Naty__ 13/03/2020Nem sei por onde começar fazendo essa resenha. A sinopse é atraente? Até que sim. O enredo é chamativo? Pode apostar que sim. Os personagens tinham tudo para conquistar o leitor? Sem dúvidas. Porém, lá no final da curva tudo acabou tomando outros rumos e nada foi o que esperava. Nem mesmo a desgraça.
Quando Rachel se casa com David Kerthen e se muda para Carnhallow, sua vida é tomada por luxos, romance e um carinhoso enteado, Jamie. Aparentemente um casamento perfeito, um marido perfeito, uma esposa perfeita e vida que segue. Porém, sua nova casa e sua nova família estão cercadas de segredos e mistérios que ela nem sequer consegue imaginar.
O comportamento de Jamie começa a mudar, e suas perturbadoras profecias ameaçam abalar a sanidade de Rachel. À medida que o passado da família vem à tona, ela passa a questionar a verdade por trás da trágica morte da primeira esposa de David, temendo que a predição feita por seu enteado, de que ela irá morrer no dia de Natal, se torne realidade. Fantasmas habitam os corredores de Carnhallow, mil anos de história ecoam nos frios túneis, antes ricas minas de estanho e cobre, que se expandem sob a propriedade, e a vida que Rachel acreditava ser perfeita de repente se torna um terrível pesadelo.
Isso é um pouco sobre o livro e pelo que percebemos parece uma história tão, mas tão eletrizante que até perdemos a noção do tempo, a disposição de fazer qualquer outra coisa a não ser finalizar a leitura. Ledo engano. Confesso que todo esse resumo seria muito bem feito se o autor não tivesse colocado tanta confusão. A história não convence, o enredo não tem elementos que te fazem gostar do desenvolvimento criado. Os personagens são rasos, sem emoção ou tampouco demonstram sentimentos. Tudo me parece inverossímil demais, com características rasas e que não denotam credibilidade ao leitor.
O início te deixa com um ponto de interrogação no meio da testa e você quer prosseguir a leitura para ver o que pode acontecer, quem está certo, quem está errado e o qual o mistério. No meio do livro já estamos um pouco cansados pela ausência de qualidade na construção e, ao final, a única coisa que queremos é saber se tudo vai acabar assim ou se algo vai mudar.
Me perguntei algumas vezes como podia existir uma relação entre esse casal, pareciam tão desconexos, pareciam que se encontraram no meio do nada e o autor resolveu uni-los da maneira mais inconveniente possível. Não senti carisma nem tampouco uma relação amorosa entre eles. Às vezes parecia um contrato, um negócio, uma troca de favores, qualquer coisa que não fosse um relacionamento. E do início ao fim isso não fica às claras.
Outro ponto que achei desnecessário foi o fato de haver repetições e não é apenas uma repetição de algo, mas são várias repetições da mesma coisa ou de outras. É uma mistura que cansa o leitor e, possivelmente, até o revisor, já que é possível notar pequenos deslizes nesse aspecto. As 368 páginas poderiam muito bem ser reduzidas, no mínimo, para 260. Mas, não se enganem, há algo de positivo na escrita do autor, a descrição das paisagens. No entanto, não precisa exagerar, não é mesmo? Isso acaba sendo um ponto positivo, porque conhecemos e exploramos bem o lugar que os personagens perpassam, mas também é negativo, já que se torna cansativo, pois ele repete a mesma descrição como se não conhecêssemos aquele lugar que foi narrado anteriormente.
Em suma, é um livro de suspense que não tem mistério; é uma história com elementos fantasiosos, mas que não surpreende. É um livro que pode agradar as pessoas por não haver tanta reviravolta, nem tampouco ser algo complexo.
Sobre a edição:
A capa foi a primeira coisa que me chamou a atenção quando recebi o livro. Adoro capas com neve, com detalhes em vermelho e que demonstra bastante suspense. A diagramação segue confortável, com as folhas amareladas, espaçamento agradável. Gostei também pelo fato de a editora não ter dado tanta informação na sinopse, ela explica e te auxilia. Porém, a culpa fica por conta do desfecho da história que não ajuda.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2019/12/resenha-crianca-do-fogo.html