A Impossível Faca da Memória

A Impossível Faca da Memória Laurie Halse Anderson




Resenhas - A Impossível Faca da Memória


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Goodevyning 25/05/2022

Não consegui me importar
Para ser sincera já faz alguns meses que eu terminei a leitura e ela foi muito interessante pra mim por conta de um projeto que eu fiz com uma amiga de escrever no livro para depois compartilhar a leitura, por isso a minha impressão do livro tem um apego sentimental grande.
O livro é confuso no começo, você precisa insistir até que ele comece a fazer sentido mas para isso você tem que ter uma motivação e uma força de vontade muito grande já que a protagonista é insuportável. Depois de alguns capítulos ela fica mais suportável mas então você tem que lidar com o pai dela que parece ser um adolescente mimado em muitos momentos do livro. Eu juro que eu tentei entender as questões dele mas foi difícil, na realidade eu não estava nem aí pra ele e para o que ele passou ou deixou de passar. O que realmente me fez terminar o livro foi o romance e em especial o Finn, que, apesar de cometer um errinho ou outro, é o melhor personagem de todo o livro.
Não é o melhor livro que eu já li mas também não é o pior.
Se não fosse por esse compromisso com a minha amiga eu teria largado o livro, por isso não é um livro que eu recomendaria. Por fim, foi bom para passar o tempo e desenvolver uma atividade diferente mas só, não fui tocada em nada.
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Alanna. 22/04/2021

Bom, mas tinha potencial para ser muito melhor
*Antes de falar desse livro, eu acho importante destacar que a história pode trazer gatilhos sobre estresse pós traumático, sobre comportamento agressivo e talvez sobre uso de entorpecentes e álcool*

Aqui vemos a história de uma família bastante disfuncional. Um pai que é ex militar, e que carrega consigo traumas não só do seu tempo de exército mas também de perdas pessoais, um cara que está afundado em bebida e drogas, atormentado por esse passado; e sua filha, criada diante de tudo isso, que desde muito nova se viu no papel invertido de ter que cuidar do próprio pai, e de não viver as próprias experiências de uma adolescente "comum". A coisa toma nova forma quando os dois voltam para a sua cidade Natal, e Hailey começa a se ver em situações próprias para sua idade, indo para a escola, tendo amigos, se apaixonando.

É uma leitura que me prendeu desde o início, a Hailey não é uma personagem carismática, mas ela tem uma maneira de observar as coisas que me fez gostar dela. Finn, que seria o "namoradinho" dela é o personagem que mais gostei na história, mas sinto que o romance deles podia ser mais bem explorado (embora tenha gostado de o foco maior da história ser na relação pai e filha, e não no romance adolescente). O relacionamento dos dois não é perfeito, a princípio parece mais uma fuga da Hailey da sua realidade mas ao mesmo tempo é ela relutante porém querendo viver essa experiência.

A relação da Hailey com o pai é realmente muito problemática. O pai dela não chega a fazer coisas extremamente violentas (sejam físicas ou verbais), parece que ele mais se afunda em si mesmo, e ela tenta catar os cacos depois de cada bebedeira ou abuso de substâncias. É realmente uma inversão de papéis, porque a filha que tem que observar se o pai está fazendo as coisas mais básicas, ela contém os gastos, ela resgata ele de surras, ela se preocupa com as amizades ruins dele. Durante a leitura é possível perceber como esse relação é desenvolvida e como ela se desgasta. Em muitos filmes e livros podemos ver essa questão de traumas de ex soldados, que depois de irem a guerra suas vidas nunca voltam a ser como antes, e que carregam essas lembranças ruins o resto da vida, e essa leitura me fez pensar nisso, e pensar nos familiares de quem passa por esse tipo de situação. Eu confesso que fiquei aflita em certo trecho, pois o pai de Hailey tem muitas armas em casa, e em certo ponto da história ele começa a limpar essas armas e isso desperta um pavor na Hailey.

Acho que esse livro tinha potencial para ser mais (acho que até vi isso em uma resenha por aqui), a história é boa mas falta algo pra ela ser REALMENTE boa. Também acho que poderia ter um maior desenvolvimento da história do pai da Hailey, por mais que tenha alguns trechos que ele descreve os pesadelos e as sensações de guerra, acho que poderia ter mais pra que a gente entendesse melhor o personagem. Por fim, acho que o final do livro é muito corrido e não desenvolve completamente os conflitos que construiu na trama.

