As garotas Madalenas

As garotas Madalenas V.S. Alexander




Resenhas - As Garotas Madalena


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Claudia Cordeiro 05/12/2019

5 estrelas com louvor. Merecido. Livro bem realista, pesado, mostra mais "pecados" da Igreja católica sem ser a pedofilia. Neste caso, praticamente trabalho escravo, prisão, maus-tratos beirando a tortura. Tudo, é claro, em nome do amor.
Bom, o livro fez o que eu espero sempre: me fez mergulhar na história, não querer largar, tentei até postergar a leitura para não acabar tão cedo. Infelizmente uma hora acabou. Vou atrás do outro romance dessa escritora, de tanto que gostei deste.
Vinny Britto 05/12/2019minha estante
Gostei da resenha. Vou procurar pra ler também.


Claudia Cordeiro 05/12/2019minha estante
?????


Nana 05/12/2019minha estante
Dessa autora tem "Um Banquete Para Hitler" já leu? É muito bom!


Vinny Britto 05/12/2019minha estante
Quis dizer que vou procurar esse livro para ler.


Claudia Cordeiro 05/12/2019minha estante
Ah, esse e o outro suponho? Eu não li Um Banquete para Hitler




Lina DC 25/06/2019

Mais uma vez V. S. Alexander inspira-se em um fato histórico para criar uma ficção de tirar o fôlego. "As garotas Madalenas" aborda a história das Lavanderias de Madalena, ou Asilos de Madalena.
"Talvez esse capítulo da história da Igreja não tenha sido explorado como um assunto tão incendiário quanto os escândalos de abuso sexuais de padres por causa da natureza dos "crimes" das Madalenas. As meninas e as mulheres sob esse regime de servidão eram, em sua maioria, categorizadas como "mulheres perdidas"... Meninas e mulheres foram enviadas para as lavanderias simplesmente por serem consideradas mentalmente inadequadas ou por serem muito bonitas, muito atraentes e, assim, induzirem o pecado com sua aparência. Outras acabaram lá por promiscuidade ou envolvimento por prostituição". (p. 281)
A história se passa em Dublin, na década de 60 e o livro será narrado em terceira pessoa e irá contar a história de três adolescentes de 16 anos de idade: Teagan Tiernan, Nora Craven e Lea, todas enviadas para o convento das Irmãs da Sagrada Redenção e rotuladas de Madalenas, pecadoras.
Teagan é uma boa aluna e filha, que nunca fez nada de errado e é até mesmo um pouco ingênua. Sua única culpa é ser bonita demais e chamar a atenção do novo padre na Igreja St. Eusebius. O pai da jovem é assessor na Lenister House, o parlamento irlandês e um alcoólatra que não é muito carinhoso com a esposa e filha. Quando o padre vem conversar com ele, imediatamente Teagan é arrastada de casa e largada na porta do convento, taxada de pecadora e sem saber o que está acontecendo.
Nora é uma jovem inteligente e independente, que acredita que irá conquistar algo mais que morar nos conjuntos habitacionais de Dublin. Seus pais sempre a menosprezam e não perdem a oportunidade de humilhá-la ao tentar partir seus sonhos. Um incidente faz com que os pais a rotulem de "promíscua" e imediatamente expulsam a garota de casa, levando-a para o convento.
Lea é uma jovem quieta que perdeu a mãe recentemente e o padrasto a envia para o convento pois não pode sustentá-la. Tudo o que Lea quer é paz e sossego e manter todos felizes. Por isso, ao conhecer Teagan e Nora, fará de tudo para ajudá-las.
Agora imaginem o seguinte cenário: você é retirada a força de casa no meio da noite, sem saber o motivo, jogada na frente de um convento onde imediatamente a obrigam a trocar de roupa, cortam o seu cabelo bem curto, recolhem todos os seus bens materiais (brincos e quaisquer outros ornamentos) e retiram a sua identidade ao lhe dar um novo nome. Assustador, né? Com o passar dos dias você é colocada para trabalhar horas a fio, comer uma comida insossa e sofrer castigos corporais e psicológicos, até conseguirem quebrar o seu espírito de forma irreversível e você se tornar um zumbi sem vontade própria. É isso que acontece no convento das Irmãs da Sagrada Redenção.
Porém, Teagan e Nora não se conformam com a nova realidade e vão se unir para manter a sanidade e para de alguma forma, encontrar uma saída desse pesadelo interminável.
"As garotas Madalenas" é uma obra impactante e inesquecível. É impossível ler a história e não se comover com as três protagonistas e por tudo o que elas passam. Saber que, apesar de ser uma ficção, o livro retrata a história de milhares de jovens e mulheres que tiveram suas vidas transformadas é avassalador.
Fran 25/06/2019minha estante
Adorei a resenha! Já quero ler!




