As garotas Madalenas

As garotas Madalenas V.S. Alexander




Resenhas - As Garotas Madalena


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Jéssica | @jehbreda 14/12/2022

Um tapa na cara de realidade
Um livro onde a Fé é usada como desculpa para cometer enormes atrocidades, ou seja, nada novo, mas que sempre choca.

Muito se fala do trabalho escravo dos judeus e prisioneiros da segunda Guerra? Muito se sabe sobre a Igreja católica e os assédios? mas e as ?prostitutas perdidas? meninas e mulheres consideradas inaptas para a sociedade que eram (ou são?!) jogadas em internatos religiosos e conventos para se redimir de seus pecados?

Nada como trabalho exaustivo, punições (de preferência sem machucar a carne) e vidas submissas e subnutridas para reabilita-las e salvarem suas almas!

Nessa história conhecemos a serena Lea, a destemida Nora e a guerreira Teagan e suas tristes vidas simplesmente por serem mulheres? meninas?
Isabella.Wenderros 15/12/2022minha estante
Existe um filme que fala sobre esses conventos, "Em Nome de Deus", de 2002.. Tá disponível no Amazon Prime Video




Nana 11/02/2020

Aprendi mais um pouco sobre a igreja católica!
Gostei! Um livro de ficção que tem como pano de fundo os "asilos de Madalena" que realmente existiram entre os séculos XVIII e XX, onde eram colocadas as mulheres consideradas "perdidas" pela sociedade. As mais rebeldes, as mães solteiras que os pais por vergonha e incapacidade de aceitar na família colocavam nesses locais.
Lá elas deveriam se reabilitar para voltar ao convívio da sociedade, só que na verdade eram maltratadas pelas freiras, obrigadas a trabalhos forçados, punidas como se estivessem em uma prisão.
Para quem gosta de livros que além de contar uma boa trama, ainda nos ensina sobre a história, este é uma boa opção!
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Marcianeysa 13/04/2022

Que livro!
A história é muito triste e saber que foi baseada em fatos reais é comovente. Três amigas confinadas em um convento por serem consideradas "mulheres perdidas",tendo que trabalhar arduamente. Tocante
Edson 13/04/2022minha estante
Instigante!




Fabricio268 19/11/2022

Vale bastante a leitura.
Os conventos Madalenas ou Asilos Madalenas foram instituições criadas pela Igreja Católica com o objetivo de "purificar" e "corrigir" a conduta de meninas e mulheres "pecadoras". No geral moças que, pelo conservadorismo extremo da igreja, eram consideradas perdidas. Essas jovens acabavam sendo jogadas nessas casas por pais, clérigos e etc. O primeiro registro de um desses conventos data dos anos 1700. O último foi fechado em 1996. Eles foram criados em vários países.
Os conventos geravam um belo lucro para a igreja com as lavagens de roupas para fora. Visando esse lucro, muitas instituições cristães criaram suas próprias casas de correção de meninas/lavadoras de roupas.
O livro não tem como objetivo criticar a igreja católica e sua suprema importância, muito menos arranhar todos os trabalhos de caridade e educação religiosa fundamentais para formação de um cristão. Seu intuito é apenas fazer um relato histórico, em forma de romance, de uma página pouco conhecida da história.
Quanto ao enredo do romance, deixarei fora da resenha. Entrem no livro e acompanhem todos os momentos das heroínas Nora e Tiernan. Quando a Lea aparecer, outra Madalena do livro, prestem atenção nela. Ela é de longe minha personagem preferida e protagonista de uma das cenas mais emocionantes do livro.
Boa leitura.
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a.bookaholic 30/06/2020

Uma história que precisa ser conhecida
Aí está uma coisa que eu não sabia que existiu: os asilos de Madalena. Eram instituições que funcionaram entre os séculos XVIII e XX, e para lá eram mandadas mulheres: com deficiência mental, mães solteira, as que fossem bonitas demais e pudessem "provocar desejos", prostitutas, que faziam qualquer ato considerado rebelde e de "caráter duvidoso", e, pasmem, até vítimas de estupro.

Temos duas personagens principais: Teagan e Nora. Teagan tem 16 anos e foi mandada para um desses conventos porque foi acusada de tentar seduzir um padre (o padre que nem queria ser padre, para começo de conversa, ficou interessado nela, mas para os homens a culpa é dela). O pai dela é extremamente machista e a abandonou nesse lugar sem querer ouvir nada da menina. Nora chegou logo depois, seus pais a jogaram lá por terem a visto com o namorado.

