Os ratos

Os ratos Dyonelio Machado




Resenhas - Os Ratos


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Andre.28 30/11/2020

A angústia da classe trabalhadora
Na vida da classe trabalhadora os problemas são frequentes. Problemas, orçamentos, dívidas, uma família para sustentar, contas para pagar e uma luta pela sobrevivência. Na esperança de que dá a escritos, reflexos de uma realidade reproduzida, cria-se uma forma equivalente ficcional de uma obra. Em “Os Ratos” obra escrita em 1935 pelo psicólogo e literato Dyonélio Machado, nós temos a reprodução da luta pela sobrevivência da classe trabalhadora em meio a angústia da incerteza de um futuro. A luta pela sobrevivência de numa nascente metrópole nos idos dos anos 1930 no Brasil.

O livro retrata a vida de Naziazeno Barbosa, um escriturário da cidade que vaga pelos recantos de Porto Alegre em busca de um empréstimo com agiotas para pagar as dividas e dar alimento a sua família. A narrativa de caráter psicológico apresenta um panorama de 24 horas na vida de Naziazeno, as suas angustias de conseguir algum dinheiro para pagar o leiteiro e dar de comer a esposa e ao filho. Nesse ínterim, vemos a mudança de seu animo, entre a esperança e as frustrações de não conseguir dinheiro, ele apresenta todas as características psicológicas de um trabalhador em busca de sobreviver ao caos da metrópole nascente e a pobreza gerada pelas desigualdades sociais.

Em termos gerais o livro é bem fluído. Dyonélio Machado obtém uma construção de uma análise psicológica das angústias e desafios de seu personagem Naziazeno, de uma forma que envolve o leitor. É importante ressaltar a sagacidade do autor em expor liricamente uma crítica à sociedade influenciada e dependente do dinheiro, num construção dramática da angústia de um trabalhador, que batalha pela sobrevivência, numa relação da busca pelo dinheiro e pelos recursos para pagar dívidas, e ainda assim sendo forçado a recorrer de forma a sobreviver a empréstimos, num misto de sentimentos, entre as angústias e humilhações. O autor também critica a forma como as instituições públicas são relapsas em relação aos seus trabalhos, a vida em uma repartição pública e a inação (ou estado ocioso) de alguns trabalhadores que servem ao Estado. Em resumo, o livro apresenta simplicidade, narrativa fluída, lirismo, uma análise psicológica e uma critica social inteligente.
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Arsenio Meira 25/10/2013

INJUSTAMENTE JOGADO NO POÇO DO ESQUECIMENTO
No colégio, nem por alto falavam deste romance. Prova de que a formação pedagógica na seara da literatura brasileira deixa, e muito a desejar. Lúcio Cardoso é outro autor jogados à traças, e é fenomenal. Influenciou decisivamente Clarice Lispector. É pouco?

"Os Ratos" é muito bom, é um livraço. O escritor gaúcho deu uma tacada violenta nos romances regionais; estes, soberanos, dominavam as letras pátrias da época. Foi escrito em 1935, e mesmo assim permanece assustadoramente atual. A trama é quase uma ode à Kafka, porém é um romance urbano, centrado na claustrofobia que invade o protagonista em sua cruzada para pagar uma conta pendurada com o leiteiro do bairro.

Reparo meu erro de não tê-lo cadastrado aqui e avaliado, pois li e reli há muito tempo, e aconselho a quem não leu a ler com certa urgência.

Trata-se apenas de uma dica. Não taco cinco estrelas pois lembro nitidamente que reclamei com as paredes que o Dyonélio poderia ter esticado mais a corda, sem o perigo de arrebentar o violino.
Thiago 21/04/2015minha estante
Me convenceu, vou comprar na minha próxima compra"


Arsenio Meira 21/04/2015minha estante
Opa Thiago,
Espero que gostes! Escrita em 1935, é uma obra atual, atualíssima.
Abraços


Rita Neta 09/07/2015minha estante
Quero muito ler este.


rodrigo.mahfuz 08/11/2016minha estante
Oi Arsenio. Em relação ao seu comentário sobre Kafka, o Dyonélio nunca teve contato com a obra do tcheco. Um detalhe interessante pois seu realismo tendendo ao absurdo lembra muito Kafta. Certamente os dois compartilhavam de uma certa visão viceral que os aproximou sem nunca terem se conhecido. Atenciosamente, o bisneto do velho Dyonélio.




