Marino 18/02/2010
Lá vem bomba!
Você pode dizer o que quiser, mas Sérgio Fantini é o cara. Ele gosta de zanzar por aí com seu jeito sarcástico, mais que irônico, sempre amigo, mas quando solta um livro novo, lá vem bomba. A ponto de explodir. Você que se segure com essa escrita que é só dele, ainda que ele dê uma entrevista aqui e ali tentando se explicar (ou, como é mais do feitio, confundir ou simplesmente sacanear).
Algumas dessas explicações ele deu em entrevista à "Revista de Autofagia", publicada em Belo Horizonte e disponível na internet, se você procurar. "Transformei o poeta em prosador". Desde 1976 ele vinha publicando seus poemas em xerox, zines, livrinhos, folhetos, e a coisa tomou grandes dimensões.
"A ponto de explodir", sua mais recente façanha, começa com um contozinho despretensioso, "HC", uma historinha adolescente, que você vai guardar na memória até a velhice,como se aquilo tivesse acontecido com você. "Um dia vamos rir disso tudo", você diz para ele, ele e os personagens, o avô enfurecido, a Liz e o Pistache, você já imaginou um personagem que se chama Pistache? E de repente você já está a ponto de explodir de rir daquilo tudo.
Tem também aquela gente sofrida e amarga que circula pelas páginas a ponto de explodir. Tem aquela história policial com um título instigante, "seu deus não é o meu", tem o John Lennon marcando para sempre a agenda de três jovens soltos na vida... Sim, todo o mundo se lembra o que fazia naquele 8 de dezembro!
E tem poesia, é claro. Implícita e explícita. Por exemplo, "Diário do inclame", mais que justa homenagem a Tião Nunes, e o texto título, uma porrada que nos atira contra o muro dos becos sem saída.
O livro foi lançado em 2008 pelo selo Uainote e circula entre amigos, parentes, eventos, lugares onde o Sérgio circula. Sempre haverá o risco de dar de cara com ele. Em Belo Horizonte, onde vive, ou qualquer outra quebrada por aí. E então, está esperando o quê para ler o livro do Sérgio Fantini? A ponto de explodir estamos todos.