Arquivo das crianças perdidas

Arquivo das crianças perdidas Valeria Luiselli




Resenhas - O arquivo das crianças perdidas


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Mary 16/03/2024

Incrível, sem exagero
Quando penso no que significa o título "escritor", pessoas como a Valeria Luiselli vêm ao meu pensamento. Esse livro tem tudo que a gente espera de um escritor completo: empenho, pesquisa, comprometimento e, mais importante de tudo, o dom de escrever. Muitos bons escritores podem ser bons com apenas algum desses elementos, mas os melhores possuem todos e essa autora é um deles.

Que grata surpresa esse livro, descobri por meio de uma indicação feita pela Elena Ferrante em uma certa lista que ela indicando autoras contemporâneas. Isso já é um peso ser considerado para apurar a qualidade da obra, mas não exclusivo, porque a régua definitiva você mesmo usa para medir os méritos do livro com sua própria experiência de leitura.

O trabalho que Luiselli faz em unir um tema atual e politicamente relevante (a imigração ilegal de crianças para os EUA) com a realidade super micro de uma família passando por um momento de crise (e o intercâmbio dos pensamentos da narradora com as referências culturais mais diversas), q-u-e espetáculo!

Essas coisas vão se cruzar para conduzir o restante do livro através de uma espécie de "roadtrip do fim do mundo" que aquela família decidiu fazer, - por motivos que prefiro não revelar - algo que foi super interessante de se acompanhar: um movimento que causa agonia, pois conhecemos os personagens no momento em que a relação deles já está desmoronando, ao mesmo tempo que vamos nos encantando com eles enquanto a narradora recorda o começo e o desenrolar do que parecia uma relação familiar com uma química perfeita. Meus Deus, foi pura tortura estar no meio do desmoronamento vendo as lembranças da narradora do que foi um começo perfeito e que funcionava. (eu vi o que voc}e fez, viu Luiselli?).

O livro tem tudo: enredo, narrativa, tom certo e consistente a obra inteira (você sente que todos os elementos foram pensados para estarem ali), temas atuais e relevantes, e o mais importante, talento e escrita deliciosa. Já quero ler tudo da Valeria Luiselli pra ontem!
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Bruna 14/08/2023

Arquivo das Crianças Perdidas
O livro é bem lentinho e as vezes muito repetitivo, mas gostei demais mesmo assim. A autora acaba abordando muitos assuntos de uma forma muito boa de ler.
Adorei os livros citados, autores, artistas e as fotos polaroids no final foi a cereja do bolo, com certeza.
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Juliano.Ramos 15/02/2023

Um livro que no primeiro momento parece chato e entediante, mas que tem uma crescente de tensão e desespero a cada página, tanto pelas crianças propriamente perdidas quantos pelos 4 personagens do livros que também estão perdidos...
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Ferferferfer 15/01/2023

Desde México, cabrones!
O "Arquivo das crianças perdidas" é uma narrativa que conta sobre os altos e baixos de uma família enquanto fazem uma viagem de carro. Para quem adora os detalhes locais, vai amar acompanhar esse momento. Luiselli consegue, com muita competência, nos colocar no outro lado do banco do carro, sabendo de todos os pormenores daquela família.
Eu gosto muito de narrativas em primeira pessoa - que era o que eu pensava até certo ponto. Depois, o filho se insere na narrativa, e é aqui em que acho que a narrativa degringolou para mim. Eu estava muito, mas muito interessada na visão feminina e materna daquela viagem (além do trabalho, motivo pelo qual também viaja). Gostava de ouvir essa personagem se descobrindo e percebendo os rompimentos naturais da vida. Para mim, foi como ter enfrentando um anticlímax - uma pena, pois estava gostando. Parece que a narrativa tornou-se outra coisa a partir desse momento. Por escolhas estilísticas mesmo, não pelo enredo.
De qualquer forma, Valeria Luiselli justifica com grandeza a escolha de ser premiada por esse livro. Com certeza lerei outros livros dela!
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Lulys 02/06/2022

Múltiplas narrativas
A autora narra com diferentes vozes as histórias de crianças perdidas e de sua família. Fala de desenraizamento, afeto, conflitos de maneira leve e envolvente.
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Jana 16/03/2022

Ecos
Eu sinto que viajei junto com essa família? Entre as histórias dos Apaches e as histórias das crianças perdidas, podemos acompanhar a crise política com relação à imigração e o apagamento da história dos povos nativos dos EUA.