No geral, é uma boa leitura, uma história com temas fortes, e com bons personagens. Eu recomendo demais essa leitura.
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Queria Estar Lendo 14/07/2019

Resenha: A Impossível Faca da Memória
A Impossível Faca da Memória é o mais novo lançamento da Lauria Halse Anderson no Brasil, e a editora Valentina nos cedeu um exemplar para a resenha. O livro conta a história de Hayley, uma adolescente que tenta se adaptar a uma "vida normal" ao lado do pai, um veterano do exército que sofre com transtorno pós-traumático, depressão e o abuso de substâncias.

Hayley não se lembra muito do que aconteceu antes dela cair na estrada com o pai, aos 12 anos, dirigindo um caminhão por todo Estados Unidos. Agora que ela está com 16 anos, no entanto, Andy achou melhor se estabelecerem em algum lugar para que ela possa terminar os estudos e se candidatar a universidade.

É por isso que eles retornam para a cidade natal de Andy, morando na casa que fora de sua avó, e tentam estabelecer uma rotina. A princípio, a garota acha que estar de volta ao lar de infância possa fazer bem ao pai, mas conforme o tempo passa e o passado começa a alcançá-los, Hayley fica sem saber até quando eles aguentarão.

"Engoli o medo. Ele está sempre ali, e ou você se mantém na superfície, ou se afoga."

Assim que peguei A Impossível Faca da Memória para ler, eu já percebi que era um livro da Laurie Halse Anderson. Assim como Garotas de Vidro e Fale! o livro traz a marca registrada da autora, que é sua capacidade de tratar de temas tão delicados de uma forma bem sensível. O que acaba tornando a história até leve, fácil de ler.

Além disso, a narrativa da Laurie é muito fluída, os acontecimentos se costuram muito bem, sem ficar forçado ou surgir do nada e desaparecer. Toda cena tem uma função bem definida e não teve nenhum momento que eu fiquei "tá, mas o que isso quer dizer?". Fora isso, eu amei como o nome se encaixa na história pelas entrelinhas. Normalmente eu amo quando o título é citado dentro da história, mas esse nunca é e, ainda assim, ele está presente em cada parágrafo. A Impossível Faca da Memória não é um acontecimento que pode ser apontado, mas é a sensação de toda a história.

Meu medo era acabar não gostando do Finn, o interesse amoroso da Hayley. Eu nunca tinha lido um romance escrito pela Laurie, por isso não sabia exatamente o que esperar. Mas fiquei bem feliz com ele. Não foi nenhum cara ou casal que me fez suspirar e tudo o mais, mas eu definitivamente me diverti com as piadas internas deles. Também gostei de ver o crescimento da Hayley ao ir se abrindo para outras pessoas e enxergar as camadas no Finn.

"Eu precisava ouvir o mundo, mas o mundo não precisava saber que eu estava ouvindo."

A Hayley foi a minha personagem preferida, acho. Ela é complexa, e ao mesmo tempo simples. Ela tem um terrível medo de abandono e está constantemente tentando salvar o pai, além de ser extremamente afetada pela doença dele. Hayley vive em alerta constante e se culpa muito quando baixa a guarda e algo acontece. Ela não teve tempo para ser uma criança e uma adolescente normal, e a gente vê isso nos trejeitos dela, na forma como se relaciona e enxerga o mundo, no sentindo de "somos nós contra o mundo" que ela exibe.

O Andy, pai da Hayley, também tem um papel muito importante. Ver ele afundando na depressão, no álcool, sucumbindo ao TPS foi triste. Os dias bons e os dias muito, muito ruins, e a forma como tudo isso afetava a filha dele. Apesar de já esperar gostar muito do livro, A Impossível Faca da Memória foi diferente do que eu estava esperando e me surpreendeu muito. Positivamente, aliás.

No fim é uma história sobre como a nossa vida afeta a das pessoas que amamos e um grito desesperado de "por favor, procure ajuda e fique bem". E mesmo correndo o risco de ser redundante, é importante deixar claro: se você ou alguém que você conhece está passando por momentos difíceis ou sofrendo com doenças mentais: procure ajuda e fique bem.

