Resenhas - O Caçador

MateusCantele 09/06/2023

Um olhar mais profundo sobre o Caçador.
Trigésima leitura de 2023: O caçador de @anamerege . Adorei revisitar diversos contos de fada pelo ponto em comum em tantos deles. O caçador é uma história sobre silêncio e auto-conhecimento. Me lembrou muito "A música do Silêncio", trazendo reflexões parecidas. Uma leitura super rápida e um ótimo livro!

Pietra5 09/04/2022

Esperava mais?
Geralmente, costumo ir direto para a minha opinião em minhas ?resenhas? aqui do Skoob. Entretanto, sinto que este livro precisa de um contexto para que todos entendam o meu raciocínio.

Vamos começar pelos objetivos da autora: contar a história do caçador da Branca de Neve. Então esta obra conta tudo que se passa na mente dele após receber a missão de matar Branca e após vê-la fugir com o príncipe da casa dos 7 anões. Também ocorre uma união entre os vários contos de fadas, como exemplo: Cinderela, Bela e a Fera, Bela Adormecida, João e o pé de feijão?

A narrativa começa em uma manhã de primavera, quando o caçador foi chamado para uma audiência com a rainha. A mesma, deu-o uma missão: matar sua enteada. Ele percebeu que não queria matar a Princesa e mais tarde, quando saiu para caçar, encontrou um filhote de javali morto e decidiu usar o coração do animal como uma prova, mas a rainha a recebeu e o mandou para uma cela de onde escapou. O caçador decide seguir outro caminho após ver sua amada fugir com um homem e buscar uma nova vida longe de onde morava.
Um tempo depois, chegou a uma praça onde conheceu um casal de velhos que ofereceram-no a casa deles para se alimentar, o que ele, muito ingênuo, não percebia era que ambos o usavam e menosprezavam suas necessidades. O caçador finalmente percebe e decide ir embora.
Encontra um príncipe tentando escalar uma torre onde uma princesa foi aprisionada, este consegue a resgatar e oferece uma bolsa cheia de moedas como recompensa a sua ajuda, que a atira no rosto do rapaz.
A história então prossegue no verão seguinte, quando ele avistou uma garota cantarolante e saltitante, que atraiu sua atenção tal qual a jovem princesa do começo de sua jornada. Ele propõe-lhe que vire sua companheira e ela aceitou. O caçador abre seu manto, despindo-se da pele de lobo e faz o mesmo com o de sua companheira, que estava na faixa dos doze a quinze anos. (Idade para casar da época)

O enredo tem cerca de 100 páginas, é possível ler rapidamente. Se você não dormir no meio, como fiz. Em muitos momentos do desenvolvimento foi cansativo porque não é muito inovador.
Na minha opinião, mesmo se tratando de um livro de época, alguns temas não foram bem retratados, afinal é classificado como infantojuvenil. Como se explica para uma criança o porquê de um homem, que deveria ter 30 anos segundo a história, estava despindo uma garota que estaria na fase dos 10 anos (descrito no último parágrafo da página 89 após o caçador pensar no fato de que ela seria mãe de seus filhos)?
Certamente, um assunto que deveria estar menos explícito, se era tão necessária essa cena, ou não ter sido escrita com tal classificação indicativa, afinal, é impossível saber se a idade indicada para a leitura será respeitada ou o que o leitor absorverá e interpretará, não há forma de prever se todos os leitores compreenderão que isso é algo que não é aceitável e é crime no mundo atual.
Embora a trama se passe numa época em que tais ações eram consideradas normais, hoje devemos ter muito cuidado e explicar que isso é errado.
É interessante a narrativa não ser sobre um dos personagens principais dos contos de fadas, mas por viver uma vida tão solitária, retirou a possibilidade de possuir mais diálogos, deixando-a ainda menos dinâmica.
É um livro também muito descritivo que do meu ponto de vista não afetaram muito ao enredo. Tem uma boa base que poderia ter sido melhor desenvolvida.

Liége "Astreya" 03/06/2021

Um belo livro
Por coincidência, um pouco antes de ler esse livro, estava reescrevendo meu primeiro romance, e uma das personagens se questionava sobre seus ressentimentos, que incluíam sentir-se coadjuvante na própria vida. Eis aí um incômodo dolorido e, imagino, comum a muita gente. Fiquei muito feliz de abrir O Caçador e encontrar nele uma reflexão semelhante logo nas primeiras páginas. O que fazer quando vemos uma outra pessoa vivendo a história que deveria ser nossa? Como se curar das cicatrizes que surgem quando nos sentimos fora de eixo, preteridos nas nossas próprias histórias, tendo que desistir de sonhos acalentados e esperanças de um futuro melhor?

