Fernanda 14/07/2019
Acompanho o trabalho de Andrei Simões desde o dia em que ele apareceu no PA Book Club com edições de sua obra "Putrefação" e presentou os leitores ali presentes.
A partir desse primeiro livro, segui me arrepiando com suas histórias e, em paralelo, refletindo sobre as discussões de cunho filosófico que o autor provoca; essa, inclusive, é sua marca registrada.
Com "TAU - Senhor da Putrefação" eu tive a honra de receber a prova e gostaria de constar que sou grata pela confiança e parceria que acontece entre nós. A nossa bandeira é a mesma: difundir a literatura na cidade, no estado, no país e no mundo; literatura essa que pode e deve ser diversa.
O gênero que vamos falar aqui é especificamente do terror, pois Andrei Simões é um dos nomes paraenses mais relevantes no tema com trabalhos magníficos publicados ao longo de quatorze anos.
Esta obra, inclusive, é uma especie de resgate de sua raiz. "TAU - Senhor da Putrefação" vai nos relembrar personagens já conhecidos, como nós mesmos denominados "Aquele Que Lê", Nina e o próprio protagonista putrefato. "TAU" também vai nos apresentar novas personagens e novas histórias angustiantes sobre suas vidas e suas mortes.
É interessante pontuar que, além do relançamento de "Putrefação", nesta edição teremos mais sete contos inéditos com protagonistas mulheres, nem todas confortáveis, devo admitir. Talita, Andressa, Ada, Tainá, Olga, Sofia e NANDA terão suas próprias trajetórias e desafios (aterradores).
Sempre que recomendo as obras de Andrei Simões gosto de constar que seus livros não vão nos fazer pular de susto. É mais uma sensação incomoda, um receio de algo que não sabemos nominar.
Isso acontece, talvez, porque os temas que Andrei aborda costumam nos fazer repensar a existência e a própria possibilidade diversa de inexistência.
De fato, não há circunstâncias positivas ou finais atenuantes. Andrei Simões não tem o costume de poupar seus personagens e nem os seus leitores.
A leitura de "TAU - Senhor da Putrefação" é fluída e de fácil entendimento; As reflexões que os leitores são convidados a fazer não abrem muitos espaços para outras interpretações.
Pensar vida e morte é uma necessidade inerente ao ser humano, apesar de termos a cultura de ignorarmos essa última, até que ela simplesmente acontece. Andrei Simões vai ultrapassar essas barreiras - e de forma nada sutil, diga-se de passagem - escalando em níveis altos de situações difíceis que inspiram medo e pesar.
site: http://www.garotapaidegua.com.br/2019/04/eu-li-tau-senhor-da-putrefacao-andrei.html