O livro está disponível no formato físico e em e-book. Para os assinantes do Kindle Unlimited, da Amazon, ele saí de graça.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/07/impossivel-faca-da-memoria.html
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Kennia Santos | @LendoDePijamas 13/09/2020

O que fazer quando os papéis de pai e filha se invertem?
Título: A Impossível Faca da Memória | Autora: Laurie Halse Anderson | Classificação: 3,75/5

Hayley Kincain não teve uma adolescência comum. Ela passou cinco anos viajando de caminhão com seu pai, Andy, um ex-militar com muitos fantasmas que ainda o perseguem e traumas internos. Agora, eles voltaram a terra natal de Andy para tentar levar uma vida "normal", entretanto, tudo o que ele vivenciou na guerra o persegue a cada minuto do dia, fazendo-o a se afundar em drogas e bebidas, impossibilitando-o de se manter estável em qualquer emprego.

Sem opções, Hayley vê o pai diariamente ser derrotado pela depressão e fugir de todas as lembranças tenebrosas que a guerra o causou. Quando uma pessoa do seu passado retorna, as coisas parecem ficar piores do que já estão.. e Andy teme cada dia mais pela vida do seu pai.

O que fazer quando o papel de pai e filha é invertido e uma adolescente precisa cuidar do seu pai e ignorar à sua própria vida e sonhos?

Em A Impossível Faca da Memória, mais uma vez Laurie Halse Anderson vem com temáticas reais e densas que fazem seus leitores refletirem sobre escolhas, opinião, e realidade.

Hayley é uma adolescente fora do comum, que têm a fama de "rebelde" não apenas por não seguir as regras, mas por não ter tempo para focar em si mesma e segui-las. Nos últimos anos seu papel tem sido de cuidar do pai e fazer de tudo para que o mesmo não se perca na escuridão de suas lembranças.

Ela tenta diariamente fingir que está tudo bem, que não precisa de ajuda e que o pai vai melhorar... mas a realidade é bem diferente. Ela não sabe se ao chegar em casa vai encontrar o pai carinhoso ou o pai agressivo. O pai atencioso ou o pai que se isola.

Hayley tenta equilibrar tudo sozinha, mas sabemos que isso é impossível: nós sempre precisamos de ajuda.

Esse livro vem com uma surra de realidade que faz o leitor se imaginar no papel de Hayley e que atitude tomar mediante as circunstâncias da garota... tem uma temática profunda, entretanto, diferente dos outros livros da autora, acredito que essa não tenha sido tão bem explorada.

Terminei o livro esperando um impacto maior, um desfecho melhor, sabem? Sou muito fã da Laurie e não acho que nesse livro ela tenha entregado tanto quanto os outros.
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Laura 28/07/2020

É um bom jovem adulto que vai além dos dramas típicos de adolescentes. Acho que a autora conseguiu representar o comportamento dos jovens/adolescentes de forma verídica (muitos livros do tipo fazem os adolescentes agirem como crianças e isso me irrita muito!). Eu gostei de como foi bem desenvolvido os problemas familiares e os personagens. Recomendo!
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Nanda 28/10/2020

É uma leitura um pouco pesada que fala sobre transtorno pós-traumatico, depressão e abuso de substâncias (pode haver gatilho para algumas pessoas). Mas no meio disso tem um romance gostosinho de ler.

É o segundo livro da autora que leio e gosto bastante. Ela sempre trás temas importantes a serem discutidos mostrando sempre que pedir ajuda é a melhor opção.

Confesso que preferi o outro livro a esse, mas ambos são bons! Já tenho um terceiro dela na fila rs
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Mila F. @delivroemlivro_ 14/02/2020

Senti que foi muito bom, mas tinha potencial para ter sido ótimo.
Em A Impossível Faca da Memória iremos acompanhar Hayley e seu pai Adam que viviam até então solitários, viajando em um caminhão de um lado para o outro, mas quando Hayley está para cursar o último ano do ensino médio, Adam decide voltar para sua cidade natal e dar a filha a oportunidade de ter uma vida mais "normal". Só que a volta não é fácil, pois o fato que levou Adam a viajar de um local para o outro foi seus traumas de guerra, após sua volta do fronte, ele ficou tão atormentado com o que fez e presenciou na guerra que tinha que ficar fugindo de seus fantasmas, e, como não tinha com quem deixar Hayley, a levava junto.

Em casa, Adam está enfrentando seus problemas com transtornos emocionais e se afundando no álcool e drogas, incapaz de fazer qualquer outra coisa que não ficar trancado bebendo. Nesse meio tempo Hayley está vivendo tormentos pessoais também, está triste e muito preocupada por ver seu pai se destruindo e não está se adaptando bem com a escola e ao fato de ter que se socializar com outros jovens. O medo de perder o pai é tão grande que Hayley não consegue se dedicar a nada a não ser suas preocupações, além de divivir seu tempo entre a escola e a busca pelo pai nos bares da cidade.