Eu li o outro livro do autor, Um banquete para Hitler, e confesso que não gostei muito porque ele passou demais da linha da licença poética e colocou coisas muito inconsistentes na história. Então dei uma pesquisada sobre o assunto desse (as lavanderias de Madalena), realmente ele foi fiel às crueldades e injustiças que essas mulheres passaram, só não tenho certeza quanto a parte de como fazia pra sair daquele local.

O que eu descobri numa pesquisa rápida: a primeira instituição dessa foi fundada em 1765 com a intenção era "reabilitar" as mulheres consideradas um problema para a sociedade (que absurdo). Mas como se isso já não fosse errado o suficiente, a partir do século XX viraram uma verdadeira prisão, com punições físicas, trabalhos exaustivos e humilhação. O último asilo funcionou até 1996 e estima-se que 1/4 da população feminina da Irlanda passou por essas lavanderias. Em 2011, a ONU solicitou que o governo irlandês instaurasse um inquérito para investigar as denúncias de torturas e tal inquérito confirmou que o país foi conivente com trabalho escravo.

Eu recomendo demais a leitura, essa é uma história que precisa ser conhecida.

site: instagram.com/a_bookaholic
VdeVeruska 06/04/2021minha estante
Adorei a sua resenha...




Prih Aguiar 11/04/2020

As Garotas Madalenas
Comprei esse livro com grandes expectativas não vou negar, mesmo sempre sabendo que grandes expectativas literárias é a receita para decepção, ainda assim comprei.

A história é ambientada em um local onde garotas com problemas são enviadas, e quando digo problemas, não se trata de delinquentes, mas garotas que a igreja por algum censo moral ridículo da época repudiava.

Ao entrarem neste local, elas são obrigadas a abandonarem seus nomes, sua estética e qualquer ideal que um dia já tiveram, sabendo que pelo restos de suas vidas terão de lavar roupas em condições deploráveis.A grande vilã dessa história é a Madre Superiora,irmã Anne essa mulher desde o inicio demonstra esconder algo de todos, algo tão pesado que faz com que ela desconte sua frustração ao torturar meninas que para ela apresentem mal comportamento.

Nora, Teagan e Lean são as que mais sofrem em suas mãos.Tudo porque apesar de suas diferenças, não se deixaram apagar em um local sem esperança.

Preciso dizer que esperava mais,comprei este livro pensando no quanto ele abordaria um tema que ainda hoje é pouco tratado, como se tivesse sido apagado. Esquecemos que a poucos anos atrás mulheres que engravidavam antes do casamento ou que simplesmente pensavam de forma não tão recatada para época eram tratadas como escórea e jogadas em locais onde eram obrigadas render trabalhos forçados com o mínimo de alimentação, seus cuidados básicos eram negligenciados e o pior tudo em nome de Deus. Serio vocês não sabem o quanto isso ainda me traz indignação.

Porem apesar do titulo e ate mesmo a sinopse demonstrar que iríamos analisar e debater tal tema, ele é simplesmente negligenciado por um romance clichê e bem cansativo.Tudo é extremamente óbvio do começo ao fim. Talvez se o seu interesse não for somente no romance leve, seja um livro muito bom, talvez se você não tiver tantas expectativas como eu tive também goste...como falei, o meu problema é a expectativa...hahaha

site: @prihmont_
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Lina DC 25/06/2019

