão explorados, e a medida que conhecemos suas vidas particulares, com vários detalhes biográficos, percebemos a correspondência entre suas teorias e sua vida privada, assim como a sua contribuição para a degeneração da moral.

O livro é constituído de 3 partes, a primeira parte possui 7 capítulos, a segunda parte possui 25 capítulos, e a terceira, 21 capítulos.
Enquanto a primeira e a segunda parte o autor se aprofunda no contexto histórico, as teorias de base que foram evoluindo e os autores responsáveis pelo estado atual desta crise que ele aponta, na última parte, ele nos apresenta as consequências políticas dessas idéias das partes anteriores, o como que as bases citadas anteriormente foram responsáveis pela criação de leis, disciplinas acadêmicas, políticas públicas, empresas e ONGs e etc, se valendo também do papel da religião cristã, em especial do catolicismo, para combater todo esse movimento de controle político e sexual desde os anos de 1776 até 1992 aproximadamente.

É um livro diferenciado, o melhor livro que li no ano de 2022, muito extenso sim, mas repleto de informações importantíssimas, como já vinha estudando o tema do controle político e da modificação da moral, esse livro agregou de forma ímpar, principalmente aos detalhes apresentados sobre os teóricos da filosofia, sociologia, jornalismo, literatura e psicologia. Eu particularmente tento, sempre ao ler um livro, minimamente saber um pouco sobre os teóricos que estudo, mas esse livro mostra informações biográficas que dificilmente teria acesso e de forma claramente casada com a proposta do livro, impossível sair da leitura desse livro com a mesma visão de mundo, o "horizonte de consciência" é muito expandido com essa leitura, principalmente se já tiver estudado minimamente boa parte dos autores citados.

Como já li muitos livros sobre a Nova Ordem Mundial, algumas das maiores dificuldades das pessoas em entenderem esse tema é referente aos ditos "Metacapitalistas" que buscam através do capitalismo fomentar pautas políticas, em diversas partes do mundo, de seu interesse ainda que aparentemente dêem a impressão de que vão contra a política do capitalismo e livre mercado, nomes como Fundação Ford, Carnegie, Rockefeller e outras são citadas recorrentemente como grandes financiadoras de estudos, projetos de pesquisas e movimentos, com o interesse do controle político e sexual, o que ajuda o leitor à minimamente abrir os olhos pra fundações como essas.

Vale ressaltar também o como toda a Igreja, especialmente a Católica, combateu arduamente contra todo esse movimento, principalmente na questão de controle de natalidade, aborto e pornografia, tenho certeza que pra um bom católico esse livro é de grande valia histórica.

"A ideia de que o pecado é uma forma de escravidão é central nos escritos de São Paulo. Santo Agostinho, no seu magnum opus em defesa do cristianismo contra as acusações dos pagãos de que teria contribuído para a queda de Roma, dividiu o mundo em duas cidades, a Cidade de Deus, que ama o Criador até o limite da extinção do ego, e a Cidade do Homem, que ama o ego até o limite da extinção de Deus. Agostinho descreve a Cidade do Homem como "desejosa de dominar o mundo", mas, ao mesmo tempo, "dominada por sua paixão pela dominação". Libido dominandi, a paixão pela dominação, é portanto, um projeto paradoxal, invariavelmente praticado por aqueles que estão obcecados pelas mesmas paixões que incitam para dominar as massas.
A dicotomia que Agostinho descreve é eterna. Existirá pelo menos enquanto o homem existir. Os revolucionários do iluminismo não criaram um novo mundo, nem criaram um novo homem para habitar seu admirável mundo novo. O que fizeram foi adotar a cosmovisão de Agostinho invertendo seus valores."
(E. Michael Jones, p.13)

"[...] iluminismo, que começou como um movimento para libertar o homem e subitamente se transformou em um projeto para controlá-lo. Este livro é a história dessa transformação. Pode ser visto como uma história da revolução sexual, da psicologia moderna ou da moderna guerra psicológica. O que todas essas histórias têm em comum é um projeto de várias gerações, que chegaria, por meio da tentativa e do erro e de um desejo pervertido pela paixão, à mesma conclusão que Agostinho atingiu no fim do Império Romano. Um homem tem tantos mestres quanto tem vícios. Promovendo o vício, o regime promove escravidão, que pode ser transformada em controle político. A única questão remanescente era se a escravidão poderia ser aproveitada para o ganho financeiro e político, é como isso poderia ser feito. A melhor forma de controlar o homem é fazê-lo sem que ele tenha consciência de que é controlado, e a melhor forma de fazer isso é através da manipulação sistemática das paixões, pois o homem tende a se identificar com elas. Ao defendê-las, ele defendeu sua "liberdade", que usualmente enxerga como a habilidade ilimitada de realizar seus desejos, sem, na maior parte do tempo, entender como é fácil manipular essas paixões."
(E. Michael Jones, p.14)
Tiago.Peixoto 20/02/2023minha estante
Uma resenha muito bacana!


Luiz 20/02/2023minha estante
Muito obrigado.




Cristiane 18/07/2022

"Portanto, um homem bom, ainda que seja escravo, é livre; mas um homem mau, ainda que seja rei, é um escravo. Pois este serve não a um homem, somente, mas, o que é pior, a tantos senhores quantos forem os seus vícios". Para Agostinho, o homem não é escravo por lei ou por natureza; sua liberdade está em função de sua condição moral: seus vícios, quantos forem, são os seus senhores.
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Thayane Oliveira 21/07/2023

O livro mais completo sobre o assunto
O livro aborda a história da revolução sexual no ocidente, e como essa revolução ao contrário do que muitos pensam tem como objetivo a escravidão/controle e não a liberdade. Ele reconta a luz da vida pessoal, a história de grandes nomes como Mary Shelley, Alexandra kolontai, Kinsey, Freud, Linda Lovelace, Margareth Sanger, Batie Page etc. E como na vida pessoal a ideologia cobrou um alto preço.
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Zaqueu 12/08/2023

Liberdade é escravidão
Após o término dessa leitura maravilhosa que tive o privilégio de fazer, me deu uma grande vontade de reler Admirável mundo novo e 1984. Pois sem dúvida são leituras que segue nesse mesmo caminho, embora Líbido Dominandi é a obra mais completa sobre o assunto do controle dos poderosos sobre os súditos.

É uma leitura onde vemos desde de grandes influências como Sade, Kollontay, Marxl,Engels,Hitler, Stalin entre tantos outros que fizeram parte da história seja para o bem quanto para o mal da humanidade.

Recomendo essa leitura ao lado com papel e caneta e com algumas leituras de acompanhamento, tendo em vista que Michael Jones faz um apanhado de vários assuntos com a história do feminismo, a revolução francesa e americana, entre outros assuntos que se não tivermos curiosidade em buscar referências não será uma leitura de um bom entendimento.
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