Memórias de um urso-polar

Memórias de um urso-polar Yoko Tawada




Resenhas - Memórias de um urso-polar


15 encontrados | exibindo 1 a 15


Ana 02/12/2023

Um enredo diferente
Confesso que ao ler a sinopse achei que a história iria ter outra pegada.
Com o início da leitura até a página 10 foi um pouco estranho me adaptar a narrativa. Contudo, rapidamente me envolvi nas histórias contadas (avó, mãe e filho).
Não é uma leitura pra qualquer pessoa, pois é uma narrativa extremamente exótica, entretanto apesar da estranheza eu curti muito.
De longe a história de Knut foi a minha preferida apesar de todas as tristezas e tragédias que são abordadas.
Um aspecto legal é que tem um fundo histórico muito bem elaborado abordando a Alemanha ocidental e oriental e todos os conflitos e censuras da época.
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Fernanda.Avila 10/01/2021

Que livro doido!
Acho que esse foi o livro mais doido que eu já li. Acho que por isso demorei tanto pra ler. Gostei!? Em alguns momentos amei, em outros detestei. Odiei o final. E olha que não sou de não gostar de finais. Mas vale mais o percurso do que o fim. E se for avaliar pelo percurso valeu a pena. Aprendi sobre o ser humano em um livro que conta a história de três ursos. Parece até impossível, mas é real. Aliás, essa é a mágica do livro. Recomendaria? Apenas para os amantes de história.
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Tuyl 02/12/2023

Ruim. A premissa é infinitamente melhor do que o livro, que em nenhum momento tangenciou o que venderam. Parabéns pra quem escreveu a sinopse..
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Jader 27/02/2020

Esperava mais...
Boas sacadas, um pouco cansativo.
Lãine Dual 27/02/2020minha estante
Idem, o ultimo capitulo me senti no filme Madagascar. Aborda temas importantes, mas sem profundidade. A questão do uso de animais em espetáculos, animais em cativeiro, até a questão da ancestralidade que seria lindo se melhor conduzido.




Bruno.Dellatorre 19/05/2019

O médio que quase foi excelente.
"A teoria de evolução da avó" é o primeiro capítulo. E é sem dúvidas o mais interessante, o mais belo entre todos os três que compõe este livro. O terceiro chama-se "Em memória do polo-norte" e também é bem interessante. O segundo, intitulado "O beijo da morte" arruina o livro e me fez tirar uma estrela e meia em minha avaliação, pois desvirtua da história original de Toska e chega a ser até insalubre ao fim. O livro vale a pena ser lido, mas não esse segundo capítulo.
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Ri :) 16/09/2021

Surgiu aqui a dúvida se não gostei pq não gostei ou pq talvez não tenha entendido a intenção da autora. Embora seja um livro meio maluco, tem pontos bacanas para aprofundar debates, mas não aconteceu. Vegetarianismo, direito e exploração animal, por exemplo, acenderam a lanterna da empolgação, entretanto a pilha durava duas linhas. Perdi a paciência no segundo capítulo e achei que o terceiro iria finalizar com algo surpreendente, mas foi tão difícil de ler quanto o primeiro. :(
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Mariana Knorst 13/02/2021

Memórias de Um Urso Polar, de Yoko Tawada
Memórias de Um Urso-Polar é uma saga familiar que acompanha três gerações: avó, mãe e neto.

A história é inspirada no famoso urso Knut, o primeiro urso polar a nascer no zoológico de Berlin em 30 anos. No seu curto tempo de vida (2006-2011), Knut foi uma das maiores atrações alemãs e toda a sua vida foi documentada pela imprensa e acompanhada de perto por grande parte dos cidadãos do país.

Mas até chegarmos à história de Knut, primeiro conhecemos a sua vó, uma ursa capturada que foi colocada em cativeiro e sua mãe, a ursa de circo Toska.

A avó ursa, cuja jornada iniciou na Rússia e terminou na Alemanha Oriental, adquiriu uma incrível capacidade de se comunicar com os humanos, em mais de um idioma, e de expressar por escrito suas memórias e reflexões.

Por outro lado, Toska não possuía habilidades de comunicação e sua parte na história é narrada por sua treinadora, sua principal companhia por grande parte da vida. O caminho percorrido por Toska foi bem mais árduo do que o de sua mãe, apesar da comum exploração humana, uma das razões que a levou a rejeitar o filho recém nascido, Knut.

Knut, o urso mais carismático a colocar as patas em território alemão e que passamos a conhecer no exato momento do seu nascimento, possuía grande capacidade reflexiva e consciência do "eu".