Mais uma vez V. S. Alexander inspira-se em um fato histórico para criar uma ficção de tirar o fôlego. "As garotas Madalenas" aborda a história das Lavanderias de Madalena, ou Asilos de Madalena.
"Talvez esse capítulo da história da Igreja não tenha sido explorado como um assunto tão incendiário quanto os escândalos de abuso sexuais de padres por causa da natureza dos "crimes" das Madalenas. As meninas e as mulheres sob esse regime de servidão eram, em sua maioria, categorizadas como "mulheres perdidas"... Meninas e mulheres foram enviadas para as lavanderias simplesmente por serem consideradas mentalmente inadequadas ou por serem muito bonitas, muito atraentes e, assim, induzirem o pecado com sua aparência. Outras acabaram lá por promiscuidade ou envolvimento por prostituição". (p. 281)
A história se passa em Dublin, na década de 60 e o livro será narrado em terceira pessoa e irá contar a história de três adolescentes de 16 anos de idade: Teagan Tiernan, Nora Craven e Lea, todas enviadas para o convento das Irmãs da Sagrada Redenção e rotuladas de Madalenas, pecadoras.
Teagan é uma boa aluna e filha, que nunca fez nada de errado e é até mesmo um pouco ingênua. Sua única culpa é ser bonita demais e chamar a atenção do novo padre na Igreja St. Eusebius. O pai da jovem é assessor na Lenister House, o parlamento irlandês e um alcoólatra que não é muito carinhoso com a esposa e filha. Quando o padre vem conversar com ele, imediatamente Teagan é arrastada de casa e largada na porta do convento, taxada de pecadora e sem saber o que está acontecendo.
Nora é uma jovem inteligente e independente, que acredita que irá conquistar algo mais que morar nos conjuntos habitacionais de Dublin. Seus pais sempre a menosprezam e não perdem a oportunidade de humilhá-la ao tentar partir seus sonhos. Um incidente faz com que os pais a rotulem de "promíscua" e imediatamente expulsam a garota de casa, levando-a para o convento.
Lea é uma jovem quieta que perdeu a mãe recentemente e o padrasto a envia para o convento pois não pode sustentá-la. Tudo o que Lea quer é paz e sossego e manter todos felizes. Por isso, ao conhecer Teagan e Nora, fará de tudo para ajudá-las.
Agora imaginem o seguinte cenário: você é retirada a força de casa no meio da noite, sem saber o motivo, jogada na frente de um convento onde imediatamente a obrigam a trocar de roupa, cortam o seu cabelo bem curto, recolhem todos os seus bens materiais (brincos e quaisquer outros ornamentos) e retiram a sua identidade ao lhe dar um novo nome. Assustador, né? Com o passar dos dias você é colocada para trabalhar horas a fio, comer uma comida insossa e sofrer castigos corporais e psicológicos, até conseguirem quebrar o seu espírito de forma irreversível e você se tornar um zumbi sem vontade própria. É isso que acontece no convento das Irmãs da Sagrada Redenção.
Porém, Teagan e Nora não se conformam com a nova realidade e vão se unir para manter a sanidade e para de alguma forma, encontrar uma saída desse pesadelo interminável.
"As garotas Madalenas" é uma obra impactante e inesquecível. É impossível ler a história e não se comover com as três protagonistas e por tudo o que elas passam. Saber que, apesar de ser uma ficção, o livro retrata a história de milhares de jovens e mulheres que tiveram suas vidas transformadas é avassalador.
Fran 25/06/2019minha estante
Adorei a resenha! Já quero ler!




dandara 21/10/2021

?
Livro muito bom que me fez refletir muitas coisas, com várias referências da igreja católica que mudaram um pouco a minha visão sobre essas instituições religiosas.

Fiquei muito triste com o final que a Lea e a Nora tiveram, mas feliz pela Teagan.

O livro inteiro fiquei com expectativas de melhorar para as meninas, mas logo acontecia algo que mudava o rumo da história.



"Você nunca mentiu porque não queria machucar alguém que amava? A verdade nem sempre é bonita."
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Simone de Cássia 07/08/2020

Não é ruim, mas esperava mais. Valeu como informação de mais um abuso cometido em nome da religião, mais um absurdo de desumanidade que foi presente na história, mas como romance achei fraco. Talvez porque eu não curta personagens juvenis/adolescentes, talvez porque tenha algumas passagens que considerei "viagens", coisa que também não gosto. E o final, pra mim, foi meio apressado e fantasioso. Então, só dou estrelas pela parte que é baseada em fatos (tristes) e merecem o meu respeito; do restante não gostei.
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KARLA.BULHOES 17/02/2020

As Garotas Madalenas
É um livro que aborda as personalidade de uma mulher, e que na época que se passa estoria é vista como pecadora, e não uma mulher de espirito livre. Vale a pena ler esse livro
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Andreia Santana 13/01/2023

Um conto da aia da vida real
“Em nome do amor, o que mais em nome do amor?” A pergunta de Bono em Pride (In the nome of love), uma das canções mais famosas da banda irlandesa U2, é uma metáfora sobre as religiões e o quanto, ao longo da história, a fé e o amor por Deus foram usados para justificar atrocidades inexplicáveis. As mulheres sabem bastante desse tema. E na carne. As garotas madalenas (Gutemberg, 2019) é uma ficção histórica baseada em um dos muitos capítulos tenebrosos da devoção cristã. No caso específico do livro, da Igreja Católica.