Também é explorada a crise na própria família, na qual o casal tem um casamento ?falido? e cada um quer seguir um rumo diferente. Dá muito gosto de ler as reflexões, sentimentos e relatos da narradora principal. O livro fictício citado dentro do livro simplesmente me encantou, achei genial. A gravação final do menino para a irmã me emocionou bastante.

Um tesouro de livro, rico de muita informação, referência, e ao mesmo tempo, de sensibilidade e resistência.
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Ve Domingues 18/12/2021

Um road livro bem interessante sobre fins de ciclo e sobre um mundo que precisa melhorar. A história é bem instigante.
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alineaimee 13/08/2021

Riqueza
Escolhi "Riqueza" para o título porque é difícil sintetizar o que achei do livro. É um romance inventivo, intrigante, inteligente, poético, emocionante. Teve uns momentos meio realismo mágico! Terminei abraçada com ele fazendo juras de amor! Já é meu livro favorito da autora!
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Geth 31/07/2021

Arquivos, Vida e Sons
Uma narrativa que nos faz não querer largar o livro, e aborda de forma clara sobre o desaparecimento de crianças no deserto e a o apagamento da vida/história dos indígenas, ao mesmo tempo que acompanhamos a trajetória desta família, onde pai, mãe, menino e menina também irão se perder e se encontrar.
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Mari Pereira 19/07/2021

Os últimos meses têm sido difíceis. Baixíssima capacidade de concentração, pouca motivação... Uma tristeza que invade os espaços e incapacita.
Talvez por isso a leitura de Arquivo das crianças perdidas tenha sido tão lenta... Mas, enfim, terminei. E só posso dizer que valeu cada página.
Em Arquivo das crianças perdidas, Valeria Luiselli - uma escritora mexicana radicada nos EUA - nos conta uma história de uma família que decide fazer uma viagem de carro cruzando os EUA. A família não tem nome. É o pai, a mãe, o menino, a menina.
Ao longo dessa trajetória, vamos conhecendo a dinâmica da família, suas lembranças, seus enlaces. E assistimos também ao seu esfacelamento.
Memória, relações familiares, afetos, conflitos, cumplicidade e silêncios são mobilizados para contar essa história.
Além disso, como um fio condutor que alinhava toda a narrativa, o livro trata do problema da migração de crianças da América Latina para os EUA. Crianças que, sozinhas ou em pequenos bandos, cruzam a fronteira e a aridez do deserto, em busca de alguma possibilidade de futuro.
Luiselli trata de todas essas questões com delicadeza e uma capacidade lírica impressionante. A escrita é bonita, reflexiva, introspectiva, arrebatadora.
Um livro belo, envolvente e profundamente melancólico.
Leiam!
Jean Bernard 20/07/2021minha estante
Além de adorar sua resenha, me vi representado em seu relato. Minha concentração está péssima. A tristeza que assola nosso país, a falta de humanidade, a falta de quase tudo me deixa tomado pelo ódio. Apenas os livros me salvam desse sentimento. Mas mesmo eles estão tendo dificuldade. O Nariz de Gogol me salvou dessa vez. Força e sigamos firme.


Alê | @alexandrejjr 20/07/2021minha estante
Opa! Esse livro já estava no meu radar, agora ele ganha uma atenção especial.




Anna 21/06/2021

Livro com dois caminhos
É bem difícil falar deste livro por inteiro porque eu vejo claramente uma divisão. Enquanto contamos a história da família no carro, seus interesses, medos e vontades, o livro é incrível, maravilhoso, me lembrou muito "Uma longa viagem a um pequeno planeta hostil". O que importa ali é a jornada, o que acontece neste "ir" e não o final (porque né, ela entrega o final nas primeiras linhas).
A outra parte é tal das "elegias as crianças perdidas" e, até certo ponto, achei legalzinho. Mas seguindo pro final, que elas são mais frequentes e, por vezes, se tornando a história principal é muuuito chato! Sério, não quero saber daquelas crianças, não me importo com o que aconteceu ou não, tô nem ai se chegaram ou não (sim, insensibilidade, mas a narrativa não me convenceu).
Perdeu uma estrela inteira por causa da parte final, onde as elegias e a história principal se convergem. Chato demais! Se não fosse isso, seria para mim um cinco estrelas!
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Camila Faria 03/11/2020