Sua relação com os pais era bastante problemática e enfrentar a rejeição era uma das tarefas mais pesadas, mas o problema era amenizado com toda a dedicação e amor do seu cuidador, que o acompanhou em boa parte da vida.

O ponto mais sensível da história, para mim, é sem dúvidas a relação animal e humano. Na maior parte da história os animais, ainda que com capacidade cognitiva, eram mal tratados e explorados, apesar das boas intensões.

Knut, por exemplo, quase não possuía privacidade e sua rotina era organizada para agradar os devotos humanos. A intensão era boa, conhecer o primeiro urso polar a nascer em 30 anos no Zoológico de Berlin, mas ninguém se importava com o constante desgaste e estresse do animal.

Contudo, vários pontos da história são amenizados com demonstrações puras de amor e compreensão, como a relação de Toska e sua treinadora ou de Knut com o seu cuidador.

Memórias de Um Urso Polar é uma fábula de relações (humana e animal, animal e animal), que utiliza a ingenuidade e a pureza dos animais para fazer os seres humanos refletirem sobre suas próprias relações.

site: https://www.instagram.com/p/CGBXwZkpPdz/
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Cla 16/04/2021

Eu tenho me apaixonado cada vez mais pelos livros da editora Todovia, desde que li "Sobre os ossos dos mortos" (tem resenha dele aqui). São livros tão diferentes desses que tem um cunho comercial que me encanta demais.

Nesse livro, são contadas 3 histórias de ursos-polares... mãe, filha e neto... em momentos diferentes da história. Adoro livros de memórias e isso me faz rememorar muitas partes da minha vida. Acho que por isso fiquei tanto tempo lendo esse livro. (Confesso q a não divisão do livro em capítulos tbm ajudou nessa demora rs). Sei q parece estranho falar de livro de memórias por ser histórias de ursos, mas sim, dá pra perceber as memórias da autora de pano de fundo da história.

Yoko Tawada é uma japonesa que foi para a Alemanha e descreve lindamente, sem romantizações, sobre questões da Alemanha antes e após a queda do muro de Berlim. Fala da vivência e relações entre Rússia, Alemanha Oriental e Ocidental.

A mãe escritora, a filha artista de circo e o neto atração de um zoológico. Muito fora do padrão... que deixa muitas reflexões... sutilezas do cotidiano de vivências em momentos históricos são a cereja do bolo dessas histórias... além de elaborar muito bem sobre sentimentos e emoções, tem muitas reflexões e memórias de infância, de relações familiares e de trabalho.

Mas depois de analisar todas as peculiaridades da história, tenho a sensação de q é uma cronologia invertida... talvez de uma única pessoa, ou ursa... bom, vou terminar com uma frase da avó num congresso q participou...

"A bicicleta é sem dúvida a maior invenção da história da civilização. É a flor do picadeiro, o herói de toda a política ecológica. No futuro próximo, todas as grandes cidades serão dominadas por bicicletas. Não somente isso: todo lar terá seu próprio gerador [...] Poderemos também simplesmente montar numa bicicleta para visitar nossos amigos, em vez de ligar ou enviar um e-mail. Quando usarmos a bicicleta de forma multifuncional, vários aparelhos eletrônicos vão se tornar supérfluos."

Livro 07/2021
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Cecilia 18/02/2023

Irreverente e divertido
Demorei um pouco a me acostumar com a narração, que pula entre personagens e tempo e forma da ursa, ora se comportando como humana, ora como ursa. Usa uma visão infantil e simples mas aponta grandes discussões do nosso tempo como o aquecimento global, expatriados, trabalhos forçados. Sem se levar a sério conta uma história emocionante.
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Kecilly.Biavatti 19/02/2024

Animais utilizados como entretenimento
Foi um pouco difícil me adaptar ao estilo da narrativa, mas depois que me acostumei?a leitura se tornou bem interessante!
Não entendi o objetivo da autora em depositar nos animais características humanas e ao mesmo tempo retirá-las, tipo, os animais falam ou não?
A leitura me despertou pontos importantes a serem refletidos, obviamente os direitos animais?mas eu gostaria que ela tivesse sido mais objetiva nisso.
Não gosto muito de livros extremamente descritivos, acredito que este seja o ponto principal por eu não ter curtido muito a leitura!
Mas como todo livro, obtive pontos de vista relevantes para construir e adaptar meus valores!
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Ivandro Menezes 23/08/2019

