Cris 15/04/2024
Não desperta grandes emoções mas é um bom livro. Clássico, né?
'A abadia de Northanger' é o quarto livro da Jane que leio e, tirando o aclamado 'Orgulho e Preconceito', quase nenhum deles causaram em mim grandes emoções ao longo da leitura. O engraçado nisso tudo é que embora tenha amado apenas um livro, sempre é bem-vindo ler autoras como Jane Austen, seja pela maravilhosa e desenvolta escrita, seja pelo simples fato de estar lendo um grande clássico mundial.
Este em questão só foi lançado postumamente em 1818 e carrega o peso de ser o primeiro livro escrito pela autora. Jane, infelizmente, morreu cedo demais e não teve a chance de poder colher os louros de suas criações que, apesar de serem categorizadas como comédias de costume sempre criticavam àquela época com muito fervor e acidez. Em ' A abadia Northanger' por exemplo, a sátira gótica além de tecer críticas sociais já convencionais por parte de Austen, tira um sarro do próprio gênero obscuro que se autoentitula.
A Catherine, protagonista da história, também merece receber muito destaque, pois além de ser o ponto alto do livro, é uma assídua leitora assim como a gente que não poupa a língua a fim de julgar diversos clássicos, mostrando para nós que uma leitura só pode ser considerada "boa demais", caso ela desenrole dentro do leitor muitas emoções e sensações conflitantes. Ou seja, para ela, sendo conhecido ou não, um livro precisa fazer com que a gente queira viver aquilo que está sendo lido.
Claro que hoje em dia eu posso achar as histórias que a Jane escreveu amenas demais... mas, pense no frisson da época vitoriana ao ler seus pensamentos ali impressos em papel? Sério, que sensacional rs! Por isso ler Jane Austen é e sempre será uma enriquecedora e inquietante experiência de leitura.
O enredo do livro é bem simples e traz a Cath que é uma garota não muito rica, interessante ou bonita. Ela chama a atenção por ser bem diferente de todas as outras mocinhas da autora ( pelo menos dos livros que li, é claro rs). Conforme os capítulos avançam, a protagonista viaja com uma família de amigos para a abadia de Northanger e lá vive grandes momentos que mudarão o fluxo de sua vida. Ela se decepciona e encontra o amor juntos na mesma equação e mostra para nós que é necessário viver sem medo de nada, afinal, a vida acontecerá de qualquer jeito.
Não posso dar mais detalhes sobre a história pois como disse, ela é bem simplista e quase não entrega grandes acontecimentos. Ela precisa ser lida em sua totalidade e sem altas expectativas e, por mais que eu não tenha amado, preciso dizer que a leitura é bem-humorada e leve... gostosa até. Fui me apegando aos personagens aos poucos e ao finalizar o livro, o sentimento que ficou foi o de leitura satisfatoriamente concluída.
Indico para os fãs da autora, esses sem dúvidas vão gostar com algumas ressalvas e ainda assim continuarão lendo os seus outros clássicos. Eles ainda dirão que 'Orgulho e Preconceito' excede em qualidade qualquer um de seus escritos obviamente, no entanto, não conseguirão dizer que 'A abadia de Northanger' é ruim, pois assim como ele, nenhum outro livro de Austen deve receber um adjetivo desse tipo. E fim.
(...) A pessoa, seja homem ou mulher, que não sente prazer ao ler um bom romance há de ser de uma estupidez intolerável.