Cidade das Garotas

Cidade das Garotas Elizabeth Gilbert




Resenhas -


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@bibliotecadedramas 07/04/2020

Maravilhoso!!
QUE.OBRA. Não, é sério… Que livro maravilhoso. Eu lembro que assisti “comer, rezar e amar” no avião quando eu estava viajando não me lembro mais pra onde. E não gostei do filme. Muito embora tampouco fui atrás de ler o livro depois, quando vi que esse livro é da mesma autora, confesso que dei uma torcidinha de nariz, mas resolvi ler mesmo assim e ainda bem que quebrei a cara e me surpreendi demais com a narrativa e os detalhes maravilhosos da vida de Vivian na Nova York de 1940.

Perceba que temos uma Nova York de 1940, quando a Segunda Guerra Mundial já estava acontecendo, mas não ainda afetando diretamente a vida de quem vivia nos EUA, ainda mais pra uma menina como Vivian que não se preocupava nem um pouco em saber das notícias que aconteciam no seu país e muito menos no mundo, tirando é claro, as revistas de fofoca.

Mas Vivian tem um talento incrível que foi ensinado por sua avó e esse talento é a arte da costura. É isso que a ajuda a se enturmar com as pessoas que começam a fazer parte da sua vida após se mudar para Nova York e ir morar com sua tia – Peg – uma atriz e diretora de teatro, dona no Lylly Playhouse que realiza sessões de peças teatrais a preços módicos para a classe trabalhadora imigrante do bairro.

Vivian fica fascinada por essa nova vida e não tem como o leitor não se fascinar também diante dos detalhes de como era Nova York e as pessoas que eram ligadas ao teatro nessa época. A história te prende de uma tal forma que é impossível parar de ler. E não é porque há suspenses, grandes dramas ou coisas absurdamente inesperadas, mas toda a essência do glamour (e a falta dele também), em como pulsante era Nova York naquela época e como Vivian viveu (e intensamente), é simplesmente viciante de ler.

“O campo da honra é dolorido […] Foi o que meu pai me ensinou quando eu era nova. Ele me ensinou que o campo da honra não é um lugar onde as crianças podem brincar. Crianças não têm honra, e não se espera isso delas, porque é difícil demais. É doído demais. Mas para virar adulta, a pessoa tem que entrar no campo da honra. Agora tudo será esperado de você. Você vai ter que ser vigilante com seus princípios. Terá que fazer sacrifícios. Será julgada. Se cometer erros, terá que se responsabilizar por eles. Vai ter vezes em que você vai ter que deixar de lado seus impulsos e assumir uma posição à que outra pessoa, uma pessoa sem honra, talvez assuma. Talvez você se magoe com essas situações, e é por isso que a honra é um campo dolorido.”
– Página 363

Enfim… Numa parte do livro, uma coisa meio tensa acontece e isso muda a vida de Vivian completamente. Na verdade as coisas meio que voltam a ser como eram antes de Nova York – ela volta para a casa dos pais e toda aquela coisa vazia e a crise de existencialismo voltam também, seus pais contribuíram muito pra isso tanto antes como agora. Alguns anos se passam e Vivian nessa fase entra numa espécie de torpor, a Segunda Guerra está no auge, mas não afetando diretamente a vida no interior, até que uma oportunidade surge e Vivian consegue voltar para Nova York.

Voltando, ela encontra uma cidade completamente diferente, se dá conta de imediato que os tempos áureos de 1940 não existem mais e ela precisa se adaptar. Vivian que antes era uma personagem vazia e sem amadurecimento algum, começa a finalmente crescer e dar um norte adequado para a sua vida. Ela prospera. Os anos passam e embora algumas coisas particularmente não mudem ou aconteçam em sua vida, mesmo com o passar dos anos, ela aceita isso porque acima de tudo, sabe que todos os seus atos são consequências de suas escolhas. Pra mim foi uma leitura incrível e prazerosa, com diversos ensinamentos.

site: https://shejulis.com/livro-cidade-das-garotas/
Amanda Barboza 07/04/2020minha estante
Deu até vontade de ler com sua resenha!