Ronaldo 04/09/2019

Com o pretexto de reabilitar meninas desajustadas, as freiras desse convento exploravam sua mão de obra, colocando-as para trabalhar nas lavanderias, e certamente lucravam com isso prestando serviços para grandes hotéis, repreendiam qualquer insubordinação com castigos físicos e as alimentavam com parcas refeições. Ou seja, era um trabalho escravo. Uma vez ali dentro o destino dessas garotas estava selado. Fugir poderia ser uma opção, mas o estigma era tão grande que elas eram delatadas pela primeira pessoa a quem pedissem ajuda, fazendo-as voltar derrotadas para sua clausura e, assim, muito mais subservientes. Com um texto fluído o autor narra a história pregressa de algumas das jovens antes de serem trancafiadas no convento, sua rotina ali dentro, seus planos de fuga e a amizade que floresce entre três delas. Teagan, filha de um pai alcoólatra, uma moça inocente que tinha um namoro casto com Cullen, que por sinal, se revela um verdadeiro príncipe durante o desenrolar da história; Nora, uma jovem rebelde, de temperamento explosivo, que tem uma pose de malandra, mas que logo mostra que é tão ingênua quanto às outras; e Lea, um espírito elevado, que aceita com resignação a vida que leva ali, chega até a ser feliz dedicando-se à sua pintura, mas que se solidariza com a inconformidade de suas amigas. Gostei do desenvolvimento das protagonistas, mais como personagens individuais do que como um trio, porém a amizade delas também era muito bonita. Outra personagem interessante foi a Madre Superiora Anne, que me deixou com muita raiva por sua hipocrisia, sempre justificando suas atitudes como se as barbaridades que cometia fossem atos de extrema generosidade, salvando a alma daquelas meninas perdidas através da disciplina, quando na verdade ela só alimentava seu próprio sadismo. E o pior é que existem muitas pessoas insanas desse tipo em cargos de poder, deturpando a verdade pra que se ajustem aos seus próprios delírios. Esperava um trabalho mais aprofundado por parte do autor, pelo fato desse tipo de convento representar algo tão abominável, um verdadeiro crime contra a liberdade, destruindo os sonhos, o futuro e a vida de muitas garotas, e o que é pior, um episódio que faz parte de um passado tão recente. Alguns deles permaneceram em atividade até pouco mais de vinte anos atrás. Mas nessas páginas há o suficiente pra conhecermos um pouco dessa realidade, livro enxuto, com bastante ritmo e muitos momentos emocionantes.
Claudia Cordeiro 09/12/2019minha estante
Acho q o autor só desenvolveu a história a partir desse... como vou dizer? Episódio não, pq não é um caso isolado; a partir DISSO que era conseguir $ e mão de obra grátis através das meninas, digamos. Ele não teve interesse em pesquisar, mas para mim não fez falta. Essa história conta praticamente tudo, acho.




Jéssica | @jehbreda 14/12/2022

Um tapa na cara de realidade
Um livro onde a Fé é usada como desculpa para cometer enormes atrocidades, ou seja, nada novo, mas que sempre choca.

Muito se fala do trabalho escravo dos judeus e prisioneiros da segunda Guerra? Muito se sabe sobre a Igreja católica e os assédios? mas e as ?prostitutas perdidas? meninas e mulheres consideradas inaptas para a sociedade que eram (ou são?!) jogadas em internatos religiosos e conventos para se redimir de seus pecados?

Nada como trabalho exaustivo, punições (de preferência sem machucar a carne) e vidas submissas e subnutridas para reabilita-las e salvarem suas almas!

