Sobre o autoritarismo brasileiro

Sobre o autoritarismo brasileiro Lilia Moritz Schwarcz




Resenhas - Sobre o autoritarismo brasileiro


167 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Izabela 16/04/2024

Uma aula de história do Brasil
Um livro riquíssimo que a cada capítulo perpassa pela história de nosso país, mostrando como o autoritarismo vem sendo solidificado na política e até mesmo na cultura.
A grande quantidade de dados é excelente para quem é pesquisador, e os exemplos atuais fazem do livro acessível para qualquer um que se interesse pelo tema.
Apesar de não aprofundar tanto em temas específicos, cumpre seu objetivo: pintar um retrato de como em nossa história o autoritarismo é posto como algo natural e como a submissão de muitos faz a manutenção das estruturas de poder tão injustas que estão postas em nossa sociedade.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Clara 07/04/2024

Nunca li um livro como esse
A Lilia transmite suas ideias e estudos de uma maneira incrível que faz todo mundo que lê esse livro sair pensando sobre toda a história brasileira
comentários(0)comente



Gabys17 30/03/2024

"O Brasil tem um enorme passado pela frente."

Nem sempre fui apaixonada em História até porquê não entendia os motivos de se estudar o passado. "Mas quem desconhece seu passado, está fadado a repeti-lo", estudar nossa passado vai muito além de repetir ações, é sobre entender o porquê somos assim hoje, até pq não somos obras do acaso, somos obras do passado.
E esse livro mostra exatamente isso, que os problemas do Brasil não surgiram no século XXI, muito menos no século XX. Todos nossos óbices carregam raízes bem mais profundas do que corrupção, intolerância e violência.
Mas a Lilian mostra também que devemos deixar esse passado e parar de culpa-lo, temos que olhar pra frente e começar a escrever uma história melhor.
comentários(0)comente



spotify 29/03/2024

Mito da Caverna
Bom, a leitura desse livro me leva ao pensamento filosófico do Mito da Caverna, me sinto cega sob a luz do conhecimento que esse livro trás.

Sim, é um livro riquíssimo em conhecimento, que desfecha alguns ditos que nós, brasileiros, usamos atualmente e nunca paramos para pensar na origem deles.

Atualmente estou estudando para o vestibular e claramente esse livro vai me ajudar muito na minha caminhada!!

Não sou uma leitora nata, mas uma coisa que tornou a leitura um pouco cansativa pra mim foi o fato de ter muitos dados ao mesmo tempo, mas tirando isso, perfeito!!
comentários(0)comente



Maria Brenda 18/03/2024

Muito bem escrito, só demorei para conseguir focar na leitura, dados pertinentes e ricos, valeu muito a pena? tão atual que nem parece que foi publicado a há 5 anos.
comentários(0)comente



Li :) 18/02/2024

"O Brasil tem um enorme passo pela frente" -Miller Fernandes
Esse é um livro que nos ensina sobre o passado para que possamos entender nosso presente e possível prever o futuro.
Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la e isso é fato. A autora alterna entre o passado e o presente fazendo conexões e sempre apresentando dados e referências concisas e inquestionáveis.
Com os capítulos de nome:
-Escravidão e racismo
-Mandonismo
-Patrimonialismo
-Corrupção
-Desigualdade de gênero
-Violência
-Raça e gênero
-Intolerância
A autora passa por todos esses temas de maneira clara, de fácil entendimento e com uma boa escrita, o livro não é entediante de forma alguma.

Fico muito feliz por ter ganhado esse livro, obrigada Yuri ?
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



kathy86 02/02/2024

Objetivo sem perder a profundidade
Eu sempre ouvia as pessoas dizerem que livro de historiador não vende porque é difícil e o grande público não consegue acessar. Lilia Schwarcz é totalmente na contramão dessa ideia. A autora aborda temas importantes da nossa sociedade trazendo dados sociológicos, ao mesmo tempo que contextualiza as raízes desses problemas. É um livro acessível e objetivo sem perder a profundidade. Foi publicado durante o governo anterior, mas continua bastante atualizado e acredito vai continuar assim por muito tempo.
comentários(0)comente