@bibliotecadedramas 08/04/2020minha estante
leia, Amanda, é um excelente livro, realmente.


Michelle.Mocellin 19/01/2021minha estante
Oiii vc tem o livro? Queria tanto ler...?


@bibliotecadedramas 19/01/2021minha estante
tenho sim, o físico




-Koraline 17/01/2024

#MLV2024 - Família Aurora - Um livro com mais de 350 páginas
Me interessei em ler esse livro por ter sido um livro adorado pela Tami e pelo GF, e por isso eu esperava um pouco mais. O livro é sim muito envolvente, eu fiquei presa por boa parte da leitura, mas depois dos 60% eu perdi o interesse. Senti que a autora trabalhou tanto as personagens como a a tia, a assistente e a corista, e depois essas pessoas foram esquecidas, e para mim eram as mais interessantes, e achei o final bem aleatório e pouquíssimo desenvolvido.
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Isabella.Wenderros 11/02/2022

Talvez já tenha encontrado a melhor leitura de 2022.
No 1º capítulo, Vivian recebe uma pergunta de Angela, com quem trocou apenas 3 cartas ao longo dos anos: “Agora que a minha mãe faleceu, você poderia me dizer o que foi para o meu pai?”. Para responder, a protagonista decide contar sobre os acontecimentos que cruzaram vários destinos ao seu, inclusive o do pai de Angela.

Em 1940, Vivian Morris é enviada pelos pais para viver com a tia em Nova York. Filha de uma família de classe média alta, a vida que ela sempre conheceu foi a dos colégios internos, mas nunca se sentiu parte daquela comunidade. Quando chega na cidade onde tudo é intenso, quando conhece pessoas diferentes de todas com as quais já conviveu, percebe que se encaixa bem no meio daquele pequeno caos.

O ponto de partida e o de chegada não poderiam ser mais diferentes: de uma cidade pequena para uma metrópole; de uma casa silenciosa para um teatro decadente na Broadway, o Lily Playhouse, propriedade de Peg Buell, sua tia excêntrica. Com Célia, uma corista que se torna sua colega de quarto, Vivian descobre a noite de NY, cheia de bebidas, festas e muito sexo.

Esse livro foi um mergulho no desconhecido, não sabia nada sobre ele. Imediatamente percebi que existiam três coisas das quais gosto muito: histórias ambientadas em Nova York, histórias ambientadas na Nova York no século 20 e narradores já na velhice falando sobre o passado. A escrita de Elizabeth me envolveu e criou uma ambientação tão vívida que eu poderia estar na frente da TV – literalmente consegui enxergar as roupas, ouvir as risadas, sentir as texturas.

Se a narrativa me conquistou, não pude dizer o mesmo sobre a protagonista. Por boa parte da leitura eu não me conectei com Vivian, não me importei com ela. Cheguei a pensar em abandonar, mas no capítulo seguinte um personagem surgiu e as páginas foram viradas rapidamente. Quando Billy Buell aparece no Lily Playhouse trazendo seu charme e mexendo com todo mundo, as coisas ficaram mais dinâmicas. Depois que Cidade das Garotas é montada e vira um sucesso, senti que a história tinha realmente começado. Como consequência das emoções que a peça desperta, Vivian comete um grande erro e foi quando a chave virou e a protagonista me ganhou. Após Pearl Harbor, a Segunda Guerra Mundial também se faz presente e afeta todos os personagens.

O modo como a personagem conta sua vida é de uma sinceridade arrebatadora! Com seus 90 anos, Vivvie é segura de si, de seus erros e acertos, paixões e desejos. Ela não passa a mão na própria cabeça, mas também não se envergonha de quem é ou se recrimina eternamente sobre coisas não podem ser mudadas. Ela é forte, sagaz e divertida – essa leitura me tirou vários sorrisos, de verdade. Outros personagens também são excelentes, como Marjorie, Peg, Olive e Frank, mas Vivian brilha.