Teodoro 25/08/2022

Fui obrigado a ler pela escola kkk.
O contexto do livro me chamou a atenção mesmo ouvindo diversos comentários sobre ele ser chato e sem sentindo, a leitura dele realmente é cansativa pois achei um excesso de informação desnecessária e um detalhamento exagerado das cenas. Porém eu gostei da história dele.
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Nayara 17/08/2023

24 Horas de um "Cidadão" Brasileiro
"Angústia", define esse livro. Durante um dia, acompanhamos Naziazeno, um homem pobre rio-grandense, que busca dinheiro para sanar a dívida com o leiteiro que passa em sua casa.
Os paralelos entre os personagens com os ratos é incrivelmente doloroso, cenas que descrevem os personagens com focinhos por exemplo, demonstram a marginalização da pobreza no Brasil.
Esses "ratos", ainda assim, são cidadãos, que não devem passar por isso.
A aflição que percorre toda essa narrativa psicológica é a realidade de 24 horas na vida de muitos brasileiros, não só em 1935 (Ano de Lançamento). Mas sim, um infeliz fato nos dias de hoje.
Os outros ratos, ou seja, personagens, também passam por seus desafios, porém, cada rato tem sua maneira de roer. Uns agem de má-fé, buscam a alternativa mais fácil para seus problemas, e outros?Só Deus sabe?
A índole humana e o delírio da mente narrados entre as entrelinhas dessa história podem se parecer confusos, porém, continue..Para tudo se encaixar é só questão de páginas.
Enfim, mesmo confuso em alguns momentos, sua crítica a um Brasil de penúria deve-se ser valorizada e colocada em debate para a atual realidade.
Um livro do século XX, que ainda retrata o XXI.
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Felipe 28/05/2012

Ulisses Tupiniquim
Essa pequena obra-prima da prosa brasileira merece figurar entre os livros mais fascinantes do século XX. E também dos mais sombrios.


Um homem recebe, logo no início da manhã, um ultimato do leiteiro: se não pagar no dia seguinte os 53 mil réis que lhe deve, cortará o fornecimento do leite. Ao longo de 24 horas é narrada a trajetória do homem em busca desse dinheiro. A epopeia ordinária é o pretexto para uma profunda análise psicológica, social e existencial do ser humano.

Assim como fez Virginia Woolf com o seu Mrs. Dalloway, Joyce com Ulysses e Arthur Schnitzler com Breve Romance de Sonho, Dyonélio Machado se inscreveu numa escola de prosadores que buscaram no prosaico as respostas para o drama da existência. Esse único dia em que é narrado as andanças do anti-herói Naziazeno Barbosa é o presente eterno, o inferno escancarado do cotidiano, da vida ordinária dos homens comuns. O herói aqui não irá matar Ciclopes e nem desafiar deuses, mas sim combater a sua própria mediocridade.
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Gabriella169 30/07/2010

Uma pérola da literatura gaúcha que com certeza deveria receber mais atenção
Fabrício 16/12/2017minha estante
Que bom que gostaste deste! Da literatura gaúcha vale a pena conhecer os contos do Sérgio Faraco, maravilhosos!




Whitewolfella0 06/05/2023

Os Ratos - Dyonelio Machado
Lido como livro paradidático para o colégio. Estar em uma classe, tendo q obter as informações que o livro quer passar por meio da leitura coletiva já é bastante desafiador, e além disso, a escrita não ajuda, é uma escrita complicada onde apesar de tentar focar o máximo, sua atenção é distraída da história em muitos momentos, por não ser presa ali. A narrativa não é interessante, a protagonista possui um único objetivo durante o livro todo e as diversas falhas ao obtê-lo, que não conversavam entre si, me incomodaram muito. Por se passar em um período curto de tempo, dá a impressão de ser muita informação jogada sem explicação e sem pausa, deixando o leitor afobado com a pressa e impedindo um maior entendimento da mensagem que o autor deseja passar.
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Anderson 22/03/2022

Angústia
A palavra do título resume a sensação que sentimos em muitas passagens da narrativa ao acompanharmos a aflitiva peregrinação de Naziazeno Barbosa em busca de livrar-se de uma situação complicada em que se encontra.
Narrado em muitas passagens de maneira não linear, o texto pode ser desafiador nesse sentido. Por isso mesmo, entre outras coisas, merece ser lido, desfrutado e refletido.
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Betânia 15/09/2021

Os ratos
Comprei esse livro por acaso e foi uma boa surpresa. Possui uma narrativa simples, envolvente e instigante, fazendo com que o leitor queira chegar logo na resolução do caso. Um livro rico em emoções com uma história que se passa em somente 24h. Marcante e atual, essa obra deveria ser melhor valorizada.
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Raquel1299 04/12/2022

A ideia é boa, mas o livro chega a ser entediante
Um dia. 24 horas. 1440 minutos. 86400 segundos. A vida de um homem em um único dia.
A história é muito interessante nos momentos em que se fala das dividas e nas tentativas de resolver, mas o personagem sempre se perde e tenta arranjar uma maneira mais fácil, ou depender de outras pessoas. E o fato desses devaneios ser tão recorrente no livro deixa a história chata e entediante.
Mesmo assim, a crítica do livro é bem explícita, por mais que seja um pouco difícil de percebê-la se você já se cansou da enrolação do enredo.
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Gabriel 04/04/2021

A angústia cotidiana de milhões de brasileiros.
Semana passada eu assisti no jornal uma notícia assustadora – 70% das famílias brasileiras se encontram em uma situação de endividamento em razão da pandemia. Os principais motivos para o endividamento são serviços básicos como energia elétrica, supermercado, gás e água. Por conta disso, milhões de brasileiros se sentem angustiados e sem saber o que fazer, e é exatamente essa angústia que é retratada no livro em questão.