Ambientado em Dublin, a capital irlandesa, onde, aliás, Bono nasceu, o livro escrito por V.S. Alexander - é um pseudônimo -, conta a história das Lavanderias de Madalena, ou Asilos de Madalena, estruturas mantidas em conventos católicos ou em prédios administrados por outros credos cristãos, para onde eram enviadas as mulheres que a sociedade machista, misógina, patriarcal e preconceituosa considerava ‘pecadoras’ e que, por isso, deveriam ser submetidas a trabalhos forçados e outras violências ‘em nome da redenção dos pecados e do amor’.

Os Asilos de Madalena são a Gilead do mundo real. A forma como as madalenas viviam nesses locais que foram instituídos desde o século XVIII e existiram até o começo dos anos 1990, é bastante semelhante àquela das aias de O conto da aia, de Margaret Atwood.

Confinadas nos conventos ou instituições cristãs, as madalenas eram forçadas a cumprir exaustivas rotinas de trabalho análogo à escravidão nas lavanderias dos abrigos, que por sua vez, prestavam serviços para hotéis, hospitais e famílias ricas. As igrejas e congregações ganhavam dinheiro com o serviço das mulheres, mas elas não viam um centavo. Presas em uma vida monástica compulsoriamente, eram agredidas física e psicologicamente, obrigadas a vestir uniformes o tempo inteiro, tinham os cabelos cortados e,muitas vezes, raspados sem suas permissões, eram mal alimentadas e negligenciadas nas questões de saúde, inclusive a íntima. Milhares morreram abandonadas nesses abrigos.

As madalenas viam-se recolhidas nos asilos por diversos motivos: engravidar sem casar, ser uma adolescente considerada rebelde pela família, por rejeitar pretendentes, por gostar de festas e de se divertir como qualquer pessoa comum, por beber ou fumar, por ter aspirações intelectuais, por estupro [sim, a culpabilização das vítimas era uma norma e tem longos séculos de história] e até por serem ‘bonitas demais’ e vistas como uma ‘tentação’ aos párocos e vizinhos. As mães solteiras eram separadas das suas crianças e essas colocadas para adoção. Ao menos que alguém – geralmente um homem – intercedesse por uma madalena tirando-a do convento, a prisão durava até a morte.

As famílias que enviavam mulheres para esses locais - elas também eram mandadas para os asilos pela Justiça - nunca as visitavam, não lembravam sequer que estavam vivas. As 'penitentes', como também eram chamadas, não podiam receber nem cartas. Não tinham acesso à educação formal e as que estudavam eram obrigadas a abandonar os estudos ao serem levadas para os abrigos. Não podiam ler ou ter qualquer tipo de lazer, a não ser um banho de sol vigiado pelas freiras, como as detentas de um presídio.

A vida das madalenas era uma rotina diária do trabalho nas lavanderias seguido de orações. O confinamento vinha atrelado à morte social da mulher e, mesmo as que conseguiam sair dos asilos, estavam marcadas. A mácula de ter vivido em um dos abrigos impedia que muitas reconstruíssem suas vidas caso conseguissem sair de lá. Além disso, mulheres vibrantes, inteligentes e produtivas, após anos de prisão, transformavam-se em espectros do que haviam sido um dia. Algumas, inclusive, desenvolviam Síndrome de Estocolmo ou entravam para o noviciado com a intenção de se tornarem freiras. Infelizmente, as que agiam assim se comportavam como as ‘tias’ das aias de Margaret Atwood: eram cooptadas pelo sistema e passavam de oprimidas a opressoras.

Em 2013, um grande escândalo na imprensa da Irlanda divulgou que no terreno de um antigo convento onde viviam madalenas, foi encontrada uma vala comum com centenas de ossadas de adultos e crianças. Investigações mostraram que os ossos eram de antigas internas e de bebês. A história das madalenas, sempre escondida debaixo dos tapetes das ordens e congregações religiosas, ganhava ali novo capítulo. Ainda hoje, o tema é tabu na Irlanda e em outros países onde os asilos existiram, como Inglaterra, França e Estados Unidos.

Antes mesmo das ossadas serem descobertas, em 2002, Peter Mullan, ator e diretor escocês, dirigiu um filme sobre as madalenas da vida real, The Magdalene Sisters, vencedor do Festival de Veneza. No Brasil, o longa é conhecido como Em Nome de Deus [em janeiro de 2023, quando essa resenha foi publicada, a produção estava disponível no catálogo da Amazon Prime].