Nessa história conhecemos a serena Lea, a destemida Nora e a guerreira Teagan e suas tristes vidas simplesmente por serem mulheres? meninas?
Isabella.Wenderros 15/12/2022minha estante
Existe um filme que fala sobre esses conventos, "Em Nome de Deus", de 2002.. Tá disponível no Amazon Prime Video




Marcianeysa 13/04/2022

Que livro!
A história é muito triste e saber que foi baseada em fatos reais é comovente. Três amigas confinadas em um convento por serem consideradas "mulheres perdidas",tendo que trabalhar arduamente. Tocante
Edson 13/04/2022minha estante
Instigante!




a.bookaholic 30/06/2020

Uma história que precisa ser conhecida
Aí está uma coisa que eu não sabia que existiu: os asilos de Madalena. Eram instituições que funcionaram entre os séculos XVIII e XX, e para lá eram mandadas mulheres: com deficiência mental, mães solteira, as que fossem bonitas demais e pudessem "provocar desejos", prostitutas, que faziam qualquer ato considerado rebelde e de "caráter duvidoso", e, pasmem, até vítimas de estupro.

Temos duas personagens principais: Teagan e Nora. Teagan tem 16 anos e foi mandada para um desses conventos porque foi acusada de tentar seduzir um padre (o padre que nem queria ser padre, para começo de conversa, ficou interessado nela, mas para os homens a culpa é dela). O pai dela é extremamente machista e a abandonou nesse lugar sem querer ouvir nada da menina. Nora chegou logo depois, seus pais a jogaram lá por terem a visto com o namorado.

Eu li o outro livro do autor, Um banquete para Hitler, e confesso que não gostei muito porque ele passou demais da linha da licença poética e colocou coisas muito inconsistentes na história. Então dei uma pesquisada sobre o assunto desse (as lavanderias de Madalena), realmente ele foi fiel às crueldades e injustiças que essas mulheres passaram, só não tenho certeza quanto a parte de como fazia pra sair daquele local.

O que eu descobri numa pesquisa rápida: a primeira instituição dessa foi fundada em 1765 com a intenção era "reabilitar" as mulheres consideradas um problema para a sociedade (que absurdo). Mas como se isso já não fosse errado o suficiente, a partir do século XX viraram uma verdadeira prisão, com punições físicas, trabalhos exaustivos e humilhação. O último asilo funcionou até 1996 e estima-se que 1/4 da população feminina da Irlanda passou por essas lavanderias. Em 2011, a ONU solicitou que o governo irlandês instaurasse um inquérito para investigar as denúncias de torturas e tal inquérito confirmou que o país foi conivente com trabalho escravo.

Eu recomendo demais a leitura, essa é uma história que precisa ser conhecida.

site: instagram.com/a_bookaholic
VdeVeruska 06/04/2021minha estante
Adorei a sua resenha...




Clarissa 29/06/2019

A história de meninas e até mesmo mulheres que são enviadas para o convento, por serem consideradas amorais, pecadoras... E lá como Madalenas, através do trabalho árduo, do sofrimento... Se aproximam da salvação. Os maltratos, as humilhações, os castigos são alguns dos métodos usados pelas freiras. É nesse cenário que vamos acompanhar as histórias de três jovens que se unem em nome da amizade. Amei a leitura!!!
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Silvana 09/07/2019

Teagan Tiernan, de 16 anos, é sortuda por viver na parte sul de Dublin com seus país. Mesmo não sendo ricos, se comparados ao restante da cidade, eles tem que dar graças aos céus. E é o que eles fazem porque são frequentadores assíduos da Igreja St. Eusebius. Teagan bem que gostaria de fazer outras coisas aos domingos, como sair com seu namorado Cullen, mas sempre acaba obedecendo seus pais. E numa dessas idas a igreja ela conhece o Padre Mark, novo na paróquia, e fica fascinada por ele. O novo padre é bem jovem e muito bonito e também parece estar interessado nela. Mas Teagan logo trata de afastar esses pensamentos impuros da sua mente. O problema é que acontece um mal entendido e seus pais acreditam que ela pecou e acabam levando Teagan à força para o convento das Irmãs da Sagrada Redenção.

