Stella F.. 24/02/2021
Recordando
Adorei rever conceitos já esquecidos, revisar um aprendizado que fiz quando na faculdade de Biologia.
De uma maneira bastante didática e leve, os autores nos levam a vários assuntos pertinentes sobre evolução humana, com um embasamento científico de primeira, e com artigos fresquinhos, atualizando a todos sobre assuntos como genoma, intolerância à lactose, o porquê de alguns gostarem de brócolis e outros não, sobre homossexualidade, sobre neandertais, sobre surgimento dos grandes mamíferos e desaparecimento dos dinossauros e sobre noções de moralidade. Uma discussão também sobre o elo perdido, nos falando sobre a grande quantidade de fósseis encontradas e que vão fazendo esses intervalos serem preenchidos e sabermos cada vez mais sobre nossos irmãos, primos e tataravôs.
Tudo bastante explicado com ótimos exemplos e “causos”, o que mais gosto.
Reaprendi bastante e fiquei sabendo de fatos interessantíssimos e das pesquisas recentes.
Só não achei necessário o tom de brincadeira em vários capítulos, que para alguns pode funcionar, mas que para mim poderiam ser retiradas. É claro que os autores quiseram falar de assuntos sérios sem o peso, fazendo-os mais leves. Talvez esse seja o diferencial do livro, abordagem de assuntos sérios, citando pesquisas de ponta e ao mesmo tempo não assumindo uma posição professoral, mas um posicionamento de amigo, um debatedor informal. Para quem nunca estudou o assunto, deve funcionar.
Enfim, livro muito bom onde recordei e aprendi coisas novas!
“Trata-se de um discurso muitas vezes vazio, que, jogado para uma plateia leiga e incauta, parece coerente, mas que na verdade é, na melhor das interpretações, um argumento baseado em ignorância do método evolutivo, e, na pior das interpretações, uma mentira deslavada. O fato é que o termo “elo perdido” é muito inadequado para descrever a ciência evolutiva que é trabalhada hoje. E, mesmo que fosse adequado, temos milhares de fósseis com características intermediárias encontrados em todas as linhagens, tanto de plantas quanto de animais vertebrados ou invertebrados, e todos eles podem servir como “elo não mais perdido” se você tiver a boa vontade de ir atrás das fontes e estudar o que a ciência já publicou sobre eles”. (pág. 63)
“Descobrir que neandertais possuíam pensamento simbólico, na prática, significa descobrir que eles tinham sentimentos e ideias bastante humanos, semelhantes aos nossos. Além do mais, se foi uma evolução convergente, que surgiu independentemente em humanos e neandertais, trata-se de uma inovação que não foi exclusividade nossa, e, que, portanto, pode ter surgido em outras espécies, e quem sabe no futuro possa surgir de novo em outras tantas”. (pág. 184)