O amigo

O amigo Sigrid Nunez




Resenhas - O amigo


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Paulo Sousa 21/08/2021

Leitura 20/2021

O amigo [2018]
Orig. The friend
Sigrid Nunez (EUA, 1951-)
Instante, 2019, 216p
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?Agora, observando-o dormir, sinto uma onda de satisfação. Em seguida, outro sentimento mais profundo, singular e misterioso, mas ao mesmo tempo perfeitamente familiar. Não sei por que levo um minuto inteiro para nomeá-lo. O que somos, Apolo e eu, senão duas solidões que se protegem, se complementam, se limitam e se inclinam uma para a outra?? (Posição Kindle 1665/68%).
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?O Amigo? é a narrativa de uma escritora de meia-idade que aborda o luto após a perda do melhor amigo, também escritor e um pouco mais velho do que ela, que se matou. A amizade entre os dois começou em uma de suas oficinas literárias, engatada por discussões intelectuais vindo a culminar num companheirismo que durou a vida toda. Desolada com o suicídio do amigo ? ele não deixou nenhum bilhete de despedida ?, a narradora, da qual não sabemos o nome, relembra conversas, episódios e leituras não só para tentar entender o que pode ter acontecido, mas também para manter a sua memória viva.  
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Ela acaba, de certa forma, sendo ?presenteada? no espólio de seu amigo morto por Apolo, um dogue alemão de quase 80kg (quem conhece essa raça sabe como esses pets são grandes e pesados) já um tanto velho e cansado. Ela fica desesperada porque o prédio onde mora não permite animais, mas, negar-se a ficar com Apolo seria como apagar definitivamente a presença do amigo morto?
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Confesso que o que me fez ler este livro foi a capa, a cujo cachorro enorme sobre um sofá detonado, cenário bem conhecido por mim que tenho dois pets em casa, me fez querer saber em que viés a autora apresentaria sua história. Apesar de a temática ser pesada, crua, não descamba para o sentimentalismo. A autora consegue manter o equilíbrio entre tratar sobre a dor da perda, sobre os motivos que levam uma pessoa a ceifar a própria vida e sobre a ligação inexplicável que une humanos (nem todos, infelizmente) a cachorros.
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A tocante amizade que por fim se criou entre ela e Apolo, em seus últimos dias de vida margeiam uma boa parcela do romance e, acredito eu, a autora consegue transbordar em palavras, toda a gama de sentimentos que acabam por ser construídos quando uma pessoa decide incluir em sua vida a vida de um cachorro. Apolo, de alguma maneira, sabe que seu fim está próximo. Mas ele não se esquiva de cuidar e dar atenção à humana triste que aceitou dividir os dias consigo. Palavras como as conhecemos, perdem o sentido quando se trata de ?falar? com o amigo canino. E é justamente essa maravilhosa interação, sobre-humana, o cerne trazido por este romance belo e triste, mas que busca ressignificar a ausência e o silêncio, entes que deixam de ser pelo simples fato de não necessitarem de palavras audíveis para personificar quem se quer por perto. Vale!
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Nathalie.Murcia 07/06/2019

Um romance filosófico multifacetado
Um belíssimo romance filosófico, que vai muito além de uma história bonitinha da relação de um cão e uma mulher. A protagonista, uma escritora e professora universitária, após o suicídio do melhor amigo, narra, em forma de diário (como se estivesse conversando com o próprio), reminiscências e pensamentos evocados a respeito de variados temas, tais como, amor, velhice, morte, literatura e a arte de escrever, atividade à qual o amigo também se dedicava. Ela não contava, entretanto, com o legado que o falecido lhe reservara: um gigante e dócil dogue alemão de nome Apolo, também enlutado pela perda. Para piorar a situação, no apartamento na qual ela residia, não eram permitidos animais, o que lhe rendeu uma notificação de despejo, problema que demandava uma solução urgente. Contrariando todos os conselhos, desfazer-se de Apolo estava fora de cogitação.
Esse livro me tocou profundamente, pois, além de ter aliado temáticas que aprecio muito, me levou a digressões importantes a respeito das questões abordadas. A prosa da autora é de um brilhantismo ímpar. A conexão humano-canina estabelecida (ela até tentou evitar o antropomorfismo, sem sucesso), e a semiótica do cão (representando uma parte do falecido), é comovente. O final não é nada clichê.
As referências durante toda a narrativa, de escritores como Rilke, Virginia Woolf, Kundera, Nobokov, entre outros, e a alusão ao personagem Davi Lure, de Desonra (esse personagem é uma espécie de espelho do amigo), tornaram a trama ainda mais instigante. Seguem dois excertos que me marcaram:
"Idílicas é como Kundera descreve as relações humanas com os animais. Idílicas porque os animais não foram expulsos conosco do paraíso. Lá eles permanecem, não perturbados por complicações como a separação do corpo e da alma, e é através do nosso amor e amizade que somos capazes de nós reconectar com o Paraíso, ainda que por um fio". " Mais uma vez me deparo com a famosa definição de amor de Rilke: duas solidões que se protegem, se complementam, se limitam e se inclinam para a outra"."O que somos, Apolo e eu, se não duas solidões que se protegem, se complementam e se inclinam uma para a outra?".
Sem dúvidas, uma das minhas melhores leituras deste ano, e indico sem pestanejar. Espero que sejam publicados outros livros da autora.
Mas resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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MãeLiteratura 22/04/2021

Gostei muito!
O Amigo é uma história que mescla ternura, solidão, humor e dor, em quantidades equilibradas.

Uma professora tem que lidar com o luto de seu melhor amigo e recebe de "herança" o Apolo, um cachorro da raça Dog Alemão.

Um livro ao mesmo tempo simples e profundo, com vários filmes e livros citados pelos personagens.
⁣⁣⁣
Traz reflexões importantes sobre parceria, amizade, amor, envelhecimento e morte.

"O que somos, Apolo e eu, senão duas solidões que se protegem, se complementem e se inclinam uma para a outra?

As edições da Instante são sempre um capítulo à parte, eu adoro! Amei a capa, edição caprichada, ótima diagramação e revisão impecável.⁣⁣

site: https://www.maeliteratura.com/2021/04/resenha-o-amigo-sigrid-nunez-editora.html
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Peleteiro 07/09/2022

Aquela leitura para não ver o tempo passar
Não o vejo como um grande romance, mas como uma espécie de diário interessantíssimo e rico em citações e reflexões guiados por uma narrativa fluida e singela. Me identifiquei muito com as opiniões do morto em relação ao que vem acontecendo com o mundo literário, e adorei as citações e reflexões da autora, ao menos boa parte dela.

Excelente para curar ressaca literária. Aquela leitura para não ver o tempo passar!
Karamaru 07/09/2022minha estante
S. Nunez é maravilhosa ?




@eleeoslivros 30/06/2021

Um livro bonitinho, mas beeem ok.
Não achei nada demais, na verdade achei até meio confuso as vezes.
Mas gostei da proposta, do cachorríneo fofíneo e da história dela com o amigo.
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Camille.Pezzino 22/12/2021

Interessante e duplo
Ganhei esse livro de presente de uma amiga e posso dizer que foi uma experiência dupla: é tanto sobre o ofício de escrever quanto sobre o ofício de viver e como esses dois são indissociáveis ao escritor.

Alguns trechos me incomodaram, algumas referências também, mas foi um título que achei bem pertinente àqueles que querem trabalhar com escrita criativa, bem como querem olhar para si mesmos e as relações que constroem com os outros.
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Leticia 13/01/2022

Bom!
Livro muito em escrito, inteligente, cita diversos autores e fala de um assunto muito delicado relativo saúde mental!
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indi.sass 26/05/2020

Livro leve e divertido
A autora consegue abordar com leveza um tema tão complicado como o suicídio. Eu adorei a forma como ela cita tanto material cultural, seja filmes, autores, outros livros.... É cheio de curiosidades sobre vários assuntos. Recomendo a leitura!!
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Jana 05/03/2021

Delicioso
Fazia um tempinho que não lia uma história tão gostosa! Esse livro tem tudo que eu amo: cachorro (embora não seja o foco do texto) e curiosidades variadas. Embora seja uma história triste e introspectiva (afinal, fala sobre suicídio), foi uma delícia de ler e eu não só me emocionei como aprendi muito. 5 estrelas e favorito.
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Bruna 21/02/2023