O filme toca na mesma ferida escavada por V.S. Alexander em seu romance histórico, mas não é uma adaptação do livro. Tanto um quanto outro, no entanto, se debruçam sobre as histórias das injustiçadas e esquecidas prisioneiras dos Asilos de Madalena.

No livro de Alexander, três jovens, Teagan Tiernan e Nora Craven, de 16 anos, e Lea [sem sobrenome], na faixa dos 20, são confinadas por motivos diferentes no convento das Irmãs da Sagrada Redenção, na Dublin de 1962, onde funcionava uma dessas lavanderias.

Teagan é uma garota de classe média, filha de uma dona de casa e um funcionário do governo. Nora é do outro extremo, de uma família de classe trabalhadora, e vive com os pais em um bairro operário, sonhando com artistas de cinema e em se libertar da pobreza. Já Lea é garota da zona rural, com uma história misteriosa e marcada por perdas.

As três e as demais madalenas vivem sob o peso do braço de ferro da madre superiora Anne, uma mulher traumatizada por uma tragédia do passado e que se autoflagela para exorcizar dores internas. Aos familiares das garotas, a madre promete amansar o espírito rebelde das ‘moças que não sabem se comportar’ [a analogia é com Madalena, a mulher que segundo a bíblia cristã, teve dezenas de demônios expulsos do corpo, por Jesus]. O exorcismo dessas madalenas dos anos 1960, porém, é feito à base das penitências, jejuns, torturas físicas e emocionais e muito sabão em pó, detergente e água escaldante nas lavanderias.

A narrativa entrelaça os destinos das três moças e da madre superiora, ao mesmo tempo em que apresenta aos leitores um panorama da sociedade irlandesa da época, pontuada por carolice e preconceito. A escrita de Alexander é daquelas de leitura fluída e ágil, com um toque sombrio que lembra as irmãs Brontë. A descrição da rotina das madalenas é rica em detalhes e bastante vívida. Mesmo compondo personagens fictícias, Alexander coloca em Teagan, Nora e Lea a vulnerabilidade e solidão que as ‘penitentes’ reais devem ter vivido.

Teagan é a heroína da história e, assim como a June Osbourne de O conto da aia, é a mais consciente das injustiças sofridas pelas mulheres confinadas no convento e a mais empenhada na libertação delas do jugo das freiras. Apesar de não distorcer os fatos históricos para garantir a felicidade do ‘fandom’, o que significa que não adianta ter muita expectativa, nem tudo acaba bem nesse livro, Alexander cria um desfecho coerente com a época retratada no romance e, principalmente, deixa seu tributo à memória das madalenas.

Que elas nunca sejam esquecidas, que nenhuma mulher morta nas fogueiras reais ou metafóricas ao longa da história, jamais seja esquecida...

O exemplar que eu li: É a versão em e-book da publicação da Editora Gutemberg, que traz todos os elementos do livro físico, inclusive as notas explicativas e um posfácio de V. S. Alexander, onde parte da história das madalenas reais é mais detalhada. Acessei o e-book pelo sistema de empréstimos do Kindle Unlimited.

Ficha Técnica
As garotas madalenas
Autoria: V.S. Alexander (pseudônimo)
Tradução: Nilce Xavier
Editora: Gutemberg
Ano da publicação: 2019
288 páginas
*R$ 39,99 (capa comum, Amazon) ou de graça para empréstimo no Kindle Unlimited
*Pesquisado em 12/01/23

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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Renata.Grasiele 19/12/2020

Penitentes
As lavanderias de Madalena foram só mais uma forma em que a igreja Católica encontrou de moldar as pessoas para seu bem próprio benefício, jogando para ela pecados que nunca cometeram, só por serem quem são.
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Cris 22/03/2021

Sinopse: Dublin, 1962. Dentro dos portões do convento das Irmãs da Sagrada Redenção opera uma das Lavanderias de Madalena da cidade. Outrora um lugar de refúgio, as lavanderias haviam evoluído para sombrios reformatórios de trabalhos forçados. É para lá que a jovem Teagan Tiernan, de 16 anos, é levada pela família, depois de ter sido transformada em personagem de uma intriga que também envolvia um jovem e belo padre.
Convivendo com mulheres ?em desgraça? ? mães solteiras, prostitutas, menores infratoras ? e garotas comuns, cujos únicos pecados se resumiam a serem bonitas ou independentes demais, Teagan faz amizade com Nora Craven, uma jovem rebelde que pensava que nada poderia ser pior do que sua miserável vida familiar. As duas jovens se tornam reféns da Madre Superiora e de suas punições cruéis ? sempre em nome do amor. Entre fracassadas tentativas de fuga, Teagan e Nora vão descobrir como é árduo o mundo exterior, principalmente para jovens de reputação arruinada. (Sinopse disponível no site do Grupo Autêntica)