Thales.Santos 31/01/2024

Enterremos o conceito de Estado Paralelo
São capítulos e mais capítulos na qual ela vem simplesmente jogando uma enxurrada de dados (muito úteis por sinal para pesquisas quantitativas ou de método misto) mas sem uma contextualização bem delimitada do que aquilo ali significa exatamente, as razões de ser assim etc

Especialmente o capítulo de violência, que ela tenta falar sobre segurança pública, é extremamente raso. Ela também usa um conceito que hoje, dentro do campo de pesquisa na segurança pública, é extremamente datado e incorreto, que é o famigerado "poder paralelo". O poder paralelo, muito atrelado ao sentido de Estado paralelo (que se forma a partir de uma suposta "ausência" do Estado"), normalmente usado para se referir a organizações criminosas que existem a parte das instituições e administração estatal. Portanto, teriam leis paralelas, isto é, leis próprias que vão reger aquele universo social e, também, que seriam responsáveis pela regulamentação daquela organização.

Pensando na matemática, entre duas retas paralelas se não há encontro entre elas. Quando analisamos facções ligadas ao tráfico, milícia e jogo do bicho (pelo menos as organizações mais famosas no Brasil) vemos que na verdade a sua relação com o Estado é de dependência ou mesmo de domínio. Os bicheiros durante muito tempo utilizavam PM's para realizarem sua segurança pessoal e Castor de Andrade (como descobriu um pesquisador que escreveu uma dissertação sobre o jogo do bicho), tinha em seus livros de contabilidade pagamentos semanais a dezenas de polícias civis e militares, juízes etc. A coisa ia tão longe que ele mesmo financiava reformas de delegacias e batalhões, uma forma de agradar e também de manter aqueles policiais em suas mãos, garantindo tranquilamente o funcionamento de seus negócios. Com a morte do capo e a consequente desestabilização de seu império resultado da intensa guerra entre Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio, respectivamente o sobrinho e genro do Castor, os próprios policiais militares eram contratados pelos dois para realizar ataques contra o outro. Não coincidentemente, muitos PM's foram assassinados nessa época pelas mãos dos seus próprios colegas. E isso tudo aconteceu ainda nos anos 2000, não estou falando de 1980 e demais épocas de disputa sangrenta entre os bicheiros que os obrigaram a sentar numa mesa e dividir o território fluminense entre eles pois aquela situação era insustentável para a continuação dos negócios...

Já as facções, pelo menos as duas mais famosas e relevantes (PCC e CV) nasceram dentro das prisões e possuem uma relação de atritos, mas também de proximidade com a polícia. Afinal, o que seria o arrego? Se com os bicheiros os policiais estão numa posição de serviçais, com os traficantes eles impõe um tipo de dominação que é a extorsão. Ou seja, fundamentalmente, o arrego parte de uma premissa de assimetria de forças, o que obriga aos traficantes a pagarem constantemente arregos aos policiais para que a venda de drogas continue. Caso contrário, e temos diversos casos que comprovam isso, aquela localidade irá sofrer com consecutivas operações ou mesmo patrulhas que são verdadeiras escaramuças, tudo para sufocar os negócios e, assim, fazer uma pressão para que o pagamento seja confirmado.

Para se ter ideia, no RJ foi feito a operação Calabar, a maior investigação na história do estado envolvendo corrupção policial e descobriu-se que por mês, no período de dois anos (que foi o período que a investigação da operação foi realizada), os PM's do 7BPM faturaram cerca de 800 mil a 1 milhão de reais com propinas e arrego do tráfico.

A milícia é, entre outras coisas, o momento que os policiais percebem que se um bando de jovens sem a menor preparação militar e sem uma estrutura legal a qual se apoiar conseguiram dominar grande parte dos territórios do estado, eles então conseguiriam com ainda maior facilidade o mesmo feito. É a partir daí que eles deixam de subir o morro para extorquir e começam disputar com essas mesmas facções esses territórios, assumindo o controle da economia local ao construir um monopólio na distribuição de gás, água, gatonet e "proteção".