Que livro bom! É ele é bem diferente, não segue padrões de um romance. Ao mesmo tempo que é uma história sobre a ligação de uma pessoa e um cachorro, é também um ensaio, uma grande meditação sobre tudo e mais um pouco. Por vezes parece haver traços autobiográficos, o que confere um ar de realidade ao que foi escrito. Mas não é real, é uma ficção bem escrita.
É uma história simples, se for resumir. Essa escritora acaba "ganhando" o cachorro de seu tutor e melhor amigo depois que esse tirou a própria vida. Ela não estava esperando por isso, ainda mais um cachorro tão grande. Ela precisa lidar então com essa nova presença, o luto, o medo de ser despejada por trazer um cachorro ao seu apartamento, e a constante preocupação com a saúde do cachorro. Ela fica como que obcecada sobre a mente do cachorro, como ele enxerga as coisas, como as sente, e nesse sentido, também obcecada em escrever sobre seu grande amigo que se foi. Ela mistura lembranças e o presente, a saudade do amigo humano e o amor crescente ao seu novo amigo cachorro.
É um livro doloroso e lindo. Fala abertamente sobre diversas coisas, assim como se estivéssemos conversando com uma amiga. Não é apenas um livro sobre um cachorro e uma pessoa. É um livro sobre amor, literatura, amizade, redenção, sobre a vida.
É um daqueles raros livros em que "não acontece nada" mas é instigante e prende a atenção. A autora soube conduzir esses pensamentos e discernimentos da personagem sem ficar enfadonho ou pedante. E mais: é um livro para que gosta de literatura, visto a quantidade de discussões sobre o assunto que tem.
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Carla Verçoza 13/02/2022

Gostei bastante
Uma leitura rápida e agradável, apesar de trazer temas pesados.
"O que somos, Apolo e eu, senão duas solidões que se protegem, se complementam, se limitam e se inclinam uma para a outra? É bom ter as coisas bem definidas. Com ou sem milagre, aconteça o que acontecer, nada vai nos separar."
Após a morte do melhor amigo, a professora universitária de escrita criativa reflete sobre o ofício de escrever e também sobre sobreviver. Ela herda o dogue alemão do amigo morto e começa a criar uma relação com o cachorro. É um livro sobre luto, perdas, solidão, abandono, saúde mental, literatura. Cheio de referências a autores e também filmes, curti bastante.
"Daquilo que sentimos falta - o que perdemos e o que lamentamos - não é o que nos torna quem, no fundo, realmente somos. Sem mencionar aquilo que queríamos na vida, mas nunca conseguimos ter. Isso é definitivamente verdadeiro após certa idade. E essa idade ocorre mais cedo do que gostaríamos."
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Kananda 18/07/2022

Um pouco arrastado demais. A gente se vê jogado no tempo pela narrativa que volta ao passado e ao presente várias e várias vezes. Isso é justamente a magia da história em diversos momentos, mas em outros, se torna cansativo pela aleatoriedade.
No mais, é uma história sensível. Indico.
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deborauni 23/12/2019

O amigo
Não sou encantada por cães e no início pensei que o livro não teria sentido para mim. Confesso ter ficado até um pouco exasperada, mas no final acabei gostando.
O enredo é bem original e alterna passado e presente falando de amor, amizade, generosidade, perdas e lutos, entre humanos, assim como nas relações com os cães. Por vezes cômico, mas por outras nostálgico, acompanhamos como a experiência de escrita ficcional da personagem principal se confunde com o relato da experiência realmente vivenciada na trama, compondo um belo mosaico.
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Ludmila 28/08/2022

Tocante
Um livro simples, mas que me tocou profundamente. O amigo se suicida deixando um dog alemão sob seus cuidados. Todo um luto vivido e curado a partir da relaçao homem/cachorro e a partir do processo de escrito.
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Pati 17/08/2022

Acho que criei expectativas demais
Quando vi esse livro acreditei que ia me emocionar do início ao fim, o que infelizmente não aconteceu. Alguns relatos me incomodaram bastante e achei desnecessários.

Acho que criei expectativas demais, pois já a capa me faz ver meu cachorro que se chama Amigo, está com 12 anos de idade, quase 13 anos, que é uma mistura das raças Dálmata e Americano. As dificuldades que o Amigo do livro passou sou basicamente a mesma que o meu Amigo está passando, então achei que ia me emocionar, que a história ia me encantar, pois sei que o meu Amigo está na reta final de sua caminhada.

O livro está muito bem avaliado, mas eu não consegui me entregar a história e por isso dei três estrelas. Acredito que algumas páginas a menos faria com que a história não destoasse, o que na minha opinião aconteceu algumas vezes.

Talvez tenha sido expectativas demais mesmo!
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