Em O Caçador, acompanhamos a jornada do personagem título, uma figura comum, mas nunca central, de muitos contos de fadas. Ao longo de seu caminho, o caçador se encontra com figuras de várias histórias conhecidas, sempre tentando encontrar aquela que será a sua narrativa. Temas como pertencimento, amizade, lealdade, traição, isolamento, confiança, bem e mal surgem em situações diversas, e o personagem cresce em ciclos, junto às estações. Ao final, me peguei emocionada, sorrindo. Ser protagonista requer a responsabilidade de escolher qual lobo alimentar dentro de nós, o de luz ou o de sombras. Uma bela história para ler nesses tempos, uma lição sobre perspectivas e sobre buscar o melhor dentro e fora de nós mesmos, uma narrativa maravilhosa. Amei.

Ana Luiza 14/05/2021

Um livro gostosinho para quem ama contos de fada!
O caçador é um personagem bastante presente em vários contos de fadas. E quando não é apresentado na figura de um caçador, esta releitura nos lembra de outros personagens que alteram o curso da história de princesas, sendo mostradas como pessoas anônimas, que surgem e somem do nada. O que mais me cativou dentro da premissa de dar uma vida a esses personagens secundários, é a forma com a autora configurou a vida do Caçador para caber dentro do universo de contos de fadas que ela amarra nesta narrativa.

Gabi1675 24/04/2021

A melhor surpresa
O Caçador era um livro do qual eu não tinha muita expectativas, já que tinha ganhado ele como um brinde, sua sinopse também não foi algo que me chamou a atenção. Mas quanto mais eu lia, eu ficava cada vez mais intrigada, surpresa e presa na história.
As aventuras do caçador, o seu caminho, suas ações e os presonagens com quem ele se encontra me deixaram maravilhada.
Esse é um livro incrível no qual recomendo a todos a ler.

Cristiano.Konno 17/06/2017

Uma tragetória fantástica
Ana Lúcia Merege já tem algumas obras expostas aqui no Blog e, até agora, não li nada dela que achasse médio ou ruim. Eu sempre li autores nacionais, porém confesso que antes eram meu alvo os mais famosos e clássicos, como Paulo Coelho, Machado de Assis, Ziraldo e todos os outros que conhecemos. Devido à uma oportunidade que tive, conheci um outro lado da literatura nacional que ainda precisa ganhar mais força no cenário atual e mais espaço nas livrarias e nas estantes dos brasileiros. Livros fantásticos e sci-fi nacionais muitas vezes têm a mesma qualidade dos de fora, mas a síndrome do vira-lata força um pré-julgamento incorreto sobre tudo que é nacional.

O Caçador é mais um exemplo de qualidade. É um livro curto, de 100 páginas, que nos faz viajar (talvez rever) muitas das histórias que são obrigatórias para infâncias saudáveis. Ele conta a trajetória do Caçador do clássico A Branca de Neve e o que aconteceu com o mesmo após ele ter libertado-a ao invés de arrancar seu coração, como ordenado pela rainha má.

Como sempre, a escrita da autora se mostrou à mim elegante e bem feita. Por onde o Caçador passa, surpresas à ele e aos leitores são mostradas de forma sutil e criativa. Para um primeiro romance ficcional, O Caçador é muito bom.

Há ilustrações de Neli Aquino em cada início de capítulo; são simples, porém nos remetem àquelas bem clássicas, que presenciamos em nossos primeiros livros infantis.

Recomendo.

site: http://horadeverlerjogar.blogspot.com.br/2017/06/hora-de-ler-o-cacador.html

Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 04/01/2017

Perfeito, sem excessos e com uma boa dosagem de realismo e magia
Chegamos a 2017, o #AnoDoBrasil, e para inaugurar a campanha que homenageará a literatura do nosso país escolhemos um livro que li ainda em 2016, mas que é especialíssimo: O Caçador, livro de estreia da escritora carioca Ana Lúcia Merege.

Com uma narrativa rápida, mas profunda, esta releitura do conto da Branca de Neve vai além do conto e explora ao máximo a criatividade e o talento narrativo que são próprios da escritora, dando vida e continuidade a história do caçador que salvara a princesa, mas cujo destino fora esquecido pelo próprio conto que lhe deu vida. Neste livro, ao contrário de modificar profundamente a história original, a autora buscou ampliá-la, dando destino, alma e personalidade ao personagem.

É pegados pela mão da autora que vamos sendo guiados pela história das desventuras do caçador de Branca de Neve, passando por cidades, aldeias e florestas, vivendo entre os homens e os lobos, naquele que parece ser um dos melhores livros da escritora.

Por ser um livro bonito e de um encanto único, que ele será o primeiro ponto no itinerário da nossa nova campanha.

Quer conferir a resenha completa? Acesse:
http://conhecertudoemais.blogspot.com/2017/01/o-cacador-ana-lucia-merege-resenha.html

site: http://conhecertudoemais.blogspot.com/2017/01/o-cacador-ana-lucia-merege-resenha.html

Nana B. 08/03/2011

Contos de fadas...desconstruindo, reconstruindo??
Ana, adorei o livro...e sinceramente? Fiquei penalizada, quando ele terminou.