?? A religiosidade e uso do nome de Deus para cometer maldades e julgamentos. Tratar o corpo e a vida de uma mulher como uma posse, fazer o que quiser, julgar e colocar toda carga de culpa na mulher. Essas e muitas questões são tratadas na obra.
Recomendo o livro e espero que mais e mais livros tratem de escândalos e do patriarcado que anula as mulheres de tantas formas.
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Nise 29/11/2023

Confesso que o livro não me deixou muito empolgada no início, mas depois comecei a gostar da história, não foi meu favorito, mas achei muito interessante o fato de que realmente existiram lavanderias dentro de instruções religiosas que prometiam tirar meninas da "promiscuidade". Então refleti sobre quantas passaram pelo mesmo sofrimento que as personagens da história. Vale a leitura para aqueles que têm interesse nesses fatos históricos e também para quem gosta de um drama.
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Tamara 31/07/2019

Na primeira vez que ouvi falar de As garotas Madalenas, logo me surgiu uma grande vontade de ler esse título, especialmente pelos dizeres presentes na sinopse de que esse era um livro baseado em fatos reais, um fator que sempre me agrada nos livros. Então assim que pude comecei lê-lo, e essa experiência literária foi para mim intensa, diferente e dramática.
EM primeiro lugar, foi muito interessante descobrir sobre as lavanderias implantadas dentro dos conventos e sobre aquelas mulheres que eram chamadas de Madalenas e eram acusadas de serem sujas e pecadoras, mulheres que ousaram simplesmente olhar para um homem, possuir desejo, ter um filho fora do casamento ou outros fatos que eram considerados por seus semelhantes transgressões imperdoáveis. Ao mesmo tempo que foi interessante do ponto de vista histórico conhecer esses fatos, foi também muito chocante, pois esses acontecimentos não se deram na idade média ou nem na idade das trevas e sim há cinquenta poucos anos atrás, o que nos indigna e revolta, tamanha a crueldade com a qual as mulheres eram tratadas, e é impactante ver o modo como hoje essas coisas são normais e há pouco tempo atrás não o eram. Ainda, o cenário da Irlanda foi um bom pano de fundo, ainda mais porque lá é um país extremamente católico, e aqui podemos comprovar um tênue limite entre religiosidade e fanatismo que existia muito e infelizmente ainda existe.
Além disso, através desse enredo conseguimos estar dentro da igreja católica por meio dos conventos, e conhecemos e entendemos os diversos episódios negativos dessa instituição e vemos como pessoas que diziam cumprir os desígnios divinos se utilizavam desses argumentos vazios para maltratar aqueles que não seguiam o que era esperado deles. No sentido de intensa, essa leitura me marcou pois as suas descrições são muito vívidas e dolorosas, e quando o autor falava da apatia das Madalenas, de suas perdas de sanidade mental trancadas naquele lugar sombrio e enquanto praticavam um trabalho pesado e monótono nas lavanderias, conseguíamos imaginar as situações ali descritas e aquilo era tocante, desolador, emocionante e dramático, o que foi outro ponto de destaque durante a minha leitura, porque sim, o livro é dramático e quem deseja lê-lo deve saber de antemão que apesar de haver momentos de coragem, esperança e amizade entre as personagens, a história possui muitos episódios tristes que não podem ser apagados, então para os leitores que resolverem lê-lo é preciso ter a certeza de que não é um livro com final feliz, ainda que possamos ver vislumbres de uma vida melhor para alguns personagens. Apesar de ter dado cinco estrelas para a obra, eu não acho que ela seja a mais marcante que eu li nos últimos tempos embora traga um tema único, porém, posso afirmar que foi uma história que mexeu comigo, que me prendeu e que fez com que eu devorasse cada capítulo em busca de uma saída para aquelas mulheres. Recomendo essa leitura para os leitores adeptos de livros pesados, dramáticos e que trazem fatos históricos em toda a sua trama.
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