Já disse em outras resenhas que acho difícil escrever sobre um livro quando sou conquistada mais profundamente. Cidade das Garotas foi um flerte a cada página, demorou em me arrebatar, mas quando conseguiu... Estamos em fevereiro de 2022, muita coisa pode mudar, mas digo com segurança que essa pode ter sido minha melhor leitura do ano.
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vanessa.pivotto 25/02/2024

Surpreendente
"O mundo não é plano. Você cresce achando que as coisas são de certa maneira. Acha que existem regras. Que as coisas têm que ser de um jeito. E você tenta viver em linha reta. Mas o mundo não liga para as suas regras ou as suas crenças. O mundo não é plano, Vivian. Nunca vai ser. Nossas regras não significam nada. O mundo simplesmente acontece com você de vez em quando, é isso que eu acho. E as pessoas têm que seguir por ele da melhor forma possível".

Belíssima escrita e enredo. Uma história sobre amizades, amor, luto e autodescoberta. Os personagens são bastante reais, você tem vontade de dar um sacodes neles muitas vezes, mas essa é a graça.
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Laila 04/04/2021

Não é o livro mais empolgante que você vai encontrar, a protagonista as vezes é chata mas as histórias e a construção da antiga Nova York, pela autora, é envolvente. Os processos de criação dos espetáculos do Lily, a formação dela como uma estilista e o desfecho com o encontro com Frank foram os pontos mais interessantes na minha opinião.
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Aline.Alves 28/04/2023

Incrível
Não esperava que esse livro fosse me tocar tanto quanto tocou, talvez pelo momento que estou passando agora a história tenha se tornado mais cativante para mim. Mas vale totalmente a pena ler, a história de Vivian me prendeu do início ao fim. Com certeza se tornou um dos meus livros favoritos.
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Leidianaa 14/11/2021

Cidade das Garotas é o último lançamento de Elizabeth Gilbert, autora de Comer, rezar e amar. O romance se passa na Nova York dos anos 40 e acompanha a trajetória de Vivian Morris, uma garota de dezenove anos que se muda para essa cidade após ser expulsa da faculdade.

No início da narrativa, Vivian recebe uma carta de Angela, filha de um antigo amigo seu, que questiona sobre a verdadeira natureza da amizade entre Vivian e seu pai. A partir disso, em uma carta de resposta à filha do seu amigo, a protagonista começa a narrar a história da sua vida desde quando deixou a escola para se mudar para Manhattan até o seu momento presente, já uma senhorinha idosa.

Assim, conhecemos a Vivian de dezenove anos, uma garota apaixonada por moda, que não tinha muita perspectiva sobre seu futuro na faculdade e que estava animada com a ideia de passar uma temporada em Nova York junto de sua tia Peg, dona de uma companhia de teatro na cidade.

Ao chegar ao teatro Lily Playhouse, a protagonista descobre que sua tia está falida e que a companhia de teatro mal paga as próprias contas, se sustentando com espetáculos baratos de números de canto e dança simplórios. Nesse arranjo, passamos a acompanhar o dia a dia nessa companhia teatral, no qual Vivian logo é integrada ao descobrirem seu talento com a costura.

"Se parece que estou desmerecendo as produções do Lily, não estou: eu as adorava. Daria qualquer coisa para me sentar no fundo daquele velho teatro podre e ver um daqueles espetáculos outra vez. Na minha cabeça, nunca houve nada melhor do que aquelas revistas simples e entusiasmadas. Me faziam feliz. Eram concebidas para deixar as pessoas felizes sem obrigar a plateia a se esforçar demais para entender o que estava acontecendo. Conforme Peg aprendera na Grande Guerra, quando produzira divertidas sátiras de canto e dança para soldados que tinha acabado de perder um membro ou cuja garganta tinha sido queimada por gás de mostarda: Às vezes as pessoas precisam pensar em outra coisa."

Nesse cenário, Vivian se sente pela primeira vez em um lugar onde pode ser ela mesma sem medo das amarras da sua família. Ela logo faz amizade com Celia, uma corista belíssima da companhia que a leva para conhecer a noite de Nova York. Vivian se apaixona pela cidade e suas diversões. Nesse contexto de festas regadas a álcool, Vivian tem o despertar da sua sexualidade e as suas únicas preocupações são achar roupas em uma bazar perto do teatro para que ela possa utilizar como figurino e aproveitar ao máximo as suas noites.