É no ambiente escolar que Hayley acaba conhecendo Finn, que acaba se apaixonando por ela, mas Hayley faz o possível e o impossível para afastá-lo. Ela é uma verdadeira "escrota" com o garoto, mas ele não desiste e a cada "coice" que leva da Hayle, Finn se torna mais e mais fofo com ela. Reconhecendo que ela está passando por várias atribulações em casa ele só quer ajudá-la.

Francamente, A Impossível Faca da Memória, tinha um potencial incrível e com vários temas fortes e importantes que mereciam ter sido melhor explorados como: os:traumas de guerra, depressão, luto, alcoolismo, transtornos emocionais, drogas e suicídio, mas Laurie Halse Anderson optou por entregar à seus leitores um romance jovem já bem "batido" e semelhante a tantos outros que vemos no mercado editorial.

Não digo que o livro é ruim, pois não é, mas deixou a desejar; em minha opinião, creio que a escritora deveria ter focado nos problemas de depressão de Adam, no seu alcoolismo; deveria ter focado nas preocupações e tormentos de Hayley; além da relação, ente pai e filha; o foco no relacionamento de "tapas e beijos" entre Hayley e Finn não foi bom.

Além disso, para completar, A Impossível Faca da Memória, possui uma narrativa cheia de arrodeio, cheia de "nadas" que a gente lê e lê e tem a impressão de que não está indo a lugar algum. Simplesmente não acontece muita coisa, não há tantas explicações e tudo fica meio vazio.

Quando finalizei a leitura, senti como se A Impossível Faca da Memória estivesse faltando alguma coisa. Esperei um livro mais emocionante ou um drama que chegasse a pelo menos me comover, co entanto, o que encontrei foi um romance juvenil meia boca. Conclusão: fui com sede demais ao pote, talvez se eu tivesse lido com mais cautela teria apreciado mais. Fica a Dica: Não crie expectativas.

site: www.delivroemlivro.com.br
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Ludy @emalgumlugarnoslivros 15/03/2020


A impossível faca da memória - Laurie Halse Anderson
352 páginas/Editora Valentina


"A alma dele ainda está sangrando. Isso é muito mais difícil de curar do que uma perna ferida ou uma concussão cerebral."

Para fugir do passado, Hailey e seu pai - um Veterano de guerra - viviam na estrada.
Mas agora estão de volta à cidade natal de Andy; e os fantasmas que o assombram estão cada vez mais perto.
Hailey fará o possível para salvá-lo.

Ainda procuro as palavras certas para falar desse livro.
Tanto Hailey quanto sua situação familiar são complexas, então o meu desejo era entender todas essas questões.
Fiquei muito envolvida e intrigada no início. Hailey é um misto de vulnerabilidade e sarcasmo. Uma jovem que vive apenas com o pai, e sente a necessidade de cuidar dele.
Ela se priva por ele, até que conhece Finn; um rapaz encantador e divertido.
Essa relação traz leveza.
Achei legal conhecer os dilemas dos personagens secundários; esse espaço permite que todos cresçam.
Porém, senti que o ritmo foi perdendo a força na medida que a história ia avançando. O clímax não foi tão impactante.
Se aproximando do final, o ritmo foi retornando e ficando cada vez mais intenso e frenético.
A emoção foi inevitável.

Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da Laurie, e gostei bastante.
Ela aborda as relações familiares e os fantasmas que todos trazemos com delicadeza. E ela também soube desenvolver o sentimento de empatia pela Hailey - uma jovem com sentimento de abandono e que lida com o papel invertido em sua família.
Gostei da construção das personagens
A única ressalva é que desejava umas páginas a mais para que tudo ficasse bem fechadinho.

A impossível faca da memória é uma leitura complexa e comovente.
É sobre família, amizade e lembranças.
O amor entre pai e filha é bonito e desconcertante, e é preciso abrir o coração para entender esse pai. Até porque o peso que Hailey carrega não é fácil.
E por mais que desejamos esquecer, as memórias do passado sempre vem à tona como se fosse uma facada no coração.
Um YA que me fez sorrir em alguns momentos, me deixou angustiada em outros e me fez finalizar com a sensação de esperança.

