Resenhas - O Bem e o Mal

Alice 27/11/2022

Muito bom, pena que foi abordado apenas a parte do desejo e não de amor verdadeiro entre pessoas do mesmo sexo, mas acho que a premissa deve ser a mesma...

Guilherme Ramos 14/08/2018

Estava bom até a parte final onde foi confundido sentimento com desejo e os padrões heteronormativos. Que pena!

Um casal apaixonado recém-casado recebe a visita da cegonha no lar, não cabem em Celina e Valter tamanho contentamento pela chegada do primogênito. Não sei quando o livro foi escrito, parece que em 2004, no entanto a estória parece passar em um tempo onde ultrassom não era algo comum, pois o casal só descobre o sexo do bebê pós-parto, apesar de ser indiferente ao casal a questão do sexo, prometendo amar igualmente menino ou menina, Valter deseja vibrantemente que o bebê seja um menino e seu desejo no entanto parece ser atendido pelo poder do destino e vem ao mundo Átila, o primogênito, que recebeu esse nome em homenagem ao grande Rei dos Hunos Átila, sim este mesmo, conhecido até os tempos atuais como a praga de Deus, tamanha sua crueldade, viveu entre 406 e 453 depois de Cristo.

Celina, dotada de sensibilidade ao ouvir o nome desejado pelo marido para batizar o filho contesta mediante o motivo pelo qual Valter deseja batizar a criança, alegando ser um nome muito forte para um ser tão indefeso. Valter por sua vez tem uma personalidade machista e beirando a arrogância impõe seu desejo e assim confirma o nome mediante a submissão da esposa.

Poucos anos se passam e novamente a dona cegonha vem visitar o casal e dessa vez traz ao mundo uma menininha, batizada por sua vez pela mãe com a compreensão do pai, seu nome: Isabel.

A família está completa e os primeiros anos tudo corre muito bem, no entanto Átila parece não se entrosar muito com seu pai e este começa a sentir, já que seu sonho era ter um filho homem que pudesse acompanhá-lo em suas atividades. O apego de Átila a mãe e o afastamento do pai só chamam ainda mais a atenção deste para o filho que começa a perceber comportamentos delicados do filho e logo uma sombra nasce em seus pensamentos e Valter se vê injuriado com a possibilidade de ter um filho homossexual.

Átila também não se entrosa com os meninos, as brincadeiras, os assuntos dos meninos não sintonizam com os dele, ele não se interessa e se identifica muito mais com as meninas. Com esse comportamento Átila atrai também a atenção dos meninos, principalmente na escola e vem a sofrer diária e constantemente bullying por parte dos coleguinhas. Átila passa a ser o personagem principal do enredo já que o tema principal é a homossexualidade.

Aluno e filho dedicado, ele cumpre com todos os deveres e tarefas de casa, na escola tem as melhores notas, no entanto isso parece incomodar seu pai que começa a trata-lo também de forma grosseira e arrogante, deixando sempre a sua cabeça confusa, pois não sabe o que faz de errado para ser tão detestado pelo pai, constantemente o menino se vê triste ou cabisbaixo. A mãe decide leva-lo ao médico pra ver se o “seu jeito de ser diferente” tem cura e no consultório o médico é categórico afirmando que não há nada de errado com o menino, mas, que o ideal seria procurar por um acompanhamento psicológico e assim acaba tendo acompanhamento após a indicação deste.

Não satisfeito com as afirmações do médico, Valter seu pai acaba por o colocar em uma escola estilo militar onde os alunos são apenas meninos e novamente mais sofrimento para o pequeno Átila. Mas, o tempo passa e Átila cresce, na nova escola conhece Gilberto seu único amigo, que logo não é aceito pelo pai por também ter as mesmas tendências do seu filho, chegando a expulsá-lo de sua casa quando esteve lá para estudar com Átila. Nesse meio período ele começa a desenvolver sua mediunidade e conta com a ajuda de sua tia Júlia e Dona Olga presidente do centro espírita que passa a frequentar.

Até aqui tudo bem, a história é linda, bem envolvente e Átila um rapaz tímido, delicado, porém bastante cativante, ele cresceu está na adolescência, seu amigo Gil é um grande companheiro, sua mãe super amável e etc. Porém, mais para o final do livro quando Átila começa a entender por fim sobre sua sexualidade, os autores pecam drasticamente em deixar claro que para evoluir deve haver um sufocamento de sentimentos dos que foge do padrão heteronormativo. Achei isso um absurdo e muito incoerente, pois acredito que somos espíritos imortais e que estamos aqui para aprender cada vez mais com ações refletidas. Juro que nessa parte do livro meu estômago embrulhou. Confundiram pecaminosamente sentimento com desejo. Até porque existem muitos casais homoafetivos vivendo juntos e dando exemplo melhores do que muitos casais heteroafetivos, vale ressaltar que promiscuidade é uma questão de caráter e não de orientação sexual e que amor é um sentimento sublime, não existe pouco, não existe muito, não existe cor, tamanho, sexo ou outro nome, amor é amor e pronto.

Tirando esse último trecho, o livro é muito gostoso de se ler, não sei se recomendo. Prefiro deixar isso pra lá e tentar ler outro livro da autora para ver ser apago essa imagem negativa que ficou, já que esse foi o primeiro que li da dupla.

Obs: O título “o bem e o mal” me pareceu estranho no decorrer do livro. A julgar pelo nome esperei um enredo diferente, pois não havia lido a sinopse na contracapa antes de iniciar a leitura, mas, o título faz menção a inversão de personalidades de alguns personagens em diferentes existências carnais de seus espíritos, como o pai e o filho por exemplo, que podem perfeitamente assumirem a responsabilidade do título da obra por si só.

Outros temas abordados: Obsessão, vingança, perdão e redenção.

Bianca.Brito 06/09/2023

Livro bom, mas péssimo final
Há um trecho no final do livro que ainda não acreditei no que li. Preciso ler mais livros espíritas sobre o tema para saber se é isso mesmo ou se foi algum entendimento equivocado