Rosa.Maria 15/09/2019
Estranho, mas peculiar
O livro em si apresenta traços e maneira pouco recorrentes em obras populares. Ele não se enquadra perfeitamente em um livro de auto ajuda, porque não se tem respostas prontas para nada. Existe alguns conselhos sim, mas no mais ele é mais uma elucubração e opinião forte de como se imagina uma vida. Em analise não creio que o autor estivesse pensando em escrever um opúsculo de auto ajuda, era pra ser um livro de filosofia.
A narrativa tem vários elementos que podem ser interpretados como emblemas. O fato do personagem sair de uma cidade chamada BETEL, que significa A CASA DE DEUS e ir para uma outra cidade, onde as portas são abertas para quem quiser entrar, podendo entrar mais de uma pessoa de uma vez, ou dependendo do caso as vezes nem uma, conhecido o lugar como NELIBATA, palavra obviamente tirada de uma palavra antiga escrita com uma sílaba à mais NEFELIBATA, que significa PESSOA QUE VIVE COM A CABEÇA NAS NUVENS. Um termo para zombar dos antigos filósofos. O personagem era o tipo de pessoa que larga de Deus para ir para a FIlosofia? O nome do personagem ser Fédon sugere isso também, pois é outro nome de Fedro do Platão.
O livro não é romântico em nenhum aspecto, mas fala algumas vezes de amor e tem muitas citações poéticas, que migram de um fala na primeira e terceira pessoa. Só o que me parece é que a viagem toda era feita na cabeça de alguém. O livro interpreta sentimentos e bola maneiras de lidar com eles, mas não responde nenhuma questão , o que deixa ele bem subjetivo e complicado de uma pessoa interpretar por outra.
Tem frases bonitas e chamativas como:
"Só vamos brilhar no meio das trevas, e quem é iluminado perde seu fulgor no meio a claridade do dia, e quem quer ser seu, tem que ter a disposição necessária de te encontrar nas trevas com o brilho necessário de te mostrar a saída"
"Fédon era muitas coisas, menos o que queria ser, e possuía quase tudo, mas não chegou nem perto de ser feliz, não que ele fosse ruim, era até excessivamente bom em muitas coisas, mas ao perder o que era mais importante perdeu também sua vida, e nada o preenchia"
"Marujos inexperientes ou piratas ladrões de almas, estão saindo de suas embarcações para vir te buscar em terra seca, e para qualquer lugar que você for se esconder, e para evitar que você brinque de contente com você mesmo. Para fugir abrace a si mesmo, porque eles não podem contra o amor próprio."
"Tudo que não se pode fazer do lado de dentro, e possível para quem vive do lado de dentro"
"Para sempre te amarei"
E o livro segue assim. do início ao fim. Com citações fortes e as vezes polêmicas. Me lembrou um pouco dos livros do Nietzsche, de Machado de Assim e as vezes a própria Bíblia no jeito quase poético de ser.
É uma obra nacional, é uma coisa nova e diferente, não se enquadra em muita coisa, mas vale a pena pela diferenciação do que o livro propõe e faz.