Teagan não entende o porque de tudo aquilo estar acontecendo, de sua vida estar sendo virada do avesso, já que nada aconteceu e ela tenta explicar a Madre Superiora que não é uma pecadora, sem nenhum sucesso. A Madre Superiora, Irmã Anne, lhe explica que a partir de agora seu nome é Teresa e ela é uma Madalena e vai trabalhar na lavanderia até lavar todos os seus pecados. Teagan tem que se despir de todos os seus pertences e tem seu cabelo cortado. É então que ela percebe que está em uma prisão e que precisa escapar daquele lugar o mais depressa possível. Mas a dor de perder seu cabelo que ela cuidava com tanto esmero, não é nada perto do que a esperava na lavanderia. Teagan não sabe o que é pior, o trabalho pesado debaixo de tanto calor e umidade ou não poder falar nenhuma palavra com as outras mulheres.

Nora Craven também tem dezesseis anos e diferente de Teagan, mora na parte pobre de Dublin e não suporta mais a vida que leva, por isso não vê a hora de conseguir deixar aquilo tudo para trás. E quando ela começa a namorar com Pearse, ela vê no garoto a chance de ter uma vida melhor. Mas Nora estava enganada, Pearce é um canalha e acaba colocando ela em uma situação comprometedora e seus pais acabam mandando Nora para o mesmo lugar que Teagan, que reage bem diferente à sua nova vida. Agora com o nome de Monica, Nora faz um escândalo no convento e logo de cara já percebe que a vida que ela tanto reclamava, era maravilhosa perto da que terá agora. E assim que as duas garotas se conhecem, elas fazem um pacto para sair daquele lugar antes que enlouqueçam ou se tornem mortas vivas como as outras Madalenas.

"— Lembrem-se de minhas palavras. Eu amo vocês — disse Irmã Anne antes de lhes dar as costas e desaparecer de vista, com o barulho de seus sapatos ecoando pelo corredor."

Eu amei o livro Um Banquete para Hitler do mesmo autor e estava com as expectativas bem altas para esse livro. E elas foram todas alcançadas. Novamente o autor foi brilhante ao trazer um romance histórico com um pano de fundo dramático e um assunto necessário. Eu confesso que até pegar o livro em mãos, nunca tinha ouvido falar das Lavanderias de Madalena e mais uma vez fiquei horrorizada por ver até onde a pessoa vai e o que ela faz em nome de uma religião. Não quero criticar nenhuma religião aqui, assim como o autor ao trazer o assunto a tona, e sim as pessoas que usam dela para fazerem o que bem entendem.

Hoje em dia não se ouve mais o termo "vai ficar falada", mas eu cresci em uma época onde tudo o que a mulher ia fazer tinha que pensar muito bem a respeito porque se não ficava falada, ou seja, caía em desgraça, tinha seu nome jogado na lama. Mas as consequências pelo menos aqui no Brasil eram somente morais. Já na Irlanda e em vários países pelo que pude ver, essas mulheres além da "fama" eram praticamente renegadas por suas famílias e entregues nas mãos das freiras para serem escravas. Acho que até tinham algumas famílias que não sabiam o que acontecia dentro das Lavanderias, mas uma grande parte sabia sim e não se importavam com o que acontecia desde que eles não fossem prejudicados.

Os castigos físicos são terríveis, mas os psicológicos são bem piores. Elas perdiam literalmente a vontade de viver de tanta pressão psicológica que sofriam. Era basicamente uma lavagem cerebral. E o pior é ver que as pessoas que estavam no poder achavam que estavam certas e que era tudo por amor. E ainda ficavam citando Deus e o céu como se isso fosse justificativa para fazerem o que faziam. Não vou entrar em detalhes porque são cenas bem fortes, mas quem quiser saber mais é só ler o livro, ou pesquisar sobre o assunto. E quero deixar claro que esse livro em específico é uma ficção, mas a história de Teagan e suas amigas foram inspiradas na mais pura realidade.