MEMÓRIAS DE UMA TRAGÉDIA HUMANA
Penso que o modo mais adequado de começar uma resenha de Memórias de um urso-polar (Todavia, 2019) seja focando na escrita de Yoko Tawada, intimamente relacionada com o seu próprio não lugar.
A autora japonesa vive, desde 1982, na Alemanha. Esse estranhamento entre culturas e línguas - ela escreve em japonês e alemão - é perceptível no modo como escreve e em suas personagens (ao menos, é o que pude deduzir neste segundo contato com sua obra. O primeiro foi com The Bridegroom Was a Dog, ainda sem tradução). O estranhamento destaca-se como um elemento frequente no modo como sua escrita naturaliza o absurdo, provocando uma simbiose entre o enredo e o modo de narrar. Não à toa as comparações a Kafka e a frequente associação às fábulas. Entretanto, apesar da simplicidade, há um aceno à literatura russa.
Quanto ao romance, três gerações de usos polares terão suas memórias escritas. A necessidade da palavra como meio de resgatar a si mesmo, de construir um mapa para as suas origens é o que permeia e tematiza as três partes do livro. Há um Polo Norte imaginário, que congrega e reúne os três ursos, apropriado de modos diferentes e em diferentes perspectivas. Em Mama-lia, a matriarca, o Polo Norte se refere à busca pela identidade, corporificando seus anseios e desejos; em Toska, a filha, adquire a dimensão onírica do encontro; em Knut, o filhote abandonado por Toska, encontra-se distante e paira enquanto ideia ou lugar ameaçado pelo aquecimento global, mas cuja origem o pequeno urso questiona. Contudo, o Polo Norte como ponto fixo também sinaliza para o deslocamento das personagens. Esse deslocamento diz respeito a nós, Homo Sapiens, e nosso deslocamento pelo mundo. Nesse sentido, o romance claramente chama a atenção a questão dos refugiados.
Na primeira parte, a ursa-polar narra a sua vida. Não sabemos seu nome, mas conhecemos a sua vida (Mama-lia é um nome atribuído a ela por Úrsula em uma de suas viagens oníricas ao Polo Norte, na segunda parte do livro). Ela ironiza os clichês do escritor perturbado pelo ato da escrita e os modos inescrupulosos do mercado editorial.
Escrever: um ato estranho. Quando olhei para a frase que havia acabado de colocar no papel, senti vertigem. Onde estou agora? Entrei em minha história e desapareci nela. Para voltar, afastei meu olhar do manuscrito e deixei-o focar na janela até que eu finalmente estivesse de volta ao aqui e agora. Mas onde é o aqui? E quando é o agora?
A escrita revela-se como ato capaz de transpor os limites do tempo-espaço, conduzindo quem lê e quem escreve para outros lugares e épocas. Essa viagem temporal causa vertigem. Quase uma antecipação das sensações que o leitor experimenta à medida em que avança. Ora, não é todo dia que uma ursa -polar contextualiza o regime soviético, encarnando as perseguições, limitações e censuras. Ela tem de se refugiar na Alemanha Ocidental, numa fuga clandestina para poder continuar a escrever sua biografia. Além disso, as outras partes vão completando o cenário de unificação das Alemanhas e o pós-queda do Muro de Berlim.
Há aspectos importantes que permeiam e conectam o romance. Um, a ursa-polar diz que toda conferência é um circo. Brinca com o modo como homens reúnem-se em torno de temas importantes, mas tudo para mostrar um bom espetáculo ou apenas declarar que se importam. O circo é um elemento contínuo no livro. Na primeira parte, aparece no modo como os homens discutem assuntos relevantes, mas pouco agem. Em pleno auge do comunismo soviético, reunidos em uma conferência esboçam preocupação com o futuro do meio ambiente:
"A bicicleta é sem dúvida a maior invenção da história da civilização. É a flor do picadeiro, o herói de toda a política ecológica. No futuro próximo, todas as grandes cidades serão dominadas por bicicletas. Não somente isso: todo lar terá seu próprio gerador, que estará conectado a uma bicicleta. Então poderemos nos exercitar e produzir energia ao mesmo tempo. Poderemos também simplesmente montar na bicicleta para visitar nossos amigos, em vez de ligar ou enviar um e-mail. Quando usaremos a bicicleta de forma multidimensional, vários aparelhos eletrônicos vão se tornar supérfluos."
Na terceira parte, há uma conexão com esse momento inicial, ao fazer de Knut um símbolo de alerta ao aquecimento global, outra ação inócua mais voltada a espetacularização que a uma real solução. Aliás, o modo como a vida de Knut é midiatizada também aduz a ideia de circo. A segunda parte, que narra a vida de Toska, passa-se num circo.
Dois, o deslocamento dos personagens. Mama-lia, com frequência, questiona seu lugar no mundo. Ao refletir sobre suas origens, apega-se ao Polo Norte como referência, a origem de seus antepassados. Ela anseia por encontrar um lugar de pertencimento, em que entenda e possa tomar por seu. Há a necessidade de retorno, de uma pátria. Ela nasceu na Rússia, migra para a Alemanha Oriental e foge para a Alemanha Ocidental e de lá migra para o Canadá. Sua chegada a Alemanha Ocidental revela prazeres proibidos na parte Oriental, mas logo revela uma dinâmica de exploração semelhante. As boas intenções são sempre maculadas por péssimos interesses. Ora, uma ursa-polar escritora de sucesso, mesmo não sendo tão boa, interessa por motivos semelhantes ao lado Oriental e Ocidental. O Canadá desenha-se para Mama-lia como um refúgio, como um lugar democrático e de proximidade com suas origens no Polo Norte.