Fazia tempo que eu não lia uma história tão curiosa e tão cheia de camadas quanto essa. Nesse road-book, cuja trama se passa quase toda dentro de um carro, acompanhamos a viagem de uma família prestes a ruir. Cada um dos personagens está imerso no seu próprio universo e a gente consegue pressentir a aproximação do precipício (e somos inexoravelmente atraídos na sua direção). Apesar do pano de fundo ser uma crise conjugal, a tensão do livro se dá através de temas mais profundos. A crise da imigração nos EUA é o principal deles e a história trata especialmente do caso de crianças que cruzam a fronteira do México, são presas e separadas de suas famílias. O livro nasceu no verão de 2014, quando a autora (mexicana, alfabetizada em inglês) voluntariou-se para ser tradutora dessas crianças nos tribunais americanos, o que torna a história ainda mais pessoal e notável. Que bom seria se todos nós conseguíssemos transformar nossas indignações políticas e frustrações em obras-primas como essa. Leiam.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-27/
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Ana 08/03/2020

Não sei exatamente o que me fez pedir esse livro. Sempre me pergunto o porquê de eu sempre pedir livros que não são exatamente dos gêneros que estou acostumadas a ler, principalmente porque até tento, mas não gosto da maioria deles — seria eu uma ignorante? O ponto é que Arquivo das Crianças Perdidas chegou em minhas mãos em um momento que não pude dar a atenção que ele merecia. Tentei lê-lo várias e várias vezes, mas alguma coisa sempre me impedia de continuar. Prometi para mim mesma que essa seria a última chance e, olha que coisa louca, parece que o livro me ouviu.

Eu tinha plena consciência de que o livro não era ruim, que o problema estava comigo. E tá tudo bem, gente. Às vezes a história é tão densa que não conseguimos avançar na leitura dependendo do que está acontecendo conosco naquele momento. Foi por isso que demorei para mergulhar de vez nas páginas da obra de Valeria Luiselli. Aqui, conhecemos uma família que é igual à todas as outras, mas diferente: o homem tem um filho e a mulher uma filha, ambos de relacionamentos anteriores, mas que agora são filhos dos dois e ponto final.

O enredo, de forma geral, é bastante simples: um casal com seus problemas de casal atravessando os Estados Unidos de carro em uma viagem de férias de fachada, carregando umas bagagens, caixas e, é claro, os filhos à tiracolo. O real motivo da viagem é o campo de estudo do pai, que é uma espécie de historiador que registra sons do cotidiano. No momento, seu alvo são os Apaches, povos nativos dos Estados Unidos que, antigamente, ocupavam territórios no Arizona, e é por isso que eles estão indo para lá. Nesse meio tempo, a mãe quer trabalhar no seu próprio projeto, salvar crianças imigrantes — ou pelo menos documentar suas histórias — que simplesmente "desaparecem" assim que cruzam a fronteira para o país.

Assim, como o próprio nome indica, Arquivo das Crianças Perdidas se trata essencialmente de um tema extremamente relevante e atual, a imigração. No contexto em que se passa a história, a crise imigratória é discutida em todos os meios possíveis, rádio, televisão, jornais. É justamente por isso que incomoda tanto a mulher, uma das narradoras, principalmente porque teve contato recentemente com uma problemática envolvendo crianças imigrantes. Além disso, temos de plano de fundo uma crise familiar que constantemente ameaça explodir.

Engraçado que a todo momento tive a sensação de estar viajando com os personagens, tamanha a veracidade da narrativa. Toda a obra é riquíssima em detalhes, além de ser rodeada por inúmeras referências literárias e musicais, como O Senhor das Moscas e provavelmente toda a discografia de David Bowie, que enriquecem a experiência literária de forma imensurável. Apesar do tema complexo — não por ser difícil de entender e sim por ser muito triste —, Valeria Luiselli mostra sua intimidade com a escrita a partir da fluidez da obra. Pode parecer contraditório falar sobre a facilidade de ler um livro em que tive que insistir punhado de vezes, mas gostaria de frisar, novamente, que o problema estava comigo. Poucas vezes em minha vida de leitora tive contato com uma história tão bem escrita e que me tirasse tanto da minha zona de conforto.