O livro não tem uma leitura fácil, por isso a gente demora um pouco mais na leitura, mas é uma história linda de amizade e esperança. Não tem como a gente não torcer para que Teagan consiga sair daquele convento. E a cada nova tentativa frustrada, a dor só aumenta e vemos como o ser humano reage as mais diversas situações. Eu sofri junto com as personagens e chorei ao ver mais uma vez como o ser humano pode ser ruim, mas também como ainda existem pessoas boas nesse mundo e que a nossa luta vale a pena. Eu poderia ficar aqui horas falando sobre o livro, mas prefiro que você leia e também sinta toda a emoção que eu senti lendo ele. Quanto a edição, a Gutenberg está de parabéns. Além da capa linda, a diagramação está perfeita e é mais um livro que tenho o prazer de ter na estante.

site: https://blogprefacio.blogspot.com/2019/06/resenha-as-garotas-madalenas-vs.html
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Mariane 29/07/2019

V.S. Alexander, se baseia em um fato real para criar esse livro de ficção que se passa em Dublin na década de 60. As garotas Madalenas retrata a história de três jovens de 16 anos: Tegan Tierman, Nora Craven e Lea, que se unem em amizade em busca de alívio para os dias tormentosos que vivem no convento Irmãs da Sagrada Redenção.
Tais moradoras eram rotuladas como Madalenas, pecadoras e, foram enviadas para o convento, onde são obrigadas a trabalhar na lavanderia em condições precárias e exaustivas, como uma forma de aproximação de sua salvação.
Apesar de ser uma obra de ficção, o(a) autor(a) nos desperta para um tema pouco comentado da Igreja Católica, que ficou ofuscado pelos abusos sexuais, mas que sabemos que aconteceu.
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Tamara 31/07/2019

Na primeira vez que ouvi falar de As garotas Madalenas, logo me surgiu uma grande vontade de ler esse título, especialmente pelos dizeres presentes na sinopse de que esse era um livro baseado em fatos reais, um fator que sempre me agrada nos livros. Então assim que pude comecei lê-lo, e essa experiência literária foi para mim intensa, diferente e dramática.
EM primeiro lugar, foi muito interessante descobrir sobre as lavanderias implantadas dentro dos conventos e sobre aquelas mulheres que eram chamadas de Madalenas e eram acusadas de serem sujas e pecadoras, mulheres que ousaram simplesmente olhar para um homem, possuir desejo, ter um filho fora do casamento ou outros fatos que eram considerados por seus semelhantes transgressões imperdoáveis. Ao mesmo tempo que foi interessante do ponto de vista histórico conhecer esses fatos, foi também muito chocante, pois esses acontecimentos não se deram na idade média ou nem na idade das trevas e sim há cinquenta poucos anos atrás, o que nos indigna e revolta, tamanha a crueldade com a qual as mulheres eram tratadas, e é impactante ver o modo como hoje essas coisas são normais e há pouco tempo atrás não o eram. Ainda, o cenário da Irlanda foi um bom pano de fundo, ainda mais porque lá é um país extremamente católico, e aqui podemos comprovar um tênue limite entre religiosidade e fanatismo que existia muito e infelizmente ainda existe.
Além disso, através desse enredo conseguimos estar dentro da igreja católica por meio dos conventos, e conhecemos e entendemos os diversos episódios negativos dessa instituição e vemos como pessoas que diziam cumprir os desígnios divinos se utilizavam desses argumentos vazios para maltratar aqueles que não seguiam o que era esperado deles. No sentido de intensa, essa leitura me marcou pois as suas descrições são muito vívidas e dolorosas, e quando o autor falava da apatia das Madalenas, de suas perdas de sanidade mental trancadas naquele lugar sombrio e enquanto praticavam um trabalho pesado e monótono nas lavanderias, conseguíamos imaginar as situações ali descritas e aquilo era tocante, desolador, emocionante e dramático, o que foi outro ponto de destaque durante a minha leitura, porque sim, o livro é dramático e quem deseja lê-lo deve saber de antemão que apesar de haver momentos de coragem, esperança e amizade entre as personagens, a história possui muitos episódios tristes que não podem ser apagados, então para os leitores que resolverem lê-lo é preciso ter a certeza de que não é um livro com final feliz, ainda que possamos ver vislumbres de uma vida melhor para alguns personagens. Apesar de ter dado cinco estrelas para a obra, eu não acho que ela seja a mais marcante que eu li nos últimos tempos embora traga um tema único, porém, posso afirmar que foi uma história que mexeu comigo, que me prendeu e que fez com que eu devorasse cada capítulo em busca de uma saída para aquelas mulheres. Recomendo essa leitura para os leitores adeptos de livros pesados, dramáticos e que trazem fatos históricos em toda a sua trama.
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Três Leitoras 18/01/2020

