Victor.Luis 22/05/2019minha estanteSou o autor do livro e digo que adorei a resenha, Ariane!
Fico muito feliz em saber que gostou de ler! Tenho certeza de que o segundo livro lhe oferecerá muitas das respostas que procura, haha.
Algumas pequeninas correções: Asdeiro e seu irmão são semideuses do Equilíbrio, não da Ordem. E a Deusa também é do aspecto do Equilíbrio. O Torneio ocorre de cinco em cinco anos, mas consigo ver que isto pode não ter ficado tão claro da forma como descrevi. Por fim, Hadgar é Hadvar, haha.
Tendo dito tudo isto, quero aproveitar a oportunidade para discutir alguns pontos da narrativa e do processo de escrita do primeiro livro.
AVISO: SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO ABAIXO.
Acredito que todas (ou quase todas) as perguntas que ficaram em sua mente no final da leitura foram intencionais, mesmo.
Começando pelas Sombras, os mistérios ao redor delas são o grande ponto da trilogia. Um Conto de Dois Irmãos é apenas um vislumbre da ponta do iceberg (E é um iceberg bem profundo, este, haha). A capa do livro já dá uma dica de que apenas as 'cores' dos Deuses e seus aspectos serão destacadas, a verdadeira história dos Sombrios fica oculta, quase como a mão no fundo da sinopse.
A origem dos Sombrios, por exemplo, está ligada a fatos que, se revelados no primeiro livro da trilogia, poderiam tirar a graça dos grandes momentos de revelação nos livros seguintes.
Ainda assim, muitas informações são reveladas sobre os Sombrios neste primeiro momento, apesar disto ter sido feito de uma maneira um tanto sutil. Você começa a leitura do lado dos Deuses, enxergando-os apenas como monstros capazes de se transformar em verdadeiros pesadelos. Ao longo da narrativa, surgem cada vez mais detalhes que contradizem esta suposta dicotomia, dinamizando as relações. O ápice é a chegada da nossa equipe de protagonistas à cidade das Sombras e a conversa entre Asdeiro e o assassino Sombrio, em que eles finalmente conseguem simpatizar sobre os desafios que tiveram de enfrentar.
A própria cidade das Sombras revela muita coisa sobre os valores deste povo e a forma como se organizam, mas isto também é feito de maneira sutil. Através das observações de Lucius, o leitor pode perceber que há um gigantesco contraste com Asdaria, com as Sombras adotando moedas, por exemplo, e havendo uma grande disparidade entre as moradias dos habitantes da cidade subterrânea. E também há a revelação de que eles têm uma religião própria, com o seu próprio Deus, e isto tem todo tipo de consequências para o futuro dos livros.
Se estiver curiosa sobre o povo Sombrio, posso prometer que o segundo livro será perfeito para você! Já conclui o manuscrito do volume dois, intitulado O Despertar das Sombras, e ele tem aproximadamente o dobro do tamanho do primeiro. Pelo título, já será possível perceber quem estará nas holofotes, haha.
Por fim, temos o nosso querido traidor. É um personagem e tanto, e posso prometer que sua revelação no segundo livro será um grande momento. De fato, a sua vitória sobre os protagonistas no começo da trilogia é uma prova das suas habilidades. Esta pessoa jogou com Divinos e Sombrios e conseguiu manter a sua identidade oculta a todo momento, para a frustração dos protagonistas. É alguém que definitivamente sabe o que está fazendo.
Quero concluir agradecendo imensamente por sua resenha! Foi bastante divertido e satisfatório ver a sua perspectiva sobre a minha primeira obra. Espero que eu possa continuar a contar com você como leitora no futuro!
Um grande abraço.
Victor L. N. Visco