É importante citar que os protagonistas de Luiselli não possuem nome, mas gosto de dizer que não são necessários, pois os conhecemos de forma muito mais íntima que um nome. A narradora, por exemplo, é dona de uma inteligência fora do comum, bem como a menina, que não se cansa de fazer perguntas extremamente difíceis de responder — "O que significa ser um refugiado?", "Ainda falta muito?". O menino também é cheio de vida e curiosidade, tanto que em determinada parte do livro, assume a narrativa. Mas nesse contexto, temos o único ponto negativo do livro, o homem, que só aparece para brigar com a esposa ou para passar muito e muito tempo divagando sobre o seu projeto com os Apaches.

Também é impossível falar de Arquivo das Crianças Perdidas sem falar da carga emocional que carrega. O contexto político já é bastante difícil, pois sabemos os perigos que os imigrantes passam em busca dessa nova chance. Porém, ao mostrar o lado das crianças que, muitas vezes tentam atravessar a fronteira sozinhas ou são abandonadas no meio do caminho, a autora consegue captar uma emoção muito, muito mais forte. Além disso, as próprias reflexões dos personagens se fixam em nossa memória, bem como a certeza do que vai acontecer com a mulher, as crianças e o homem no exato momento em que entram naquele carro.

Certamente que Arquivo das Crianças Perdidas foi diferente de tudo o que eu já li. Fico extremamente contente de ter insistido tanto, pois no fundo eu tinha certeza de que não ia me decepcionar. É um livro sobre um tema que mexe, cutuca, incomoda, machuca, mas também é um livro sobre memórias e família, o único conceito que sabemos antes mesmo de alguém nos ensinar.

site: http://www.roendolivros.com.br
Alê | @alexandrejjr 11/07/2022minha estante
Caramba! Mais um baita texto sobre esse livro. Parabéns pela resenha, Ana Clara! Dá uma dimensão muito boa da proposta da autora e da profundidade do romance.


Ana 11/07/2022minha estante
Oi Alê, muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado e te ajudado de alguma forma!




Biia Rozante | @atitudeliteraria 06/12/2019

Uma leitura enriquecedora e incrível.
Atual, verossímil, reflexivo e relevante, Arquivo das Crianças Perdidas é um relato, um diário, é o acompanhar de uma família por sua viagem de férias pelo nordeste e sudoeste americano, mas não é apena isso, aqui nos deparamos com pensamentos, situações e discussões mais complexas e necessárias. Uma história de muitas camadas capaz de te surpreender e chocar na mesma proporção.

Uma família que não é “padrão”, pai e filho, mãe e filha, que formam juntos uma nova família. Um casamento que está em crise, onde casal não consegue se reconhecer, opostos, pessoas que buscam por coisas diferentes, ainda que muito do trabalho de um, reflita no trabalho do outro, porém com olhares diferentes. A família está de férias, está saindo para uma viagem longa de carro, em busca do objeto de estudo e trabalho do pai – Os Apaches -, enquanto que a mãe que a pouco se deparou com o assunto imigração, está ainda buscando por seu objetivo nessa viagem, não que ela esteja perdida, ela apenas não refinou a sua busca. Algo que não será um problema, já que a crise imigratória está por todos os lados, sendo discutida incansavelmente no rádio, jornais e televisão.

“(...) Morar juntos tinha sido uma decisão precipitada — confusa, caótica, urgente e tão bela e real quanto a vida quando não se está pensando em suas consequências. Nós no tornamos uma tribo. Em seguida vieram as consequências. Conhecemos os parentes um dos outros, nos casamos, começamos a preencher declarações conjuntas de imposto de renda, nos tornamos uma família.”

Esse com certeza não é o tipo de livro que a gente resenhe e sim, aquele que precisa ser lido. Valeria Luiselli criou todo um cenário e o explorou com maestria, regando a trama com muitos detalhes, levando o autor para viajar com a família. Diversas vezes temos a sensação de estarmos sentados no banco de trás do carro, junto com os dois filhos do casal. Apesar de ser um enredo com muitas camadas, abordando a relação familiar, a relação do casal e os muitos pensamentos da personagem principal, que vive sim uma guerra interna, acabamos sendo guiados para a crise da fronteira que se torna o carro chefe da narrativa.

“(...) Sentimos o tempo de forma diferente. Ninguém conseguiu captar completamente o que está acontecendo ou dizer por que. Talvez seja apenas porque sentimos uma ausência de futuro, porque o presente se tornou por demais avassalador, de modo que o futuro se tornou inimaginável. E, sem futuro, o tempo parece apenas um acúmulo.”

