Pandora 02/07/2022
A Dora também é conhecida como Espoleta, ela é a irmã mais nova de uma família composta por Pai, Mãe e três filhos, sendo duas meninas e um menino, ela é a menina mais nova. Encontrei a Dora dentro de um dia chuvoso, estava com vontade de ler, mas não queria ler nada pesado. Buscava algo leve, lúdico como literatura infantil e a encontrei no meio dos e-books do Kindle. Uma criança muito esperta, tem uma mente dinâmica e cheia de cheia de imaginação, quando ela se vê sozinha, não se faz de rogada e inventa mil e um amigos monstros com os quais interage e vive várias histórias.
Em "Dora Fantasmagórica" encontramos a Espoleta em meio a um período de férias escolares. Ela fica muito tempo em casa com o irmão e a irmã, mas os dois, mais velhos que ela, não tem a mínima vontade de incluí-la em suas brincadeiras então, para preencher a solidão existencial da irmã mais nova escanteada, ela inventa mil monstros para serem seus amigos e amigas imaginários e se mete em confusões dentro de casa.
"Falar sozinha? Não tenho ideia do que eles estão dizendo. Nunca falo SOZINHA. Falo com minha amiga Maíra. Ninguém consegue vê-la, só eu."
Aos meus olhos a Dora se tornou uma figura extremamente cândida e cativante. Ela está sozinha dentro de uma casa onde moram outras pessoas, mas não se abate, cria suas companhia e elabora com elas suas histórias. Ela não se deixa dobrar pelo desamparo e insiste em tentar cativar a atenção dos seus irmãos de um jeito ou de outro.
"Maíra é meu mostro favorito, mas na verdade minha casa está cheia deles."
Senti um estranhamento com a ausência de atenção e intervenção do pai e da mãe das crianças na forma como eles excluíam a irmão mais nova de suas brincadeiras. Essa é uma família onde os adultos cuidam das coisas dos adultos e as crianças se viram entre si o que não deixa de ser bem realista para boa parte das famílias. No fim, como boa irmã mais nova, a Espoleta tanto faz, tanto inventa que acaba conseguindo atrair a atenção de seus irmãos e ser incluída em suas brincadeiras ainda que através de uma ação que sinceramente... sem comentários.
A Abby Hanlon é uma professora aposentada americana, então ela transporta para o livro muito de sua experiência com crianças o que torna o livro cheio de dados de realidade, se romantização da infância, cativante, dinâmico, lúdico, bem escrito, nada didático, muito gostoso de ler. Inclusive, ele é cheio de ilustrações feitas pela própria autora.