"Na minha opinião, Celia Ray era a perfeição. Era a própria essência da cidade de Nova York, uma combinação fulgurante de sofisticação e mistério."

No entanto, após cometer um erro que a afasta do Lily Playhouse, a protagonista descobre que mesmo as coisas que ela ama podem se tornar fonte de uma grande dor.

"É fácil ser sensata depois do acontecido. Mas qual é a finalidade de ter vinte anos se não cometer erros grosseiros?"

Vivian é a narradora que está relembrando o passado para contar a sua história, talvez tenha sido esse o motivo que eu senti um distanciamento da Vivian de dezenove anos em relação aos acontecimentos do seu dia a dia no teatro. Como se existisse um véu fino entre os sentimentos da Vivian do passado e a narrativa. Isso fez ela parecer mais uma observadora do cotidiano do Lily do que uma participante efetiva.

Apesar disso, foi muito divertido acompanhar a Nova York dos anos 40 pelos olhos da Vivian, foi maravilhosa ver como ela não se prendia a amarras de falsos moralismos e aproveitava ao máximo todos os momentos. Também foi importante acompanhar a perspectiva de uma protagonista sexualmente livre, que não tinha falsas ilusões em relação ao sexo como diversas outras protagonistas dos inúmeros romances que lemos diariamente. Em Nova York, lugar onde um turbilhão de pessoas gostam de aproveitar as melhores sensações da vida, Vivian se encaixou perfeitamente. Contudo, mesmo com essa liberdade aparente, a autora narra o machismo da sociedade em diversos momentos da obra. O perdão aos erros dos homens e a condenação de mulheres pelos mesmos erros estava presente nos anos 40 e perdura até os dias atuais.

Eu senti uma conexão muito especial com a Vivian, com os erros dela, com seus amores, seus acertos. As quatrocentas páginas passaram voando graças a essa conexão e ao cenário que a autora criou para esta obra. A inebriante Nova York antes e depois da Segunda Guerra. E apesar do romance focar na história da Vivian, também podemos ver os estragos da guerra no mundo, o racionamento de comida, as perdas de familiares, o impacto psicológico do combate à saúde física e mental dos soldados. E não obstante, também temos uma leve pincelada sobre as dificuldades da vida materna no século passado.

"Eu estou esgotada (...) Mas amo tanto esse menino que às vezes acho que vou partir ao meio. É esse o truque sujo? É assim que eles obrigam as mães a destruir a sua vida pelos filhos? Fazendo com que elas os amem tanto?"

Cidade das Garotas foi o primeiro livro da Elizabeth Gilbert que eu li e me deixou um gostinho de quero mais em relação a autora, embora tenha gostado mais da segunda metade do livro, ainda assim, valeu muito a pena ter conhecido a trajetória da Vivian e aprendido diversas lições junto com ela.

"De qualquer modo, a certa altura da vida de uma mulher, ela se cansa de sentir vergonha o tempo inteiro. Então está livre para se tornar quem é de verdade."
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Vic 25/08/2021

Evelyn Hugo 2.0 veio aí
Como sei que o hype de evelyn é gigantesco, convido todos que curtiram a história sobre a vida badalada da nossa atriz (evelyn) a conhecerem uma versão diferente de uma outra mulher incrível tbm. Desde sua fase adolescente com problemas de adolescente, com futilidades e despreocupaçoes, até a sua versão mais madura.

Esse livro fala sobre as pessoas serem imperfeitas. Ao longo dele, muitas histórias são contadas, dá pra tirar muitas reflexões.

Me fez pensar que só precisamos nos aceitar, essa é a chave pra vivermos em paz na nossa pele, se somos considerados fracos, impuros, comuns, pouco importa. Oq vale é nossa sinceridade, é viver com intensidade. É um livro sobre fracassos, caminhos que a vida toma, altos e baixos de uma existência. Mas o maior ensinamento que tirei, além de reconhecer tudo isso, é que somos dignos de amor independente das nossas ações.