O motivo das milícias hoje controlam mais de 50% do território fluminense e expandiram seu poder e influência para diversos estados do Brasil, se dá pelo fato desses criminosos estarem escorados na legalidade estatal. No RJ temos várias delegacias especializadas em combate a facções criminosas. Em contraste, temos apenas uma especializada que atua mais diretamente contra milícias, que seria a DRACO (e ela existe a bastante tempo, ela não foi criada para combater milícia, mas só incorporou essa função). Já quando falamos da PM, se pegarmos as grandes operações feitas, grande parte é feita em área de facções, principalmente do CV. Inclusive, grande parte da expansão das milícias se deu graças a implementação das UPP's, que expulsava o CV daquela região, abrindo espaço para o controle da milícia. Trago mais a realidade fluminense por ser a região em que concentro minha pesquisa, portanto, a que tenho mais contato e propriedade para falar sobre. De qualquer forma, vemos com esses inúmeros exemplos como a milícia se apropria dos aparatos estatais para agir com impunidade.

Acho que a chave fundamental para entender a falsidade do "Estado paralelo" é a visão foucaltiana da gerência dos ilegalismos, uma visão que já cheguei a abordar em uma outra resenha que fiz por aqui. Foucault costumava dizer que somente uma ficção pode fazer crer que as leis são feitas para serem acatadas e a policia e os tribunais destinados a fazer com que elas sejam respeitadas. Ou seja, aquilo tido como "ilegal" (contrário a lei estabelecida) não é algo imperfeito ou muito menos um acidente, afinal, a legislação é criada para definir e delimitar espaços onde ela própria pode ser violada e desrespeitada. É dessa forma que o próprio Estado cria maneiras de gerir o ilegalismo em seu próprio território, conseguindo assim ter vantagens econômicas, políticas etc. Um exemplo claro disso é que se um branquinho loiro de olhos verdes tiver fumando maconha em Higienópolis, Leblon ou qualquer lugar nobre, dificilmente um PM vai pará-lo para esculachar. Ou mesmo, quando foi que vimos a polícia entrar em algum condomínio de luxo atirando com caveirão como fazem nas favelas?

Por isso também é incorreto atribuir que existam "leis paralelas". De fato, essas organizações criminosas possuem leis próprias, mas elas não estão separadas assim. Eu diria que são instâncias diferentes, que no momento em que se chocarem (a instância do crime e a do aparato jurídico estatal) vai prevalecer aquela que tiver mais enraizada naquele local. Como nos mostra Gabriel Feltran, quando um PM se encontra em região onde se tem a presença do PCC, aquele agente não vai mais agir seguindo a instância judicial estatal, mas sim a lei estabelecida pelo PCC. Ou seja, esses dois universos estão constantemente ligados, se chocando, criando atritos e conflitos entre si, mas também criando consenso para formas de ganhar também.

Por fim, nesse capítulo violência a única coisa que achei boa mesmo foi como ela vai desdobrar a questão indigena, fazendo uma contextualização histórica bem interessante. Mas de resto, é um livro que deixa muito a desejar. Os capítulos relacionado a gênero e raça são extremamente decepcionantes.
Thales.Santos 31/01/2024minha estante
De maneira geral eu curto bastante o trabalho da autora. Mas fui conferir as referências do livro e me incomodou a ausência de intelectuais negros clássicos como Clóvis Moura, Abdias do Nascimento, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Neusa dos Santos, Lélia Gonzalez etc. Mas é isso, até então estou gostando. Essa genealogia aí que a autora traça sobre o surgimento das noções de harmonia racial é surpreendente. Acho que, nesse sentido, é válido também citar Joaquim Nabuco, outro que vai exercer uma enorme influência para essa noção de harmonia racial. Seguindo a influência de Bonifácio, Nabuco vai pregar, a partir de uma visão liberal, que a escravidão degradava tanto o senhor quanto o escravo e que o negro era um importante elemento constitutivo na formação da nação brasileira. A grande questão é que Nabuco fazia um alto contraste e comparação do regime escravista brasileiro com o estadunidense, apontando uma certa aproximação fraterna entre o senhor e o escravo, laço esse que nem mesmo um regime tão degradante quanto a escravidão conseguiu corromper.