Dyonelio Machado em "Os ratos" discute essa questão que perpassa a vida da maioria dos brasileiros - as dívidas. Naziazeno Barbosa é o personagem principal da narrativa e o seu conflito começa a partir do momento em que faz uma dívida com o leiteiro, e tem o prazo de um dia para pagá-la. A partir daí acompanhamos o dia de Naziano, e o modo pelo qual tentará conseguir o dinheiro para quitar essa dívida.

Esse livro demonstra como o dinheiro é algo determinante para as relações entre as pessoas. Fique sem dinheiro e você saberá realmente quem são os seus amigos...

Em alguns momentos Naziazeno demonstra que não sabe reagir ou se posicionar diante da situação, se sente completamente perdido. Às vezes ele quer apenas desaparecer, fugir. Eu me identifiquei muito nesse ponto, pois também não saberia o que fazer se estivesse em uma circunstância semelhante. Esse livro tocou em um medo muito profundo que eu sempre tive, crescer, assumir responsabilidades, cobranças... E agora José?

Nesse caos no qual estamos vivendo, milhões de brasileiros estão passando por esse drama, pais e mães de família que perderam os seus empregos, e se encontram desesperados e sem saber o que fazer. Por essa razão esse livro apresentou um contexto muito real e que, infelizmente, existe e existirá por muito tempo.

Em relação ao título do livro, ele se mostra muito sugestivo para compreendermos a narrativa. Assim como um rato que corre e gira naquelas rodas nas gaiolas, são os pobres trabalhadores com as suas dívidas, percorrendo um ciclo sem fim, pois ao fazer um empréstimo, paga-se uma dívida fazendo outra ainda maior. Talvez sejamos como ratos a roer as migalhas que nos dão.

Portanto, é um livro angustiante do início ao fim, o sofrimento de Naziazeno nos consome completamente. Chega uma parte da narrativa que é impossível abandonar a leitura, tamanha a vontade de saber o que acontecerá adiante.
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ju messias 11/05/2023

Dyonelio: autor incompreendido
A tese, em si, eu achei magnifica. agora, o desenvolvimento e a escrita, meu deus. muito muito muito difícil de conseguir entender 90% dele. mas a crítica eu achei boa, é realmente um autor incompreendido.
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Luciano 01/06/2020

Conheci o livro por acaso. Estava jogado numa pilha de livros para doação que temos no prédio onde moro. Pesquisei rapidamente sobre a história, achei atrativa, peguei pra ler.

Dois dias depois, devolvo o livro à pilha com um sentimento de tranquilidade incrível.

A trama inteira é extremamente envolvente, estressante, angustiante. A resolução parece nunca chegar, uma tensão se apoderou de mim em cada página e, olha, como é bom ler com tantas emoções assim!

Recomendo a todos.
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Isis243 16/01/2023

Realístico
Tudo dura um dia, um dia na vida de uma pessoa desesperada por dinheiro, crédito.

Embora tenha sido escrito 1935 trás o relato aguçado, duro, muito honesto e atualíssimo das mazelas da sociedade.

Coragem, leia.
Bom divertimento:)
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João Henrique 24/05/2020

Os Ratos
Vai sobrevivendo como pode. Pelos cantos, olhos baixos e reflexivos, vai tocando o dia. Acuado pela cobrança, o dever. Tentado ao vício e o cansaço. Poderia desistir quase agora, mas Naziazeno continua... não sabe bem por que. A tormenta perdura. Mais um dia. E outro, e outro...

Somos todos ratos. Lutamos por misérias.
Alê | @alexandrejjr 27/05/2020minha estante
São as primeiras linhas do romance, certo? Parece um livro insano.


João Henrique 28/05/2020minha estante
Essa foi só minha resenha. O livro é insanamente melhor rs. Vale muito a leitura!


Alê | @alexandrejjr 30/05/2020minha estante
Caralho, mano! Jurei que era um trecho do livro. É que eu ouvi o Luiz Ruffato num podcast do Itaú Cultural lendo umas partes desse livro e a tua resenha captou bem o estilo do texto, parabéns!




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