Toska nasce no Canadá, mas cresce na Alemanha Oriental, para onde retornaram seus pais. Rejeitada em um show, acaba vindo parar em um circo. Lá conhece Úrsula, a pequena domadora de animais, com quem estabelece uma conexão mágica, as duas são transportadas ao Polo Norte. Nesse espaço onírico compartilham memórias e a domadora, comprometida em narrar a biografia de Toska, escrevendo em pequenos papeis que encontra pelo circo, conta mais sobre si que sobre a ursa. Há um encontro entre elas. Úrsula, também deslocada, percebe ter mais semelhanças com Toska que com a própria espécie. O clima de transição permeia toda a parte. Elas estão planejando um número para apresentar. O muro que separava a Alemanha começa a rachar. Há sinais e sintomas de desgaste por todos os lados. O casamento entre Úrsula e Markus, as contínuas crises financeiras do circo, as inconveniências da sindicalização e a emergência de direitos e demandas dos demais ursos-polares trabalhando no circo. Temas delicados vão se delineando a cada viagem ao Polo Norte. Toska e Úrsula começam a compartilhar memórias, sentimentos e traumas. Criam empatia e amor uma pela outra. Envelhecem juntas, compartilhando na língua a doçura da cumplicidade e amizade que devotam uma a outra.
Knut nasce, vive e morre em Berlim. Nunca saiu do zoológico. Foi rejeitado por sua mãe. Foi criado por Matthias, sua mãe humana, tudo sob os olhares da imprensa do mundo inteiro. Knut naturaliza os flashs, os holofotes, mesmo não sendo artista como a avó ou a mãe, a ele basta a fofura. A excepcionalidade de sua história, rejeitado pela mãe e criado por um humano, faz com que se torne rapidamente no símbolo de uma tragédia, e toda tragédia deve ser sagazmente politizada para ganhar sentido e razão. O zoológico de Berlim apressa-se em associá-lo ao aquecimento global e monetiza suas aparições e existência em pelúcias, chaveiros, canecas etc. Para Knut, há apenas o desejo de conhecer o "lá fora", seu mundo resume-se a pequena sala onde vive com Matthias e é visitado por Christian, o veterinário, com quem tem uma relação ambígua. Em seus passeios pelo zoológico, percebe o quão desencaixado se encontra. Knut, quanto mais sabe de si e percebe onde está inserido, mas compreende que não pertence a nada, nem a ninguém. Está distante demais de suas origens, desconhece a própria linhagem, toda a fonte de afeto é oriunda de estranhos, que estão ali apenas cumprindo uma função, o que fica claro quando Matthias termina o seu trabalho e nunca mais é visto. O pequeno urso sente a sua ausência e, mesmo entendendo a situação, não consegue desassociar que o afeto e cuidado recebido não tinha nada de espontâneo.
A voz do adulto mentia. Eu não vinha do Polo Norte, li mais uma vez no jornal que eu nasci em Berlim. Também li que minha mãe nasceu no Canadá e cresceu na Alemanha Oriental. Mesmo assim, sempre diziam que eu vinha do polo Norte - provavelmente devido a meu pelo branco como a neve.
Knut ainda incorpora a angústia de querer ser aceito. Ele tenta ganhar o amor de Matthias e do público. Em seus passeios pelo zoológico sujava-se para ficar mais parecido com os demais ursos, que sempre o rejeitam. Essa ideia e necessidade de semelhança escancara-se diante do recinto dos lobos, quando o alfa mostra sua família de iguais, de semelhantes, em contraste com a família multiétnica de Knut - um filho urso e uma mãe Homo sapiens macho.
Três, a presença de pessoas com os ursos. Há sempre pessoas agindo, falando, colocando-se como cuidadores das três gerações de urso-polares. Ivan, os editores inescrupulosos com Mama-lia; Úrsula, colocando-se como biógrafa de Toska. Matthias cuidando de Knut, o diretor do zoológico, o veterinário. Todos assumem o protagonismo das vidas dos ursos-polares, como se não fossem capazes de falar por si. A segunda parte é mais flagrante disso, Úrsula assume a obrigação de contar a história de Toska, mas fala mais de si que dela. Em dado momento, Toska assume a narrativa. Porém, isso também é claro em Mama-lia, quando seus editoras acreditam saber o que é melhor e passam a manipulá-la, inclusive forçando-a a escrever em russo para que possam traduzir para o alemão, modificando quando e onde julgarem necessário e, por conseguinte, distorcendo o que disse. Knut depara-se com sua história sendo escrito nos jornais e televisão ao sabor de seus cuidadores, dos diretores do zoológico, do público visitante, dos jornalistas.
Tawada constrói um absurdo retrato da realidade de imigrantes, refugiados e deslocados, atentando ao silenciamento de suas vozes, a apropriação política e cultural de suas narrativas, o estigma de sua desumanização e redução à condição de coisa, de algo nomeado, a uma apropriação sintática e semântica, que os projeta mais como símbolos de uma tragédia que como protagonistas de suas histórias.