É uma leitura rápida, gostosa, bem humorada e com uma ambientação incrível. Leiam!
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Biafort.Meireles 09/01/2023

História sobre uma mulher à frente de seu tempo
Elizabeth Gilbert é autora de amar, comer e rezar. E é autora de Cidade das Garotas. Conta a história de Vivian, uma moça que precisa mudar para Nova York e viver no mundo deslumbrante do teatro. Isso causa um impacto definitivo na sua vida, que é retratada desde moça até a velhice.
É fácil de se envolver com os personagens já no início do livro. Tive uma dúvida que pairou durante a leitura e só foi desvendada no final. Em vários momentos eu achava que a história poderia acabar ali, mas felizmente tinha mais.
Virei fã da autora, vou querer ler os outros livros.
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Clarissa 04/06/2021

Vinda de uma pequena cidade, a jovem Vivian, é enviada para Nova York pelos pais. Pois a menina não correspondia as expectativas de seus pais, mesmo estudando em escolas de alto padrão.
Já na cidade grande, encontrou outro mundo, um lugar de pessoas autênticas, fascinando a jovem... fazendo amizade com uma corista, conheceu uma vida regada a bebidas, festas e noitadas com lindos homens.
Sua vida sexual se tornou movimentada, sempre com jogos de seduz... os homens lhe divertiam.
Os anos foram passando e Vivian nunca amou... mas o destino lhe pregou uma peça.... depois de tantos envolvimento sexuais, agora que encontrou o amor, Vivian tem que conformar em ficar próxima ao seu amor, mas jamais tê-lo em sua cama.
Uma mulher que deve inúmeros homens, menos um...
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MariOliveira0 25/04/2022

Simplesmente fenomenal
A história se passa na Nova Iorque dos anos 40, e como consequência terá como pano de fundo a segunda guerra mundial, tanto o durante guerra quanto o pós guerra, suas consequências e mudanças que funcionaram como um divisor de águas para a sociedade.

Temos como personagem principal a Vivianne, filha mais nova de pais da elite norte americana que vivem em uma cidadezinha no interior da costa leste do país. A menina tinha tudo para ser ?de ouro?, ou seja, casar, ter filhos e tudo o mais que se espera de uma garota daquela época (convenhamos que não só daquela época, né!? ?). Porém coisas acontecem e ela se vê indo de encontro à cidade que não dorme, nossa querida Nova Iorque. Lá ela se encontra, se estrutura, vira mulher e sente os ?baques? da vida, mas ainda em uma ótica de garota privilegiada, que não sofre com a guerra e não tem nada demais para entregar ao mundo, ou seja medíocre ao seu modo.

Por mais que Viv soe uma menina mesquinha e mimada, ela amadurece tremendamente durante a leitura; ao final do livro ela já é uma senhora de mais de 90 anos e totalmente diferente da garota de 16 que saiu da casa dos pais rumo à uma vida boêmia e sem limites.

É um livro que trata de temas como amor, perdas, maturidade, luta dos direitos da mulher, injustiça e conexões. É uma leitura simples, sem muitas reviravoltas e cheia e glamour. Sim. Para quem é amante de teatro, moda e arte esse livro é um prato cheio. A autora coloca esse componentes de maneira sucinta, te transportando para um mundo cheio de magia e carisma. Confesso que ela acertou em cheio.

A narrativa é envolvente do início ao fim, escrita perfeita e personagens cativantes (amei todos). Virou um favorito, com muita certeza. Se você se interessa por algum desses elementos que citei acima, não perca mais tempo e leia! Simplesmente incrível. ??
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Coisas de Mineira 26/01/2020

Cidade das Garotas é o mais novo romance ficcional de Elizabeth Gilbert, conhecida mundialmente pelo livro Comer, rezar e amar, ambos publicados pelo Grupo Companhia das Letras.

Estamos em 2010. Nossa personagem Vivian Morris tem cerca de 90 anos, e recebe cartas de uma mulher chamada Ângela. Sua última carta é um pedido para elucidar a relação que Vivian poderia ter tido com seu pai. Vivian resolve contar para Ângela, mas sob seu ponto de vista, descrevendo sua vida de 1940 até o presente. E assim suas memórias começam a ser contadas.

