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L'Élite Kiera Cass




Resenhas - L'Élite


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Fernanda309 13/06/2020

Comentários sobre L´Élite (+ quote)
Há uma ano, eu lia Le Sélection com metade do conhecimento que tenho da língua francesa hoje. Foi um desafio, mas um livro tão prazeroso de ler como aquele tornou a experiência melhor. Desta vez, li L'Élite bem mais rápido, só precisei de três oportunidades para finalizar, já com muito mais habilidade no idioma que antes.
O problema, contudo, foi o próprio livro.
Vejam bem, eu só tinha lido A elite uma única vez, em e-book, logo após o lançamento no Brasil. Uma madrugada em claro e voilà, todo aquele turbilhão de emoções. Há sete anos eu também não era a leitora que sou hoje, e após anos lendo críticas negativas sobre este segundo volume, eu temia que a experiência fosse tão ruim que arruinaria toda a minha opinião sobre a série. Graça a Deus, não foi o que aconteceu, mas eu certamente dei uma nota mais baixa - preparem-se pra raiva.
Pelo lado positivo, a autora segue com sua escrita confortável e fluida mesmo com as alterações na versão francesa (não comparei as edições BRA X EUA X FRA dessa vez, mas imagino que tenha seguido a linha do primeiro). Gostei muito da pouco aparecimento de Maxon para dar espaço para o aprofundamento nas nuances da sociedade e principalmente no passado de Illéa. Gostei da escolha da autora de mostrar a desconstrução do imaginário histórico de uma forma bem assertiva - direto da fonte histórica. Combina MUITO com algumas alterações feitas na tradução pro francês do livro um. Ademais, assim como senti no primeiro volume, algumas frases soaram melhor em francês, por razões que não consigo explicar. Não é uma questão de romantismo (não acho o francês a língua mais romântica e acho que quem disseminou isso não entendia bem o quanto é difícil acertar todos aqueles fonemas). Algumas coisas simplesmente soam melhores pra mim em determinados idiomas. Vai entender.
Maxon também continua perfeito. Sério. Já disse antes e diria novamente: eu o colocaria num pedestal. Sofro quando penso que ele repetidamente diz que o que sente e não muda nada na cabeça da America. Já sei o final da estória, mas não posso deixar de pensar que o seu desenvolvimento foi muito menor que o da America, mas não de um jeito ruim - ela é que precisa acordar pra realidade.
O que me leva à nossa protagonista, razão da nota consideravelmente mais baixa em relação à primeira vez.
America, que começou muito bem em A seleção comigo, quando sua espiritualidade era dosada com sua desconfiança no palácio, o que a impedia de falar a coisa errada para todo mundo (a não ser para o que sabemos vir a ser o que capturou Maxon). Por ser de uma casta baixa e de fato não ter nenhum interessa na Seleção, perdoei sua ingenuidade e falta de trejeitos no palácio. Enfim, me dei muito bem com ela.
Mas neste segunda, ela está simplesmente insuportável. Meu Deus do céu, eu suspirava de exasperação e revirava os olhos, xingava e fazia notas de raiva no Kindle. Ela não tem nenhuma habilidade política, não importa o quanto sua família a ame e a aceite, o quanto Maxon a deseje e a faça se sentir confortável, ela cria incertezas do nada e dá ouvidos para um Aspen que claramente só a joga contra o príncipe. Meu desgosto por ele só aumentava, mas por ela eu realmente fiquei puta. Sua indecisão é ridícula (o final prova isso), suas inseguranças praticamente infundadas. Sua infantilidade em (ainda) não perceber que o Maxon é um político e que precisa agir do jeito que age é ultrajante. Não parece que ela tem dezessete anos, e sim sete. Sua hipocrisia em relação ao relacionamento dele com Celeste é enervante - odeio hipocrisia. Por fim, a cena do projeto de caridade era necessária, mas poderia ter sido bem melhor escrita. Fiquei vermelha de raiva. Depois, quando ela claramente diz que estava com raiva nem sabia o que queria de verdade, Deus, queria bater nela. Sério. Fico com raiva só de lembrar. Quando mais uma vez Maxon a faz lembrar quem ela é - e quem é ele - eu bati palmas e gritei "aleluia!". Alguém precisava lembrá-la disso.
Com um intervalo de sete anos entre as duas leituras que fiz, eu obviamente tinha esquecido praticamente tudo, só lembrava da situação da Marlee e a cena Maxon/Celeste, e foi bom redescobrir o encadeamento de fatos num idioma novo. Apesar de tudo, vale a pena a leitura, até porque eu já sei o que me aguarda em A escolha, o que por si só já diz muito coisa. Ano que vem, pretendo reler A elite (em português) para então ler L'Élue em francês. Lendo um por ano para controlar minha ansiedade para a adaptação, para a qual não estou animada, mas ainda assim, é claro que assistirei.

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