Seu texto flui de uma forma tão gostosa.

Adorei sua maneira de criar alternativas, dentro dos mundos de lendas que já existem e que nos acostumamos a ter uma visão única...

Confesso, que me rendi inteira...a essa sua forma de re-contar estórias, que fazem parte da nossas lembranças de criança.

PArabéns, querida...livro muito bom!

sentilivros 14/12/2010

resenha de O Caçador
Simplesmente maravilhoso. Adorei. Sério!!! Nunca tinha parado para pensar o que aconteceu com "o caçador" que teve como "obrigação" matar Branca de Neve e não o fez. Esse livro conta a história a partir do ponto de vista dele. Mas não é um livro para crianças, é um livro onde as questões sobre autoconhecimento são mais profundas.
Bem, o livro é dividido em três partes onde se conta sua história desde um pouquinho antes da ordem de matar a princesa até as consequências pela ordem não cumprida e caminho por ele tomado. Eu seu caminho e crescimento ela "passa" por vários outros "contos de fadas" como Cinderela, Rapunzel, A Bela e a Fera, entre outros.
Cada lugar por onde passa, vai aprendendo algo, sofrendo, descobrindo novos sentimentos até chegar ao último "conto de fadas" onde ele finalmente se redescobre.
Não posso contar o que acontece senão estrago a história, mas em alguns momentos me vi menina de novo esperando pelo princípe encantado e ao mesmo tempo notando sua fragilidade em comparação ao "Caçador".
Uma leitura leve, rápida e encantadora.
Recomendadíssimo.


site: http://sentimentonoslivros.blogspot.com.br/2010/12/edicao-1-editora-franco-isbn.html

Euflauzino 28/11/2010

Recontando contos

Fundir vários contos de fadas em um novo conto não é idéia nova, mas a forma de contá-los, isso sim, faz toda a diferença. E fazê-lo através de um personagem muitas vezes esquecido é um grande achado e um grande desafio.

Tantas vezes o "caçador" fez parte dos contos de fadas que perdi a conta, na maioria deles como herói, porém ele nunca foi o príncipe que ficaria com a princesa e viveriam felizes para sempre. O que teria acontecido com o caçador depois do final da história? O que passaria por sua cabeça durante suas aventuras e desventuras?

Ana Lúcia Merege une vários contos de fadas, todos eles muito conhecidos, interligando-os na figura do caçador de forma doce e humana, nos presenteando com passagens de uma beleza tão luminosa que somos obrigados a reler tal como este trecho em que o caçador reflete sobre a profissão mais antiga do mundo:

"Embora não demorasse a adivinhar o que faziam, o caçador permaneceu em suspenso, sem distinguir naqueles sons nenhum sentimento, nem sequer o instinto que levava os animais a se juntarem. Nas aldeias, vez por outra, ouvia aqueles sons por trás das portas e janelas, e jamais o haviam abalado; mas, naquela casa, pareciam fora de propósito. Quando percebeu isso, o caçador se afastou dali, desprezando mais que nunca aquela gente que comprava e vendia o que deveria ser apenas compartilhado."

Enfim, o livro é de uma beleza rara e mais uma vez me sinto confortável em recomendar leitura tão singular. Leiam para seus filhos e sobretudo leiam por vocês, não se surpreendam em se descobrir no meio desta história.

Alícia 05/10/2010

Um passeio
Esse livro é um passeio pelos contos de fadas do ponto de vista do pobre caçador que foi obrigado a arrancar o coração do jovem princesa, Branca de Neve, pela rainha. Divertido, inteligente e informativo! Adorei!

@lecobastos 17/03/2010

O Caçador
A obra entitulada O Caçador que traz como personagem principal o homem que tinha a missão de levar para a rainha o coração da jovem Branca de Neve. Eu realmente gosto de histórias com coadjuvantes de outras obras...
Se não fosse o caçador talvez nunca a jovem Cinderela tivesse perdido o famoso sapatinho de cristal, esse foi um dos momentos realmente legais do livro.
A nova roupa do rei, Bela Adormecida e Rapunzel são apenas alguns exemplos das histórias que se entrelaçam nesta obra.
Engana-se você que pensou até aqui que é uma obra para crianças no estilo de Shreck ou Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho.
O livro traz uma escrita adulta onde divergem coisas como sexo e paixão. Leitores jovens podem ler sem problema algum, mas Ana Lúcia entra em áreas - com muito respeito, diga-se de passagem - onde outros autores não procuram ir mais afundo por medo de sexualizar a história.
Na minha opinião a terceira parte do livro, onde o Caçador toma um rumo mais seu, é a melhor fase do livro. Um toque de Jack London e sentimentos pertubadores quanto a uma garota que mora na cidade próxima a floresta em que o caçador decide morar...
Espero ansioso a próxima obra da nossa Merege, onde os personagens são totalmente criados por ela. Mais uma nota profética: Não haverá arrependimentos em ler O castelo das águias.
Fico por aqui. Boa leitura.