Charlene.Ximenes 16/06/2019
Os sentimentos que atravessam o corpo, como num barco a movimentar-se, a ausência deixada, numa solidão sem nome, corpos que se encontram e se confundem, liberdade a voar como pássaros numa tarde de verão, desejos que um corpo movimenta, por meio dos sentidos e das urgências dos dias.
Em "corpo continente", Lorena Martins nos faz entrar num espaço visceral do corpo, da pele, sombras da paisagem. Copo e corpo seriam sinônimos nos seus poemas? Tanto pranto cabe dentro de um corpo, dentro de um copo.
O corpo é espaço de existência da pele que vê, do cheiro da lembrança, da paixão a cortar o rio, do que foi deixado para trás. É um livro de poemas sensitivos, de um corpo que experimenta, é tocado e enfrenta o tempo e os vestígios da vida, do recomeço.
Lorena Martins é brasileira, nascida no Rio Grande do Sul e vive atualmente na Estônia. Da autora, já li "Água para viagem", um livro que trata sobre a complexa pontualidade do que é o amor.