beatriz 09/09/2021o ceifador de anjosEu li a sinopse desse livro e fiquei muito curiosa para ler a história, até porque amo um thriller. Mas, confesso que esse não foi o que eu esperava. A leitura foi rápida só que acredito que o motivo tenha sido eu querer chegar naquela parte emocionante, nas reviravoltas e plot twists que todo bom thriller tem. Não foi o que aconteceu aqui. O que eu senti nessa leitura foi que fiquei até praticamente 90% do livro lendo praticamente a mesma coisa, em todos os capítulos: o crime acontecia, os detetives não descobriam quem era e o serial killer continuava vivendo a vida dele tranquilamente do lado da esposa. O plot twist do livro veio só muito no final e mesmo assim foi completamente previsível.
A escrita da autora prende, no entanto achei a construção do livro desorganizada porque no mesmo capítulo tínhamos narração da vida do serial killer, da esposa dele, deles como casal, dos detetives, de outros personagens secundários e sem nenhuma separação para indicar que iria mudar o ponto de vista. Junto a isso, senti que muitos acontecimentos eram muito convenientes e claro, tudo bem o serial killer ser inteligente, geralmente eles são, mas ele não teve praticamente nenhum perrengue em 250 páginas, ficou monótono.
Acredito que o mais tenha me incomodado (isso é um possível spoiler) foi uma situação de uma personagem que sofreu estupro coletivo, depois continuou sendo chantageada para continuar tendo relações com quem tinha gravado esse evento, a mulher do serial killer percebeu sendo professora dela e a ajuda da mulher foi dizer que a menina precisava ficar bem e voltar a estudar, além de ter sugerido que mentisse para os pais sobre como engravidou para que eles continuassem a ajudá-la financeiramente. E magicamente, pronto, a menina melhorou. Para em seguida ser assassinada. Achei um tanto quanto insensível, irresponsável e completamente desnecessário pro desenrolar do livro. Notei também um reforço muito presente de vários esteriótipos como os empregados serem sempre imigrantes latinos, as mulheres bem sucedidas serem vistas como "frias" e difíceis para se relacionar, e as personagens femininas que aparecem mais, incluindo a Donna (esposa do serial killer), serem constantemente destacadas apenas pela beleza e o corpo dentro dos padrões.
Acabei dando essa nota porque gostei da ideia da história e no final, fiquei com vontade de ler o livro seguinte para talvez entender melhor o serial killer já que nesse primeiro volume o desenvolvimento dos personagens foi no geral extremamente raso e para descobrir o que Donna pretende fazer daqui para frente.