Apesar dos dois terem uma visão estritamente contrária a escravidão, apelando sempre para a dignidade humana e o universalismo, e serem contrários a uma visão de inferioridade biológica, ambos mantinham uma posição paternalista em relação ao negro. Para que o negro conseguisse acompanhar as modernidades que se planejava para o futuro da nação, era necessário um Estado forte e interventor.

Fico pensando como que essa noção condescendente e paternalista de se pensar, no qual a autonomia é preterida por uma suposta falta de capacidade daquele determinado grupo, vai afetar profundamente a relação entre o indivíduo e o Estado, causando certas dismorfias. Vejam, longe de mim defender estado mínimo e demais besteiras liberaloides, mas não consigo deixar de pensar em como essa necessidade de se mitigar os direitos e garantias do indivíduo, tendo que sempre tutelá-lo, visão que predomina no Brasil a séculos (especialmente na esfera jurídica) não vem de uma tradição racista. Afinal, com pessoas tão "atrasadas" e "irresponsáveis" o que resta é uma eterna fiscalização e tutela, pois se deixar muito solto vai fazer merd*...."




Juliana2708 31/01/2024

Livro necessário
O livro traz diversos temas importantes para o entendimento do momento em que o país passa. Conhecer a história do Brasil é importante para que não minimizemos a lutas dos grupos minoritários, que tanto sofrem desde a invasão do país pelos europeus, é entender quais são as políticas públicas necessárias para mudarmos o rumo e a importância da educação e do conhecimento em todo este processo.
comentários(0)comente



João 28/01/2024

Fundamental
Acredito que -em matéria de conteúdo- o livro da Lilia Schwarcz é inquestionável. A obra adentra a cultura e o espírito que se desenvolveu em nosso povo durante séculos de maneira profunda e didática.

A única critica que, creio eu, pode ser construtiva, é o fato de que, em alguns trechos do livro, a autora se apegou muito a dados exatos, tirando um pouco o dinamismo da leitura.

Acho que se houvesse um pequeno desapego de tantos números, a leitura ficaria mais dinâmica e o leitor não perderia o fio daquilo demonstrado na obra.

No mais, tenho apenas elogios para esse trabalho tão fundamental para nos auto-conhecermos, enquanto povo.
comentários(0)comente



Cecí 09/01/2024

O eterno remendo da colcha de retalhos que nossa história.
"A história costuma ser definida como uma disciplina com grande capacidade de 'lembrar'. Poucos se 'lembram', porém, do quanto ela é capaz de 'esquecer'".

Apresenta um panorama histórico dos caminhos que levaram do Brasil Colônia ao "ressurgimento" do populismo fascista no século XXI. Traz fatos e faz conexões interessantes, embora não necessariamente novas pra quem está antenado na vida política nacional. É, mais do que qualquer coisa, uma cápsula do tempo que registrou o ambiente que vivenciamos durante as eleições de 2018 e o medo que se seguiu durante os primeiros anos da gestão do candidato eleito.
comentários(0)comente



LilyaSantos 25/12/2023

Lília faz um recorte sobre a história do Brasil , com olhos para diferentes aspectos , pegando fatos desde a colônia até os dias de hoje !
comentários(0)comente



Caio 18/08/2023

Um retrato escrito da realidade material e institucional do Brasil
Essa obra é uma das maiores contribuição de Lilia Schwarcz para a sociedade brasileira e me orgulho em falar que essa autora e cientista ocupa o topo da minha prateleira de referências bibliográficas como estudante de Administração Pública.
Sobre o Autoritarismo Brasileiro disseca as raízes das maiores contradições sociais, políticas e institucionais brasileiras que se preservam até os dias contemporâneos. Lilia trata do patrimonialismo, mandonismo, clientelismo, violência e seus recortes sociais e etc.
Leia e acompanhe o trabalho dessa grande pensadora contemporânea!
comentários(0)comente



167 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR