Luíza Rodrigues 24/02/2011E nessas noites, o que faz para se livrar do seu sofrimento?É impossível não se surpreender.
Diferente. É uma boa palavra para descrever Eu Mato. Genial. É uma boa palavra para descrever Giorgio Faletti. Como disse Jeffery Deaver, "na minha terra, pessoas como Faletti são chamadas de lendas vivas."
Posso dizer sem medo de estar equivocada que este é um dos melhores livros que já li, e que será sempre. Ainda não li a trilogia Millenium, apesar do primeiro livro estar na minha estante, mas acho que nem mesmo isso poderá superar.
Em uma das resenhas sobre este livro alguém falou sobre poesia. Sim, poesia. O texto de Faletti é quase poético na maior parte do tempo, e na que sobra, é.
Conta a história de pessoas diferentes, que se juntam contra um assassino que liga para a Rádio Monte Carlo antes de matar suas vítimas, e sempre coloca, como "osso para os cães", como costuma dizer, uma música que tenha à ver com a pessoa que será morta. Algumas vezes são coisas bem simples, mas, como disse o próprio Faletti, todo enigma é simples depois que se sabe a resposta.
A história corre em redor disso. É, na verdade, uma corrida contra o tempo para pegar o assassino antes que ele faça mais alguma vítima. Uma coisa simples dita assim, cliché, até. Mas não é. O meu jeito de contar é superficial, até porque se eu for entrar em detalhes vou contar toda a história, como quase fiz no histórico, e os futuros leitores não ficarão felizes em saber antes de ler o livro quem é, afinal, o assassino.
O assassino. Um homem verdadeiramente apaixonado pela música, que marca todos seus assassinatos. Que mente brilhante, genial, envolvente! Para mim, pelo menos. Todas as vezes que os personagens se referiram à ele - ganhou, durante a história, o apelido de Ninguém, por se identificar como sendo 'um e nenhum, sou ninguém' em seus telefonemas -, me peguei pensando em sua mente maravilhosa. É uma mente diabólica do ponto de vista social, religioso e moral, mas um verdadeiro tesouro para quem estuda e é fascinado por mentes diferentes. Particularmente, eu sou.
Enquanto o perfil de Ninguém é traçado, milhões e milhões de teorias sobre a razão e o objetivo começaram a brotar em minha mente, e foram todas confirmadas ou jogadas por terra ao longo da história.
Em vários momentos da história algum personagem fala ou pensa algo sobre o que acontece estar acima da capacidade das mentes mais fantasiosas. Acho que não é bem assim. Apesar de tudo, minhas fantasias mais loucas foram as que chegaram mais perto da verdade, e algumas a alcançaram.
Posso dizer qualquer coisa, qualquer coisa. Nada te fará sentir, ao menos, o gosto do jeito quase mágico de Faletti escrever. A unica forma de conhecer essa maravilha é lendo Eu Mato.
Excelente.