#resenhaemalgumlugar

site: @emalgumlugarnoslivros
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Clube do Farol 08/08/2022

Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, leitores do Clube. Hoje venho falar do novo lançamento da Laurie Halse Anderson, autora do livro Fale!, que você já pode conferir a resenha no clube, clicando aqui. Espero conseguir passar tudo que eu senti e vivi lendo essa história.

Começamos conhecendo uma garota com problemas, afinal ela está em um "castigo" escolar, que consiste em atividades extras após a aula regular. Ela começa dizendo que seus colegas são zumbis ou "esquilos". E vamos vendo como ela qualifica os que são diferentes dela ou iguais ao que ela gostaria de ser. Afinal, somos apresentados à realidade de Hayley, pelo menos a realidade que ela vive nesse momento, porque não deixa de se lamentar pela opção do pai de voltar à cidade natal dela para tentar levar uma vida “normal”. Porém logo fica claro que ambos estão longe da normalidade.

As lembranças do tempo que passaram viajando de caminhão, onde seu pai tentava fugir das lembranças que os assombram, se tornam cada vez mais doces à medida que as coisas para Andy vão se complicando. Nesse meio tempo, começaram a surgir os mistérios, de coisas não contadas ou fatos que não veem a tona totalmente, alguns logo esclarecidos, porém que vão criando algo ainda maior, e que foram me prendendo na leitura de uma maneira muito fluida, que não dava nenhuma vontade de largar o livro apesar de que eu realmente tinha que dormir (Quem nunca?).

As coisas começam a ganhar um ritmo mais intenso. e até assustador, quando o passado começa a bater na porta de Hayley e ficamos sabendo o que aconteceu antes dos anos em que ela viajou com o pai pelo país. Porque temos o contraponto do pai que não consegue esquecer e de sua filha que não consegue lembrar. Ela cria escudos para se proteger dos problemas que sua vida enfrenta, porém fica nítido que esses escudos funcionam tão bem quanto uma peneira.

À medida que a história avança, Hayley tem que enfrentar na escola a vida de uma adolescente e em casa a de única pessoa emocionalmente estável. Afinal, ela é obrigada a ver seu pai ser lentamente derrotado pela depressão e se entregando às drogas e à bebida para calar os demônios interiores. Demônios esses que são mostrados em capítulos intercalados aos da filha e deixam a leitura ainda mais profunda aos temas abordados. Como alguém, com menos de 18 anos, pode lidar com algo que afeta tão profundamente aquele que deveria ser seu protetor e cuidador, e a expõe aos traumas que trouxe das guerras em que foi soldado, da ausência de uma figura materna que equilibre sua vida, onde seu refúgio é na casa da sua amiga.

Amiga essa que mostra a Hayley que, mesmo não tendo a mesma realidade que a dela, ainda enfrenta problemas e que a vida perfeita não existe como ela gostaria de imaginar, para além de sua casa. Aqui, preciso deixar claro, que apesar da escrita da autora ser extremamente delicada e cuidadosa, o impacto dos temas não é menor. Pelo contrário, parece tornar tudo ainda mais intenso e verdadeiro. A cada avanço na leitura, as emoções e pensamentos de quem ler ficam totalmente envolvidos pela história.

E um livro que poderia ser extremamente pesado e perturbador, ganha na amizade e no interesse romântico de Hayley o "alívio" aos temas abordados, porque Finn, com seu jeito encantador e divertido, entra no seu mundo sem pedir licença e faz com que ela comece a encarar o fato de que logo será responsável pela própria vida e que o futuro é algo mais próximo do presente que o passado.

Porém, Andy cada vez mais coloca um "tic-tac" sobre a vida da própria filha, trazendo a sua ex-namorada de volta para a vida dele e de Hayley, que se vê obrigada a aceitar as lembranças que voltam independente de sua vontade de esquecer, que mesmo Finn tem seus próprios problemas para enfrentar e que evitar a morte intencional ou não de seu pai pode estar muito além de suas forças.

Eu, realmente, amei a leitura dessa história, porque nos mostra uma Hayley que cresce durante a história, amadurece enquanto pessoa e que a vida real entra em seus dias de uma forma única para quem viveu sobre rodas durante um período importante da sua vida escolar. A escola é retratada de uma maneira real, onde temos professores que realmente tentam ensinar e despertar a vontade de aprender, que se preocupam e outros que encaram tudo como um emprego ou até penitência a cumprir.