Vivian chega à Nova York depois do fiasco de ter sido dispensada da Vassar College, uma faculdade tradicional, uma vez que foi reprovada no primeiro período. Seus pais, ricos e pedantes, sempre disseram que boas moças estudavam nessa escola, e Vivian era uma decepção da família.

“Para ser sincera, eu não entendia o que estava fazendo na faculdade, além de cumprir um destino cujo propósito ninguém se dera ao trabalho de me explicar”

A única habilidade até então aflorada em Vivian era a costura. Ela era muito apegada à avó, com quem aprendeu os segredos de um bom corte de tecido.

“Quando tinha 13 anos, vovó Morris me comprou a máquina de costura que um dia ia me acompanhar a Nova York de trem. Era uma Singer 201 preta e reluzente, sanguinariamente potente”

Após a decepção na faculdade, e entendendo que a filha precisava de um choque de realidade, seus pais a enviam para Manhattan, para que descubra seu caminho. Quem a recebe é sua tia Peg, irmã de seu pai, que a reprova por não ter um emprego ‘normal’, já que ela é dona de um teatro chamado Lily Playhouse. No teatro, Vivian conhece personagens bem diferentes de seu círculo de relacionamento, mas extremamente carismáticos: atrizes, coristas, músicos, escritores e produtores, além da secretária ranzinza Olive Thompson. Peg e Olive se conheceram durante a primeira guerra, pois eram enfermeiras da Cruz Vermelha. Consequentemente ficaram amigas, e perceberam que podiam trabalhar juntas – Peg era boa em montar peças teatrais e Olive era quem administrava tudo.

Vivian encontra uma possibilidade de ajudar a tia através de sua máquina de costura, e se torna responsável pelos figurinos das peças. Mais importante, Cidade das Garotas é um livro sobre amizade: e é entre as amigas, como a corista Celia Rey, que Vivian descobre os prazeres noturnos de Nova York.

Com a deflagração da segunda guerra mundial, Edna Parker Watson e seu marido, ambos atores britânicos, acabam impedidos de voltar à Europa, e são convidados a passar uma temporada no teatro de Peg. Como resultado, pensando em aproveitar o talento da amiga, surge a peça Cidade das Garotas.

Posteriormente, um erro delicado é cometido por Vivian, beirando a um escândalo, e tudo o que resulta daí é o fio que vai conectar passado e futuro dessa estória

“Após certa idade, estamos todos passeando por esse mundo em corpos feitos de segredos, vergonha, tristeza e feridas antigas não curadas. (…) porém, sabe-se lá como, seguimos em frente.”

Preciso ser honesta: quando recebi esse livro, dei uma ligeira entortada no nariz – não é exatamente o livro que levaria para casa sem uma indicação. Felizmente o destino o colocou em minhas mãos… porque essa é uma historia muito maior do que os bastidores do show business das décadas de 30 a 40. Ele é um livro sobre amizade, sororidade.

Cidade das Garotas se apresenta como uma estória do amadurecimento de uma mulher, da descoberta de seus prazeres, do aprendizado e aceitação de seus erros. Portanto, foi um livro que me arrebatou.

“O mundo não é plano. Você cresce achando que as coisas são de certa maneira. Acha que existem regras. Que as coisas têm que ser de um jeito. E você tenta viver em linha reta. Mas o mundo não liga para as suas regras ou as suas crenças. O mundo não é plano, Vivian. Nunca vai ser.”

O texto é escrito sob o ponto de vista de Vivian. E ela tem uma forma tão crua de descrever os acontecimentos, que a gente de fato percebe a mudança em suas atitudes. Por exemplo, quando o escândalo estoura, eu fiquei furiosa, porque ela assume uma responsabilidade que não era só dela, mas depois faz uma reflexão sobre isso, percebendo as várias facetas do evento. E é uma escrita tão deslumbrante que, quando Vivian volta para sua cidade pacata, o texto fica mais arrastado, refletindo o estado de espírito dela.