É tudo muito real, cru, honesto, sensível, temos a narradora que olha de fora, que busca seu lugar de fala, que tenta compreender através de muitos questionamentos o que são essas crianças que atravessam o deserto sozinhas, fugindo da violência, da miséria, tentando encontrar seus pais e poder viver em paz com eles. Onde muitos acabam interrogados, presos, deportados e mortos. Alguém que se coloca no lugar do próximo, que tem empatia, que enxerga esses seres como mais do que meros números e estatísticas, que pensa em como seria se fosse com um dos seus filhos, se eles teriam a coragem, a força, a noção de como enfrentar todo aquele perigo. Tudo é muito palpável, no limite entre a realidade e ficção, para ser bem honesta é impossível dizer qual é qual. Acho que ambos se misturam e se confundem.

“Este país inteiro, disse o Papá, é um enorme cemitério, mas só algumas pessoas conseguem um túmulo decente, porque a maioria das vidas não importa. A maioria das vidas é apagada, perdida no redemoinho de lixo que chamamos de história, disse ele.”

Que leitura INCRÍVEL, enriquecedora, intrigante... São tantas as camadas, a carga emocional, histórica, politica, humana. As reflexões, os pensamentos que são absurdamente lúcidos, todo o enredo é tão poderoso, explorador, por vezes ousado e repleto de referencias que só tornam toda a construção narrativa ainda mais rica e envolvente.

”(...) Ele ergueu o copo, disse que Arizona, Novo México, Sonora, Chihuahua eram todos belos nomes, mas também nomes para designar um passado de injustiça, genocídio, êxodo, guerra e sangue. Disse que queria que nos lembrássemos desta terra como uma terra de resiliência e perdão, também como uma terra onde a terra e o céu não conheciam divisão.”

É o tipo de leitura que te tira da zona de conforto, que desconstrói padrões, sons, imagens, que cria comparações, que aponta, confunde, reorganiza, que chama a atenção para aquilo que por vezes fechamos os olhos, ou ignoramos. Que é poderoso naquilo que aborda e na mensagem que deixa.

site: http://www.atitudeliteraria.com.br/2019/11/arquivo-das-criancas-perdidas-valeria.html
Alê | @alexandrejjr 11/07/2022minha estante
Belíssimo texto, Biia. Parabéns!


Biia Rozante | @atitudeliteraria 12/07/2022minha estante
Obrigada. Este livro é precioso.




Junior.Silva 06/11/2019

Postado em leitorcompulsivo.com.br
Terceiro livro da autora mexicana Valeria Luiselli, “Arquivo das crianças perdidas, foi publicado nesse ano pela editora Alfaguara, do grupo Companhia das Letras. A história aborda um tema caro a sociedade: a imigração, onde muitas vezes preferimos não dar a devida atenção por não impactar diretamente a nossa vida. Talvez por isso a autora tenha criado sua narrativa de forma direta e reta, causando reflexões profundas.

Na história conhecemos um casal que sai em viagem com seus dois filhos para o Arizona, onde visitarão o antigo território dos Apaches, motivo de pesquisas do pai. Daí em diante, além da questão da imigração permeando o pano de fundo por toda história, a família mergulha em questões complexas que vão mostrando fissuras que conscientemente são ignoradas, apenas aguardando que se resolvam ou simplesmente cheguem ao final de uma estrada.

Com uma escrita riquíssima em detalhes, que presenteiam o leitor a um momento agradável de vivenciar o que há de melhor na literatura, a autora cria uma narrativa envolvente, com referências musicais e outras obras de sucesso. Sendo o seu terceiro livro, mas minha primeira leitura, senti que a autora sabia exatamente como queria tocar o leitor e traze-lo para dentro dos seus questionamentos.

Uma obra poderosa, que se recusa a aceitar com olhar indiferente toda a atrocidade humana na relação que se comporta com a questão da imigração. Um verdadeiro funil emocional onde a autora nos leva a um mergulha naquilo que sabemos a cada página que não dará certo. Nos leva a reflexão sobre como lidar com as relações e como as nossas decisões podem impactar o rumo da história. Um verdadeiro sinal de alerta! Valeu muito a leitura, foi um belo encontro com a filosofia de escrita da autora que, até então, ainda não conhecia.

site: Postado em leitorcompulsivo.com.br
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