site: https://medium.com/@ivandromenezes/mem%C3%B3rias-de-uma-trag%C3%A9dia-humana-afdbedbd4ba4
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Lusia.Nicolino 09/01/2020

Se sua memória não ajudar...
Se sua memória não ajudar, pode recorrer ao Google e resgatar a história de Knut, o urso polar que foi rejeitado pela mãe, criado por um tratador no zoológico de Berlim e que, diante dos visitantes, teve uma convulsão, desabou em seu fosso e morreu. Ele tinha uma pré-condição, um tipo de inflamação autoimune no cérebro que também afeta humanos. Foi um choque para todo mundo.

Mas, o que você não encontra em sua memória ou no Google, é a incrível história de Memórias de Um Urso-Polar com que Yoko nos presenteia.
Um romance encantador, que nos tira do cenário de tristeza e rejeição e – através de três gerações de ursos-polares – avó, mãe e filho, artistas de diferentes talentos, nos revela como os seres humanos lidam com suas próprias inquietações, seus medos e seus sonhos interrompidos. Sonhos arquivados que desenham um passado de pretérito imperfeito, um presente enevoado e um futuro que pode não sair do rascunho. É magnífico. Precisa apenas do seu olhar de leitor, iniciante ou experimentado, para entrar na lista dos livros que marcam.

Quote: “O Homo sapiens não foi feito para a batalha, de forma que deveria aprender a sabedoria e a arte da fuga, como coelhos e veados. Mas ele ama a luta e a guerra. Quem criou essas tolas criaturas? Alguns humanos afirmam ter sido criados à imagem e semelhança de Deus. Isso é um insulto a Deus. No Norte de nossa terra há pequenas tribos que ainda lembram que Deus, na verdade, se parecia com um urso.”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/10/2023

Esta surpreendente história de três gerações, avó, mãe e filho, cobre boa parte do século XX e os eventos que moldaram o mundo do nosso tempo. Mas com uma peculiaridade: seus três protagonistas são nada menos que ursos-polares. Dotados de razão e sentimentos, eles se apresentam em circos ou estão confinados em grandes zoológicos enquanto revisitam o passado e escrevem suas memórias.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788588808980
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Gabí 27/01/2024

Uma leitura melancolica
Foi bem difícil engatar a leitura por ser tão diferente, já li outros livros no ponto de vista dos animais mas eram mais "romantizados". ler esse livro me fez refletir mais ainda como nós, seres humanos, somos coniventes com o tratamento dado aos animais que estão em grandes espetaculos. ficamos ali no palco vendo um golfinho, uma baleia, etc, pular, nadar, fazer acrobacias e nem sequer pensamos tudo o que ele passou até ali pra aprender aqueles movimentos, não pensamos no tratamento que ele recebe, não pensamos que ele foi tirado de seu habitat natural e que ele não gosta de estar ali, o que ele faz é pela sua sobrevivência. é bom pra refletir e se colocar na pele deles, somos tão pequenos e não conseguimos mudar uma realidade dessa tão rápido, mas financiar isso é tão errado quanto. não dá pra ser feliz vendo a prisão do outro.
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