fernandaugusta 23/02/2023Eu mato - @sabe.aquele.livroNo Principado de Mônaco, o glamour é marca registrada, assim como a eficiência de sua força policial. Pelas ondas da rádio Monte Carlo o DJ Jean-Loup Verdier transmite um sucesso de audiência, o programa Voices, um canal aberto de música e comunicação com toda a Europa. Até que uma ligação misteriosa deixa todos apreensivos. A voz, que se identifica como "um e nenhum" deixa no ar uma música e um recado: eu mato...
Na manhã seguinte ao telefonema da rádio um barco desgovernado bate em outros que estão na marina. Dentro do barco, a cena do horror - um piloto campeão de Fórmula 1 e sua namorada, uma famosa enxadrista, foram brutalmente assassinados. Os detalhes do crime deixam todos horrorizados, e além disso, uma mensagem escrita com sangue foi deixada: Eu mato...
Logo fica evidente a extrema astúcia do assassino, pois é simplesmente impossível rastreá-lo, não há pistas. O delegado encarregado do caso, Nicolas Hulot pede ajuda a um amigo, o agente do FBI, Frank Ottobre. Frank esta em Mônaco tentando se recuperar de uma tragédia pessoal, até então sem progressos. A amizade com Hulot e o desafio do caso o fazem se envolver na caça a Ninguém, o assassino que está longe de satisfazer sua sede de sangue.
Este livro tem tudo que eu acho perfeito em um thriller policial: um serial killer apavorante, um cenário diferente, uma investigação frenética, personagens ricamente construídos, escrita impecável e muitos plot twists, sendo o maior deles, que é a identidade de Ninguém, simplesmente embasbacante. Ufa!
Li pela primeira vez em 2010 e juro que a única coisa que eu lembrava era justamente quem é assassino. Alguns podem pensar que, Ah!, perdeu a graça, mas não! A releitura foi ótima, porque me fez relembrar todo o excelente desenvolvimento da história - um bordado intrincado de ótimas tramas secundárias, com personagens caprichosamente entrosados. Logo se vê que Frank levará a investigação nas costas e que seu drama pessoal vai se sobressair, mas Faletti não descuida de contextualizar os demais. E além disso, dá voz ativa ao assassino em seus "carnavais".
Some-se a isso incríveis referências musicais nas pistas deixadas por Ninguém e a ambintação em Mônaco com seu glamour, eventos, cassinos e por seu território diminuto para a atuação de um serial killer tão ousado e o resultado é realmente um suspense policial de virar uma página atrás da outra. E ainda por cima, com zero pontas soltas.
"Eu mato", para mim, continua um primor do gênero. Merecia ser mais conhecido.