Natalia.Eiras 20/12/2014Resenha publicada no blog Perdidas na Biblioteca Bem vindos a Núbia, uma terra cheia de riquezas, com um povo com a pele acobreada e residência do faraó da XXV dinastia, Piankhy, conhecido como o faraó negro.
Apesar de ser o faraó do Baixo e do Alto Egito, Piankhy estabeleceu sua morada na Núbia, uma província de seu vasto império e vive dias tranquilos ao lado da esposa nessas terras estrangeiras, deixando o governo do Egito à subordinados.
Porém, ao norte do território, o povo líbio que há muito tempo foi dominado pelos egípcios conspiram contra o faraó e pretendem tomar o Egito para si. A falta de um governo presente, transformou o Egito no caos, onde cada cidade tem seu próprio governo e os povos que antes conviviam em paz (na época de Ramsés II - O Grande), agora se preparam para a guerra.
Os líbios avançam rapidamente em direção ao sul das terras egípcias, porém, quando o faraó toma conhecimento das investidas dos seus subordinados, à principio, ele não se importa.
Eu disse à princípio, pois logo, ele perceberá que os líbios não estão de brincadeira, e se antes eles viviam se digladiando e não possuíam um poder unificado, eles agora têm um verdadeiro guerreiro que pretende levá-los a vitória e a destruição do faraó negro.
O faraó percebe que terá que deixar a Núbia e partir para restabelecer a ordem e unificar, novamente, o Alto e o Baixo Egito (como nos tempos de glória de Seth e Ramsés II). E é ai que história realmente começa...
Quem já leu a série Ramsés, sabe que Christian Jacq foi brilhante ao descrever de forma clara os costumes e a religião do antigo povo egípcio, além de envolver o leitor com uma história cheia de reviravoltas. Para mim, foi impossível parar de ler Ramsés (e olha que são 5 livros!!!). Porém, o mesmo não aconteceu com O Faraó Negro.
Não acho que a culpa seja totalmente do escritor, visto que ele é um egiptólogo, logo, os livros dele são baseados em fatos. Ramsés II realmente existiu, o que Jacq fez foi contar a história dele e acrescentar alguns detalhes. A mesma coisa acontece com O Faraó Negro. Se pesquisarmos a história dele (clique aqui), veremos que ele realmente passou por essa guerra de reunificação do Egito, porém, a história dele não chega nem aos pés da de Ramsés.
Não tem as mesmas reviravoltas, os inúmeros confrontos políticos e guerras com outros povos que marcaram o reinado de Ramsés, e por isso, se compararmos as histórias, esse livro fica sendo "apenas" um livro bom.
O faraó negro metia medo nas pessoas, pois tinha uma estatura enorme... voz grossa e autoritária... e por isso, ele conseguia vencer alguns conflitos sem realmente ter que partir para o embate físico. O resultado disso, no livro, é que temos muitas conquistas, mas sem grandes batalhas, o que acaba esfriando a leitura.
O livro não é ruim, só é decepcionante para as pessoas (que assim como eu) estavam apaixonadas pela história de Ramsés, e que imaginavam que viria uma história de tirar o fôlego como a dele. Só isso.
Se você gosta de história (é aquela matéria do colégio mesmo), de conhecer novas culturas e/ou da cultura egípcia, pode ler sem problemas. A leitura fui com tranquilidade e te transporta para a época retratada no livro, o que é muito legal. Só não espere se aprofundar muito nas tradições... elas são passadas muito superficialmente.
Mas... se você leu Ramsés e se apaixonou... provavelmente irá sentir que falta de "algo" nesta história.
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