Cidade das garotas é delicioso de ler, e as mais de 400 páginas passam num instante. Temos assuntos diversos como as diferenças entre classes sociais, as tensões durante a Segunda Guerra Mundial, sobre o teatro e a noite em tempos de tranquilidade, sobre a sensibilidade para vestir outros – sejam atrizes, sejam noivas… e é descrito de uma forma tão eloquente que é possível imaginar todos os cenários – muitos dos quais de fato existiram, retratando com mais fidelidade a Nova York dos anos 40 e 50.

E as passagens sobre como a guerra se abateu sobre os Estados Unidos é muito real, sobrepondo novamente realidade com ficção. Interessante como as opiniões se dividiram sobre a participação estadunidense.

“Sempre mais receoso dos comunistas do que dos fascistas, meu querido pai.”

Os personagens são deliciosamente descritos, e vão acompanhando Vivian ao longo de sua estória. Mesmo que um ou outro só apareçam de relance no início, no final se mostram importantíssimos…

Em suma, Cidade das garotas trata da amizade entre mulheres, que se apoiam e se importam umas com as outras. Sobre como ser uma boa garota não necessariamente te torna uma garota feliz. Sobre amor… que amor lindo!

“(…) quando as mulheres se reúnem sem homens por perto, elas não precisam ser nada específico: podem apenas ser”

Leiam, se apaixonem por essa estória, e voltem para dizer que amaram tanto quanto eu!

Por: Maisa Gonçalves
Site: www.coisasdemineira.com/cidade-das-garotas-elizabeth-gilbert-resenha/
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Flor.Brito 12/03/2021

Ótima história
É livro totalmente diferente do que eu leio normalmente, mas gostei bastante da historia. A Vivian é uma personagem difícil de se gostar no início, tiveram momentos que tinha vontade de entrar no livro e sacudir ela. Os plots da historia são bem previsíveis no geral, mas é um livro leve e gostoso de ler.
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Isa 16/04/2023

Meu deus, que livro perfeito! Se pudesse dar 1000 estrelas com toda certeza daria! Eu amei comer, rezar e amar e já tinha absoluta certeza que amaria esse tb. A forma como a história é construída é tão fluida que fica impossível parar de ler. Cada personagem, cada história vivida por Vívian ao longo dos anos e Nova York em período de guerra, nossa! Completamente sem palavras pra essa leitura. Amei.
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Patricia.Cerutti 07/02/2022

Ah! Não foi fácil. Não, não. Não estou falando da história da Vivie. Ela até que teve uma vida mais ou menos fácil, afinal morava em Nova York (quem não gostaria). A leitura desta história não foi a que mais me prendeu, e o livro se tornou um pouco cansativo.?
Mas a Vivie?!?! Ah! Ela não se cansou em ter uma vida muito ativa aos 20 anos, morando com a tia, num decadente teatro, e dividindo a cama com uma corista. E assim a vida ia sendo vivida. Um dia de cada vez. Ah! Mas ela não trabalhava nos palcos, e sim atrás das cortinas, como figurinista.?
Até que Bill volta e decide que pode dar vida a uma personagem inglesa numa história americana. Afinal, não podemos esquecer que a história toda se passa entre guerras... até os anos 70.?
Mas Vivie era muito ingénua apesar de toda sua expertise. E foi esta ingenuidade que a colocou numa ?roubada?. E somente Olive poderia salvá-la.?
E com a chegada da segunda guerra, Vivie usa o que sabe fazer de melhor para continuar sua vida na Big Apple. Costurar! E então sua vida toma um rumo tranquilo, casual e centrado em si mesmo. Até que ela se vê apaixonada mas sem poder realizar esse amor.?
Ah! E Ângela?!?! Ela sim é o motivo deste livro. A cidade das mulheres retrata uma mulher, contando para outra mulher, sua história, sua experiência de vida. Mas principalmente, este livro trata de uma mulher nada convencional já nos anos 20, mas nos mostra o quanto essa mulher nos representa hoje em dia. ?
A cidade das mulheres foi um livro escrito para nos mostrar que tudo tem lugar neste mundo. E que para todos há sempre um lugar ao sol...?
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