Que sem perceber projetamos nossos problemas em outras pessoas, e que essas mesmas pessoas estarão ao nosso lado para nos dar um choque de realidade, que pode ser o divisor que precisamos para que consigamos dar uma resolução ao problema ou pelo menos vermos com outros olhos. E que o amor, de todas as maneiras — seja entre amigos, namorados ou pai e filhos —, é sem dúvida uma força que nos move em direção à vida, a continuar lutando e tentando. Me deixando no fim do livro com o gosto da palavra esperança no coração, marcando a leitura.

Preciso acrescentar que mesmo para alguém que sofra de alguma das doenças abordadas na história, a leitura É recomendada. Não tem gatilhos, e a forma como tudo é tratado mostra as possíveis "armadilhas" da doença. O que pode ajudar a alguém a reconhecer que precisa de ajuda, ou que aquela pessoa que você conhece pode estar passando por algo assim.

A edição está maravilhosa, com os capítulos curtos que são marca da autora, em uma fonte maravilhosa para leitura tanto no físico quanto no e-book; a diagramação perfeita e sem erros de ortografia ou digitação. A capa do livro físico está linda e as orelhas são dignas de uma leitura com atenção e carinho.

site: http://www.clubedofarol.com/2019/05/resenha-impossivel-faca-da-memoria.html
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Bruna 23/05/2021

A Impossível Faca da Memória
Tive um misto de emoções lendo esse livro. Primeiro que fazia um tempo que não lia algo que tinha uma adolescente como narradora, segundo que o tema estresse pós traumático não é algo que tive muito contato sem ser por filme.... Agradeço pelas partes ?adolescentes demais? e o romance ?meio fofinho?, pois sem eles, esse livro teria sido um peso enorme de tanta tristeza e crises.
O final me prender tanto que não consegui largar a leitura, mesmo estando tão pesada de tristeza pela história e pela dor dos personagens.
Me identifiquei muito com a solidão da personagem principal, estar em uma casa onde é necessário estar de olho em alguém que ama o tempo todo, ficar petrificada de medo de ser abandonada novamente, perder tantas pessoas na infância.... Acho que essa foi a parte que mais me tocou, e por isso a história foi tão boa pra mim.
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theauroradunne 28/06/2021

Um bom livro
Para mim a nota desse livro fica em algo entre 3,5 e 4. Não foi uma leitura incrível, em que eu me apeguei aos personagens, mas acho que foi bem válido e interessante. Gostei de acompanhar a jornada da hayley e do pai dela, e que no final as coisas não se transformaram em um passe de mágica, mas que eles iriam continuar vivendo um processo de cura e superação pelo resto de suas vidas.
.
O título do livro fez bastante sentido pra mim, pelas lembranças dessa família, lembranças quebradas, distorcidas, esquecidas e no final das contas, e entendi que até as memórias mais doloridas fazem parte de quem nós somos, e sem elas somos apenas zumbis.
.
Apesar de todo o sofrimento e traumas dos personagens, eu pude perceber que existia amor ali. A hayley amava o andy e o andy amava a hayley. Esse livro tem um romance também, mas não acho que seja aqueles mega desenvolvidos. Mas em vários momentos quebrou um galho e deixou a história mais leve.
.
Gostei bastante do fim da história, teve um momento entre pai e filha que me emocionou bastante e que acho que fez valer a pena a leitura.
No fim das contas, é um livro que eu recomendo, claro, deixando avisado os avisos de gatilho!!

"Não se pode fugir da dor, garota. Lute com ela e fique mais forte."
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Nicole 22/07/2020

Foi um livro sensível para mim em algumas questões, pois passei por situações parecidas (menos extremas) que a protagonista. Mais um vez a autora acertou ao tratar um tema difícil, com delicadeza, com leveza, mas com profundidade também. A cena do celular e a cena que ele vai na escola dela pra mim são de longe as que mais mostram os pontos que ela quis tratar. Queria ter mais do epílogo, do que teve depois, acho que era necessário nesse caso.
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Paty 17/02/2022

Um livro que consegue ser fofo, delicado e ao mesmo tempo triste.
Gostei bastante da hayley ela é uma personagem maravilhosa. O que mais me incomodou foi como a leitura é arrastada e parece q nunca nada acontece.
A escrita e a personagem cativante foi o que salvou o livro pra mim
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Ana 13/07/2021

Medo do passado
A história retrata bem como o medo e experiências traumáticas que nos impedem de viver o presente. Refleti bastante sobre a finitude da vida, porém senti a falta algo mais pra que me ligasse à narrativa.
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