Resenha: As Garotas Madalenas - Quem poderá salvá-las?
Este é o tipo de livro que te faz refletir, que com certeza mexerá com as suas emoções e mudará algo dentro de você. Durante a leitura, precisei parar algumas vezes para respirar fundo e de alguma forma me acalmar.

O autor ganhou um pedaço especial na minha vida de leitora, justamente por trazer histórias que retratam situações que realmente aconteceram.

A história se passa na Irlanda e tem como cenário no convento das Irmãs Sagrada Redenção administrada pela Irmã Anne, que recebe o apoio de outras irmãs e juntas elas operam as Lavanderias de Madalena da cidade.

As "trabalhadoras" são meninas/mulheres que pecaram, não seguindo os preceitos da Igreja Católica, envergonhando as suas famílias e comunidade e por esta razão precisam ser reformadas. Mas o que vemos, não é um lugar de acolhimento e apoio, mas sim um reformatório onde além de fazê-las cumprir um trabalho forçado, são maltratas de várias outras formas.

É para lá, que nossas personagens principais são enviadas, de forma completamente injusta, mas ninguém as ouviu, apenas julgou e condenou-as a viver neste lugar que só cumpre com uma tarefa: sugar a vida de todas que lá se encontram.

Teagan, aos 16 anos, se viu envolvida em uma situação com um jovem padre. Nora, com a mesma idade, era meio rebelde e queria se ver livre da sua vida familiar. As duas se conhecem no convento, acabam se tornando amigas e possuem um único objetivo: fugir daquele lugar.

Devido aos seus comportamentos e algumas tentativas de fuga, as duas acabam sendo perseguidas pela Madre Superiora, sofrem diversas punições e aos poucos vão descobrindo o quanto é triste a vida de uma mulher com a reputação manchada.

Toda a dor que elas sentiram, foi passada sentida por mim enquanto leitora. O autor com certeza minimizou (mas não romantizou) as situações vividas e o pouco que ele mostra já nos é completamente repugnante.

A sua escrita é completamente envolvente, narrando fatos históricos sem tornar a leitura enfadonha ou cansativa, com lições primorosas de amizade, companheirismo, coragem, solidariedade e amor. Um livro que recomendo para que todos conheçam detalhes da história que não nos foi ensinado na escola, de forma crua e verdadeira, mostrando o quanto é importante não nos calarmos diante das injustiças, pois uma coisa é fato, a história dessas meninas poderia ter sido completamente diferente se a verdade houvesse sido dita.

site: http://www.tresleitoras.com.br/2019/08/resenha-as-garotas-madalenas-quem.html
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Natalia Noce 06/02/2020

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Primeiro livro do ano terminado. Menos um na minha longa listinha.
Vou admitir que gostei e senti raiva na mesma proporção enquanto lia esse livro. Todos os absurdos cometidos por "pessoas de bem", toda a hipocrisia que vemos em tantos "religiosos" e muito machismo junto me deixaram louca da vida, mas todo o amor que pode ser conseguido mesmo em situações tão ruins me fez querer continuar lendo até o final.
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Nana 11/02/2020

Aprendi mais um pouco sobre a igreja católica!
Gostei! Um livro de ficção que tem como pano de fundo os "asilos de Madalena" que realmente existiram entre os séculos XVIII e XX, onde eram colocadas as mulheres consideradas "perdidas" pela sociedade. As mais rebeldes, as mães solteiras que os pais por vergonha e incapacidade de aceitar na família colocavam nesses locais.
Lá elas deveriam se reabilitar para voltar ao convívio da sociedade, só que na verdade eram maltratadas pelas freiras, obrigadas a trabalhos forçados, punidas como se estivessem em uma prisão.
Para quem gosta de livros que além de contar uma boa trama, ainda nos ensina sobre a história, este é uma boa opção!
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